Chapter Twenty part.2 *

Conto de Victor *) como (Seguir)

Parte da série Além da realidade*

Capitulo 20 part.2

Acordei com minha cabeça latejando, olhei ao meu redor, percebi que estava no meu quarto, e não estava sozinho, as meninas estavam sentadas na ponta da minha cama me olhando preocupada, e quando perceberam que eu tinha acordado vieram em minha direção.

-Meninas tive um sonho horrível. -Falei me lembrando do acontecido.

-Fe... -Me disse Camila, olhei pro o rosto dela e vi que ela estava abatida, seu lápis de olho estava todo borrado, percebi que ela tinha chorado, pelo que ainda não sei.

-Nego... Não foi um sonho. -Disse Estela com os olhos do mesmo modo que os da Camila.

De repente minha mente se encheu das lembranças da noite passada. Consegui ver o fogo. A casa do Deric queimada. O Deric queimado.

Apenas deitei novamente e comecei a chorar, desejando profundamente que aquilo tivesse sido um pesadelo, nada mais que isso. As meninas sentaram próximas de mim, e me consolaram, também derramando lagrimas. Dormi novamente.

Quando acordei minha cabeça estava doendo mais ainda. As meninas não estavam no meu quarto. Me levantei, e vi que a roupa que eu estava usando estava imunda, e cheirava a fumaça. Fui direto pro banho, um banho bem demorado. Vesti uma roupa bem simples. E deixei meu cabelo bagunçado. Olhei pela janela do meu quarto e vi que o tempo estava chuvoso. Desci as escadas da minha casa. Ouvi vozes vindo da cozinha. Quando entrei nela, que estava um pouco cheia. As vozes cessaram. Estavam minha mãe o Daniel, sentados em uma cadeira do lado da outra, minha mãe segurava a mão do Daniel, que estava de cabeça baixa. Estela, Camila, e pra minha surpresa Marcelo, estavam sentados na mesa. Tinha mais algumas pessoas em pé que eu não conheci, apenas um dos amigos do Deric que falava comigo. Que na verdade nem lembrava o seu nome.

-Filho. -Disse minha mãe se levantando da mesa e vindo na minha direção. Ela estava abatida como todas as outras pessoas na cozinha. Me deu um beijo na testa e me levou até um lugar vago na mesa. Me sentei. Sem falar nada. Precisava urgentemente de um remédio para minha cabeça. Pensei em levantar e pegar. Mas vi Camila se levantar ir em uma armário pegar uma caixinha de remédio e pegar um comprimido. Ela foi em direção a pia e encheu um copo com água. Voltou e me deu o remédio e a água. Engoli o comprimido com a ajuda da água. Camila permaneceu em pé ao meu lado. Ela afagava meu cabelo. Estela também se levantou e veio na minha direção e ficou do outro lado e passava a mão na minhas costas.

O Daniel olhou na minha direção, os olhos dele estavam inchados e vermelhos. Uma das minha mãos estavam em cima da mesa, ele colocou uma mão em cima dela. O seu olhar era desesperado. Do mesmo jeito que eu estava sofrendo por ter perdido um namorado. Ele estava sofrendo por ter perdido um filho.

-Eu sei que...que você se transformou em um grande amigo do Deric nos últimos tempos, eu... Eu sinto muito. -Disse o Daniel gaguejando. Amigo, era apenas isso que eles achavam que eu era do Deric. Amigo. Vi lagrimas escorrerem do rosto do Daniel. E senti lagrimas descerem do meu rosto.

-Eu tentei, eu juro, mas já era tarde. Me desculpa. -Disse em lagrimas, as meninas me abraçaram.

-Eu sei que você tentou. Muito obrigado. -Disse o Daniel em lagrimas.

As pessoas continuavam caladas. Eu me levantei e fui para meu quarto, e as meninas me seguiram. Me sentei na cama.

-Quando vai ser o enterro? -Perguntou quase cochichando.

-Hoje, cinco e meia. -Respondeu Camila.

