Capítulo 3 - Segunda Temporada

Conto de Tyler Langdon como (Seguir)

Parte da série Os Dois Lados do Espelho

O sol já nascia pela manhã e eu mal consegui fechar os olhos durante a noite após o ocorrido. Depois de vários pensamentos eu cheguei a algumas possíveis conclusões:

A primeira era o que Pedro havia falado. Algum bicho poderia ter tentado subir na pequena árvore e causado o rompimento de seu caule. A segunda era que o vento, em outro momento, teria rachado o caule e devido ao peso ela ter se rompido naquele momento em que estávamos lá. E a terceira e mais assustadora, era que eu teria causado de alguma forma a queda da árvore.

Só em pensar nessa última possibilidade meu corpo estremesse. Não queria acreditar nisso, mas não posso descartar essa possibilidade. Principalmente porque se for verdade eu não consegui controlar, e talvez essa questão cause algum problema futuro.

Me levantei da cama e me dirigi ao banheiro. Felipe ainda estava dormindo, deveria acordar nos minutos seguintes. Nunca levantava antes que ele, mas não adiantaria muito ficar ali deitado me frustrando com esses pensamentos sem poder fazer nada.

Me lavei e sai em direção a cozinha onde encontro Diana preparando a primeira refeição.

- Bom Dia! - falei entrando na cozinha.

- Oi, bom dia Arthur! Acordou cedo.

- Tive problemas em conseguir dormir esta noite. - falei sentando em um dos bancos que havia ao redor da mesa.

- O que houve? - pergunta um pouco preocupada. - Está doente?

- Não, não é isso. Talvez tenha ficado um pouco assustado com o ocorrido ontem a noite.

- Ah, mas não se preocupa. Não deve ter sido ninguém, aqui sempre foi tudo muito calmo. E mesmo que tenha sido algum bicho, com certeza foi algum inofensivo. - tenta me acalmar.

Forcei um sorriso para convencê-la que havia entendido e estava tudo bem. Quem dera essa fosse minha única e real preocupação.

Na venda tudo corria bem. Eu organizava algumas coisas nas estantes enquanto Felipe continuava no balcão. Apesar de estar um pouco tenso ainda, conseguia distrair minha cabeça enquanto arrumava.

Após terminar a organização, avisei a Felipe que ia dar uma volta pelo vilarejo para sair um pouco do tédio.

Sai da venda e comecei a caminhar devagar pelas ruas do vilarejo, observei o movimento de algumas pessoas com seus afazeres pessoais, alguns outros comerciantes com suas obrigações. Crianças brincando na rua. Era tudo tão simples, mas tão leve. Consegui retirar alguns sentimentos ruins que haviam crescido nas últimas horas e deixei meus corpo livre apenas para sentir o vento sobre meus cabelos enquanto caminhava.

Não quis demorar muito, pois poderia precisar de minha ajuda na venda, ou até mesmo ele achar que havia sumido.

Na volta, quando estou quase na venda, encontro uma menina aflita sentada em um dos bancos que haviam nas proximidades. Me aproximei dela pra tentar conversar um pouco, e quem sabe ajudar de alguma maneira.

- Oi! - Disse sentando ao seu lado no banco. - Tudo bem?

Ela me olha, e me analisa bem antes de falar alguma coisa. Seu rosto da espaço para uma expressão curiosa, como se buscasse alguma coisa. Era tinha uma pele morena, cabelos e olhos pretos. Era uma jovem muito bonita, mas seu olhar era de uma profunda tristeza,

- Oi! - disse ela. - Estou tentando permanecer bem. - disse forçando um sorriso e retribuo em gesto de gentileza.

- O que te preocupa? - pergunto.

- Meu pai saiu para uma viagem perigosa e ainda não tivemos notícias dele. - dizia ela com a voz trêmula.

- Não se preocupa, ele deve estar voltando. - falei. - Se é realmente algo perigoso, talvez ele esteja tentando não se distrair. Não acha? - tentei animá-la.

Não sabia a gravidade da situação, ou se o pai dela estava realmente bem, mas precisava falar algo que a deixasse tranquila.

- Tem razão. - disse com um sorriso mais sincero. - Nunca te vi por aqui, é novo?

- Sim, faz pouco tempo que moro por aqui. Estou na casa de meus tios. - menti.

- Entendi. Qual seu nome? Me chamo Helena. - estendeu a mão para cumprimentar.

