Capítulo 15 - Melhoras, Flores, Alguém sem nome
Parte da série UM EM UM MILHÃO
- Por favor, me perdoa me perdoa Well, eu não queria que nada tivesse acontecido eu só pensei que ficando com ela seria mais fácil da te esquecer e mais fácil para você me odiar e ver que eu não sou o cara certo pra você.
- Seja sincero consigo mesmo Paulo. Você fez isso pensando mais no que os outros iam pensar de você do que pensando em nós dois.
Ele abaixou a cabeça, envergonhado, mas não tentou se defender o que mostrava que eu não estava errado.
- Acho que o que eu fiz não tem perdão não é mesmo? Eu tive tanto medo de que tivesse acontecido o pior. Quando eu os vi te levando para o carro desmaiado, peguei meu carro e corri para cá...
- Você veio dirigindo bêbado até aqui? Queria se matar também Paulo?
-Não me importava com o que podia acontecer comigo, só queria ter certeza que você estava bem, queria te implorar que me perdoasse. Não aguentaria viver sabendo que algo aconteceu com você. – as lágrimas corriam mais uma vez pelos seus olhos, era uma cena estranha pra mim e eu estava bancando o racional apesar de sentir tristeza por ver o Paulo naquele estado.
- Foi muita irresponsabilidade sua, assim como quando beijou a Carla, só pensou em si mesmo.
Chorando ele se levantou então eu tive certeza que tinha pegado pesado demais com ele.
- Eu não preciso te perdoar de nada, nós tínhamos uma relação ou algo do tipo. Você é livre para fazer o que bem quiser. Não vou guardar mágoas de você. Aliás você é meu chefe, não quero um ambiente ruim no trabalho.
- Eu quero ser mais do que seu chefe.
- Eu acho melhor deixar que as coisas aconteçam naturalmente, não quero mais uma decepção tão cedo.
- Eu te amo. – ele disse olhando nos meus olhos.
Eu não respondi nada e o Luis entrou no quarto avisando que o horário de visitas estava acabando.
Ele me acenou saindo do quarto e eu respondi com um sorriso.
Mais tarde naquele mesmo dia eu tive alta do hospital. Eu já não estava aguentando mesmo aquele lugar e era bem em tempo, antes que resolvessem enfiar mais agulhas em mim.
O Luis ligou para o Ricardo vir nos buscar, ele tinha ido para casa dormir, a noite havia sido longa. Meu irmão também precisava dormir alguém que dormia tanto quanto ele acabaria capotando mais cedo ou mais tarde sem prévio aviso.
Antes de irmos para casa passamos em uma farmácia, eu fiquei no carro e os dois foram comprar uns remédios para mim, acho que para a febre que eu tive ou algo assim. Quando os dois voltaram o Luis estava sorridente contando como o Ricardo tinha conseguido um bom desconto nos remédios, que iam ficar muito caros. “O que o Ricardo não conseguia quando queria?” pensei comigo mesmo, ele conseguia resolver certas situações muito facilmente, fácil até demais.
Em casa, meu irmão foi dormir (sabia) e o Ricardo ficou tomando conta de mim, coisa que achei meio desnecessária, eu estava bem e já não era mais criança. Mas ele ficou ali me fazendo companhia, assistimos TV, as vezes ele implicava comigo me fazia cócegas e percebi que ele estava realmente sendo um bom amigo para todos nós.
Falei com o Victor pelo Facebook e quando contei o ocorrido ele me pediu o endereço e foi até em casa me ver. Ficamos no meu quarto, jogamos vídeo-game, fizemos guerra de travesseiro. Parecíamos duas crianças e ele só foi embora de noite.
No dia seguinte eu não precisei trabalhar, tinham conseguido um atestado pra mim, algo que com certeza tinha sido obra do Ricardo.
Fiquei em casa sozinho, mas não sem antes ouvir uma imensa ladainha do meu irmão que a essa altura já parecia mais minha mãe. Depois de muito falatório ele foi arrastado pelo Auro até o carro, antes que chegassem atrasados no emprego.
O dia passou rápido e não fiz nada demais, só ouvi música, vi TV, joguei, o de sempre.
No dia seguinte era hora de voltar a velha rotina e ir trabalhar. Chegando no escritório vejo que a Melissa e a Mônica estavam animadas olhando algo que estava na minha mesa.