-Sabe, vou ter que enterra-lo como apenas um amigo. -Digo com um aperto no coração.

-Queria poder fazer alguma coisa, mas não posso. -Disse Estela em lagrimas.

-O que aconteceu? É que eu apaguei enquanto estava lá.

-Depois de você apagar todo o fogo, tipo foi como se tivesse acontecido uma explosão, todo mundo na rua foi empurrado. A causa do que pode ter causado o incêndio e desconhecida, da mesma maneira que a causa de ele ter sido apagado. Eu e a Estela entramos, e vimos... Você sabe. E você estava desmaiado, te pegamos no colo e te tiramos da casa, o Daniel e sua mãe chegaram logo em seguida, vendo tudo. A policia, perícia e IML, chegaram e lacraram tudo. E agora estamos todos aqui, ninguém dormiu ainda. Só você, que acordou de madrugada, e depois agora. -Explicou Camila em lagrimas.

-Quem são os desconhecidos que estavam na cozinha? -Perguntei.

-Bom, tem os tios do Deric, por parte de pai, e três primos dele. E a Avó dele. -Respondeu Estela.

-E a mãe dele? -Perguntei.

-Não veio. Ela disse que só vai vir na hora do enterro. -Respondeu ela.

-Que horas são? -Perguntei.

-Três e vinte.

-Nego vamos comer alguma coisa. Você deve estar com fome. -Falou Estela.

-Pior que estou. -Respondi.

-Você fica bonito com o cabelo assim. -Falou Estela bagunçando meu cabelo. Descemos para a cozinha. Tinha apenas dois garotos mais ou menos da minha idade. Um alto loiro de olhos azuis, e um outro quase com a mesma aparência, mas era mais baixo e era bem forte.

-Sentimos muito. -Me disse o mais baixo.

-Também sinto. -Disse com a voz rouca e baixa.

-Éramos primos dele. -Me disse o alto.

-Prazer, me chamo Felix como vocês já devem saber. -Disse apertando as mãos dos garotos.

-Me chamo Fernando. -Falou o mais alto.

-E eu Diego. -Disse o baixo.

Me sentei na mesa e comecei a comer.

-Onde estão os outros? -Perguntei.

-Estão na sala. -Respondeu o Diego.

As meninas não disseram nada enquanto eu comia.

-Porque vocês não estão lá? -Perguntou Camila educadamente.

-É que gostamos de passar o nosso luto a sós, quando morávamos perto, o Deric era nosso melhor amigo. -Disse o Diego.

-Mas se quiserem que a gente saia, sem problemas. -Falou o Fernando.

-Não, ponde ficar, sem problemas. -Respondi.

Depois de um tempo, o Marcelo entrou na cozinha:

-Sinto muito, realmente sinto muito. -Disse ele se sentando na mesa.

-Não, você não sente muito. -Respondi friamente. Ainda não entendi o que ele estava fazendo na minha casa, após eu perder meu namorado.

Percebendo meu tom de voz, os primos do Deric decidiram sair.

-Sei que não nos conhecemos direito, mas eu preciso dizer, você me fascinou, não quero tomar proveito do seu Luto, mas quero que saiba, que podemos ser amigos, gostei do seu jeito não só pensando em te beijar, mas também em ser seu amigo. -Desabafou o Marcelo, me deixando meio decepcionado comigo mesmo.

-Tudo bem, desculpa. -Cochichei. -Você já recebeu alta?-Perguntei.

-Pra falar a verdade não, mas dei um jeito. -Respondeu ele.

-Você vai ao enterro? -Perguntei quase em um cochicho.

-Sim, mas caso você não queira eu fico. -Disse ele de cabeça baixa.

-Pode ir. -Respondi.

-Eles não sabem não é mesmo? -Me perguntou o Marcelo.

-O que? -Perguntei de volta, mas já desconfiava do que se tratava.

-Sabe, sobre você e o Deric? -Disse ele baixinho.

-Não, não sabem. -Respondi com voz de choro.

