SANGUE DO MEU SANGUE — INSACIÁVEL (PARTE FINAL)

Conto de Wallacye como (Seguir)

Mais alguns dias se passaram, meu tio Gabriel continuava trabalhando na confeitaria, em Porto Alegre. Ele havia se separado de Alex e os dois já não tinham mais contato pelo o que minha mãe havia me dito; ela tentava de todos os modos procurar entender o motivo da separação deles, também havia notado que ele já não a ligava mais. Com certeza, ele estava com muita raiva de mim. Provavelmente, desejava a minha morte... e eu, claro, o desejava mais ainda! Por incrível que pareça, a minha vingança não havia passado da ferida de um sentimento não correspondido, do meu orgulho que havia sido quebrado por aquele homem.

Chegou mais um fim de ano, inventei para minha avó que não iria para o interior, a minha intenção era fazer com que meu tio fosse pra lá imaginando que não teria que "engolir" a minha presença. Ele estava muito enganado. No dia seguinte da chegada dele, eu apareci e fiz uma surpresa à todos. Notei na expressão facial dele a raiva que sentia de mim, a vontade de me esganar... mas eu desejava que ele esquecesse tudo e me levasse para a cama novamente. Sim, eu não tinha vergonha na cara e continuo não tendo! A partir desse momento, Gabriel se fechou. Não puxou conversa com ninguém, simplesmente se trancou com seus pensamentos, o que foi algo muito estranho para muitos que estavam presentes. Na noite de Natal, ele simplesmente sumiu! Todos ficaram preocupados e ele não atendia o telefone. Na última tentativa, conseguiram contato e ele falou que estava no clube. Eu falei para que não se preocupassem, pois eu iria atrás dele e teríamos uma conversa.

Chegando ao clube, o vi sentado à bancada e bebendo um copo de energético. Me aproximei e ele tomou uma atitude já imaginada: me empurrou, gritou comigo, disse palavras terríveis. Ninguém deu muita atenção, a maioria já estava embriagada. Eu consegui resistir ao comportamento agressivo dele e disse:

— Não adianta gritar, eu não vou te deixar em paz!

Ele jogou a bebida na minha roupa e se retirou. Inconformado, eu fui atrás dele e saímos discutindo por uma rua no centro. Nunca fui tão humilhado, mas eu merecia! Então, fomos andando pela frente da prefeitura (é o local dos gays naquela cidade à noite). Ele se sentiu mal e foi ao banheiro. É claro que eu entrei junto para ajudá-lo. Ele se encostou contra a parede e ficou me olhando, já estava se sentindo melhor, havia sido apenas um enjoo. Eu me aproximei dele e comecei a beijá-lo. No início, ele resistiu e até mesmo me empurrou... mas depois, foi algo inevitável. Como se tivesse esquecido da "sacanagem" que eu fizera, ele simplesmente me beijou também. Ficamos assim por alguns instantes, até que ele me liberou pra começar o espetáculo: abaixei sua calça, toquei seu "material enorme" e comecei a punheta-lo. Depois, me abaixei e lambia e escorregava minha língua até a ponta da "cabeça" daquele membro delicioso. Comecei o chupando bem devagar, depois acelerei os movimentos, até que ele me fez colocar todo o seu cassete na minha boca e ficou pressionando a minha cabeça, não me deixou de jeito nenhum continuar os movimentos. Continuou segurando a minha cabeça e senti seu corpo estremer... ele gozou na minha boca e engoli aquela porra gostosa. Em seguida, virei para a parede e ele enfiou sua rola na minha bundinha. Entre aqueles movimentos acelerados e forçados demais, eu percebi que Gabriel parecia estar descontando toda a raiva que ainda sentia de mim. Eu percebi que ele não estava fazendo aquilo por prazer... ou será que era? Eu sentia uma enorme excitação com tudo aquilo, mas ele estava enfiando com muita força. Parecia que seu desejo era me abrir no meio, me ver detonado de alguma forma... nem mesmo eu sei explicar!

— Era isso que você queria, não é, seu puto desgraçado?

— Era. Vai! Põe com mais raiva, eu gosto!

Quando eu já não aguentava mais (é, por incrível que pareça, aquilo já estava sendo demais para mim), a porta do banheiro se abriu e minha tia ficou chocada ao ver aquela cena. Naquele momento, parecia que tudo estava se repetindo, mas de uma outra maneira, de uma outra forma... ela ficou totalmente perplexa, entrou em choque! Como uma louca, começou a gritar, até mesmo me agrediu e deu uma bofetada em meu tio. Ela disse que aquilo estava errado e que jamais imaginou que eu poderia ser capaz de me envolver com o próprio irmão dela, logo eu que não era apenas sobrinho dela, mas também o seu grande amigo. É um fato: ela era a minha melhor amiga, mesmo que morássemos um longe do outro. Foi terrível. Logo depois, ela explicou que havia me seguido e estranhou eu ter me enfiado no banheiro com Gabriel e não ter saído mais. Em seguida, ela foi embora e meu tio temeu que ela falasse o que havia visto para a família toda. Seria mesmo algo terrível, porque minha família tem uma visão diferente do incesto, uma visão terrível e julgadora! Se meus pais soubessem disso, eu estaria expulso de casa! Minha mãe jamais me perdoaria! Naquele momento, eu me senti perdido. Foi aí que eu percebi que minhas atitudes haviam me ferrado!

No dia seguinte, ajeitei minhas roupas na mochila e voltei pra Porto Alegre sem dar explicação à ninguém, o que gerou estranheza em alguns parentes. Para disfarçar, meu tio voltou após dois dias da minha partida. Me telefonou avisando que havia conversado com minha tia e ela jurou não falar nada, desde que a relação deles como irmãos estivesse acabada para sempre.

Uma semana depois, meu tio me ligou dizendo que queria me ver novamente, mas eu não aceitei. Eu estava me sentindo muito culpado e decidi que não queria mais nenhuma aproximação dele. No início, ele não entendeu muito bem, mas depois ficou de acordo e não nos falamos mais.

Já faz um bom tempo que não temos contato. E que assim permaneça.

FIM

Comentários

Há 0 comentários.