Capitulo 1 - 6 Meses

Parte da série Um amor nas estrelas

Oi pessoal, aqui quem fala é o Adriano (Didico445 - Amor, Eterno Amor). Eu e o Thiago Araújo do conto (Três Paixões), resolvemos fazer uma parceira e criar uma nova história. Cada um vai postar uma capitulo, no caso hoje sou eu e o próximo vai ser o Thiago.

Espero que vcs gostem e por favor comentem sugestões.

Beijão!

***

Eu estava sentando na cadeira da sala do Dr. Sandro. Todos estavam em silencio, exceto pela minha mãe que chorava e meu pai que murmurava palavras que eu não entendia.

Meu mundo tinha desabado, eu tinha acabado de descobrir que estava com uma doença terminal e que tinha apenas seis meses de vida. Eu um garoto de 17 anos, com a vida inteira pela frente, que não conheceu o amor, que não se formou no ensino médio, que não viajou pelo mundo. Minha vontade era de gritar, era de chorar, mas eu não poderia fazer aquilo, não na frente dos meus pais, eu tinha que ser forte por causa deles.

- O senhor tem certeza que não tem cura? – Perguntou minha mãe desolada.

- Sinto muito senhora Andrade, eu queria poder ajudar seu filho, mas o nódulo esta num estagio muito avançado. Não podemos fazer mais nada. – Ele disse ainda me olhando.

- Eu pago o que for. – Disse meu pai. – Eu dou todo o dinheiro do mundo, mas salve o meu filho.

- Vocês não o ouviram? Eu não tenho mais que seis meses de vida. – Eu disse me cansando.

Eu me levantei e sai da sala. Eu não sabia para onde iria, só queria sair daquela sala e não falar com mais ninguém. Eu estava passando por um corredor quando eu escuto palmas e mais palmas. Eu olho pelo vidro da porta e vejo varias crianças sorrindo e dançando, eu olho para a placa em cima da porta e esta escrito.

(Ala Infantil de Crianças com Câncer)

Quando eu li aquilo ai sim eu tive vontade de chorar, eu estava reclamando da minha vida, que iria morrer muito jovem, que eu não merecia passar por aquilo, mas tinha pessoas que nem tinham vivido ainda e estava passando por coisas semelhantes a minha.

Ficar pensando naquilo me cortou o coração e eu comecei a chorar. Sentei-me em um banco e continuei chorando até alguém sentar ao meu lado. Eu limpei minhas lagrimas e olhei para a pessoa, era um homem.

Ele tinha longos cabelos loiros, tinha um corpo atlético e tinha olhos azuis, o mesmo segurava um violão em sua mão esquerda e estava com um sorriso encantador no rosto.

- Não chore por essas crianças, elas podem estar doente, mas são felizes como qualquer outro ser humano. – Ele disse e estendeu a mão pra mim. – Prazer, me chamo Miguel.

Ainda olhando pra ele eu estendi minha mão.

- Prazer Miguel, me chamo Alex. – Eu disse e apertei a sua mão. – Percebi que você toca violão.

- Sim, eu toco para essas crianças. Amo todas elas. – Ele disse sorrindo. – Estou aqui para tocar, você quer ouvir?

Ele perguntou me olhando, eu pensei bem e disse que sim, mas antes eu enviei uma mensagem para os meus pais avisando que eu não iria voltar pra casa tão cedo.

Nós entramos na sala e todas as crianças pularam em cima dele, ele caiu no chão e ficou dando risada, eles foram saindo um por um de cima dele e deram vários beijos e abraços, eu fiquei rindo olhando aquilo, até que uma menina branquinha de olhos verdes veio até mim, ela estava segurando um ursinho de pelúcia. Ela era muito linda e não tinha um fio de cabelo na sua cabeça.

- Oi. – Ela disse com uma voz doce.

- Oi minha linda. – Eu disse me ajoelhando e ficando da sua altura.

- Quem é você? – Ela perguntou me olhando curiosa.

- Eu me chamo Alex e você? Como se chama?

- Eu me chamo Laura, eu percebi que você entrou na sala junto com o meu irmão. – Ela disse olhando para o Miguel que estava ganhado chuva de beijinhos.

- Ele é seu irmão? – Eu perguntei surpreso.

- Sim, vem aqui todos os dias para tocar pra nós. – Disse com um brilho no olhar.

Ele terminou de dar beijinhos em todo mundo e olhou para nós dois, ele sorriu e veio juntos de nós. Olhou par sua irmãzinha e olhou pra mim.

- Onde esta meu beijo? – Ele perguntou também se agaixando.

- Esta aqui. – Ela disse dando um beijo nele.

- Como você esta minha pequena? – Ele perguntou passando a mão na sua cabeça.

- Eu estou bem, mas mais cedo eu tive um enjoo por causa do remedinho. – Ele disse de cabeça baixa, aquilo cortou meu coração.

