capitulo 27 - Simpatia Ranzinza

Conto de GibGab como (Seguir)

Parte da série A cor da loucura

Voltei. Não reparem no salto que dei de um capítulo para outro. Reparem sim. Mentira, não reparem. Ah! Reparem logo de uma vez.

Obs: isso é resultado de altas doses de cafeína.

Sammy Fox: completamente renovado. Obrigado e continue comentando.

ChrisDiamond: isso vai demorar Kkkkkk... Mas digamos que por enquanto está resolvido. Obrigado e continue comentando.

Henry Thorne: Sim, eu sei o que está pensando: esse cara é demais. Agora falando sério. Brincadeiras a parte, fico muito feliz que aprecie a série e tenha uma análise tão profunda. Obrigado e continue comentando.

leo lima: eu juro que tento não demorar, mas ultimamente tenho me deparado com coisas imprevisíveis. Mas sua espera acabou. Obrigado e continue comentando.

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— Por que está sendo tão irracional? Não foi você que pediu para ela me beijar?

— Isso não quer dizer que você deveria ter se animado tanto. Eu não te dei essa liberdade.

— O que está falando? Você namora a minha irmã.

— É mesmo, espertalhão? Você não pensou nisso quando teve a brilhante ideia de se declarar para mim em público.

— Está com ciúmes? — de confuso e um tanto irritado, Matheus passa a mostrar uma face mais alegre.

— Do que está rindo?

— Não adianta disfarçar mudando de assunto. Você está com ciúmes.

— Claro que não. Você está delirando.

— Rô, para com isso, admite.

— Não. Eu estava preocupado com Amanda.

— É mesmo?

— Pare com isso!

— parar com o que?

— Ah! Que menino inocente — Ironizei.

— Não faço a mínima ideia do que possa estar se referindo.

— É assim? Certo. Não se pode mesmo falar com você — ameacei deixá-lo.

— Rô! — ele me chamava. Não pude passar pela porta sem olhar para trás — Não vá ainda. Tenho algo a dizer.

— Não estou interessado em ouvir.

— Por favor, Rodrigo — ele implora, remando a uma calmaria que achei que não teria fim. Minha cabeça girou instintivamente.

— Eu vou me arrepender disso — digo — pode falar.

— Você nunca vai cansar ou se arrepender de me ouvir dizer o quanto eu te amo. Rodrigo, você pode me empurrar para qualquer pessoa no mundo, seja homem ou mulher, mas é de você que eu gosto e isso nunca vai mudar, por mais que você se afaste de mim. Como eu poderia superar um amor tão forte? Eu não sou forte como você.

— Eu não empurrei ninguém para cima de você. Você teria feito a pior besteira de nossas vidas. Eu impedi do jeito que pude.

— Outro diria que você não tem direito nenhum de vir reclamar depois do que fez.

— Tem razão. Não irá se repetir — dei alguns passos na direção da saída, parando assim que o ouvi falar novamente.

— Não! Eu não penso como os outros. Você tem todo o direito porque é o dono do meu coração.

— Fale baixo. Tem gente lá fora tentando ouvir o que estamos falando.

— Eu queria gritar para todo mundo o quanto eu te amo — ele sussurrou, estando agora muito perto de mim, passando o seu calor corporal sem me tocar.

— As coisas não são mais como antes. Olha, Matheus, de todas as pessoas que já conheci, a sua irmã é a que tem os sentimentos mais sinceros. Eu sei que não a mereço, mas estou fazendo o possível para merecer. Eu já cansei de perguntar para todos e para ela mesma o que poderia ter visto em mim. É tão difícil de acreditar que alguém tão perfeito se apaixone por um cara tão cheio de defeitos.

— E o que importa tudo isso? Duvido que o que ela tem no meio das pernas possa te satisfazer tanto quanto o que tenho.

— Agora você já está sendo groço.

— Agora você já está sendo groço — provocou imitando uma voz fina — Vem aqui que te mostro o quanto estou sendo groço — disse um tanto alto demais. Ele não parecia estar brincando. Eu podia sentir a sua aurea ruim cair sobre mim como uma onda em um mar vermelho.

— O que deu em você?

— Olhe na porra dos meus olhos e me diga o que vê. Como acha que estou me sentindo agora?

— Será que tenho que te lembrar a cada dois segundos que há pessoas lá fora?

— Que se dane! Eu espero que todos morram de diarréia, que sangrem pelos cús — gritou, obtendo resposta dos que estavam do lado de fora. Eram gritos sem qualquer significado. Eles apenas gritavam como selvagens, em resposta. — Nos meus olhos tem muita raiva, cansaço e todo amor que sinto por você — este último ele falou tão baixo que quase não consegui ouvir, tampouco os CUZÕES lá fora.

Fazia tempo que eu não via aquilo. Não se podia confiar no humor de Matheus, pois era instável, difícil de se lidar. Por isso, caminhei de novo até a saída. Só aí notei que a porta estava trancada.

— Você trancou a porta?

— Você não sairá daqui enquanto não aceitar que me ama.

— Quer apostar?

— O que você vai fazer?

E boom! Mais uma vez banco o menino mal. O que posso fazer? Já me ascustumei com isso. Será difícil conter meus momentos boom daqui pra frente.