-Sabe, perdi meu primo em um acidente...-Ia dizendo o Marcelo, mas eu logo o interrompo.

-Não foi um acidente. -Falei pensativo.

-Como assim? -Falou Estela depois de um bom tempo calada.

-Eu vi quem foi, e vocês também sabe quem foi, só não entendi porque ele não fugiu ou reagiu. -Respondi pensando alto.

-Mas não temos como provar Fe. -Disse Camila de maneira baixa, porém audível.

Fiquei calado e não respondi.

Depois de um tempo, subimos pro meu quarto, e fomos nos arrumar, eu me vesti com uma camiseta preta, Calça jeans justa ao corpo preta, Vans preto, e um Blaise preto por cima da camiseta, e coloquei um meu RayBan preto, perguntei para as meninas se estava apresentável para o lugar que eu ia, e elas disseram que sim, Estela e Camila colocaram vestido pretos longos da minha mãe, e pentearam o cabelo de um jeito elegante. E meu cabelo continuava muito molhado e eu nem quis ter trabalho com ele, deixei ele bagunçado que de acordo com as meninas ficou simples, porém bonito. Quando estava perto da hora de irmos, descemos, a sala estava cheia.

-Ah Fe, pensei que você não iria. -Disse o Daniel me olhando.

-Como poderia não ir ao enterro do meu...-Fiz uma pausa. -Melhor amigo. -Consegui dizer, por muito pouco não digo namorado.

Minha mãe que estava sentada ao lado do Daniel veio até mim :

-Você está lindo. -Tentei dar um sorriso, mas acho que não deu certo.

Depois de um tempo de conversa na sala, um dos parentes do Daniel já foi indo para o cemitério, e depois todos começaram a ir, inclusive a gente: Estela, Camila, minha mãe, o Daniel, e eu. Fomos no carro da minha mãe e ela foi dirigindo. Foi a viagem mais silenciosa que já tivemos. Estava sentado atrás na janela. Vi o tempo através dela, estava muito escuro, nos tempos ensolarados agora ainda estaria claro, o tempo estava me deixando mais deprimido do que nunca. Sabe, quando uma coisa não da certo, e parece que até mesmo o tempo conspira contra você? Se você sabe, entendera o que eu estou dizendo, caso contrario um dia você vai saber, e vai entender o que eu estou dizendo. A morte, e a coisa mais simples... Pra quem morreu, mas pra quem fica é a coisa mais doloroso e penosa. Agora eu entendo como é perder alguém que você ama, e desejo profundamente que vocês nunca entendam!

Nesses devaneios de pensamentos, já estava chorando. De maneira silenciosa. Toquei na aliança que ainda estava no meu dedo, e prometi para mim mesmo que nunca a tiraria. Me lembrei que vi a aliança na mão do Deric, me perguntei que fim ela teria levado.

-Eu vi uma aliança na mão do Deric, o que aconteceu com ela? -Sem nem perceber essa pergunta pulou da minha boca.

-Eu a guardei, a bisavó dele, entregou pra ele quando ele ainda era apenas uma criança, na verdade ela entregou dois pares idênticos, era dela e do meu avô, valia uma fortuna, alias valem uma fortuna, mas o outro par não foi encontrado nos escombros do incêndio, o Deric sempre foi um rapaz muito encantador, ele dizia que só entregaria a aliança pra pessoa que ele tivesse certeza que nunca o abandonaria, seja em vida ou morte. Eu não sei porque ele segurava ela naquele momento, mas deve ter algum motivo. -Explicou o Daniel em lagrimas. Depois de ouvir tudo aquilo, eu já estava soluçando baixinho. Camila que estava no meio pegou minha mão e apertou fortemente.

Um sinal de que ela sentia muito.

Um sinal de que aquilo não ficaria assim.

Um sinal de que ela estará comigo para o que der e vier.

Um sinal de que se ela estaria comigo para fazer qualquer besteira, Estela também estaria.

Retribui o aperto.

