Como se não houvesse amanhã cap.1

Conto de tuca como (Seguir)

Parte da série Como se não houvesse amanhã

-LUCAS

A chuva é minha grande companheira, se você está lendo isso agora é porque ela certamente me convenceu de escrever, com esse poder de me inspirar que praticamente só ela tem. Hoje ela veio me visitar - visita estranha diga-se de passagem, já que fica sempre do lado de fora. - Estamos separados por uma janela de vidro de um quarto no segundo andar de uma casa em Marília (cidade fictícia) mas mesmo assim posso ouvir sua bela voz quando bate no telhado, na janela e até mesmo nas coisas la fora.

Eu estava assim, sentado na cama, vendo a chuva cair, quando batem na porta.

- Entra - digo

- Conversando com a chuva Lucas ? - pergunta minha mãe

- Ahaam - respondo

- Que amiga ela é, passou quase 6 meses sem te visitar.

- Mas agora ela voltou, e vai ficar por um tempo.

- Isso chama-se inverno. Agora mudando de assunto, já são quase 15 horas, você tem consulta às 16, lembra ?

- Lembro -digo desanimado- mãe por que não posso ficar ? Vai dar no mesmo- digo finalmente me virando para ela.

- Filho você não deve ter medo- ela diz sentando-se na cama comigo.

-como não ter medo mãe !? Sabe a gravidade dessa doença ?

- é exatamente por isso que vamos ao médico levar seu exame, para sabermos a gravidade da doença. Você sabe que não enfrentará isso sozinho, eu vou estar com você sempre, e tem seus amigos também.

- e meu pai ? Ele me odeia.

- não diz assim, vá tomar banho para irmos.

Tomei um banho demorado, saí do banheiro vesti uma blusa de mangas compridas, uma bermuda e um sapato. Me olhei no grande espelho do meu quarto, analisando-me :

Pele branca, não muito, cabelo sorvete loiro, olhos castanhos, acho que 1,70 de altura, corpo normal e algumas bolinhas avermelhadas no braço direito perto do ombro (devido a doença)

Desço as escadas, passo por meu pai que finge nao me ver e vou até o carro onde minha mãe me espera.

Durante a ida fiquei observando minha mãe: cabelos cacheados recentemente pintandos de castanho, pele branca, olhos castanhos e um corpo legal, não aparenta ter 36 anos. Desviei o olhar para a janela do carro, a chuva havia passado.

Chegamos na clínica e ficamos esperando minha vez, até que

- lucas Marcenni - anunciou o médico

- é minha vez - sussurro

- calma nao fique nervoso- disse minha mãe

- não estou - menti

Ela forçou um sorriso nervoso e seguimos para a sala de consulta.

Foram os 5 minutos mais demorados da minha vida, até que o DR. Marcos finalmente resolve falar:

- Bem, depois de ler e re-ler não tem como negar

- diga logo doutor - digo nervoso

- calma filho - diz minh mãe com tom de preocupação na voz - diga Marcos.

Dr. Marcos é um grande amigo de minha mãe, estudaram juntos no ensino médio. Ele é alto, um pouco forte, cabelo curto, braco, olhos pretos. Ee é legal.

- então marcia, como descobrimos, o Lucas tem leucemia, por isso pedi o hemograma. Existem 2 tipos principais de leucemia, mieloide e tifóide e podem ser crônicos, com melhor facilidade de tratamento, ou agudo, que já é mais difícil um pouco. O caso do lucas é uma tifóide aguda. Ele irá passar por quimioterapia.

Bum ! Meu mundo caiu.

Ele continuou falando de várias coisas como : tratamento, exames, medicamentos, sintomas etc, mas eu nao estava mais alí

Saí correndo por entre os corredores, ouvindo os gritos "LUCAAS, LUCAS VOLTA" saí da clínica correndo passei por becos e ruas meladas de lama devido a chuva recente. Corri por 15 uns minutos, sem direção, totalmente perdido

Como a vida da gente pode mudar assim tão derrepente ? A gente pensa que as coisas só acontecem com os outros, e é aí que a hente se engana.

Andei, corri e nem sinal de alguém atrás de mim. Até que avistei a solução de meus problemas. À uns 100 metros dalí havia uma ponte pequena, acho que uns 30 metros, fui até lá, olhei para baixo, era alta. Lá em baixo havia um rio escuro e de forte correnteza, capaz de levar um carro, ou uma vida acabada -como a minha.

Rapidamente subi e contornei a pequena proteção lateral, uma queda dalí seria um mergulho para uma morte lenta e angustiante. Não havia ninguem alí, tudo deserto. Pensei por um tempo, até me tocar doque estava fazendo, rapidamente tentei voltar para o lado de dentro da ponte mas pisei em um lugar errado e escorreguei, bati meu queixo na ponte e fiquei pendurado pelas mãos na proteção da ponte.

Pânico, senti muito pânico. Aliás quem nao sentiria estando naquela situação.

Por mais que eu gritasse ninguém me ouvia, ja que nao havia ninguém ali. Minhas forças foram acabando, até que minhas mãos se desprendem da ponte e eu caio direto na água fria ..

Fim do 1° capítulo

Comentários

Há 3 comentários.

Por lip em 2014-12-14 22:01:12
Muito bom, continua
Por finhaaa3 em 2014-12-14 19:33:59
Que fodaaaaaa...amei e poste logo o próximo capitulo por favor
Por BielRock em 2014-12-14 19:28:01
Nossa . Acabou ? Porque o capítulo foi ótimo