O barulho da cadeira que arremesso na porta é seguido por gritos, a maioria femininos. Matheus se afasta, indo até o fundo da sala. Peguei o giz e escrevi no quadro: maŋɖҽm a cɷŋta paɾa mɩŋɧa mãҽ. Depois empurrei a mesa o mais rápido e forte que pude na direção da porta. CACETE!!! A porta se desmanchou como se fôra feita de isopor. Todos já haviam se afastado quando ouviram o primeiro golpe na porta.

Saí tranquilamente da escola. Não fui seguido ou coisa parecida. Ao sair, senti meus olhos queimarem com os raios de sol batendo sobre meu rosto. Foi bem semelhante a agonia — sim, agonia — de se tomar um sorvete rápido demais... Se você tomasse pelos olhos. Certo, tem um pouco de exagero, porém o que houve depois não foi mero acontecimento.

— Ei, cara! Acorda.

— O que?

— Você acordou. Tenho que te levar a um hospital.

— O que está acontecendo? Quem é você?

— É melhor deixar as apresentações para mais tarde. Eu estava indo levar o meu filho ao médico quando você pulou na frente do carro.

— Eu?

— Sim, você. O que estava pensando?

— Eu não faço ideia. Eu nem sei como cheguei aqui.

— Deve ter sido a pancada. Oh meu Deus! O que eu fiz? — ele pôs suas duas mãos na cabeça, esticando a pele, puxando os olhos — Temos que ir! Como se já não bastasse eu ficar sozinho com um bebê doente.

— Não! Eu não vou a lugar nenhum.

— Você vai sim e agora! — sua voz soou o mais autoritário possível — Eu não vou me meter em problemas e não vou perder o meu filho. Eu posso dar conta de tudo.

Minha teimosia não demorou muito.Ver o desespero daquele jovem pai com seu filho doente me comoveu. É de matar de rir, eu sei. As mãos daquele belo homem de cabelos espetados tremiam de nervosismo. Não quis atrasá-lo com um longo papo de "Ah! Vê-lo triste assim, me fez... Bla bla bla e bla bla bla", ainda mais vendo os berros de cortar o coração do bebê, então entrei de uma vez no carro. O estranho não fez questão de perguntar.

Assim que entrei pela porta do banco do carona, fui barrado por uma pilha de bugigangas. Estava P da vida por razões desconhecidas, assim resmunguei, citando aquelas lindas palavras tipicas de um bêbado maluco, o que me leva a pensar: "será que bebi?" o que me deu mais ideias: "oh meu Deus! Eu posso ter me casado com a Britney Spears em Las Vegas. Eu posso ter invadido a cerimônia de algum prêmio no momento em que entregavam à Taylor Swift. Eu posso ter rolado de tanto rir equanto entregavam outro à Lady Gaga". Minha coluna doía pra caralho, mas não acho que seja por ter sido atropelado por alguma cantora pop. O carro me causou danos retardados, que agora se manifestaram.

— Pode deixar. Eu tiro isso daí — disse o estranho.

— Sim, por favor. Eu nem consigo me mexer.

— Puxa, cara. Eu me sinto tão mal por você.

— Não esquenta.

E assim eu fiquei, esperando ele arrumar a bagunça, sentado na beirrada da estrada. Não demorou muito, o moço já estava pronto a me chamar. Levantei assim que vi sua boca se abrir, não dando oportunidade a ele. Ele ainda segurava algumas fotos e um quadro envolvido em papel em cada mão.

— Não tem mais espaço no porta-malas. Ele está cheio de pinturas.

— Você é pintor?

— Não, sou um vagabundo que pinta quadros. É muito diferente. Não é pelo dinheiro, tenha certeza. É pelo prazer de sentir que não sou um vagabundo qualquer.

— Se quiser, posso dirigir.

— Boa tentativa. É claro que não — negou secamente — Segure essa tela. Não me vá rasgar — disse, a entregando.

— Ok, ok. — bufei.

Curiosidade é meu nome do meio. Não é educado, porém tive que o fazer. Nem me importei com o fato de que o papel envolta não poderia ser posto de volta, pois ele teria que ser rasgado para revelar a pintura. Comecei a desfazer o embrulho, que já estava mal feito de qualquer forma. Minha mente podia estar me pregando mais uma peça, então passei a mão pelos olhos umas cem vezes, até ter certeza de que não estava embarcando no expresso arco-íris para o mundo da lua outra vez.

— Esse quadro, eu já o vi antes.

— É, mas talvez o tenha visto sem alguns detalhes adicionais. Foi encomendado por um senhor que se dizia muito rico.

— Esse senhor não seria dono de uma propriedade que se encontra passando por um lago e atravessando uma floresta?

— Está falando daquele ricasso que foi encontrado morto na sua mansão?

— Esse mesmo.

— Então ele voltou do mundo dos mortos só para me encomendar a réplica alterada de um quadro famoso? — interroga retoricamente — Muita sacanagem da parte dele, pois duvido que possa me pagar nestas condições.

— Tem razão. Bobagem a minha.

— Tudo bem.

— Então quem o encomendou?

— Um extrangeiro com o nome mais feio de que tenho conhecimento.

Misturei meus pensamentos confusos afim de torná-los ainda mais confusos, assim eu não precisaria lidar com eles. Os meus contribuentes para o tempo passar é repetir esse ritual a viagem inteira.

