capitulo 18 - back to black

Conto de GibGab como (Seguir)

Parte da série A cor da loucura

Hoje estou pelo celular. Depois eu respondo as duvidas nos comentários. Como estou morrendo de medo da opinião De vocês sobre esse capitulo, ao final farei Uma prévia do próximo capitulo.

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— Você tá louco! Achou mesmo que a resposta seria sim?

— Por que não? Não era isso que você queria desde o começo? Não fez com seu "amigo'?

— Não adianta. Você não vai me fazer perder o controle.

— Quero te fazer perder a virgindade. Isso se você ainda a tiver.

— Eu sei que você anda fazendo coisas erradas.

— Aquilo? Queria que ele estivesse vivo para sentir.

— Então não foi você que o matou?

— Eu estava prestes, mas alguém chegou primeiro.

— Você seria capaz?

— Pense nisso. Na Alemanha nazista, se não fosse pelas experiências, com judeus, realizadas nos campos de concentração, a medicina não teria evoluído tanto. Eu só quero estudar um pouco de anatomia, só.

— Você continua com essa desculpa para enrolar sua consciência? Você parece criança. Uma criança transtornada.

— Não é verdade. Eu sei que também é pelo ódio, mas também há a parte divertida. Estou até pensando em usar uma cobaia viva. O que acha do Arthur? Será como dissecar sapos. Você fica com o bisturi.

— Não chegue perto dele! Não sabe do que sou capaz.

— Do que está falando?Você nunca me faria mal. Você morreria por mim.

— As pessoas me perguntam por que eu te odeio tanto. Aí está a resposta. Você é pura arrogância. Você acha se melhor que todo mundo, me incluindo. Você não é perfeito. Passa bem longe disso. Me diga, o que aconteceria se fizéssemos isso, e você continuasse como está? Eu não sei se você ficaria arrependido, mas eu já estou, mesmo sem ainda ter feito. Eu não suporto o fato da natureza ter te dado tudo, mas mesmo assim, você continua agindo como um maluco fazendo coisas estranhas. Você é bonito, tem uma irmã incrível e um tio muito legal. Você deveria ser uma pessoa melhor. Me diz porque. Porque você é tão estranho?

— Você quer uma explicação para o mal? Eu nasci assim. É só uma questão de tempo. A cada dia que passa, eu me distancio mais e mais das pessoas. Eu já desisti, porque já estou quase em ponto de sentir horror a elas. Não quero que tire isso da cabeça. A pessoa que eu mais desejo me afastar é você. Você está certo em dizer que me acho melhor que todos. Eu não tenho amigos. Os que estão lá fora? Eu mataria a todos se podese. É como a minha família. Vocês pareciam a luz no fim do túnel, mas essa luz acabou me cegando. Estou voltando ao escuro. Se eu não nasci louco, a escuridão me enlouqueceu. Não suporto mais ouvir as garotas falarem de roupas e os garotos, de seus músculos. Eu sonho todos os dias com uma noite sangrenta no cinema. Não estou falando de nenhum filme de terror. A maioria das pessoas ali são adolescentes desocupados. Você me diz que sou imperfeito? Comparado a eles, eu sou um deus.

— Sabe quantas pessoas devem ter ouvido o seu discurso de ódio?

— Nenhuma. Você não acha que o sinal já deveria ter tocado? Você ouviu algo. Eu não ouvi.

— O que você fez?

— Por que não descobre?

Corri para ver o que estava acontecendo. Chegando mais próximo da minha sala, os gritos iam ficando mais fortes. Um fio de cabelo azul voou até meu rosto. Não consegui identificar os gritos de Tabatha entre todos. Não vi ninguém pelo caminho. Parei um pouco para respirar. Quando me dei conta já estava em meio a uma grande festa. Pelo que entendi a festa era para Arthur. Não era de se estranhar, pois desde que Arthur resolveu cuidar da aparência, só tem atraído gentilezas. Ele é meio imaturo, mas diferente de mim, não era antipático ou arrogante com as pessoas. Por tudo isso, eu já sabia que um dia aconteceria, mas vê-lo ali, junto a aqueles imbecis, me fez sentir que estava sendo traído. Matheus fez questão de colocar mais lenha na fogueira.

— Parece que você não foi convidado. Mas quem convidaria?

— O que está tentando fazer? Eu sei que é coisa sua.

— Pra que mentir, não concorda? Acho que eu e Arthur começamos muito mal. Dei à diretora a ideia de comemorarmos o seu último feito.

— Ah é? E o que seria?