Eu estava com muita vontade de chorar e estava fazendo o máximo possível para segurar minhas lagrimas. Acho que o Miguel percebeu, porque ele me olhou e disse para sentarmos no chão fazendo uma roda. Um menino sentou do meu lado e ficou rindo pra mim, eu ri de volta e ele me disse que se chamava José. Laura também sentou do meu lado e eu tive que me desdobrar para dar atenção aos dois.

- Qual musica vocês querem ouvir? – Ele perguntou para a criançada.

- Hoje é dia de a Bianca escolher lembra. – Disse uma japonesinha.

- Claro, como eu pude me esquecer? Qual musica você quer ouvir Bia?

- Hum. – Ela disse batendo o dedo indicador no queixo. – 7 Things da Miley Cyrus.

As meninas adoraram, os meninos fizeram cara feia. Eu dei risada.

- Tudo bem. – Disse o Miguel dando risada.

- Maninho. – Chamou Laura. – Pede para o Alex cantar?

Ela olhou pra mim com aqueles olhinhos pidão que eu não pude recusar, mas quem seria o ser humano em sã consciência que diria não para uma menina linda como aquela. Eu faço aulas de cantos desde que eu tinha dez anos de idade, foi uma escolha minha já que eu amava musica desde que era apenas um garotinho. Miguel me olhou, deu uma risadinha e começou a tocar.

Miley Cyrus – 7 Things.

I probably shouldn't say this

But at times I get so scared

When I think about the previous

Relationship we shared

It was awesome, but we lost it

It's not possible for me not to care

And now we're standing in the rain

But nothing's ever gonna change

Until you hear, my dear

The seven things I hate about you

The seven things I hate about you

Oh, you

You're vain, your games, you're insecure

You love me and you like her

You make me laugh, you make me cry

I don't know which side to buy

Your friends, they're jerks

When you act like them, just know it hurts

I wanna be with the one I know

And the seventh thing

I hate the most that you do

You make me love you…

Todos ficaram olhando com os olhinhos brilhando, inclusive o Miguel que estava sorrindo e continuava tocando o violão, eu não sei por que, mas quando eu olhava para ele, eu sentia uma coisa que eu nunca senti antes, era como se fosse um formigamento, como se eu estivesse com mais de 100 borboletas. Devia ser assim mesmo quando se conhece uma pessoa que é legal com você já que na escola eu não tinha amigos pelo fato de eu ser homossexual assumido. Mas enfim. Era bom sentir aquela sensação.

Depois que a musica terminou todos me aplaudiram e aplaudiram o Miguel também.

Eu passei o resto da minha tarde com aquelas pessoas animadas e quando eu me dei conta já estava na hora de eu ir embora. Quando eu disse que ia para casa foi uma choradeira que só, eu não queria ir e eles não queriam que eu fosse, mas o que eu podia fazer ainda era menor de idade.

Eu já estava quase saindo do hospital quando eu sinto alguém tocar o meu ombro, quando eu olho pra traz eu vejo o Miguel e aquela sensação estranha voltou novamente.

- Oi. – Ele disse sorrindo e meio ofegante.

- Oi. – Eu disse dando risada.

- Eu queria saber se você tem que ir para a casa mesmo?

- Porque a pergunta? – Eu perguntou curioso.

- É porque não é todo dia que conhecemos pessoas assim como você, eu queria saber mais a seu respeito, ser seu amigo. – Eu dei uma risadinha. – O que foi?

- É que você é a primeira pessoa que quer ser meu amigo. – Eu disse sorrindo.

- Então você aceita a ir tomar um sorvete comigo? – Ele perguntou.

Eu olhei no relógio e nem pensei duas vezes. Era a primeira vez que alguém me chamava para alguma coisa, então eu resolvi aceitar.

- Tudo bem.

- Perfeito. – Ele disse sorrindo. – Eu conheço uma sorveteria perfeita que você vai amar.

Ele disse pegando a chave do seu carro e indo para uma ferrai preta que estava estacionada, eu fiquei olhando e ele me disse que tinha sido presente de aniversario de 21 anos. Eu percebi que ele amava aquele carro, porque quando eu bati a porta sem querer pude jurar que seus olhos se encheram de lagrimas.

Nós fomos a caminho da sorveteria e pude ver que ele era muito engraçado.

Ele me disse que adorava crianças e quando soube que sua irmãzinha de apenas sete anos tinha câncer foi como se ele tivesse levado um tiro, ele ficou dias sem comer, sem falar com ninguém porque estava com medo de perder o anjinho que lhe fazia tão bem e que iluminava seus dias. Mas certo dia sua irmãzinha disse que ela estava com saudades dele e que ele só sabia ficar trancado o dia inteiro, ele também disse que ela tinha dito que já tinha entendido a situação, e que estava tudo bem, que papai do céu iria cuidar bem dela.

