capitulo 02 - the new boy

Conto de GibGab como (Seguir)

Parte da série A cor da loucura

Por favor comentem, eu ficaria agradecido. No momento não terá previsão ou dia certo para os capítulos porque estou somente revisando-os e os corrigindo, então eles serão publicados todos os dias até chegar ao capitulo 08. No momento estou trabalhando no capitulo 09.

Obrigado por comentar, RickyEvans. Espero que continue lendo e comentando. No começo vai parecer que tudo está resolvido e que tudo foi facilmente revelado, mas não se engane. Uma pequena dica para continuar lendo, o capitulo 08 vai fazer você mudar toda a perspectiva criada nos capítulos anteriores. Por enquanto, o 08 é o mais revelador, mas eu deixei algumas pistas.

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Estávamos a caminho do hospital no carro do delegado e a toda hora fico pensando em perguntar o que está acontecendo. O delegado percebe e resolve que seria melhor me contar, pois ele não queria que eu perguntasse nada aos meus pais, então era muito mais fácil ele me contar do que eu perguntar aos meus pais e acabar revelando o que eu vi.

- rapaz, eu já conheço seus pais faz um tempo e não quero envolve-los. Não conte nada a eles. Está bem?

- certo, mas... é...

- está bem, diga o que quer saber?

- porque aquele homem estava sangrando? O que o Matheus estava fazendo vestido assim?

- eu realmente não sei como falar com crianças e ainda mais sobre um assunto tão traumatizante. Irei resumir: aquele homem era um monstro que já fez muito mal a muitas pessoas. Ele tentou fazer mal ao seu amigo também, mas ele foi morto.

- mas o Matheus não deveria ter ido para cadeia?

- não necessariamente. Ele é menor de idade e parece ter sido em legitima defesa, além disso, se depender de mim, essa historia morre aqui pra vocês dois. Ele parecia ser apenas um velho com a mente e o corpo tão doentes que acabou sendo morto por uma criança, mas... Deixa pra lá.

Chegamos no hospital, Sergio disse que teríamos que falar com um amigo dele o Dr. Ramos por se tratar de um amigo confiável que jamais revelaria um segredo, mas depois de ter explicado tudo ao doutor ele me levou para casa e inventou uma história para meus pais. Quando cheguei em casa, meu irmão estava embaixo da mesa com uma tigela de prata na cabeça e minha mãe estava deitada no sofá chorando pela “morte” do seu filho, então o Sr. Sergio começou a falar qualquer baboseira que lhe vinha na cabeça para convencê-los.

- olá, boa noite. Como vão todos vocês? Eu trouxe algo que vocês gostariam de ver – disse o delegado fanfarrão.

- meu filho! Você está vivo, é um milagre – exclamou a senhora maluca que vive na minha casa.

- mãe, eu estou bem, não aconteceu nada.

- eu só vim deixar seu filho, encontrei-o perdido em outro bairro da cidade. Parece que ele seguiu um cachorro até o local. Não é verdade, Rodrigo?

- sim, é verdade.

O meu pai não era muito de falar, mas quando se tratava de uma bronca ele só acabava depois que o sol nascesse três vezes. Eu fiquei calado, não disse nada e fui pro meu quarto Ele me acompanhou berrando e gritando. Eu fui pra cama e ele continuou gritando, mas eu não ouvi nenhuma palavra do que ele estava falando, pois eu só queria dormir, já estava muito cansado. Naquela noite tive sonhos muito estranhos com o Matheus, estava tudo muito escuro e havia uma nevoa muito forte, mas ele aparece e me convida em direção a duas luzes brancas que pareciam ser faróis de caminhão e era realmente, porque havia alguém buzinando como se estivesse mandando nós nos apreçarmos.

Acordei de costas pra cima, sentindo algo pesado em cima de mim, era o Victor, ele estava sentado em cima das minhas costas, segurando um potinho de iogurte. Eu gritei e pedi pra ele sair, ele agiu com toda a calma e naturalidade do mundo e disse que queria saber a verdade. Eu deveria saber que ele não acreditaria naquilo nem por um momento. Ele era muito esperto para a idade que tinha, pena que usava esse dom para o mal. Eu não podia contar nada pro meu irmão, então fiz o que qualquer garoto mimado faria:

- mãe, mãe! O Victor quer me matar! Me ajuda, por favor!

- mãe, é mentira nós só estamos brincando.

- mas o que está acontecendo? Vocês já começaram? A essa hora da manhã? Alguns vizinhos ainda estão dormindo. É melhor deixar o seu irmão em paz, Victor. Não me faça ir até ai.

Eu me levantei e fui me vestir enquanto o babaca ainda me dava os últimos cascudos. Ele foi pra cozinha esperar o café. Eu fiquei em frente ao espelho e algo estranho aconteceu, eu comecei a me tocar quase que involuntariamente, não com masturbação, mas com caricias em todo o corpo, mas quando tava ficando bom, o meu pai chegou de supetão e viu tudo. Ele fechou a porta e pediu desculpa, mas logo depois voltou para ter a tal coversa que pra ele era muito sedo, mas eu parecia estar precisando. Por sorte, fomos interrompidos por minha mãe que nos chamou para tomar café.

No café todos pareciam felizes. Nós éramos uma família perfeita, mas foi naquele momento que tudo começou. Eu estava muito agitado e só conseguia pensar no Matheus e em mais nada, mas tudo ainda continuava normal, quando de repente, ouço alguém bater na porta.

- tem alguém batendo na porta.