— Chegamos.

— Já?

— É claro.

Não tenho certeza se era um cosplay adaptado da enfermeira Joy ou uma tentativa desastrosa de tingir o cabelo de loiro. A recepcionista estava muito longe da personalidade de alguém que pintaria seu cabelo de rosa. Ela tinha uma carranca escrota que não deixava o seu rosto. Para ser franco, tudo era escroto naquela mulher. Imagine uma fusão entre a enfermeira Joy e a Minnie Ranheta do pica-pau.

— Senhora, eu...

— Senhorita! — corrigiu. Não poderia ser casada mesmo. Cinco segundos com ela e você saberia do que estou falando — Vocês terão que esperar, já vou avisando.

— Mas você ainda nem sabe o que...

— Ouça, eu não posso fazer nada em relação a isso. Duas cidades vizinhas estão com os hospitais em greve.

— Que merda! — deixei escapar.

— Não, nós não vamos desistir. Meu filho não vai morrer assim. Vamos a uma clínica ou hospital particular.

— Ei! Será que eu ouvi isso mesmo? — Interrompeu um homem de jaleco branco. Julguei ser um médico e era, de fato — Este hospital É PARTICULAR. O que a Srta. Lisboa disse a vocês, rapazes?

— Dr. Gabriel?

— Estou esperando suas explicações, Srta. Lisboa. O Sr. Dimitri pode não gostar da sua atitude. Já é a décima vez essa semana. Ajuda-la está se tornando cada vez mais difícil.

— Dr. Gabriel, não é?

— Correto.

— Essa moça/senhora/senhorita se recusou a atender meu filho, meu amigo/"víтιмa de aтropelaмenтo, cυjo aтropelador ғυι eυ мeѕмo" e eu.

— Muito bonito, Sra. Lisboa — a reprovou. Reprovou um bebezão quase nas beiradas da terceira idade. Ela seria o tipo de mulher jovem que parece velha, uma múmia zumbi.

— Senhorita!

— Não queira fazer exigências a mim agora.

— Desculpe-me, doutor.

E ficou assim: o bebê foi diagnosticado com uma leve intoxicação, proveniente de algum medicamento tomado por sua ama-de-leite, o que já é perigoso para quem não tem nem dois meses de idade direito, ou mesmo um; foram passados a mim alguns remédios para a dor; e peguei um taxi para minha casa. Um tempo se fez depois do dia que nos mudamos para nossa antiga casa afim de aumentar os cuidados com papai, recebendo a ajuda de mamãe. Aconteceu um mês depois do seu retorno, acredito. Ainda sofri com aquilo que se sente quando está de saco cheio de algo que outros julgam como uma perfeição humana. O cavalheirismo do meu atropelador me enjoava. Pensando bem, não era isso. Matheus e Arthur não eram cavalheiros, eram puxa-sacos. Eu estava cansado de puxarem meu saco.

— Estou falando com você.

— Ham? O que?

— Eu estava perguntando se não prefere voltar comigo.

— Garoto, você não vem? — gritou o taxista, buzinando e buzinando.

— Eu tenho que ir. Você precisa cuidar do seu filho.

— Tem toda razão. Eu só quis ser educado.

— Obrigado por tudo... É... Eu não sei o seu nome.

— Leonardo. Eu me chamo Leonardo.

— Obrigado, Leonardo. Eu me chamo Rodrigo.

— Rodrigo? — perguntou estupefacto — interessante — conclui.

O transito esteve uma droga. Saímos por volta das oito da manhã. Oito e meia as estradas já estavam entupidas de carros. Os carros se deviam às ferias. Espera! Ferias! Quando eu falava com Matheus, faltavam três semanas. Eu sumi por três semanas? Perguntas como essa rondavam a minha mente enquanto eu esperava o caminho vagar, quando vejo uma antiga conhecida. Paguei a corrida e me mandei até lá.

— Menino, de onde você surgiu?

— Perdão. A senhora está lembrando de mim?

— E como poderia esquecer?

Seu pescoço se inclinou, seus ombros ergueram-se a altura das orelhas, seus pulmões se encheram de ar. Era a forma de conter o choro mais estranha que já vi. Isso tudo muito rápido. Seria ainda mais estranho se fosse lento. Na certa, a notícia era muito grave. Isso me desviou de um certo papel que fazia volume no meu bolso.

— Rodrigo meu jovem, poderia me acompanhar até um lugar? Eu já sou velha e posso me perder ou sofrer algum acidente.

— É claro. Ficarei feliz em acompanhá-la.

Eu estava trêmulo de medo e deslumbrado ao mesmo tempo, contemplando a vista do terraço de um enorme edifício. O vento gelado e úmido da altitude, dado da mistura com a neblina, enchia minhas sombrancelhas de gotas de orvalho. Dona Dolores não demonstrava sentir a maça fria caída sobre nossas cabeças. Seu pensamento estava bem distante dalí. Concluí que um problema de ordem sentimental a fez sair de sua cidade para estar com um garoto perturbado no terraço de um prédio de tantos andares, considerando que todos sabem que o terraço é o lugar mais descuidado pela manutenção, logo correria riscos de despencarmos no último andar, despencando no penúltimo, no antepenúltimo etc. Eu só pensava assim, porque estava com medo. Altitudes elevadas são meu ponto fraco, mas aquela vista estava me convencendo. Tal fobia adiquiri ressentimente, coisa pra outra história.