- Sou o Arthur. - falei segurando sua mão.

Ficamos mais alguns minutos conversando coisas aleatórias, ela me falou de algumas lendas do local, costumes e como o povo se comportava. Como havia observado, era tudo simples, diferente da realidade no reino. Ela inclusive me falou sobre nosso reino, que sempre escutavam histórias de lá, mas nunca sabiam se eram verdade. Ou sequer já tinham visto os moradores dos castelos.

Fiquei mais tranquilo em ouvir isso. Seria perigoso pra mim caminhar livremente e poder ser reconhecido. Com certeza minha mãe e meu irmão viria até meu encontro para me levar de volta. E eu não podia voltar agora. Principalmente depois do que aconteceu.

- Arthur. - ouço uma voz familiar me chamando mais adiante. Era o Felipe vindo em nossa direção. - Você não acha que é hora de voltar? Fiquei preocupado... - ele deu uma pausa no que falava antes de continuar. - Se meus pais soubesses que deixei você sozinho por muito tempo, não ia ser bom pra mim. - completou.

Por um momento achei que ele realmente estava preocupado comigo, mas só estava preocupado consigo mesmo.

- Tudo bem, desculpa. - disse.

- Oi Felipe. - falou Helena me deixando um pouco surpreso. - Tudo bem?

- Tudo sim, como estão as coisas na sua casa? - pergunta ele.

- Estão bem. - falou Helena dando um sorriso e ele retribuiu.

- Vocês se conhecem? - pergunto. Percebo que eles fazem uma expressão de e não é óbvio?".

O vilarejo não era grande, todo mundo ali devia se conhecer muito bem. Não sei o porque da surpresa.

- Tenho que ir. - falei me dirigindo a ela. - Espero poder te ver outras vezes.

- Claro, você está trabalhando na venda de seus tios? Posso passar lá qualquer dia. - sugeriu.

Assenti com a cabeça e sai com Felipe. Ele andava um pouco atrás e eu na frente. Como disse antes, o banco onde estava não ficava longe da venda. Na verdade até dava pra ver de lá.

- Tios é? - ironiza Felipe.

- Foi a primeira coisa que me veio a cabeça. - falei. - Você não precisava deixar o lugar sozinho, eu já estava voltando.

- Percebi mesmo que já estava no caminho. - e novamente ele solta uma frase com ironia. O lugar não é perigoso, todo mundo nos conhece. Ninguém vai invadir assim em plena luz do dia.

Entramos na venda e já era horário de almoço. Sentamos pra comer como de costume. Mas dessa vez algo parecia estranho. Percebia que Felipe não parava de me observar, já estava ficando um pouco constrangido com essa atitude vindo dele. Continuava comendo, e ele vez ou outra parava para me olhar.

- Estranho o que aconteceu ontem a noite. Não acha? - me engasguei um pouco com sua pergunta.

- Não sei. Sua mãe falou que não deve ser nada demais. Espero que seja apenas isso, e não que ela tenha dito só pra me tranquilizar. - disse tentando ser convincente.

- É. Espero mesmo que seja apenas algum bicho ou um vento. - falou com um tom mais fechado na voz. O mesmo tom com que ele respondeu seu pai ontem a noite após o acontecido.

Eu não me lembro de muita coisa, apenas do barulho e do rosto de Felipe olhando pra mim em seguida. Eu não sei o que ele viu, ou o que acha que viu. Mas sei que estava curioso com algo, e talvez isso não fosse bom. Espero que seja apenas um pressentimento meu.

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Bianucci - Oláaaa! Como está amigo? E sim, voltei pra valer hahaha Então, o foco será no Arthur sim. Descrever um pouco mais do lado dele da história. Eapero que goste. Veremos o que irá acontecer 🙊🙊 E obrigado por acompanhar ❤❤

Comentários

Há 2 comentários.

Por Bianucci Devonne em 2018-06-22 09:41:15
Eita. Escrevi na conta antiga kkkkk foi mal. Mas enfim. Vou continuar acompanhando.
Por Bianucci Devonne em 2018-06-22 09:40:30
Hahaha vou acompanhar sim cada episódio. Estou bem sim e Tu? Dei um tempo nas minhas séries porque é mt difícil escrever e corrigir pelo celular e como nao tenho mais PC achei melhor deixar pra la. Mas não nos deixe na mão. To ansioso pros próximos caps.