Capítulo 18 - Diego, Ricardo e Paulo (Parte 3)

Parte da série UM EM UM MILHÃO

Voltamos até a casa e a maioria das pessoas já tinham ido embora ou se preparando para ir e se despedindo. Já recompostos de nossas lágrimas e ainda de mãos dadas e sinceramente já tinha esquecido esse detalhe até encontrar o Paulo que me olhou com cara feia ao perceber que o Diego segurava minha mão. Eu fiquei vermelho e constrangido e o Diego soltou minha mão também naquela hora.

- Onde você estava Well? Eu te procurei em todos os lugares. Seu irmão também está preocupado. – disse o Paulo aflito.

- Eu...

- Ele estava comigo, ele foi me procurar e eu acabei segurando meu gatinho comigo por um tempo – disse o Diego me cortando e passando o braço dele pela minha cintura, me deixando cada vez mais constrangido.

- Que história é essa de seu gatinho? – A coisa realmente estava começando a ficar feia e eu estava ali sem reação.

- Ele é MEU gatinho, algum problema com isso? – disse o Diego com uma ênfase nítida na palavra “meu”, que me fez sentir um troféu qualquer sendo disputado.

- É verdade isso Well? – os punhos do Paulo já estavam fechados e preparados para atacar o seu adversário, que me segurava cada vez mais forte pela cintura conforme a tensão na sala ia aumentando.

- Chega! Parem vocês dois! – falei me desvencilhando do Diego que me segurava e sai andando era melhor procurar meu irmão. E deixei os dois sozinhos com cara de bobos.

Achei o meu irmão bebendo água na cozinha, ele não parecia muito animado, então conclui que minhas suspeitas de que ele e o Ricardo estavam se desentendendo não deviam estar tão erradas.

- Tudo bem mano? Parece desanimado, aconteceu alguma coisa?

- Só estou tendo alguns desentendimentos com o Ricardo mano, nada demais coisa de namorados. – disse o Luis.

- Eu notei que o Ricardo também está assim, se precisar desabafar o precisar de ajuda mano pode falar comigo.

- Eu sei mano.

Eu gostava quando o Luis compartilhava as suas coisas comigo, já que somos os melhores amigos, mas tanto eu quanto ele as vezes ocultamos certos detalhes um do outro, não por falta de confiança, mas sim por esquecimento ou pelo simples fato de que tocar no assunto só fosse piorar o sofrimento, ou simplesmente por que certas coisas devem ser ditas em seu momento apropriado. Mas no fim das contas tudo era revelado no final e não haviam segredos a ser guardados.

Eu já estava ficando com sono, o que me lembrou que decidir quem dormiria aonde poderia acabar se tornando uma batalha no Coliseu. Tomei um banho e como era uma noite quente coloquei uma roupa mais leve para dormir. Desci até a cozinha, todos estavam reunidos lá e ficaram me olhando quando entrei, fiquei até com medo e olhei para trás para ver o que poderia ter de errado na cena.

- O que foi? – perguntei ficando vermelho, e me olhando pra ver se tinha alguma coisa de errado comigo.

- Está bonito mano. – disse o meu irmão sentado num banco se apoiando num balcão.

Será que esse povo tinha bebido durante a festa? Não tinha nada de extraordinário em mim, meu cabelo ainda estava úmido do banho. Eu estava com uma camiseta que apesar de preta tinha um tecido bem fino e leve, além de uma gola v bem decotada, já que estava quente um pouco de pele a mostra não me faria sentir tanto calor, pensei comigo mesmo. Também estava usando um short azul que era bem molinho, macio e confortável, para mim a coisa mais natural do mundo e menos despretensiosa.

Balancei a cabeça negativamente dando a entender que o que eles tinham dito era uma besteira, me sentei ao balcão também e fui me servindo com a mesma refeição que estavam comendo. Conversamos muito, demos muitas risadas. Tanto o Diego quanto o Ricardo eram muito engraçados. Já era tarde quando resolvemos todos irmos para cama. Dei boa noite aos demais e fui escovar meus dentes. Quando chego ao quarto o Paulo e o Diego já estavam brigando pelas camas.

- Eu não vou deixar que ele durma com você! Sabe-se lá o que você vai tentar fazer com ele durante a noite? – dizia o Paulo revoltado, mas era realmente um absurdo ter que ouvir essas coisas àquela hora da noite, será que os dois queriam me estuprar durante a noite? Ninguém merece né?