— Eu consegui que os malditos jornalistas abutres não falassem de sua morte — falou espontaneamente. Não tínhamos um assunto antes disso — Não queria que sujassem a sua imagem.

— De quem está falando? Quem morreu?

— Por onde você andou, menino?

Não respondi, pois não sabia o que dizer.

— Tenha paciência. Você saberá de um jeito ou de outro — falou — Eu queria que você estivesse aqui para ver esta vista magnífica. Isto o inspiraria — ela disse baixinho. Não parecia estar falando comigo.

— Desculpe. falou comigo?

— Não é nada.

— Está se sentindo bem. Quer que eu a leve para casa?

— Não precisa — falou chorosa — Essa vista parece ter saído de um sonho. Nos sonhos tudo parece tão perfeito. Eu queria poder dormir para sempre.

Saímos do prédio em uma tranquilidade só, contudo, à velha promessa de que tudo dê errado, a tontura das três semanas voltou. A luz aumentava do mesmo jeito, seguida de um clarão total. E após, a escuridão tomava meus olhos e também minha mente, sumindo com o branco da luz intensa.

E̲s̲s̲a̲ ̲m̲a̲n̲h̲ã̲,̲ ̲a̲ ̲s̲e̲n̲h̲o̲r̲a̲ ̲D̲o̲l̲o̲r̲e̲s̲ ̲S̲a̲n̲t̲i̲a̲g̲o̲,̲ ̲e̲s̲p̲o̲s̲a̲ ̲d̲e̲ ̲u̲m̲ ̲c̲e̲r̲t̲o̲ ̲m̲é̲d̲i̲c̲o̲ ̲e̲ ̲p̲e̲s̲q̲u̲i̲s̲a̲d̲o̲r̲,̲ ̲r̲e̲s̲p̲o̲n̲s̲á̲v̲e̲l̲ ̲p̲o̲r̲ ̲u̲m̲a̲ ̲s̲é̲r̲i̲e̲ ̲d̲e̲ ̲e̲x̲p̲e̲r̲i̲m̲e̲n̲t̲o̲s̲ ̲i̲l̲e̲g̲a̲i̲s̲ ̲q̲u̲e̲ ̲b̲u̲s̲c̲a̲v̲a̲m̲ ̲a̲ ̲c̲u̲r̲a̲ ̲d̲a̲ ̲A̲i̲d̲s̲,̲ ̲f̲o̲i̲ ̲e̲n̲c̲o̲n̲t̲r̲a̲d̲a̲ ̲m̲o̲r̲t̲a̲ ̲e̲m̲ ̲s̲u̲a̲ r̲e̲s̲i̲d̲ê̲n̲c̲i̲a̲.̲ ̲A̲s̲ ̲s̲u̲s̲p̲e̲i̲t̲a̲s̲ ̲s̲ã̲o̲ ̲d̲e̲ ̲s̲u̲i̲c̲í̲d̲i̲o̲,̲ ̲u̲t̲i̲l̲i̲z̲a̲n̲d̲o̲ ̲a̲l̲t̲a̲s̲ ̲d̲o̲s̲e̲s̲ ̲d̲e̲ ̲m̲e̲l̲a̲t̲o̲n̲i̲n̲a̲ ̲e̲ ̲p̲r̲o̲p̲o̲f̲o̲l̲...

̲

O jornal tinha a data de hoje. Era impossível ter estado com Dona Dolores uma hora e alguns minutos atrás. Estranhamente, isso me lembrou do papel que estava no meu bolso. Além disso, a data não correspondia ao dia posterior ao último dos meus surtos com Matheus na escola. Fiquei três semanas e um dia aonde só deus sabe lá. Posso ter feito qualquer coisa, pois alguma coisa me dizia que não passei três semanas dormindo no meio da estrada e que depois, no minuto em que saí do taxi, voltei a hibernar por mais um dia.

O amor podia ser bem cruel e dominador. Que fuja! Ele sempre te encontra. E não se engane, ele sempre machuca. Ou por acaso nunca percebeu que quanto mais intenso e doloroso, mais você o quer? Mas há um limite.

Matheus me olhava paralisado enquanto eu me dividia entre ele e o jornal que estava lendo. Seus braços lutavam para se abrir. Ele os levantava, mas os soltava antes que chegassem a altura da cintura. Tranquei minha expressão na esperança de que ele entendesse que a última coisa que eu precisava agora era um abraço dele. Aquilo só me deixaria mais confuso. Quem sabe, eu soubesse a resposta, porem tinha medo de admitir. Eu não teria coragem de fazer por Ana o mesmo que a Dona Dolores fez por seu marido. Matheus? Acho que não conseguiria viver sem ele.

— Droga, Rodrigo! — ele me abraçava violentamente, empurrando minha cabeça com uma das mãos e apertando minha cintura com a outra, afundando meu rosto em seu pescoço — Nunca mais me deixe sem que antes eu diga o quanto te amo.

— Pode me soltar, por favor? — falei secamente.

— Eu não vou te soltar. Quero morrer abraçado a você.

