capitulo 23 - vai mesmo fazer isso?

Conto de GibGab como (Seguir)

Parte da série A cor da loucura

Segunda temporada cancelada por tempo indeterminado. Não façam cara feia. Alguns de vocês são culpados.

Vou ter mais uma dificuldade em postar: vou começar a trabalhar. São apenas alguns dias da semana, mas já atrapalha bastante.

Salvatore: Que bom que gostou da música. Obrigado por me dar uma força, um incentivo.

Henry Thorne: Muito feliz por você não ter me abandonado. Obrigado. Quero ver sua série de volta.

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Me escondi no meu próprio medo, não tendo noção do que estava acontecendo. O trauma da morte dos meus amigos ficou para sempre guardado em minha mente, e já dava sinais. Era difícil me familiar ao vermelho. O pior era que eu precisava disso.

Achei que os gritos de Ana fossem uma piada. Eu nem cheguei a penetra-la. Como não tinha muita experiência, comecei a pensar que o tenha feito sem perceber. O sangue escorria por debaixo dela e eu não fazia a mínima ideia de onde podesse estar vindo o sangramento. Os lábios de minha namorada ficaram roxos, sua pele empalideceu, seus olhos começaram a se movimentar sem controle. Me desesperei procurando ajuda. Ana já havia me dito: não havia ninguém na casa. Nem tanto, pois eu sabia que Matheus estava lá. Voltei para ver o que podia fazer. Seus olhos estavam se fechando. Num movimento rápido e desesperado, ela abre os olhos e me chama gesticulando com o dedo. Eu me aproximo, chego bem próximo de sua boca para escutar o que tinha a dizer.

— Eu vou morrer, Rodrigo — murmurou antes de desmaiar.

— Ana, Ana, Ana acorda. Isso não pode estar acontecendo.

Meus gritos de socorro foram ouvidos por seus pais que voltavam das compras e seu irmão que chegou primeiro, com fones de ouvido. Eu sabia que os fones de ouvido podiam ser muito bem uma desculpa para fingir que não estava me escutando. Deduzi que Matheus correu para o quarto de sua irmã quando avistou seus pais chegando perante meus gritos. A primeira reação de Matheus foi de susto. Ele se aproximou de Ana já desacordada, pegando em sua mão e se afastando logo depois. Agora ele me encarava com vestígios de ódio que foram aumentando até chegar no ponto crítico. Achei que sua raiva fosse por ter achado que eu e Ana tínhamos feito algo, mas estava enganado.

— O que você fez? — ele me empurrou, me encostando contra a parede e apertando os dois lados do meu rosto com uma só mão.

— O que?

— O que está acontecendo aqui? — perguntou o Sr. Ramos sem perceber Ana – Minha filha. Mas o que... Glória, faça alguma coisa. Eu... — ele entrou em pânico ao nota-la na cama ensanguentada.

— Meu Deus! Temos que chamar a polícia e um médico — falava Glória enquanto corria para verificar o pulso de sua filha.

— Você! Você, garoto! — Sr. Ramos me apontou o dedo — Pode me dizer o que estavam fazendo? Eu vou te matar! — berrou, dirigindo suas mãos ao meu pescoço.

— Não! Pelo amor de deus, não cometa uma barbaridade dessas.

Glória segurava suas mãos. Não foi suficiente para detê-lo, porém, me deu tempo para escapar. Matheus ainda segurou meu braço, e pensei que ele deixaria seu pai me bater, mas quando olhou nos olhos de seu pai, ele percebeu que o "coroa" não estava brincando quando disse que iria me matar, e me soltou. Quando estava para cruzar a porta, Ana acordou e estendeu sua mão para mim. Eu não podia abandoná-la. Continuei ali como um homem. Não iria por nada me rebaixar e fugir como um covarde. Segurei a mão de Ana e confrontei seu pai, que vinha a mim com toda sua fúria.

— Pode me bater. Eu não vou sair daqui. Não vou abandoná-la.

Minhas palavras golpearam seu coração, deixando-o rendido, caído de joelhos. Passou-se um tempo sem que ninguém me dirigisse a palavra. A ambulância chegou e não me deixando que entrasse nela, Ramos-pai me bloqueou a passagem, fez sinal negativo com o dedo. Avisei minha mãe as presas e peguei um táxi, sem esperar por sua permissão.

