PENÚLTIMO CAPÍTULO, 29 - O SOL SEMPRE BRILHA APÓS A TEMPESTADE

Conto de Tyler Langdon como (Seguir)

Parte da série Os Dois Lados do Espelho

Duas semanas se passaram desde o desaparecimento da Ágatha. Henrique nem ao menos conseguiu encontra-la no castelo quando foi buscar os irmãos. Ainda estamos em sinal de alerta. Mas a companhia e presença do meu irmão Ethan, e da verdadeira Rainha Úrsula tem tornado os dias mais felizes e seguros.

- Adoro o seu Jardim. - disse Arthur se aproximando e me tirando de meus pensamentos. Ele sorriu quando o olhei.

- Arthur... que alegria vê-lo aqui. - disse dando um abraço. - Sente-se.

- Em que estava pensando? - perguntou ele.

- Nos últimos acontecimentos... como tudo se desenrolou, onde estamos agora e até onde estaremos amanhã. - falei suave. – Incrível pensar que todas aquelas teorias que tínhamos eram mesmo verdadeiras. - conclui soltando um leve suspiro.

- É verdade. Mas agora estamos aqui, conseguimos passar todo aquele sufoco. - falou ele.

- E você não tem medo?

- Não costumo ter, ela teve todas as oportunidades para nos machucar, e não o fez. E agora acredito que ela não aparecerá. - argumentou sorrindo.

Conversamos mais algumas coisas aleatórias sobre leituras e contos mágicos. Arthur era o tipo de amigo que te guiaria por toda uma caminhada, e te levantaria em todas as suas quedas nesta caminhada.

- Meu irmão está aqui. - falou ele sorrindo.

- Eu imaginei que tivesse vindo com ele. Meu irmão casará com sua irmã, tem muito que conversarem. - falei.

- Temos mesmo. - fala Henrique atrás da gente, me dando um susto. Olho pra trás e lá estava ele parado sorrindo. - E nós também temos que conversar.

Senti meu rosto corando. O Arthur disse que ia onde estava sua mãe e saiu.

- Oi... como você está? - falei meio tímido. Ele ainda me deixava dessa forma.

- Estou bem. Muito melhor vendo você sem jeito. - disse abrindo um sorriso e me deixando ainda mais sem graça por notar que ele havia percebido.

- Desculpa, é que... não sei. - tentei me explicar, mas falhei. - Você me deixa assim.

- Mas eu não faço nada. - sorriu e piscou.

- Ah para, você não é tão inocente assim. - enfim falei firme. - Sente-se, majestade. - ironizei sorrindo.

- Acho melhor irmos caminhar... vem. - falou ele me estendendo a mão para me ajudar a levantar. E assim o fiz.

Por um momento imaginei que ele soltaria minha mão depois que eu levantasse, mas ele não soltou. Me puxou para caminhar pelo jardim ainda segurando minha mão. Meu corpo estava trêmulo e meu coração acelerado. Eu podia sentir meu rosto corando cada vez mais, diante daquela situação. Mas ao mesmo tempo eu estava muito feliz com aquilo tudo. Era tudo muito novo pra mim. Nunca havia sentido sentimentos tão fortes.

- Então, seu irmão se casará em breve. Não é mesmo?

- Sim, verdade. E sua irmã também. - lembrei a ele esse detalhe e ele sorriu.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, só caminhando. Eu estava de cabeça um pouco baixa, ele passava o dedo polegar sobre as costas de minha mão enquanto a segurava. Era notório que o clima estava meio tenso. Como se ambos estivessem entalados com algo.

- Charlie... - ele me chama e eu o olho. - Eu gosto de você. - disse abrindo um pequeno sorriso. Sua afirmação me surpreendeu muito. Mas não hesitei em responder.

- Eu também gosto de você. - sorri e ele também.

- Eu gosto de você de outra maneira... - ele falou e parou de caminhar, ficando de frente pra mim. Só que agora ele segurou minha outra mão. - Você me trouxe luz e esperança, seu jeito dócil e sincero me cativou desde o início. Sem falar na sua beleza... não só essa que todos conseguem ver, mas essa aqui. - disse colocando a mão no meu coração.

Nesse momento meu coração já pulava pra fora do meu peito. E meus olhos estavam úmidos com aquelas palavras.

- Eu tenho vontade de te ter comigo, te abraçar e beijar. Eu sei que isso é diferente e talvez não achem que seja correto. Mas eu sinto isso que é correto. - ele colocou minha mão sobre seu coração, que estava batendo forte. - Eu sinto que é puro, e que é de verdade. E eu sei que o amor é isso, sentir as coisas dessa forma...