Assim que chegamos, todos ficaram calado, o caixão estava no centro de uma sala, era preto, e ele estava fechado. Ao redor da tampa tinha algumas palavras que pelo que me parecia era grego antigo. Na verdade não eram palavras eram, uma escrita estranha. Porém deduzi ser alguma frase.

O Daniel foi cumprimentar outras pessoas que não estavam na minha casa. Minha mãe o acompanhou. As meninas foram ao encontro do Marcelo, elas sabiam que precisavam me deixar. Olhei ao redor e vi varias pessoas me olhando. Não liguei. Caminhei em direção ao caixão. Encostei minha mão nas palavras entalhadas. E passei o dedo sobre elas.

-A vida é apenas uma simples fase, começamos a viver e a entender tudo depois da morte, porque enquanto vivos, a mentira vive também, e depois que morremos todas elas também morrem. -Disse uma mulher ao meu lado, ela era loira, tinha as mesmas feições que as do Deric, essa era a mãe dele, ela ao contrario de todos estava de branco, e não de preto. -Você deve ser o Felix, prazer me chamo Beatrice. -Disse ela estendendo a mão até mim.

-Prazer, o que você acabou de dizer... -Eu ia perguntando mas ela me impediu e começou a dizer:

-Grego antigo, está escrito na tampa.

-Suspeitei. Como sabia meu nome? -Perguntei curioso.

-Apenas sabia. -Disse ela me olhando.

-Você é a mãe dele não é? -Perguntei apontando em direção ao caixão.

-Dele? Não, sou mãe do Deric. -Respondeu ela me deixando confuso. Ela levantou a mão até meu rosto e tirou o meu óculos. -Os olhos são janelas da alma, e com esses óculos não consigo ver a sua. -Disse ela dessa vez me olhando nos olhos, eu vi os olhos dela embranquecerem, e depois ficaram normais novamente. Fiquei confuso.

-Do que você esta falando? -Perguntei ainda confuso.

-Tanto amor entre vocês, agora entendo como está sendo difícil pra você, agora entendo o que a minha mãe Sheila sempre dizia. -Ela estava ficando pálida e séria, ela colocou os óculos novamente no meu rosto. -Vou deixar você. -Respondeu ela saindo.

Fiquei parado, olhando pro caixão. Eu estava tão vazio e acabado que minhas lagrimas saiam como se fosse uma coisa natural do meus olhos. Depois de um tempo o Daniel de juntou a mim, e assim ficamos. Até a hora do caixão ser enterrado.

Alguns homens foi levando o caixão, e agente foi seguindo caminho, as meninas e o Marcelo estavam ao meu lado. Estava ventando muito. Quando chegamos ao lugar da cova vejo que tem diversas arvores ao redor. O caixão já estava posicionado no lugar que se abaixava pra colocar no túmulo. O padre disse algumas coisas, e em seguida o Daniel, e por ultima, ou o que eu achava que seria a ultima, Beatrice, disse umas coisas muitos estranhas. E quando eu achei que já iriam abaixar o caixão o Daniel diz:

-Felix, você gostaria de dizer algumas palavras?

Eu fico atônito com a pergunta, mas balanço a cabeça em concordância.

-Ele era um ótimo garoto, ele foi um amigo que eu nunca tive, ainda não entendo porque isso aconteceu com ele. E também não entendo o motivo do incêndio, mas sei que ainda não estava na hora de ele partir. Eu só quero que ele vá em paz. -Falei, já derramando lagrimas. As meninas seguraram minhas mãos. E o caixão foi descendo, até já estar dentro da cova. Eu fiquei esperando alguém jogar as flores primeiro(Daniel, ou a Beatrice) mas eles apenas me olharam e fizeram sinal para eu jogar primeiro, e assim eu o fiz, joguei as flores em sua cova, e em seqüência o Daniel a Beatrice, e todos os outros jogaram também. A Beatrice veio até mim e disse ao meu ouvido:

-Sabe, na nossa família é uma tradição quem joga as flores primeiro joga uma mão de arei primeiro também, isso quer dizer que você é a pessoa que mais sente a partida do amado, mas que é a pessoa que mais quer que ele fiquei em paz. -Explicou ela enchendo minhas duas mãos de areia. -E você e a pessoa que mais fez meu filho feliz, você fez ele feliz mais que eu e o Daniel, é mais que justo que você jogue. -Conclui ela.