— Matheus, as pessoas estão olhando — Matheus me largou depressa, passando os olhos por todos em volta — Não tem ninguém olhando. Estão todos muito ocupados com seus compromissos que não prestam atenção em outra coisa.

— É mesmo? — perguntei dentro

do táxi que acabara de pegar, com um sorriso vitorioso.

— Ei! — gritou me vendo partir.

No carro, Busquei o papel em meu bolso. Era um simples papel de caderno com uma frase confusa. Um enigma a ser decifrado, soube na hora.

N̲ã̲o̲ ̲s̲e̲ ̲e̲n̲c̲a̲i̲x̲a̲ ̲u̲m̲ ̲c̲u̲b̲o̲ ̲e̲m̲ ̲u̲m̲a̲ ̲a̲b̲e̲r̲t̲u̲r̲a̲ ̲c̲i̲r̲c̲u̲l̲a̲r̲.

̲ ̲A̲s̲s̲:̲ ̲P̲.̲ ̲😁

O que?

Mas que porra é essa?

A carinha sorridente me pareceu provocativa.

Um desafio?

Faltavam cinco para as doze quando cheguei em casa. Mamãe estava jogada na sala de estar, com a maquiagem borrada, sem demonstrar nenhum vestígio de surpresa. Eu nunca a havia visto tão derrotada.

— Mãe.

— Você? O que faz aqui?

— Como assim? Eu também moro aqui, esqueceu? — perguntei em um tom educado — mãe, o que está acontecendo?

— É você que me faz esta pergunta?

— Você está estranha.

— E como queria que eu ficasse? — pergunta rispidamente — Rodrigo... Já pro seu quarto!!! — disse enquanto exitava em me abraçar. Ela estendeu seus braços na altura dos meus ombros, os afastando rapidamente.

— Mãe... — lamentei com descrença. Aquilo não podia estar acontecendo. A sensação me veio outra vez, a sensação de que o poço só podia ficar ainda mais fundo. A situação me lembrou outras anteriores. Queria evitar o abraço de uns, no entanto, de outros eu desejava mais que tudo.

— Tudo bem. Espero que saiba o que está fazendo.

— Eu também.

Subindo ao quarto, dou de cara com Victor. Victor foi mais receptivo, porém ainda mais silencioso que nossa mãe. Ele me abraçou, girando pelo corredor. Muitos diriam que estávamos dançando. A sonoridade do silêncio também me dizia isso.

— Estamos parecendo dois viadinhos, não é? — ele perguntou.

— Tá mais pra duas moças melosas — suspirei — Mas você se importa?

— Nem um pouco. Viva aos viadinhos.

— Viva! — exclamei, mesmo com pouco humor para isso — e às moças melosas — acrescentei — não se esqueça das moças melosas.

— Viva!

Ele era simplesmente fantástico. Agradeço ao meu irmão por ser tão compreensivo. Ele não me exigiu explicações, nem pediu. Por isso não exigi explicações quando ele me levou ao quarto de nossos pais. Não quis perguntar. Me deixei ser conduzido.

— Ele vive indo e voltando do hospital por insistência da Helena, mas o médico disse que já não há o que fazer. Ele está lá agora.

— Pensei que fosse me levar até ele.

— Amanhã.

— O que estamos fazendo aqui?

— Lembrando dos velhos tempos — respondeu — Lembra quando ficávamos sozinhos em casa porque nosso pai trabalhava muito?

— Não, não lembro, porque mamãe sempre esteve por perto.

— Esqueça essa mulher por um instante. Tenha um pouco de consideração por mim.

— Está bem. Prometo que será um momento só nosso — respondi a Victor. Estava sendo totalmente sincero. Não era algo que diria a meu irmão só para confortá-lo.

— Você sempre me seguía quando eu saía da minha cama e vinha à cama de nossos pais depois que Helena saía. Sabe por que eu fazia isso?

— Eu sempre achei que era por solidão. Deduzi que você não achava suficiente encontrá-lo apenas durante as refeições e nos fins de semana — falei. Em seguida, um breve silêncio — Então eu o seguia e ficava com você para que não se sentisse sozinho.

— Aquilo só piorava tudo, desculpe.

— Sério? E como poderia? — perguntei, esperando não ouvir o que já era de se esperar de Victor. Victor, na infância, não era exatamente meu fã. longe disso.

— Eu odiava tê-lo por perto. Sua presença me sufocava. Lembra quando você quebrou a perna?

— Não, Victor — lamentei antecipadamente.

— Isso mesmo. Eu sinto muito por isso.

— Victor, você não é assim.

— Eu nunca fui um bom irmão, nem mesmo agora.

— Você mudou muito.

— Não o suficiente para te compensar por tudo que fiz de ruim a você.

Pobre, Víctor. Ele não poderia imaginar que oque ele fez é um tapinha nas costas comparado ao que outros vêm fazendo comigo.

Ele me convidou a ficar na cama, sem nada para falar. Irmãos não são tão próximos nessa idade. Parecia uma despedida, lembrando os velhos tempos. O mundo lá fora não existia. Não precisamos nos preocupar com um mundo que não existe.

— Ele não vai poder conhecer os próprios netos — afirmou meu irmão.

— Não vai estar no casamento dos filhos.

— Ele não irá a formatura dos dois.