- eu não ouvi nada. Esse moleque tá ficando pirado.

- Victor, não questione o seu irmão. Ele não é maluco. Ro, meu filho, vá ver quem é – ela pediu de forma gentil e eu, sem mais delongas, a obedeci.

- olá, como vai? Desculpe a pergunta, mas... o que está fazendo aqui?

- meu deus! Filho, o que está fazendo? Não tem ninguém falando com você – dizia ela enquanto eu já revirava os olhos e caia no chão.

Eu acordei em um quarto de hospital com muita dor de cabeça, desse quarto dava pra se ouvir tudo no corredor e naquela hora minha mãe coversava com o médico. Ele a sugeriu que procurasse um psicólogo, ou pior, um psiquiatra. A conversa foi breve, na verdade, eu não sei, por que eles pareciam já estar conversando antes de eu acordar. Depois disso eles entraram no quarto e viram que eu já estava acordado. Eu também pude ver que o médico, era o Dr.Ramos, o mesmo que atendeu o Matheus. O médico me deixou em observação, mas na manhã seguinte, ele me deu alta e eu tive que voltar para casa e ouvir as besteiras que meu irmão tinha pra falar sobre o assunto. Ele disse pra todos que eu falava com espíritos e que era esquisito; tudo isso por que eu sumi e ele teve que aguentar uma bronca dos nossos pais. A sorte tinha sido lançada e como resultado ninguém falava mais comigo.

O meu irmão não fez por mal, ele não achava que chegaria a esse ponto, por conta disso, ele se sentiu culpado e começou a me defender. Nós ficamos mais próximos e chegou ao ponto de ele ser meu único amigo. Eu ainda pensava naquele garoto que conheci no beco e ainda tinha alucinações, porém aprendi a controla-las ( já que minha mãe se negava a reconhecer que eu era imperfeito como todo mundo). Mal sabia eu que ele estava mais perto do que eu imaginava.

O tempo foi passando e as pessoas foram esquecendo, os amigos voltaram e a tempestade parecia ter passado, até que, no ponto de ônibus eu ouço duas amigas minhas falando sobre os novos vizinhos que, aliás, tinham chegado um dia antes de eu ter conhecido o menino no beco. Uma delas disse que o casal só tinha dois filhos, mas a outra disse que tinham um irmão mais novo, mas estudava em outra escola e não saia de casa quase nunca. Elas ficaram ali falando o quanto ele era bonito, que era loiro e tinha olhos azuis. Eu as interrompi e disse que ele não era loiro; elas disseram que eu estava com ciúmes e começaram a me abraçar e me beijar no rosto. O ônibus chegou e fomos para escola. Eu cheguei à escola e foi tudo normal, exceto pelo fato de que a professora nos comunicou que no dia seguinte a nossa classe teria mais um aluno novo. Era para ele ter vindo hoje, mas estava doente. Eu logo fiquei feliz e comemorei por dentro. Já dava pra imaginar o que eu estava pensando.

No dia seguinte, eu senti que precisava parecer especial, então eu penteei o cabelo pra trás e coloquei um perfume (da minha mãe) e fiquei me olhando tanto no espelho que quase perdi o ônibus. Eu corria com pressa para chegar ao ônibus, mas algo quase me fez tropeçar. Era ele. nós estávamos correndo lado a lado, mas ele se cansou e acabou perdendo o ônibus. Eu ia pedir pro motorista esperar, mas eu vi um carro parando perto dele e alguém o chamando para entrar, era o seu pai. Eu fiquei triste por ele não ter conseguido chegar porque só tinha mais um lugar vago e era perto de mim. O que me consolava era o fato de que iríamos estudar juntos.

Os alunos chegam à classe e eu sou o ultimo a chegar por que tive um problema com a mochila e outra vez me distrai com o garoto passando na minha frente. Ele parecia ter me reconhecido, mas não disse nada e não tive coragem de perguntar o que aconteceu. Finalmente chego à classe, mas não estava vendo o Matheus em lugar nenhum. Eu me levantei pra ver se conseguia vê-lo, mas a professora mandou que todos se sentassem. A professora abriu um sorriso e disse “turma, esse é nosso novo colega, o Arthur”. Meu mundo caiu, eu fiquei tão nervoso que comecei a ter alucinações, a classe inteira tinha o rosto dele até a professora. Na hora do intervalo eu soube que o Matheus era o novo aluno da outra classe.

Nesse mesmo dia à noite eu não estava conseguindo dormir, pois estava com muito calor, eu pensei em abrir a janela e parece que um certo vizinho também pensou nisso. Sim, era o Matheus, ele não me viu, por sorte consegui vê-lo. Eu estava adorando ver os seus cabelos sendo iluminados pela luz da lua e teria ficado ali o resto da vida se ele não tivesse descido e saído de casa. Aquela era a minha chance de descobrir o que tinha por trás dele. Eu vesti um moletom preto e sai atrás dele. Atrás da sua casa tinha uma velha casa na arvore, ele subiu nela e lá começou a falar com alguém. Ele falava sobre uma cirurgia. Até pode ter passado pela minha cabeça a hipótese de que ele pudesse ser como eu, mas ele não parecia estar delirando, ele parecia estar brincando. No meio de uma das repetições da palavra cirurgia, eu acabo me assustando com um barulho e saio correndo, era o barulho de alguma criatura em agonia.

CONTINUA...

Comentários

Há 1 comentários.

Por em 2015-03-30 10:50:51
você desistiu da série insanos até o fim?