- Eu amo você, e amo está com você. - interrompi o que ele estava falando antes de repensar e ter receio de falar. - Você me deu esperança, Henrique. Eu consegui enxergar felicidade naquele mar de tristeza que eu estava vivendo. - saiu lágrimas de meu olho.

Ele não falou nada e apenas me abraçou. Dessa vez o abraço foi diferente. Sentia o calor do seu corpo se misturando com o meu. Minha cabeça se acolheu em seu peito como um encaixe perfeito e ele me segurava como se fosse o seu bem mais precioso de todos os reinos. Ele sussurrou em meu ouvido que também me amava. E depois ele me afastou um pouco e me beijou de uma forma calma. Seus lábios eram quentes e macios, e suas mãos seguravam minha cabeça.

Tive uma explosão de sentimentos naquele momento. E eram sentimentos bons, reais e verdadeiros. Eu o amava e ele também me amava. E eu não me importei mais com nada externo. Só com a gente, ali. Naquele momento.

- Charlie, eu sei que as coisas podem ser complicadas. E que talvez tenhamos que passar por algumas coisas nada agradáveis. Não sei o que pode acontecer, mas eu sei o que eu quero. E não irei abrir mão disso. - ele falou após me beijar.

- E eu aprendi a ser mais forte. Não vou permitir que agora tirem minha felicidade de mim... não mais. - falei.

- Independentemente do que aconteça, teremos nossa família nos apoiando. - ele falou e sorriu pra mim.

Eu entendi o que ele quis dizer. Sua mãe já havia me dito algo sobre o amor, e agora sei que ela estava se referindo a isso. E nada mais importava naquele momento. Só o que tínhamos um pelo outro.

Depois de ficar mais alguns instantes no jardim, voltamos para interior do castelo para encontrar os demais. Que estavam felizes, sorrindo e conversando. Entrei na sala um pouco atrás do Henrique e meu irmão se levantou e me abraçou. Repousando um beijo na minha testa. Como se fosse uma confirmação de que estava do meu lado. E aquilo foi mais suficiente do que qualquer palavra. Me sentir amado por aquele que realmente importava.

Se passaram dois meses e o casamento do meu irmão estava pra acontecer. Arthur vinha sempre me visitar para conversarmos e fazermos leituras juntos. Assim como o Henrique, que vinha sempre me ver, e conversávamos e ficávamos um pouco juntos. Só nós dois. Claro, que respeitávamos os demais e não tínhamos trocas de carinho e afeto na frente dos outros. Assim como meu irmão e sua noiva. Não é costume da realeza ter esses comportamentos mais íntimos em público. E pelo fato de não ser comum dois homens, principalmente da realeza, se relacionarem desta forma.

Os preparativos para o casamento real estava a todo vapor. Os empregados faziam toda a limpeza e decoração no salão de festas. E eu caminhava por lá observando tudo. Lembrei da última festa que teve aqui, o dia que o Ethan foi apresentado a Valentina, que conheci o príncipe Arthur e meu reencontro com o Henrique.

~ flashback

Por último, atrás de todos, vinha subindo o rei. Que logo era anunciado pelo duque.

- Saldem agora o Rei Henrique de Monte Keystone.

Meus olhos vão de encontro a ele.

"Não acredito. É ele." - penso nervoso.

Quando seus olhar vem ao meu encontro e percebe quem eu sou ele para de andar por alguns segundos. Meu irmão o cumprimenta.

- Seja bem vindo ao nosso reino, Majestade. - faz reverência. - Sou o Rei Ethan.

- Só Henrique, Ethan. - falava e me olhava de canto de olho. Será que ele vai falar que já me conheceu? Se meu irmão souber que andei falando com pessoas no bosque, ele me proíbe de ir até no jardim.

- Este é meu irmão, Charlie.

- Príncipe, não é? - falou Henrique olhando para mim.

- Apenas Charlie, majestade. - fiz reverência.

Após sair do local da festa me dirigi ao jardim e sentei em um banco e fiquei pensando na coincidência de Henrique ser um rei.

- Então o jovem Charlie é um príncipe. - disse Henrique se aproximando. Não percebi ele chegando. Tomei um susto.

- Nossa, você me assustou. - falei me levantando do banco. - Onde está meu irmão?