— Rodrigo?

— Sim.

— Ele vai contar quando achar que deve.

— Obrigado por me dar ao menos uma certeza.

— Ainda vejo esperança em seus olhos.

— E haverá até que tudo isso acabe.

— Posso entrar? — solicita HҽӀҽna. Um equívoco já que estava dentro.

— Você já está dentro — observou — Acho melhor ir embora. Algo aqui não cheira bem. Rô, se precisar de mim, estarei no banheiro vomitando.

— Victor, eu preciso falar com os dois. É algo importante — adiantou, porém Víctor a ignorou e seguiu seu caminho. Ele não estava brincando quando disse que ia ao banheiro — Victor!

— Não perca seu tempo.

— Eu sei.

— O que? Que está perdendo tempo?

— Não. Eu estou ganhando um pouco estando aqui com vocês. Eu quis dizer que sei que estou errada o tempo todo. Desculpe.

— Eu não posso fazer. Não posso te desculpar. Não posso dá perdão a mais ninguém. Sabe, as pessoas precisam aprender a viver sem culpa e sem depender das desculpas alheias. Por que você mesma não se desculpa?

— Por que? Porquê sua mãe é uma vadia.

— Conviva com isso.

— Está concordando?

— Você é o que quer ser.

— As pessoas não são o que querem ser — ela falou e o cheiro de álcool dançou de cabeça para baixo no teto e nas paredes, chegando até meu nariz.

— Está bêbada?

— Eu não queria estar bêbada. Eu só queria ter a coragem que se tem quando está. Viu? As pessoas não são o querem ser.

— E tomou coragem o suficiente?

— Sim.

— Então as pessoas são 50% do que querem ser e 50% do que não querem.

Eu caminhava sozinho pelos corredores do hospital, quando avistei Glória Ramos vindo na minha direção. Ela soube que eu estava de volta e me ligou para nos encontrarmos no hospital. Pensei que ela fosse descarregar toda a sua raiva por ter abandonado sua filha em um momento crítico. Mas não. Ela agiu como se não tivesse se dado conta. Foi o absurdo da indiferença.

— Oi — acenei, pondo a cabeça para dentro do quarto.

— Oii, meu amor!!!

— Olá, filha. Desculpe por não ter avisado. Queria fazer uma surpresa — interrompeu a Sra. Ramos.

— E que surpresa — diz Ana — Obrigada, de verdade. Só vendo com meus próprios olhos para minha cabeça dura acreditar que ele está bem.

— Vou deixá-los a sós. Já sei que é o que você quer, e gostaria de prolongar seu bom humor.

— Será que ela não pode aguentar um minuto sem me alfinetar? — disse depois que sua mãe se retirou.

— Você também não dá brecha.

— Como é que é?

— Nada.

— Foi o que pensei.

— Diz aí, quando você vai sair deste lugar?

— Eu não sei. Ainda tenho que fazer alguns exames.

— Estou com saudades.

— O que eu posso fazer? Eu também estou. Vai ficar tudo bem, amor. Vai ficar tudo bem se você quiser que seja assim.

— Eu quero.

— Por enquanto — ela retruca. Meus olhos quase soltaram as órbitas, mas de imediato mudei a expressão para que ela não percebesse o que deixou escapar — Nunca se sabe o que pode acontecer — explicou — Poderia chamar a minha mãe?

— Quer ajuda para fazer alguma coisa?

— Sim. Eu ainda estou um pouco debilitada, fraca.

— Não prefere que eu a ajude?

— Não! — esbravejou alto. Pensei até ter visto uma média faísca escapar da sua boca. A mesma tomou seus olhos por segundos — Não precisa. Você tem muito o que fazer. Ouvi dizer que por pouco você não foi reprovado. É estranho, porque quando chamava por você, todos me diziam que você estava estudando.

— Eu não quero me preocupar com isso agora. Você é tudo com que me importo neste momento.

— Rodrigo, é sério mesmo, não estou me sentindo muito bem hoje. Você não vai aguentar meu humor explosivo e nebuloso.

— É mesmo? Eu nem notei a diferença.

— Meu namorado e suas piadinhas infames. Penso que se sua mãe tivesse ficado com a placenta, com toda certeza, ela teria uma carreira melhor que a sua no ramo da comédia. Você escreve piadas para apresentadores de programas de calouros?

— Caramba, Ana! Eu só estava brincando.

— Eu avisei.

— Bem, eu não pensei que fosse sério, considerando que a primeira vez que fomos juntos ao shopping, como namorados, você fez duas garotinhas de seis anos chorarem.

— Duas garotinhas, um garoto de doze no cinema e a moça que estava se trocando no box ao lado do meu — completou.

— Ana!

— O que foi? Qualquer vestido ali a deixaria gorda. Só disse a verdade.

E por incrível que pareça, é a pura verdade. O problema de Ana não é exatamente uma antipatia que a fazia odiar a todos. Ela não passava de uma mal-humorada sincera. Sua sinceridade estava tão além que chegava a ser, de certa forma, ingênua, pois quase sempre ela não fazia ideia de que estava machucando alguém. Para completar, é uma das raras pessoas que tem o que eu chamo de simpatia ranzinza. Como explicar? É como uma mistura de bebê malvado — o que lhe faz parecer adorável —,lady inglesa e comediante de barzinho. Não pense que ela é má de verdade. Ela pode expor o seu lado adorável quando bem quiser. Pode-se dizer que ela herdou um pouco da arrogância da família. Em hipótese alguma diga isso a ela, e nem se atreva a criticar o seu irmãozinho preferido perto dela. Matheus era o único familiar que Ana considerava... Familiar.