Eu a aceitei. Porém fui até o Daniel e entreguei um pouco de arei pra ele, voltei na Beatrice e entreguei um pouco de areia pra ele, e pela primeira vez eu a via chorando, mas ela chorava sem escândalo, apenas saia lagrimas dos seus olhos e eu podia ver o sofrimento no olhos dela.

"No três" ela fez sinal para o Daniel e para mim. Um. Dois. Três. E por fim nossas mãos ficaram livres de areia. O coveiro em seguida começou a jogar a areia com a pá, e um coral começou a cantar.

Depois de o túmulo estar completamente cheio de areia. A lapide foi colocada: "Aqui jaez um filho do senhor "E Deus amou o mundo de tal modo que deu seu filho unigênito para que morresse por nós, e para que todo que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna..." " e também tinha o ano em que o Deric nasceu e um símbolo do infinito.

-Sabe, aquele que amamos nunca nos deixam de verdade. -Disse o Daniel ao meu lado. Depois de nos despedimos das pessoas fomos embora. O Daniela ficaria na minha casa.

Chegando lá, vejo um carro estacionado na frente da minha casa, era um MBW azul.

Depois de descermos do carro vejo o Marcelo parado em frente a porta.

-Eu sai um pouco antes de vocês, e vim para ca. -Disse ele quando eu perguntei o que ele estava fazendo aqui. Já estávamos no meu quarto. As meninas também estavam.

Ficamos conversando até o Marcelo ir embora. Depois que ele foi eu e as meninas estávamos exaustos então dormimos. Agora vocês entendem o que aconteceu, e o motivo do meu sofrimento, mas quando a gente acha que não tem como piorar, piora.

Não fui pra escola no dia seguinte, e nem no resto da semana, o Daniel estava de folga, e minha mãe só foi trabalhar na sexta, e voltou uma hora da tarde. Depois de almoçarmos(Estela, Camila, Daniel, minha mãe e eu) ficamos sentado na mesa.

-Fe teremos que voltar pra escola semana que vem. -Disse Estela.

-Tudo bem. -Respondi.

-Filho, estava pensando se você não quer fazer alguma coisa, sabe? Pra ocupar a cabeça. -Falou minha mãe.

-Tudo bem também, vou pensar em algo. -Respondi pensativo.

-Que tal se fizermos academia, ou natação, ou até mesmo algum curso. -Falou Camila.

-Acho melhor fazer academia, eu e a Estela não temos a mesma paciência que você pra estudar Ca. -Disse, e todos na mesa deram uma risada fraca.

Eu estava tentando seguir a vida. Mas só percebi que era impossível no sábado a noite. Era oito horas da noite, estávamos todos na mesa jantando, quando o Daniel tirou a aliança do Deric do bolso da camiseta e falou com uma cara de espanto e desesperado:

-Fe... Felix, essa aliança no seu dedo e igual a do Deric, essa era a aliança da minha avó, você a roubou? -Disse ele se levantando da mesa.

Pronto, era agora que eu deveria dizer a verdade:

-Não a roubei, o Deric me deu. -Disse também me levantando.

-Como assim Felix?! -Perguntou minha mãe se levantando também.

A essa altura, Camila e Estela também estavam de pé. Elas estavam sentadas do meu lado. E minha mãe e o Daniel estavam sentados de frente pra gente.

-Eu e o Deric estávamos na... Namorando. -Consegui dizer finalmente. Quando você guarda um segredo muito poderoso por muito tempo, ele fica mais pesado, mais cansativo. E quando você o libera, é como se uma grande pedra que você carregasse tivesse sido solta por você. Mas essa pedra caiu em cima da minha mãe e do Daniel, e os machucou muito.