- Aaaah! Que bom que você chegou não aguentávamos mais esperar – disse a Jéssica gritando que quase me fez pular até o teto de susto.
- Desculpa Well, você já está melhor? É que estávamos curiosas. – disse a Melissa um pouco envergonhada.
- Eu estou bem, mas do que vocês estão falando?
-Ainda não viu na sua mesa? – disse a Jéssica apontando para um Buquê de rosas brancas e um envelope decorado com ornamentos dourados.
- Pra quem são? – Eu perguntei animado, pensando que era para uma das duas.
- Deeeeer são pra você bobo! – disse a Jéssica.
Eu olhei para o bilhete desconfiado, nunca havia recebido nada assim antes, talvez fosse um engano.
- Nós estávamos loucas pra você chegar e abrir logo o envelope! Então vai logo e abre que eu não agüento mais! – disse a Jéssica praticamente dando saltinhos de ansiedade.
Eu peguei o pequeno envelope e abri para ler o que dizia um breve bilhete dentro dele escrito em uma linda caligrafia que me fez sentir pena dos meus pequenos garranchos:
“Espero que esteja melhor. Essas flores são para alegrar o seu dia, espero que goste e que eu possa vê-lo novamente em breve. Tenha um bom dia. Beijos!”
- A pessoa não se identificou, têm certeza que isso é pra mim?
- Tem seu nome no envelope e completo, diga-se de passagem. – disse a Melissa colocando o envelope bem na frente do meu nariz e me fazendo enxergar o meu nome inteiro escrito com uma bela caligrafia.
- Quem será que me mandou? - falei segurando as flores, quando o Paulo entra apressado e para bruscamente ao ver o buquê na minha mão.
- Bom dia, pra quem são as flores? – perguntou ele.
- Para o Well!!! Não são lindas? – disse a Jéssica antes que o som da minha voz pudesse sair para responder.
Nitidamente o Paulo ficou vermelho ao ouvir isso. Ficou com um cara de quem tinha acabado de levar bronca do chefe e não estava nos seus melhores dias. Jogou sua mochila na mesa e começou a trabalhar como um condenado.
As meninas colocaram as flores num vaso com água para mim, apesar de eu tentar trabalhar as duas não paravam de tocar no assunto, o que estava deixando o Paulo irritado ao ponto de afrouxar o nó da gravata a todo instante e suar como se estivesse dentro de um forno. Estava com medo de ele ter um infarto ou coisa do tipo. Mas quem consegue parar aquelas duas?
- Não deve ser de um admirador secreto. Se estivesse afim de você te mandaria rosas vermelhas. – disse a Jéssica
- Mas as brancas são as minhas favoritas.
- Sério? Então deve ser alguém que conhece muito você.
- Não, acho que foi coincidência, nem meu irmão sabe que rosas brancas são as minhas favoritas, nunca contei pra ninguém.
- Que mistério empolgante! – disse a Jéssica.
- Vocês não têm outro assunto? – disse a Vaca da Carla.
A Jéssica mostrou a língua para ela nos fazendo rir e continuamos nosso trabalho. Quase no fim do expediente o Paulo me chama para conversar.
- Tudo bem com você?
- Tudo bem sim e você Paulo? Me pareceu nervoso hoje, está com algum problema?
- É... Tudo bem, não tenho nada, acho que é estresse, muito trabalho hoje.
- Entendi.
- E então de quem eram as flores?
- Não sei, não tinha assinatura. Até pensei que tinha sido você.
Ele ficou vermelho na hora e olhou para baixo.
- Não, não fui eu, mas deveria ter sido. Queria que tivesse sido eu.
- Melhor voltarmos pro trabalho. – eu disse tentando cortar o assunto por ali.
E o dia se encerrou aquela tarde, com aquele mistério no ar. Antes de sair dei uma ultima olhada nas rosas, iriam ficar ali para alegrar o ambiente, e peguei o bilhete e pensei “Quem?”... CONTINUA
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Quero pedir desculpas pelo atraso desse capítulo, sinto muito mesmo u.u espero que me perdoem! Tive que mudar de casa e depois no meio da mudança um dos cabos do meu computador se perdeu e eu fiquei sem computador por uns dias e só agora estou podendo retomar a história e escrever novamente, espero que me perdoem.
Agradeço pelos comentários e incentivo DarkPrince, Kõning, Kaka e Thiago. Adoro vcs Bjos