No hospital, todos tiveram reações diferentes. Sr. Ramos apertou os punhos, controlando-se para não pular em cima de mim; sua esposa deslizou a mão sobre seu rosto rosto, me passando a mensagem de "O que está fazendo aqui? Sabe que está correndo risco de vida"; Matheus não tirava a tristeza do rosto. Johnny chegou como um alívio para mim. Ele me entenderia. Como esperado, depois que falou com sua família, ele veio falar comigo.

— E aí, moleque? Você não deve estar nada bem, heim?

— É, não estou. Pode me dizer o que aconteceu? Eu sei que eu deveria saber, mas não faço ideia do que aconteceu naquele quarto. Eu nem tive coragem de ver o lugar que estava sangrando.

— Ela levou uma facada nas costas, literalmente.

— Como consegue falar isso com tanta calma?

— É que eu não quero mais ter que chorar por um dos meus irmãos — ele baixou a cabeça — No fundo, eu to quebrado.

Matheus sempre estava falando mal do seu irmão, e cheguei a pensar que Johnny era tudo que ele dizia. Saber que ele se preocupava assim com os irmãos, me surpreendeu. Agora eu sabia que era Matheus que tinha uma implicância com ele.

Percebendo minha aproximação de seu irmão mais velho, o caçula fez uma cara de poucos amigos. Era nítido que ele estava incomodado, no entanto, preferiu se fazer de educado e compreensível por um breve momento. Quis recuar e me mandar dali quando o vi se dirigindo a mim. Ele não conseguia disfarçar o caminhar rápido e furioso. Tanto que quando chegou perto de mim, me espantei por ele não ter me batido. Ele me encarou um pouco, depois para Johnny.

— a quanto tempo, maninho? — ironizou.

— Deixa disso, Matheus. Estamos em um hospital. Que tal deixar a velha brincadeira de gato e rato para depois?

— Acho que me expressei mal. Não vim para brigar, irmãozão. Quero só pedir sua licença para roubar o Rodrigo um pouquinho.

— Sei... Seja bonzinho com ele, "maninho" — cuspiu o sarcasmo.

— E aí, Ro? Como você está? Sei que está mal, mas quero saber o grau.

— Estou peximo.

— Sabe, até pensei em fazer isso, mas sei como é ser acusado de algo que não fiz. Não é legal julgar os outros prematuramente.

— Isso é muito diferente.

— Qual a diferença?

— Você e Eu. Você tem problemas.

— E você não tem? Acha que não lembro do que falavam de você? Seu próprio irmão foi quem espalhou para todos.

— O que está querendo dizer?

— Segundo você, eu matei seus amigos e por isso sente muita raiva de mim. Ana é minha irmã. Não seria difícil imaginar que você tenha visto eu naquela cama e não ela.

— Não é verdade. Eu nunca faria isso.

— Não estou dizendo que faria. É só para você saber o quanto dói ser acusado tantas vezes pela pessoa que você acreditava que sempre o defenderia.

— Está enganado. Essa não é a situação, porque não confio em você tanto quanto você confia em mim. Eu não acho que você daria a vida por mim ou nada do tipo.

— Quer uma prova?

— Não, não, Matheus, não.

— Pai! — ele gritava distante enquanto eu tentava tapar sua boca — Pai, estou apaixonado — ele disse — Estou apaixonado pelo Rodrigo — tapei sua boca, não permitindo que o som fosse ouvido pela família. Apenas uma enfermeira ouviu, por estar passando perto.

— O que? — perguntou SR. Ramos.

Alguém me cutucava o pescoço. Quando olhei para trás, não acreditei em como Matheus tinha tanta sorte. Amanda apareceu no exato momento em que ele fazia a confissão ao seu pai, dando a entender que ele falava dela. Ainda assim o homem mais antipático do mundo não esboçou um mínimo sorriso, nem sequer um sem graça. Era compreensível, pois não era o momento. Ele deixou isto bem claro. Devido aos boatos sobre mim, Amanda e Matheus, acabou sobrando para mim.