-O que você está dizendo? Que meu filho era gay?! -Perguntou o Daniel alterado.

-Sim, e eu também sou! A gente se amava, e eu ainda o amo, e não posso deixar mais isso guardado! -Gritei em resposta.

-O que você está dizendo Felix? Você só pode estar louco. -Falou minha mãe horrorizada.

-Calma tia. -Disse Camila tentando acalma-lá.

-Não diga para sugere calma! -Gritou minha mãe. A mesa estava começando a flutuar. E todos ao redor dela também, menos eu.

-Chega! -Gritei, e tudo caiu.

Todos ficaram me olhando. Assustados, eu me olhei no reflexo do armário, e vi que um olho meu estava vermelho e o outro verde, minha pele estava dourada.

-Mãe, por favor entenda. -Disse já chorando.

-Não me chame mais de mãe! -Gritou ela.

-Seu desgraçado, transformou meu filho e uma bixa! -Disse o Daniel vindo na minha direção.

"Chamei" o poder da Estela lá do fundo. E disse:

-Va se sentar agora. -E ele obedientemente foi.

-Saia da minha casa agora! -Gritou minha mãe novamente. -Você vai ficar igual ao seu pai. Louco. -Ela continuava a gritar.

A Camila foi no meu quarto e demorou uns cinco minutos, e enquanto ela demorava a minha mãe gritava insultos e palavrões pra mim. Fiquei totalmente desnorteado. Estela estava ao meu lado, ela estava abraçada comigo, e o Daniel continuava sentado.

-Chega, você acha que ele não tem sentimentos, você deveria apóia-lo. Esperava mais de você! -Gritou Estela para minha mãe. Que na mesma hora ficou calada.

Em seguida, Camila desceu com três bolsas.

-Vamos. -Disse ela quando nos viu na cozinha. Estela me puxou e seguimos Camila.

Já na rua eu perguntei:

-Pra onde vamos?

-Pra minha casa. -Disse Camila.

-Mas se não der Ca, podemos ir pra minha. -Disse Estela.

-Sem problemas, vamos pra minha, já falei com minha mãe e ela disse que não tem nenhum problema.

-Muito obrigado meninas. -Disse chorando.

-Não chora nego, vai ficar tudo bem. -Disse Estela me abraçando.

-Sabe gente, poderíamos formar uma Família, adotaríamos uma criança, e compraríamos uma casa na praia de preferencia, e seriamos feliz. -Disse Camila fazendo Estela e eu rirmos.

-Só vocês pra me fazerem rir em um momento desses. -Disse limpando as lagrimas.

-E Ca, já somos uma família. -Disse Estela.

Chegando na casa da Camila a mãe dela nos tratou com maio carinho.

-Fe você sabe que você e a Estela são como filhos pra mim, e não importa sua sexualidade, sua mãe uma hora vai perceber isso, e então vai ficar tudo bem. -Disse ela quando fui cumprimentar ela.

-Muito obrigado tia. -Disse a abraçando.

Em seguida fomos pro quarto da Camila, e fomos deitar. Acordei no meio da noite gritando. As meninas também acordaram.

-Outro pesadelo? -Perguntou Estela.

Uma das coisas que eu ainda não falei é que toda noite depois da morte do Deric tenho pesadelos, e em todos vejo o Deric sumir na escuridão e gritar pedindo socorro.

-Sim. -Respondi. Eu estava suado.

-Estamos aqui nego. -Disse Camila.

-E infelizmente ele não. -Falei já chorando. -Por culpa de uma única pessoa. -Falei com ódio nos olhos.

-Fe, calma. -Me disse Camila.

-Eu já tive calma, todo esse tempo, mas essa calma se esgotou. -Falei me levantando da cama. As meninas trocaram olhares assustadas.

-Fe você não pode perder o controle dessa vez. -Disse Estela se levantando também.

-Meninas tenho que ir. -Disse trocando de roupa.