— Você tem que aprender a ser mais delicada.

— Eu não pedi para chamar minha mãe‽

— Eu já disse que posso te ajudar — levantei de prontidão a ajudá-la.

— Não me toque!

— Como é?

— Eu já disse, não me toque.

— É isso mesmo que estou ouvindo?

— Eu acho que por hoje chega de Rodrigo.

— Mas...

— Mas o que?

— Não é nada. Eu já vou indo.

— É o melhor que pode fazer se quer me ajudar — disparou — E não se esqueça de chamar minha mãe.

Todos estavam agindo de um jeito estranho. Não passou pela minha cabeça que Ana entraria naquele jogo.

Me sentei encostado à parede e permaneci até que chegassem as vozes desordenadas. Qualquer ruído que não fosse provocado por cordas vocais humanas não entrava nos meus ouvidos, exceto o som de aparelhos vindo do andar de cima. Minhas pernas se moviam sem a minha permissão. Segui até chegar em um quarto onde o barulho ficou maior. Tinha choro pra todo lado no corredor.

Não foi nenhuma super audição que me guiou até alí. Meu instinto usou minha imaginação para chegar ao quarto.

Entrei sem qualquer cuidado em ser visto. Uma pobre alma a beira da morte, foi o que encontrei. Era tão fácil admitir. Eu me perguntava se ninguém próximo via como uma tortura. Deve ser difícil estar com o corpo tão quebrado que não pode falar ou abrir os olhos. Isso me faz lembrar de uma simples reflexão que um dia ouvi sair da boca do meu velho: " a vida é tão preciosa. Estando vivo, por um certo tempo, pode-se escolher se deve permanecer vivo ou estar morto. Estando morto, não se pode escolher estar vivo". Eu duvido que aquela moça achasse a sua vida tão preciosa agora. Ela estava viva, mas não podia escolher estar morta. Supondo que alguém — os médicos, os amigos ou a família — podia escolher por ela a vida, por quê outro não poderia?

Senti um cheiro doce-metálico e um leve ardor no céu da boca. Tudo mera sensação psicológica. Era aquela presença de sangue. Quero dizer, aquele mesmo incômodo que se sente quando o sangue exposto está presente. Mas não havia sangue em lugar nenhum. O que vinha à cabeça era, na verdade, morte, que se associava ao sangue. Eu me senti a própria morte diante daquela infeliz mulher doente, tendo sua vida em minhas mãos.

Meus pensamentos foram interrompidos por duas sombras que se materializavam, projetando-se na parede atrás da cama. Não me dei ao trabalho de mover um músculo para me virar.

— Tão desprovida — disse a voz feminina.

— Desprovida de que, mulher-coisa-nenhuma? — questionou a voz masculina.

— De liberdade. De opção — ela ignora o adjetivo associado — Ela deve desejar que a pesada rocha escura a atinja de uma vez, pois agora parece apenas um manto negro tão leve e fino que quase não se sente o toque.

— Você enfeita a morte? Não, você enfeita o desejo de tirar a vida de um semelhante. O que está ao alcance de todos é esperar. Seja a lei do homem ou de Deus, a punição virá.

— Os seus camaradas do bar da nuvenzinha rosa são assim. Lá embaixo a coisa é diferente. Nenhum de vocês já soube como é estar vivo em carne e osso, exceto, é claro, pelo namorado da Madonna.

Agora uma está a minha direita e outro a minha esquerda. Posso ver seus rostos perfeitamente se me virar para um dos lados. É tão chato ter que ficar somente no calar-e-ouvir. O que eu teria a dizer? Eu realmente precisava de uma segunda opinião, até sexta opinião se possível.

— O que isso quer dizer? — interroguei — Digo, o que importa se ela vai morrer hoje ou amanhã se de um jeito ou de outro ela vai acabar morrendo?

— Cada um tem seu próprio tempo de morrer. Deus tem um tempo para todos nós.

— Deus é sempre dono de tudo. O que sobra para você e os seus, garoto?

— Eu não sei.

— Sobra a beleza. Não se engane com as palavras de quem nem conseguiu ser o que foi feita para ser. Os seres humanos são atraídos pela beleza e há beleza em tudo: na pureza, no amor, na melancolia, na fantasia, no poder, na felicidade, na vida e na morte. Tudo depende da situação e do ponto de vista. Você não busca a liberdade, mas sim a beleza da liberdade. Não há coisas mais importantes?

— Você disse que o ser humano é atraído pela beleza — o lembrei — Naturalmente, essa seria a coisa mais importante.

— Sim, mas não só por ela. Já se perguntou por que os homens têm vivido por tanto tempo? Há uma conexão estabelecida entre vocês além do que cada um ache belo no outro. Vocês sabem que são iguais e que dependem um do outro.

— Por isso fazem guerras, matam e roubam os seus.

— Não são perfeitos.

— Estão longe de ser.