— Presta atenção, moleque. Eu estou pouco me lixando para esses casinhos de adolescentes — gritou aos quatro ventos — E você — apontou para mim — Espero que minha filha saiba no que se meteu. Esse é mais um motivo para eu não aceitar este namoro.

Amanda fingiu ir ao banheiro, antes, beliscando eu e Matheus. Após algum tempo, chamei o boboca, que nem havia percebido nada. Prucuramos por todos os corredores do andar, até que pensei bem e me toquei que o melhor lugar para falarmos seria do lado de fora do hospital, logo ela deveria estar lá. Fomos para fora e avistamos a garota, em uma lanchonete, na frente do hospital. Pelo jeito, ela já esperava a algum tempo, sem se distrair com nada. Eu, por outro lado, já havia perdido a noção do tempo. Corri ao ouvir seu chamado, quase sendo atropelado. Se Matheus não tivesse colocado seu braço a minha frente...

— Onde vocês estavam?

— Onde nós estávamos? Onde você estava. Saiu falando que ia ao banheiro. Será que foi ao banheiro da sua casa e voltou? Aprosito, por que me beliscou?

— Ai, Matheus!

— Que burrice. Você não vê que foi um sinal. Por que acha que chamei você para procurar Amanda?

— Ainda não entendi a do beliscão. Por que não chamou logo de uma vez? Veja, está vermelho.

— Para de frescura Matheus. Você já está muito grandinho.

Não pude deixar de pensar que seria muito engraçado se a situação não fosse aquela.

— Vocês já se esqueceram que estou aqui?

— Desculpa, Amanda — me desculpei.

— Foi mal, Amanda.

— Antes de tudo, gostaria de perguntar como vai sua irmã?

— Eu não sei dizer. Os médicos não deixam ninguém entrar e também não nos dão nenhuma informação.

— Como isso foi acontecer?

— Quando chegarmos no quarto a cama estava quebrada e tinha uma faca enfiada nas costas.

— Por que nos chamou? — perguntei interrompendo-os.

— Não quero ser intrometida, mas...

— Mas o que? Desembucha logo — perguntava Matheus impaciente.

— Lembra do que falamos, Rodrigo?

— Claro.

— Então, por isso não sei se estou me metendo.

— Quer saber o que está acontecendo? Finalmente se deu conta do que eu disse, não foi?

— Do que estão falando?

— Não se meta, Matheus! Fique aí sentado, esperando sua vez — ela resmungou, nos deixando boqueabertos — Desculpe — se encolheu envergonhada.

— Ok, não tá mais aqui quem falou.

— Bom, eu...

— Eu?

— Eu quero saber o que está acontecendo entre vocês dois.

— Por favor, você não é tão burra assim — insistiu em falar.

— Já disse para não se meter! — ela o olhou nos olhos com mais segurança, e dessa vez não recuou.

— Você está falando do que eu disse na conversa que tivemos?

— Sim.

— Ele tem se metido em muita confusão.

— Não é um motivo muito bom.

— Estou entendendo agora — Matheus colocou suas mãos na boca ao perceber que falou novamente.

— Está bem, pode falar.

— Acho melhor não. Não é uma boa ideia — sugeri lamentando.

— O Rodrigo acha que sou maluco, e que estou por trás do assassinato de Yuri e Tabatha.

— Por favor, Matheus. Eu já esqueci disso e resolvi dar a você um voto de confiança. Se quer começar a espalhar tudo, por que não começa pelos motivos que me levaram a acreditar nisto?

— Não precisa — ele deu os ombros.

— Matheus! — ela o reprovava.

— Isso quer dizer que você sabe de alguma coisa?

— Só o mesmo que você. Você já parou para pensar que tudo que ele já fez de ruim estava relacionado ao trauma que sofreu?

— Ele já matou alguém. Por que não mataria de novo?

— Matou sim, é verdade. Matou um homem sujo e nojento que não merecia estar vivo. Que motivos ele teria para matar seus amigos? — olhei para Matheus desconfiado, sentindo as palavras de Amanda.

— Não me olhe assim. Eu precisava de alguém para desabafar.