— Nesse primeiro semestre tive a impressão de que você vivia de matar aulas. Não me impressiona que não saiba. Vou explicar. Para incentivar as pessoas a participarem de um teste, uma empresa disponibilizou uma viagem para a Califórnia, com três acompanhantes e tudo pago, para quem conseguisse a melhor nota conforme ia passando por todas as etapas. Acontece que ele conseguiu nota máxima logo na primeira fase. Ninguém mais conseguiu nos três países em que se realizaram as provas. É claro que a prova foi realizada só em algumas cidades desses países, e cada país teve seu escolhido, mas mesmo assim é impressionante. Pensei que o lado nerd dele já havia morrido.

— Isso deve ser mais uma das suas mentiras. Essa notícia já estaria em todas as emissoras. E porquê uma empresa com tanto dinheiro assim iria fazer uma coisa como esta? Seria mais fácil se fosse algum programa do governo.

— Você sabe que perguntas difíceis não são o meu forte. Também achei estranho, mas é isso. Porquê não faz o mesmo que seu amigo?

— O que?

— Viva.

— Não diga bobagens.

— Porquê? Nós precisamos tanto quanto ele. Nunca se sabe o quanto vai durar. Minhas lembranças... Eu já me senti vivo antes.

— Precisa ferir alguém para se sentir vivo? — sussurrei estando bem próximo a ele.

— É o mais próximo que consigo chegar da morte.

— Não deveria falar essas coisas tão alto — voltei a sussurrar.

— Não seja burro. Eles não podem te ouvir. Estão muito ocupados para isso.

— Que seja. Quero que se danem. E você também. Falo do jeito que eu quero. É melhor que tenha um limite mesmo. Você não é nenhum psicopata. Até agora não matou ninguém. O que você já fez até agora pode ser comparado com fritar formigas na calçada com uma lupa.

— Tem toda razão — dito, se retirou.

— Mas que inferno! Volte aqui seu maldito pivete almofadinhas miserável. O que quer dizer quando diz que estou certo?

O resultado de tudo isso foi que acabei chamando a atenção de todos. Arthur se desvencilhou dos outros e veio até mim. Tentei sair porque era evidente que eu estava de penetra. Eu nunca havia sentido tanta vergonha. Todos estavam olhando para mim. Arthur pediu para que continuassem a se divertir, e eles o atenderam.

— Oi.

— Oi? O que é tudo isso?

— Precisamos conversar.

— Mas antes me responda.

— Não me diga que não sabe.

— Sim, eu já sei. Eu quero saber porquê aguenta toda essa hipocrisia. Esse paparico todo é porque acham que, com isso, poderão ir a essa tal viagem junto com você.

— E três deles podem estar certos.

— O que está dizendo?

— Eu ainda não sei quem vou levar. Seria muito triste se fosse sozinho, não acha?

— Como assim? E seus pais?

— Meu pai estará ocupado, e quanto a minha mãe, nem sei por onde anda. Já deve ter morrido faz tempo.

— Pelo que me disseram, a viagem será no ano que vem. Como sabe que ele estará ocupado?

— Ele estará ocupado durante os próximos anos. Minha madrasta está grávida.

— E quanto a seus amigos?

— Era isso que queria falar com você. Eu queria falar em outro lugar. Você está me forçando a dizer aqui e agora.

— Pode falar. Quero evitar surpresas. Não importa se começa "M" e termina com "S" ou com "S" e termina com "A".

— Eu tenho que me afastar de você.

— Vai querer dar uma de Matheus agora?

— Chega! Acho melhor não fazer nenhum escândalo.

— Escândalo? Vai pro inferno. Eu não vou gritar. Não será preciso gritar. Eu nunca pedi pra ser seu amigo. Não pense que preciso de você. Eu só preciso da minha família, do meu pai. Você e o resto são descartáveis.

— Só um instante — com um inabalável sorriso seco, ele levanta o dedo — Você está falando como ele, o garoto que você dizia odiar tanto.

Nem esperei para ver se ainda haveria aula. Poderia soca-lo, mas meu coração estava em prantos. Me controlei para não chorar. A raiva era o pior de tudo. Não se podia com ela. Assim que cheguei em casa, rasguei um travesseiro e joguei uma cadeira pela janela do meu quarto. Estava buscando controle e não estava encontrando. Dei de cara com o guarda-roupa, fazendo meu rosto ficar roxo; aranhei-o até meus dedos sangrarem. Caí no chão esperando morrer de velhice. Eu teria bastante paciência, mas outros planos estavam destinados a mim. Uma imagem feminina se formava a partir de uma sombra de corpo esguiu que se convertia em traços humanos a medida que ia se aproximando e minha visão melhorando.

— Que cena comovente. É pura melancolia.

— Não ria. Não sabe o que está acontecendo.

— Você não precisa ser assim. Me deixa curar isso. Quero te fazer sentir paixão.

— Você... Não pode... Como?

— Todos já sabem. Você é a putinha da vez. Me tire essa dúvida, você e os dois costumam fazer orgias juntos? E aquele seu amigo japonês? Também participa?