Quando ele terminou de falar eu já estava chorando, ver uma menininha daquela idade passar por aquilo me cortava o coração, mas saber que ela tinha entendido aquilo mesmo daquele tamanho me fazia ficar com vergonha de mim mesmo, pelo fato de eu ainda não ter acreditado que aquilo estava se passando comigo.

Quando chegamos à sorveteria, ele pegou um potinho e colocou varias bolas de sorvete, quando ele me viu olhando e disse que era viciado em sorvete de todos os tipos, eu dei risada e peguei uma casquinha.

Pagamos os nossos sorvetes e fomos andando pela rua, estava uma noite muito agradável, então resolvemos andar pela praça que tinha ali perto.

- Mas me diz um pouco mais sobre você? – Eu perguntei.

- Bom, eu tenho 21 anos, trabalho em uma loja no shopping que fica no centro da cidade. Moro com os meus pais, tenho uma namorada chamada Lola. – Quando ele disse aquilo me veio um sentimento que eu não sei explicar, mas me deixou muito mal. – Além da Laura eu tenho um irmão chamado Lucas e é só isso. Agora me conta um pouco sobre você.

- Vejamos, eu tenho 17 anos. Sou solteiro, não trabalho. Estou no ultimo ano do ensino médio, odeio a escola e ainda tem as pessoas que sempre me tratam super mal, fico o dia inteiro na minha casa já que não tenho amigos e não tenho nada para fazer e é isso. – Eu disse sorrindo, mas ele estava me olhando serio.

- Desculpa perguntar, mas é uma duvida. O que você estava fazendo no andar de oncologia? – Quando ele perguntou aquilo eu fiquei um pouco incomodado. – Se você não quiser falar sobre isso tudo bem.

- Não, esta tudo bem é que ainda é tudo muito novo. – Eu disse sorrindo e me sentando em um banco da praça.

- O que é novo para você? – Ele perguntou se sentando ao meu lado.

- Hoje eu descobri que tenho um tumor maligno no cérebro. – Dizendo aquilo meus olhos encheram de lagrimas e ele ficou me olhando assustado. – E tenho apenas mais 6 meses de vida.

- Oque? – Ele perguntou ainda em choque.

- Pois é essa foi à primeira pergunta que eu fiz para o Doutor, estou tentando assimilar as coisas, mas quando eu menos esperar já vou ter superado tudo. O que me deixa ruim é saber que vou deixar meus pais e que eles vão sofrer na minha ausência. Meu pai sempre foi muito protetor, sempre brigou com os meninos da escola quando me batiam, a até hoje é capaz de ir para a cadeia por brigar com qualquer que me insultar na rua. – Eu disse sorrindo. – Minha mãe é uma figura, me xinga, me bate, não muito forte é claro, mais de brincadeira, mas eu sempre sei que ela vai estar lá para me ajudar.

- Nossa, eu ainda não sei o que dizer. – Ele disse olhando pra frente.

- Apenas não diga nada, não tem mais volta. – Eu disse também olhando pra frente. – Também fico triste por não ter ido conhecer outros países, outras culturas, outros mundos. Acho que vai ser isso que me deixa frustrado.

Eu me levantei e olhei para os lados, quando eu menos espero ele me abraça. Seu cheiro entra nas minhas narinas e meu corpo se arrepia por inteiro. Seu perfume que nunca mais vou esquecer, era Egeo masculino. Um cheiro incrível.

- Saiba que agora você acabou de ganhar um amigo. – Ele disse sorrindo.

- E saiba que eu fico muito feliz com isso. – Eu digo sorrindo.

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Continua...

Beijão!

Comentários

Há 5 comentários.

Por flaviosolt em 2014-08-09 02:13:32
li chorando esse primeiro episodio e sinceramente espero que o amor opere um milagre faça ele lutar pela vida e consia superar a doença pois acredito que escritores de uma certa forma são deuses e podem sempre mudar o destino de seus personagens e vc Didico445 considero um verdadeiro artist estou acompanhando sua serie e estou amando já li os 62 capítulos fiquei o dia todo lendo sem me importar com mais nada viajei para dentro do conto e me senti como se fosse um dos personagens na verdade me identifiquei muito com um dos personagens mesmo ela sendo feminina sou fã numero um do dieo e da kendra sucesso rapaz vc vai longe.
Por PauloAmaral em 2014-07-30 11:32:08
Nossa ;--------; Primeiro ACEDE agr isso T^T mas vou acompanhar =3
Por hugo em 2014-07-08 17:18:47
COMO SEMPRE PERFEITO !!!!!
Por Cakelikewell em 2014-07-08 02:44:42
Nossa que lindo. Estou um pouco sem palavras desse primeiro capítulo
Por Ryan Benson em 2014-07-06 23:57:44
PERFEITO! Muito bom!... :3