— A quanto tempo você vem fazendo isso?

— Você não percebeu quando ela começou a bancar a intrometida?

— Ei! — reclamou.

Estava preocupado com Ana e acho que os dois perceberam. Não consegui mais me concentrar em qualquer coisa do que eles falavam, e olha que estavam falando de Ana. Em certo momento me fez uma pergunta e, perdido em pensamentos, não fui capaz de entender ou responder. Ele repetiu a pergunta mais duas vezes. Só então me dei conta de que Amanda já havia ido.

— Eu perguntei no que está pensando?

— Nada.

— Está preocupado com Ana?

— O que acha?

— Quer voltar ao hospital?

— Eu não sei. Não quero arranjar mais brigas com seu pai.

— Deixa comigo. Quero ver quem tem coragem de bater em você comigo por perto.

— Está bem — disse, me levantando.

— Espera!

— O que foi?

— Preciso perguntar.

— Então pergunta.

— É verdade o que você disse? Aquilo sobre o voto de confiança.

— Sim, é verdade. Eu já havia pensado nisso antes de falar com Amanda, e ela só reforçou.

— Obrigado — foi tudo o que ele conseguiu dizer, travando em um silêncio que deixava claro que estava pensando em alguma coisa, até que ele mesmo quebrou — Vai à escola amanhã?

— Não tenho cabeça pra isso.

— Por favor.

— O que está aprontando?

— Você vai gostar. Vai fazer você esquecer um pouco.

— Posso pensar um pouco?

— Pode. Se decidir ir, me procura lá.

— Não se preocupa com sua irmã?

— Eu também me preocupo com você.

...

— Ro? — falou já atravessando a rua.

— O que? — bufei de impaciência.

— Se você pedir, não vou para os Estados Unidos.

— Boa viagem.

De volta ao hospital, me deparei com a visão de minha mãe agarrada á Glória, ambas chorando. Ela rapidamente limpou as lágrimas quando me viu. Aquele choro não poderia ser por minha namorada. Minha mãe era muito insensível para chorar por alguém que não conhece direito ou não é muito apegada. Uma sensação incomoda de que havia algo errado cresceu na minha cabeça, e desceu ao meu peito e estômago. Minha alma ofegava e pedia socorro, sendo sufocada por tal sentimento. Era um daqueles momentos em que você acha que vai morrer de preocupação, literalmente.

— Filho, eu estava aqui conversando com a Glória sobre a filha, sua namorada.

— Pensei que tivesse dito que não precisava vir. Lembra do que aconteceu lá em casa? — disse, me referindo ao dia em que ela apontou uma arma para o marido de Glória.

— Então ele já sabe? — interrogou a Srª. Ramos.

— O que eu já sei?

— Nada. Não é nada, filho.

...

— Está bem. Podemos conversar a sós ali um instantinho?

— Claro.

...

— O que está escondendo de mim?

— Você não vai me deixar em paz, não é?

— Eu só quero a verdade.

— A verdade dói, Rodrigo.

— Meu pai outra vez.

— Como sabe?

— Você ainda não percebeu? Eu sempre sei quando ele está passando por um momento difícil.

— Não vá fazer nada.

— É só o que tem acontecido, e não deu muito resultado.

— Por favor, eu imploro.

Saí abrindo todos os quartos procurando meu pai. Dentro de segundos, um monte de enfermeiros me cercaram, formando um círculo ao meu redor. Tentei atravessar a barreira de homens de branco, sem sucesso. As enfermeiras também chegaram para ajudar. Eles não tiveram nenhuma escolha além de me dopar.

Acordei em plena madrugada devido a hora em que tinha dormido. Bom, eu não teria acordado se não fosse por um barulho no armário. Recuei alguns sentimentos. Um personagem bizarro saía de dentro do móvel. Sua roupa era semelhante a de um mágico: um smoking com uma capa preta e cartola. Para deixá-lo com um visual andrógino, simbolizando a ausência de sexo definido, abaixo da cartola, seu rosto era coberto por um véu negro. As mãos eram longas e negras, se comparando ao alcatrão.

— Meu Deus! — exclamei assustado.