- Calma, ele está conversando com minha mãe. Acho que eles tinham alguns assuntos para falarem. - falou ele sorrindo. - Posso sentar contigo?

- Claro. - falei nervoso.

- Você não foi no dia seguinte. - indagou ele. - Eu suspeitei que não fosse. Imaginei que camponeses não andariam a sós por aquele lado.

- Perdão, majestade...

- Apenas Henrique. Por favor. - disse dando um sorriso antes de eu continuar falando.

- Perdão. - sorrio. - Meu irmão não gosta que eu saia por ali. E ele me pediu para ficar aqui no palácio. Não podia contrariá-lo. - disse me defendendo.

- Você tem razão. Por isso estava com tanta pressa... Vocês tem um belo jardim. - disse avaliando o local.

- Obrigado. - falei ainda nervoso.

- O que houve? Está envergonhado? - fiquei mais vermelho ainda. Ele sabia que eu estava e perguntou de propósito.

- Um pouco. - sorri de leve colocando a mão entre os joelhos. - Você é tão jovem, e já é um rei preparado.

- Verdade. Nos dias atuais o trono tem sido passado para os filhos mais rápido. Seu irmão também é jovem. - lembrou ele.

- Sim, tens razão.

- E o corte em sua mão, melhorou?

- Sim, não tive problemas maiores. - falei abrindo a mão e mostrando. Me assustei pelo fato de que ao fazer isso, ele segurou minha mão e passou o polegar por cima do corte que já estava quase cicatrizado.

- Fico aliviado por isso. - Me olhou sorrindo.

~ Presente

Lembro que nesta noite ele me fez prometer que o veria novamente. E lembrei dos motivos que me fizeram se apaixonar por ele. Sim, eu estava apaixonado já e não percebia. Sorri ao lembrar disso.

- Charlie, vem aqui. - meu irmão me chama me tirando de meus pensamentos.

- Me chamou? - digo me aproximando dele que estava na biblioteca.

- Gostaria de te pedir algo... e não vou aceitar um não como resposta. - ele falava radiante. Era visível sua paixão pela princesa.

- Ai ai, o que você quer que eu faça. - falei desconfiado.

- Então... me casarei amanhã e nossos pais não estão mais aqui. E você é minha única família... - ele deu uma pausa e observou minha expressão. Ele ainda se sentia mal as vezes pelos anos que foi seco comigo. Mas não o culpava por isso. - E você é o que eu tenho de mais importante, assim como eu você é uma parte de nossos pais, principalmente da mamãe... E eu gostaria muito, que você nos entregasse nossos bens com sua bênção.

Eu realmente tinha ficado surpreso com o pedido, e ao mesmo tempo emocionado. Normalmente um rei ou rainha regente faz essa parte do cerimonial, imaginei que a Úrsula fosse fazer. Isso quer dizer que eu entregaria e colocaria a coroa e capa nele, enquanto alguém faria o mesmo na princesa, e teria que dar minha bênção em um pequeno discurso.

- Então... o que você diz? - pergunta ansioso me tirando de meus pensamentos.

- É claro, será uma honra. - disse sorrindo.

Ele abre um sorriso e me abraça.

- Obrigado, te amo irmãozinho!

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Aqui está o penúltimo capítulo e em menos de dois dias hahahaha <br>

Estou muito feliz com as emoções que este capítulo proporciou, espero que tenham sentido elas lendo, assim como eu senti escrevendo. Vocês são incríveis e fazem parte desta minha caminhada. Um beijo a todos, e logo logo teremos as emoções finais.<br>

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• Rogean21 - muuuuito obrigado por está acompanhando. Beijão ❤😍<br>

• guerra21 - hey, eu senti um pouco disso também. E obrigado por comentar sobre, me fez reler novamente alguns capítulos e pude assim me inteirar novamente dos sentimentos que ela passa. Espero que neste capítulo você tenha conseguido encontrá-los novamente. E obrigado por continuar aqui. Beijos ❤❤<br>

• edward - muito obrigado eim, de verdade. Beijos ❤❤<br>

• Bianucci - muuuuito obrigado migo, por está sempre me acompanhando e motivando. Você é incrível. Beijão 😍❤

Comentários

Há 2 comentários.

Por Bianucci em 2017-05-18 01:36:15
Feliz pelo rumo que a historia tomou, triste ( muito mesmo ) por estar chegando ao fim. Espero te ver logo logo com outra historia maravilhosa como essa por aqui viu. Abraco pra ti
Por edward em 2017-05-17 11:08:10
Cada vez melhor