— Você não pode julgá-los, pois não passa de uma experiência fracassada de humano.

Um calar de bocas até que as imagens sumissem no ar. Deixei o quarto. Foi minha decisão, pois realmente eu não era dono da vida de ninguém. Eu não estava dando liberdade a ninguém. Pelo contrário. Eu podia estar tirando dela a oportunidade de conseguir ver a beleza da vida.

Eu estava descendo. A escada estava cheia de pessoas indo para cima e para baixo. No meio daquela multidão, que juro estarem a ponto de me pisotear se eu caísse, um homem confuso se destaca na minha visão.

— Tio, é você mesmo?

— Sim, sou eu.

— O que está fazendo aqui? E com esse jaleco? Não me diga que...

— Sim, Rodrigo. Ninguém vai me manter longe dessa profissão. Para garantir, estava assistindo algumas aulas como ouvinte. Eu tinha a impressão de que iria precisar. Esta manhã um antigo colega veio oficializar o convite.

— Fico feliz por você.

— Obrigado. Mas temos que ir.

— Aonde vamos?

— Não temos tempo para perguntas.

Eu estava em uma lanchonete a dois quarteirões do hospital. Uma das muitas por ali. Não tinha uma vibe muito convidativa, com suas paredes amarelas e todas as cadeiras e mesas vermelhas. Creio — só por acaso mesmo — que se trata de uma tentativa de lembrar ketchup e mostarda. Então sugiro que pintem novamente, pois o amarelo esverdeado não me dá uma imagem muito saudável do que pode estar sendo servido. Aproveitem e troquem as mesas e cadeiras, que já fedem a sua cor representante juntamente com uma pitada de vodka. Aquela altura seria impossível remover o odor impreguinado. Ou se não forem trocá-los, ao menos retirem as pizzas de chiclete tamanho família grudadas debaixo das mesas.

— Delegado?

— Que ironia, Senhor Rodrigo. Eu, você e o Dr. Ramos juntos mais uma vez. Só falta aquele seu amigo.

Suspirei alto, depois prendendo a respiração. Soube na hora o que estava por vir. Só resei para que não envolvesse Matheus.

— Apenas um nome, delegado. Só preciso de um nome.

— Romeo Romão C. Guedes.

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Comentários

Há 5 comentários.

Por ChrisDiamond em 2016-03-01 07:48:39
Ai Henry kkkkkkkkkkkk abstinência de séries :3 não sou muito de comentar, ainda mais agora que muitas series que eu leio não voltaram :/ mas eu gostei do capítulo e foi um capítulo diferente como se fosse uma reviravolta de filme, estava relendo alguns capítulos e essa senhora que morreu só pode ser a Dolores, minha gente essa história está muito causadora, tenho minhas teorias sobre o ocorrido, mateus ama o rô e ele corresponde, sinceramente rodrigo merece uma pessoa melhorzinha, mateus pelo seu passado pode mata lo durante o sono kkkkkk só teorias, seria pedir demais outro capítucentrado no kevin? :3
Por Henry Thorne em 2016-02-28 23:54:40
Vê se volta
Por Henry Thorne em 2016-02-28 23:54:09
Amei, amo e quero mais, bem longo o capítulo, por isso foi bom, foi diferente, foi uma nova realidade na série, apesar de ainda não ter sido tão explorada devido a narração de fragmentos de diferentes tempos, adorei o Mateus se declarando, mas o Rodrigo merece mais mat o ama, o adora, o deseja mais é psicopata, ainda bem que Rodrigo está resistindo, fiquei com medo do Rodrigo no apartamento da senhora e depois ela morta, quem fez isso? Ele a matou, adoroo cada vez mais misterioso.
Por Sammy Fox em 2016-02-22 09:53:36
Complexo e interessante, longo como uma série de TV e deixou muitas perguntas e nos trouxe algumas respostas, Mateus ama Rodrigo o mesmo corresponde mentalmente e isso é ruim mas ele tá certo em querer distância e é uma pessoa com atitude por ter feito isso, por esse capítulo acho que a história está longe de acabar e eu amei isso afinal eu gostou muito da cor da loucura, foi uma das minhas primeiras séries que eu acompanhei, no aguardo do próximo
Por Henry Thorne em 2016-02-20 20:30:05
Desculpe but who is Romeo? Não me lembro desculpe, sobre o capítulo achei confuso mas depois eu vi que não estava pois minha falta de atenção é brutal e me dei conta que estava contando pedaços de tempos diferentes, achei triste, Rodrigo ama Mateus :/ mais que Anna, isso deixa ele confuso demais e quero saber como diabos ele foi parar casa daquela senhora? E por que não se lembra e como foi aparecer? Gente muitas perguntas, deixou implícito que todo mundo sabe que Mateus ama Rodrigo, isso vai se desvatador para Anna, Kevin aka Arthur fez falta neste capítulo e devo confessar que me emocionei com a declaração de Mateus🌚 mesmo achei lindo, foi estranha a retirada do Rodrigo na hora e esse pessoal fofoqueiro eu hein, do lado de fora ouvindo, credo, bom amei demais ansioso pelo próximo e estou com medo do assassino, ele nunca aparece só para matar mesmo kkkkkk a não ser que ele seja um personagem e cadê os elementos sobrenaturais/delirantes? :3