-Fe, você vai perder tudo se fazer isso. -Disse Camila já ficando de pé.

-Perder o que? O meu namorado? A minha mãe? Pois é Ca, já perdi tudo que me amava, só tenho vocês, e sei que nunca vou perder o amor de vocês, não importa o que eu faça. -Disse pronto pra sair.

-Você tem razão, você já perdeu tudo o que tinha, e nosso amor por você não vai acabar em nenhuma circunstancia. -Disse Estela.

-Amo vocês meninas. -Falei saindo do quarto. Eu já estava na rua, eu olhei a hora no meu celular e vi que era uma da madrugada. Senti meu poder ao meu redor, estava flutuando no meio da rua, não sabia direito pra onde estava indo, só sei que não estava mais em mim, senti lá no fundo que a Camila e a Estela estavam a caminho, e que elas estavam acompanhadas, vi de relance coisas flutuando, onde eu passava ouvia as coisas quebrarem, os vidros trincarem, ouvia alarmes de carros disparando. Quando cheguei perto de uma balada, voltei a pisar no chão. Ouvi musica alta e percebi que se tratava de uma Rave, quando cheguei na entrada vi que tinha uma fila enorme. As pessoas eram todas estranhas(Do mesmo estilo que tinha na festa no dia do aniversario do Bruno) e me encaravam. Passei na frente de todas elas, cheguei no segurança.

-Olha só que engraçadinho, ta achando que só porque é boysinho é melhor que os outros. Acho melhor você ir pro fim da fila. -Disse ele me encarando.

-Olha só seu gordo, sai da minha frente e deixa eu entrar. -Disse, eu nem estava mais no controlo, mas sabia que tinha usado o dom da Estela pois no mesmo instante o cara sai da frente e deixou eu passar.

Eu andava sobre as pessoas, ia empurrando elas só com a força do pensamento, elas retrucavam, mas quando me olhavam, ficavam com cara de espanto.

Quando cheguei em um canto da festa, vi a Thifany com alguns garotos. Só agora eu notei que não tinha teto era um salão a céu aberto, ou melhor, um terreno baldio.

Na hora em que ela me viu ficou assustada.

-O que você quer? Não fui eu que causei o incêndio. -Disse ela já abrindo.

-Sabe, estou mais poderoso e sei que foi você sim. -Disse jogando verde.

-Meninos, esse é o Felix, o que quase me matou. -Falou ela, e em seguida os garotos entraram na frente da Thifany. Eu reconheci dois deles, era o rapidinho e o espinhoso. Os outro quatro eram desconhecidos.

-Seis contra um? Moleza. -Respondi com aquela voz maléfica.

-Na verdade tem mais, é que ele foram buscar bebidas. -Respondeu um gordo.

"Vem" fiz um sinal de cabeça chamando eles. Que sem demora veio, um garoto negro com dentes e unhas a mostra, quero dizer dentes gigantes e garras. Ele veio correndo em minha direção e pulou, eu só o joguei com a força do pensamento na parede, ele bateu fortemente a cabeça e desmaio.

A essa altura já tinha varias pessoas ao meu redor, e vários amiguinhos da Thifany, eu só os olhei e mandei eles brigarem entre si, e a guerra entre eles mesmo começou, todos estava correndo pra fora da festa. O terreno estava quase vazio, estava apenas os amigos da Thifany brigando entre eles, a Thifany, e minha mãe, Daniel, Beatrice, Diego, Fernando, Estela e Camila. Espera? O que eles estão fazendo aqui? Me perguntei, eles vieram na minha direção.

-Felix, esse não é o seu destino, tem coisa muito melhor pela frente. -Gritou Beatrice.

-Filho me perdoa, me perdoa. -Gritou minha mãe. E a essa altura eu já estava flutuando.

-Você me expulsou de casa e agora vem me pedir desculpas?! -Gritei com aquela voz maléfica. -Chega! -Gritei novamente, mas em direção aos amigos da Thifany, todos voaram para a parede, e caíram desmaiados no chão.