- Eu não sou nenhum tarado como você! E também não vou deixar você nem sequer encostar no meu gatinho durante a noite. – retrucou o Diego.

- Gostaria de saber, quando virei propriedade de algum de vocês dois? E que história é essa de que os dois vão se aproveitar de mim enquanto eu durmo? – Os dois ficaram paralisados e vermelhos de vergonha abaixaram a cabeça. – Prefiro dormir na sala do que ter que dividir a cama com alguém que está me tratando como objeto.

- Eu durmo na sala Well, me desculpe eu não queria que você se sentisse ofendido assim. – Disse o Diego, era primeira vez que ele não me chamava de gatinho e pelo seu tom de voz parecia a mesma pessoa que encontrei na trilha chorando.

- Você é o dono da casa Diego pode dormir onde quiser. – disse ao Diego.

O Paulo não abriu a boca para falar mais nada, acho que ele também percebeu que havia passado dos limites. Os dois decidiram dormir na sala, eu não insisti para que alguém usasse a cama de solteiro, isso só acabaria em mais confusão.

Deitei na cama de casal e comecei a pensar em tudo. O calor era tanto que me incomodava e não me deixava dormir. Tudo o que eu mais queria era alguém do meu lado, no entanto as pessoas que encontrei e diziam gostar de mim me tratavam como um objeto ou coisa pior. Talvez eu não tenha sido feito pra isso e esse pensamento era esmagador, sufocante. Comecei a chorar deitado em silêncio, olhando para o teto. Todos me diziam que o tempo daria conta do recado, mas ninguém percebia que esperar o tempo passar me matava aos poucos. A solidão me corroia por dentro, eu era mais forte do que pensava por aguentar chegar até esse ponto.

Levantei angustiado e sem rumo, não iria conseguir ficar ali. Desci as escadas silenciosamente e de maneira cautelosa no escuro, a casa cheia de gente e os pensamentos tristes me davam segurança, caso contrário estaria apavorado em andar em meio à escuridão.

Passei pela sala, mas só o Paulo dormia ali, o Diego não estava, no sofá, estavam apenas seu lençol e seu travesseiro. A cozinha também estava vazia, abri a porta com cuidado e sai, o calor era o mesmo, mas a brisa da madrugada me acolhia e amenizava meu sofrimento.

Sentei em uma mureta e fiquei observando o céu noturno, nem os mosquitinhos me incomodavam tanto, eu apenas suspirava por algo que me faltava. As lágrimas cessaram e secaram, não contei quanto tempo passei ali.

Alguém tocou no meu ombro, não senti medo, apenas a eletricidade correndo pelo corpo, não me apavorei, talvez naquele instante talvez fosse inútil ser arrebatado por um dos meus temores.

Era o Diego.

- Posso me sentar aqui também?

- Pode.

- Está com raiva de mim?

- Não.

- Não conseguiu dormir por causa do calor?

- Isso também.

- Era para ser um dia legal para você e eu estraguei tudo.

- O que você quer dizer com isso?

- Organizei essa festa para que eu pudesse ter uma desculpa para poder te ver e pássaro fim de semana com você, mas só fiz besteira desde que você chegou. Estou apaixonado por você... CONTINUA

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Quero agradecer a todos pelos comentários. Thiago: ainda não foi dessa vez, mas também acho que já está na hora do Well finalmente conseguir alguma coisa nessa história, apesar de ser uma história fictícia existe muita verdade nela, alguns personagens e alguns fatos que serão narrados e como é um pouco de vida real não é sempre que conseguimos tudo o que queremos e quando queremos.Bjo.

Fernando: Muito gentil e educado da sua parte, obrigado pelo elogio, quero lhe retribuir o abraço e mais um beijo!

Kõning: Muito obrigado, você acham mesmo que eu deveria publicar? Não acho que minha história chegue aos pés de muitas outras que temos aqui neste site, mas muito obrigado para mim isso foi um grande elogio. Bjo

Sinto falta do DarkPrince e do Luh comentando aqui =/

Gostaria de saber também quais os personagens favoritos de vocês e com quem vocês acham que o Well vai ficar no final. Bjos a todos que acompanham <3