— Você de novo? Minha mãe vai estranhar se me ver falando sozinho outra vez.

— Eu já disse que fui convidada e por ela mesma.

— Por que ela faria isso?

— Pelo mesmo motivo que outras tantas iguais também me chamaram. Ter dinheiro não basta. Sua mãe não parará quando estiver milionária. A fama é o seu objetivo final.

— Fama... Diz isso porque eu sei como ela era desesperada por isso. Você é fruto da minha imaginação.

— É bem capaz. Mas por que se torturar tanto? Você se sente culpado? É você que me chama?

— Você está aqui porque ninguém nesse mundo pode me dar o que quero.

— Eu posso.

— Exatamente, você pode, mas só nos meus sonhos.

— Eu posso, porém você não quer de verdade.

— Eu quero. O preço é que é muito caro.

— Então você acredita na minha existência?

— Eu só estou me previnindo.

— Não, você não quer. Já se viciou ao desejo de tê-lo para si. Está excitado agora, no entanto, não se atreve a iniciar um mínimo contato físico. Você tem medo de voltar a sentir o desejo que sente por ele. Não quer um pedaço deste belo corpo? É claro que não. Está com medo de se apegar a ele e se esquecer dos rapazes.

— Você não é demônio. Diga quem é você.

— Você não acredita em nenhuma das duas versões da história. Pra que gastar meu tempo com isso?

— Já que quer brincar, vou jogar o seu jogo. O que veio fazer aqui, "demônio"?

— Vim para fazer um acordo. É o que os demônios fazem.

— Quer fazer um pacto? Eu acho que deixei bem claro que a esse preço não me interessa.

— Vamos fazer diferente, ok? Vamos esquecer sua alma por enquanto. Um dia quem sabe... Quero ajudá-lo a se livrar desse pequeno probleminha.

— E o que quer em troca?

— Seu consentimento, apenas. Também me convém que se afaste do garoto.

— Isso parece bastante suspeito pra mim.

— Você sabe qual é o pior erro da humanidade? O ódio? Isso é uma virtude, puro instinto de alerta. O amor é o pior defeito que se pode ter. Dizem que ele tem o poder de acabar com guerras, mas é exatamente o contrario. O deus de amor também é de guerra. Você já disse que sou fruto de sua imaginação, então dessa forma estou agindo como sua consciência, como parte de você ou subconsciente.

— Ainda não me sinto confiante. Se for isso mesmo, você não me servirá de nada, pois não terá poder nenhum sobre o meu destino.

— Aceite e verá que tenho. Nunca ouviu falar no poder da sugestão?Você tem que fazer seu subconsciente acreditar que não gosta dele. Não vê? De qualquer forma posso fazer isso. Não importa se sou demônio ou não, contando que possa fazer isso por você.

— Eu estou tão desesperado que pensei em aceitar o pedido do Matheus. Se isso funcionar, não poderei voltar atrás?

— É claro que não. Esse é o seu preço.

— Eu aceito. Antes fique sabendo que se isso não der certo, além de não dar mais ouvidos a você, vou aceitar o pedido do Matheus. Se for preciso faço com os dois e até a força.

— Por essa eu não esperava. Isso veio mesmo de você? Enfim, venha cá. Vamos selar o pacto.

Ela se aproximou devagar. Parecia que seus pés estavam acariciando o chão. Deixei meus braços imoveis e retos, grudados no meu tronco. Olhei para baixo. Ela segurou em meu queixo e levantou minha cabeça para que meu olhar se encontre ao dela. Antes, pude ver uma pequena distorção de tremor. Um ranger de madeira deixa tudo em uma pausa ainda mais extrema. Seus olhos se redirecionam a uma brexa acima do meu ombro. Fica alí, como um puma observando sua presa. Ela já nem lembrava de mim. Seus labios se abriram tremulos. Me virei para ver do que se tratava. Na porta do guarda-roupa estavam gravados os nomes Snvi, Snsvi e Smnglof.

— Hum... Desta vez não mandará nenhum dos seus para buscar-me de volta? É você mesmo, El shaddai?

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No Próximo Capítulo, a Volta Inesperada do pai de Rodrigo e a Decisão da mãe. Helena presencia mais um sinal de um possível desequilíbrio mental em seu filho. Visto isso, desta vez, ela percebe que é sua obrigação levá-lo a um profissional.

— Eu até falei com um psicólogo, mas ele se recusou a cuidar de você. Ele me deu o numero de um psiquiatra. É pro seu Próprio bem. Você vai colaborar ou terei que interna-lo? É o que acontecerá se não aceitar a ajuda do psiquiatra.

E ainda: Será que Rodrigo aceitará o Pedido de Matheus?

CONTINUA...

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