Capítulo 26 - Entrevista, Segredo e Revelação
Parte da série UM EM UM MILHÃO
- Sim é ele quem fala. – respondi desconfiado por não saber do que se tratava.
- Eu estou aqui com um currículo seu e o senhor também foi recomendado por um de nossos funcionários, o senhor está trabalhando atualmente?
- Não, não mais. – aquela conversa era estranha eu estava desempregado há apenas um dia e já recebi uma proposta de outro emprego? Eu também não me lembrava de ter mandado currículo para essa empresa e quem poderia ter me recomendado?
Foi então que como um estalo eu me lembrei de onde eu conhecia o nome dessa empresa, é o lugar onde o Ricardo trabalha, deve ter sido ele quem me recomendou.
Ouvi as explicações da Raquel meio absorto em pensamentos que mal entendia o que ela falava, mas ficou combinado que eu iria fazer uma entrevista lá no dia seguinte.
Contei a notícia para todo mundo quando chegaram do trabalho e todos ficaram felizes e torcendo para que tudo desse certo. Corri para a casa do Ricardo para contar a novidade, toquei a campainha, mas nada de alguém atender. Tentei ligar pra ele, mas também ninguém atendeu.
Fiquei meio preocupado com o sumiço do Ricardo, mas achei melhor pensar que ele só estivesse muito ocupado no trabalho.
Como não consegui carona com ninguém, tive que ir para a entrevista de ônibus, fiquei meio perdido (como de costume) e tive que pedir informações, pra minha sorte parecia que o lugar era bem conhecido por todos e foi fácil achar.
O prédio era muito maior e mais imponente do que minha antiga empresa. Tinha portas de vidro automáticas e pilares de mármore. Era moderno e ao mesmo tempo parecia uma obra da arquitetura de antigas civilizações. Ainda bem que me vesti da melhor forma que pude ou me sentiria como um peixe fora da água em meio a tantos engravatados e moças que pareciam ter saído de desfiles de moda para secretárias com estilo.
Dirigi-me a recepcionista que parecia muito isolada e solitária atrás daquele gigantesco balcão de mármore.
- Bom dia. Tenho uma entrevista de emprego aqui hoje.
- Bom dia. Qual o nome do senhor? – Respondeu a recepcionista que parecia simpática com seus cabelos lisos e negros presos em uma linda trança e assim como as outras também parecia ter tido aulas com o Esquadrão da Moda.
- Me chamo Wellington.
- Ah sim. Senhor Wellington, fui avisada que o senhor viria. – Mania de esse povo me chamar de senhor, às vezes essas formalidades do trabalho eram tão desconfortáveis.
A recepcionista, que se chamava Ana, pelo que dizia o crachá, rapidamente pegou um telefone, apertou uns botões e disse.
- A pessoa que o senhor esperava está aqui.
Ela esperou mais um pouco concordou afirmativamente, desligou o telefone e ligou mais uma vez.
- Larissa poderia vir aqui rapidamente na recepção? Estou esperando.
- Só um instante agora, senhor. – falou ela desligando o telefone novamente.
Em poucos minutos uma moça loira e alta desceu as escadas, ela me olhou dos pés a cabeça, e depois as duas falaram algo que eu não compreendi. Então a moça loira assumiu a posição da Ana no balcão enquanto ela me pedia para acompanhá-la.
- Me pediram para acompanhar o senhor pessoalmente até a sala do presidente.
- Presidente?
- Sim, não te contaram isso? A entrevista vai ser feita diretamente com o dono da empresa. O senhor deve ser muito importante
MMeu coração gelou na hora em que ela me disse isso, eu não me sentia preparado para uma entrevista de emprego normal, quanto mais uma com o presidente da empresa. E que presidente era esse que tinha tempo para entrevistar as pessoas que vai contratar?
O elevador parava de andar em andar, pessoas entravam e saiam, algumas nem se importavam com minha presença, a empresa devia ser tão grande que não devia ser possível conhecer todos os funcionários.
Chegamos ao andar desejado, ela me apresentou à secretária do presidente, uma senhora com um pouco mais de idade, cabelos grisalhos, mas muito simpática também.
Dona Tereza era o nome da gentil senhora, ela dispensou Ana que seguiu novamente pelo elevador me desejando boa sorte. Gentilmente dona Tereza me guiou até uma grande porta de madeira com maçanetas douradas.
- É só entrar. – disse ela
Eu abri a porta devagar, meio amedrontado, ao primeiro passo acabei tropeçando no meu próprio pé e caio de quatro ao chão acarpetado.
Na sala tão iluminada eu mal podia levantar meu rosto de tão envergonhado, eu tentei me levantar, mas alguém já havia se levantado de trás da grande mesa de vidroà minha frente e vindo me ajudar.
- Continua o mesmo Well do dia em que te conheci.
Eu reconheci aquela voz na mesma hora, ergui o meu rosto e lá estava ele lindo como sempre olhando para mim.
- Ricardo? O que você está fazendo aqui? Minha entrevista não é com o presidente?
- Well, senta aqui – disse ele me ajudando a levantar e me levando para uma cadeira de frente a grande mesa de vidro e se sentou diante de mim do outro lado da mesa.
Depois de uma pausa silenciosa ele volta a falar novamente:
- Queria te contar ontem mesmo, mas depois do que você disse sobre o seu emprego, resolvi que essa seria a melhor maneira de te contar tudo.
- Contar o que?
- Todos os meus segredos.
- Mas isso você teria que ter falado para o Luis, por que está falando pra mim?
- Por que confio em você Well. Sei que é a pessoa certa pra desabafar tudo.
- Então, por favor, comece, pois eu não estou entendendo nada.
- Bem, para começar eu sou o presidente da empresa. Sou o dono de tudo isso.
- O que?! – perguntei chocado – Como? Você mora naquela casa simples, é nosso amigo, como pode ser dono de algo tão grande e não ter tanto dinheiro?
- Eu tenho dinheiro Well, só não ostento. Passo uma imagem de pessoa comum. As pessoas sempre quiseram se aproveitar de mim por causa do meu dinheiro. Eu achava que tinha amigos, mas nenhum deles ficou do meu lado quando precisei e os que ficaram não estavam lá por mim e sim pelo meu dinheiro.
- Então você começou a viver como se não tivesse dinheiro e como se não fosse o dono dessa empresa.
- Sim. Aqui meus funcionários são apenas meus funcionários, nenhum deles tem intimidade comigo. Mas é claro que algumas pessoas na cidade sabem quem eu sou, pois me conhecem desde a época em que meus pais eram vivos.
- Eu sinto muito, então você não tem família?
- Não, meus pais eram meus únicos familiares, eu herdei a empresa do meu pai. Quando eu contei para eles sobre minha homossexualidade eles queriam que pelo menos eu mantivesse as aparências. Eu tentei relutar, mas eles ficavam me forçando e me apresentaram uma garota, Viviane. Aquela víbora só estava interessada em uma boa vida, um dia eu acabei me embebedando então ela teve a chance que queria e eu acabei à engravidando...
- Quer dizer que você tem um filho? – o interrompi ainda mais chocado com a revelação... CONTINUA
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Bem em breve tem mais,^^.
Thiago: Obrigado como sempre.
Luh: Obrigado, um fofo como sempre, também espero ansioso pelo seu.
Kõning: kkkkkk não é praga não, seu conto está muito bom também, vocês deviam lê-lo.
Angellix: Hj teve um pouco do mistério do Ricardo desvendado,mas é claro que tem muito mais no próximo capítulo.
BJOS adoro vocês continuem comentando.