-Felix, por favor para, não queremos te machucar! -Gritou o Diego.

-Hahahaha. -Comecei a rir com a risada mais sombria que todos ali já viram. -Vocês, me machucarem? Eu que não quero machucar vocês! -Gritei. Tudo ao meu dedo flutuava(Garrafas vazias, mesas, lixos...).

-Garotos está na hora de agir, ele vai acabar machucando alguém ou até mesmo ele mesmo! -Gritou o Daniel.

O Diego levantou as mãos e começou a sair raios azuis da mão dele, vieram na minha direção. E eu os peguei com a mão como se fosse algo solido, e nada me aconteceu. Eles se espantaram.

-Só isso que vocês tem? -Perguntei com uma cara maldosa.

-Também posso fazer isso! -Gritou o Fernando. E de repente comecei a sentir frio, e vi ao meu redor gelo se formando, em minha volta. Me vi aprisionado em uma pedra de gelo gigante. Não conseguia me mexer, porém não precisava, vi minha pele brilhar mais forte, e o gelo começou a se derreter, e nada mais me aprisionava.

-Cuidado, vocês são fortes mas não podem me deter, ninguém pode. -Disse friamente. -Vocês três não quero que se machuquem, então vão pra lá. -Disse para minha mãe, Daniel e Beatrice, fiz os três voarem pra parede, mas não de modo agressivo, e os deixei presos lá. -Vocês dois sentem e fiquem quietos. -Ordenei, para o Fernando e Diego, e eles obedeceram. Sentaram no chão e ficaram quietos.

-Fe para. -Gritou Estela.

-Por favor. -Gritou Camila.

-Vou parar. -Disse me virando para ver a Thifany. Ela estava igual a um rato encolhida no canto da parede. A levantei, e comecei a enforca-lá. Ela nem tentou reagir, sabia que seria inútil. Ela já estava roxa quando a Beatrice gritou:

-O Deric esta vivo.

Eu a soltei na hora.

Eu perguntar porque ela disse aquilo, mas não deu tempo. Os caras de armaduras brancas apareceram, do nada, eu sabia que agora as coisas iam esquentar, joguei os três que estavam na parede pra fora do terreno. Em seguida tudo aconteceu muito rápido, dessa vez não era três caras, eram no mínimo dez, eles começaram atirar nos amigos da Thifany, nas minha amigas, nos primos do Deric, na Thifany e em mim, não pude fazer nada, no mesmo momento, eu cai, vi as garotas caírem também, não senti dor, só calma, e em seguida apaguei sem ver mais nada.

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Bom meu amores, enfim postei a part.2 do Capitulo 20, me perdoem por eu não ter postado ontem, estava dodói ;( kk ainda estou, mas estou melhor, espero que tenham gostado do capitulo, sei que está bem confuso, mas agora sim o bixo vai pegar na série hehe, bom o próximo capt vai ser o começo da segunda parte da série, melhor dizendo a segunda temporada, e só vai ser postado na próxima quarta, bom queria dizer que amei as musicas que vocês leram ouvindo, e que o Fe não tem nenhum poder de cura, e muito obrigado por comentarem, e me perdoem por fazer isso com o Deric, mas calma, capt 21 vocês irão amar. Comentem, me xinguem, fassam o que quiserem nos comentários, mas comente kkk, Bjs e abraços até o próximo capt ;*

Victor *

Comentários

Há 2 comentários.

Por ThunderBlade em 2014-08-05 19:50:16
E agora que vai começar o porradão,eu meio que fiquei emocionado nas próximas horas após o incêndio,principalmente na hora o enterro!
Por Felipe16 em 2014-07-30 22:18:11
Aaaaaaai que tudo! Chorei do Inicio ate quase o fim rsrsrs' sua serie eh perfeita amo amo amo amo! ... Estarei ancioso pelo proximo, so digo uma coisa ME SUPREENDA *-* Beijos do Fe ;D Me add no Whats por favor +556993751169 ... Por favor ;*