— Não, mas chegou bem perto — disse uma junção de duas vozes, feminina e masculina.

— Quem é você?

— Eu sou um mensageiro de Javé. Já nos conhecemos antes.

— Vai embora! Sai da minha cabeça.

— Eu sairia se estivesse nela.

— Por que não me deixa em paz?

— Paz?

— É, quero que me deixe em paz.

— Isso não existe. Deus não criou algo com esse nome ou com esse significado, ainda não.

— O que veio fazer aqui?

— Eu tenho muitos olhos e com eles vejo tudo que se passa no mundo, porém, fui surpreendido com estrelas cadentes que caiam sem minha previsão. Aquilo era um sinal, um sinal de que há algo no universo que não posso ver. Vim aqui para ver de perto.

— Do que está falando?

— De alguém cujo nome não está no livro da vida. Seres espirituais não podem tomar forma física. Isso se complicaria em uma onda de caos avassaladora. O exemplo mais famoso acabou sendo crucificado.

— E o que isso quer dizer?

— Daniel capítulo 7 versículo 8.

— Não sei o que isso significa.

— Então o que estou fazendo aqui? Isso não é muito bem uma conversa. Foi uma perda de tempo. Acho que não deveria fazer o mesmo quanto a seu sono — foi como uma ordem ao meu corpo para voltar a dormir.

Amanheceu e parecia muito tarde. Me atordoei com o clima de calor, que fazia dar impressão de que já havia passado do meio dia. Eu estava suado e um pouco enjoado com meu próprio cheiro. Aos poucos fui lembrando de tudo como memórias vagas de um sonho. Imediatamente me veio a imagem de Matheus quando ele pediu que eu fosse à escola. Toda vez que tentava lembrar do resto, essa era a cena que me vinha à cabeça.

Me senti um indiota caindo no papo furado daquele garoto outra vez. No passado, eu nunca o neguei nada. Deixei inúmeras vezes de confortar minha família para conforta-lo. O seu bem estar fazia parte dos meus objetivos uma vez mais. "Ana e meu pai podiam esperar", ficava deprimido só de achar que estava pensando assim. Era assustador pensar que eu poderia estar dando tanta confiança a alguém que não a merece. Para isso não acontecer, me comprometi a não pular de cabeça.

A escola já não era mais a mesma. Estava claro que todos já sabiam, mas nenhum sussurro na minha presença. Os olhares se dividiam entre medo e pena. Os de medo eram os mais incômodos. Cheguei a apreçar o paço, procurando Matheus o quanto antes para me livrar daquela tensão. O encontrei na sala, mas não tive tempo de falar, pois o professor de matemática chegou com suas três longas aulas chatas. Era tão evidente que todos sabiam, não só de Ana, como também do meu pai, que até o professor teve a audácia de me perguntar o que eu estava fazendo na escola. Tive vontade de responde-lo como deveria, mas me controlei, e disse que estava tentando me distrair e esquecer.

O intervalo chegou como uma bala. Não era de se admirar visto que passei as três aulas dormindo. Matheus já me esperava em uma mesa junto com Amanda. Quando fui me sentar, Romeo apareceu do nada e se sentou ao meu lado ao mesmo, sem falar absolutamente nada. O encarei da mesma forma com que ele também me encarava, mas alguma coisa o fez desistir, desvianddo o olhar. Meu cunhado/amor da minha vida quebrou o gelo finalmente falando. Ele sempre se mostrou aborrecido quando alguém me olhava além da conta.

— E aí, Rodrigo? Está preparado?

— Preparado?

— Eu disse que tinha uma coisa para você.

— Posso saber o que é?

— Você vai saber agora.

Matheus subiu em uma das mesas, a usando como palco improvisado. Ali ele viu uma bandeja de alumínio, e a tomou nas mãos junto com uma colher. Amanda me levou para longe de Romeo. A algasarra começou. Era o que a escola estava precisando para se animar.

— Vem cá. Abaixa aí e fala baixo — sussurrou Amanda.

— O que está acontecendo?

— Jura que não sabe? — sacaneou, imitando uma voz ainda mais fina que a sua.

— Saber o que?

— Você tem que impedir essa loucura.

— Que loucura?

— Você está com Ana, certo?

— Certo.

— E não vai deixá-la por Matheus, certo?

— Certo — respondi sem certeza.

— Então detenha aquele absurdo.

— O que ele vai fazer?

— Um dois em um.

— O que disse?

— Ele vai se declarar e se assumir ao mesmo tempo.

Corri para impedi-lo. Ele parecia mais que determinado em continuar com aquilo.

— O que está fazendo — o peguei pelo ombro, o fazendo abaixar.

— É uma prova de amor.

— Quer falar baixo? Olha quantas pessoas nos olhando. Vai mesmo fazer isto?

— Por que não?

...

Uma ideia bateu a minha cabeça quando peguei Amanda com os olhos. O garoto bobo e supostamente apaixonado voltou a sua posição de antes. Batendo com a colher na bandeja, o maluquinho chamou a atenção com um som ensurdecedor. Logo fala:

— Bom dia, alunos — ele imitava uma voz autoritária.

— Bom dia, professora Helena — um grupinho gritava no fundo, zombando.

— Muito engraçado, Kokimoto e companhia — brincou — Eu gostaria de um minutinho da sua atenção.

CONTINUA...

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O que acharam? Rodrigo está voltando ao seu estado original (de iludido)? Acham que o Matheus parece sincero? E onde que tanto se mete o Arthur? Kkkkkkk

Comentários

Há 3 comentários.

Por Salvatore em 2015-11-15 21:20:03
Incrível! Desculpa por n comentar assim que saiu, estava muito ocupado com uma pessoa me chamando nas redes sociais kkk Vc já sabe que gosto do Matheus então seria repetitivo dizer que espero por Ro e ele juntos. A grande pergunta é se Matheus se declarará realmente em público ou se Ro conseguirá chamar a atenção de todos e impedir esse 'absurdo' de acontecer. Confio muito na segunda hipótese, pq, por mais que eu queira que eles se juntem, esses 'impedimentos' são o que movem a série e deixam - na mais exuberante. Me surpreendi com Amanda sendo tão liberal com a atitude de Matheus. Finalmente ela aceitou a sina desse amor entre os protagonistas ou está com segundas intenções por trás do ato de Matheus? Tenho uma pulguinha atrás da orelha pesando dez quilos quanto a esse chororo de D Glória e a mãe de Ro. Ficou explícito um mistério e implícito qual é, mas espero desvendá - lo assim que puder. Enfim, espero pela continuação e que vc desista dessa idéia de cancelamento. Henry e eu protestaremos junto com Sammy pela continuação. Um abralo e até.
Por Sammy Fox em 2015-11-13 18:48:29
Sei que sou um dos culpados da segunda temporada ser adiada :( desculpe por não acompanhar melhor eu realmente não tive nenhum tempo depois do enem. Bom eu achei esse capítulo meio pré season finale, muitas coisa a serem resolvidas e novos problemas e reviravoltas como a possível saída do armario de mateus, e fiquei meio que em pânico hehehe ele vai revelar que ama o rodrigo na frente de todos? Nossa e o que aconteceu com o pai dele? Muitos mistérios hehehe estou esperando o próximo, que dê tudovcerto no seu trabalho, beijos e até o proximo capitulo
Por Henry Thorne em 2015-11-13 01:23:58
Que capítulo bombástico!!!!!! Visitando as origens com as incertezas de Ro, Mat é imprevisivel eu não sei se ele vai se declarar, mas se fizer huumm vai ser uma bomba! Fico triste como uma série tão maravilhosa como essa não conseguiu a atenção merecida :( eu amo a cor da loucura os capítulos estão destruidores demais mostra o crescimento dos personagens em relação ao inicio da série é incrivel, fiquei chocado com a facada que Ana levou, chocado demais, quem fez isso? E mais uma coisa seres sobrenaturais existem nessa série? Ou ro continua delirando? Ai muitos mistérios <3 eu não sei se vou continuar a minha série pelo simples fato de falta de criatividade e tempo mas obrigado por ter gostado :) eu amo a sua série espero que a segunda temporada seja reconfirmada logo <3 e que mais e mais pessoas possa conhecer sua história <3