Capítulo 17 - Same Mistake
Parte da série Um amor nas estrelas
1 SEMANA DEPOIS
Eu estava ao lado do meu amor olhando a linda paisagem de Machu Picchu. Era como se todos os meus tormentos, todos os meus medos e minhas dores tivessem ido embora. Nessa viagem era apenas nós dois. Miguel estava tirando fotos de toda a paisagem e minha também. Infelizmente eu não estava a coisa mais bonita do mundo para tirar fotos.
Minha situação só piorava a cada dia, Miguel queria me levar ao medico, mas eu o proibi de fazer isso. Sei porque estava assim, faltava apenas dois meses para o fim da minha vida e mesmo se ele me levasse ao medico ninguém encontraria uma cura milagrosa. Infelizmente eu estava mesmo morrendo e agora eu sentia isso.
– É a cena mais linda que eu já vi na minha vida. O nascer do sol com a pessoa que eu mais amo nesse mundo.
– Deixa a Laura saber disso, ela vai te matar.
Miguel deu um pequeno sorriso.
– Eu tomei uma decisão. Vou me mudar o mais rápido possível, não estou mais aguentando o Bruno lá em casa. Ele é mal educado, boca suja e fica assustando a Laura com suas brincadeiras de mal gosto. Sem dizer nas coisas que ele fala de mim.
Ele se sentou na grama e eu me sentei ao seu lado.
– O que seu pai fala a respeito.
– Nada, bem ele briga com o Bruno, mas não podemos manda-lo embora novamente. Eu que tenho que me controlar ao máximo. Meus pais odeiam violência e meu irmão está me provocando ao máximo.
– Sinto muito.
– Sabe, que queria que você e o Enzo fossem morar comigo.
– O que?
– Estou pensando em ir quando voltarmos de viagem.
– Me pegou de surpresa.
– Pode pensar o quanto quiser meu amor. Eu só quero compensar por não ter te levado para conhecer o mundo...
– Miguel, nossa ultima voagem foi maravilhosa. Tanto que eu conheci o nosso anjinho e ele está morando com a gente. Mas respondendo sua pergunta, eu adoraria morar com você nesses dois meses.
Ele sorriu e me deu um beijo.
Eu deitei minha cabeça em seu peito e fiquei ouvindo as batidas do seu coração. Posso não ter conhecido o mundo nesses meses, mas conheci uma coisa maia poderosa, eu conheci o amor. Conheci uma pessoa maravilhosa que me completa, que me respeita e que me ama de verdade. Que vai estar ao meu lado até o ultimo dia da minha vida.
– Sabe, eu queria ter de dado isso antes, mas não vejo hora perfeita.
Ele disse tirando uma caixinha preta do bolço.
– O que isso?
– Sei que não podemos nos casar, mas isso não significa que você não possa ter uma aliança no seu dedo. Quero que a natureza seja testemunha do nosso amor, apenas ela.
Ele disse abrindo a caixinha e tirando uma aliança dourada.
– É linda.
– Demorou muito para eu consegui escolher uma linda, mas o Eros que já está mais acostumado a isso do que eu ,e ajudou a escolher.
Ele disse colocando a aliança no meu dedo.
– Eu Miguel aceito ser seu esposo pelo resto da minha vida.
Eu estava tentando controlar as malditas lagrimas que caiam dos meus olhos, mas estava difícil. Já Miguel chorava que nem um bebe. Eu tirei a pequena aliança de dentro da caixinha e coloquei no seu dedo.
– Eu Alex aceito ser seu esposo pelo resto da minha vida. Você será o meu único amor.
– Eu te amo meu anjo.
– Eu também te amo meu loiro.
Ele me deu um beijo apaixonado e ficamos assim por um bom tempo. Miguel passou os braços em volta da minha cintura e deitou sua cabeça na minha barriga e começou a cantarolar uma musica do James Blunt.
I'm not calling for a second chance
I'm screaming at the top of my voice
Give me reason, but don't give me choice
'Cause I'll just make the same mistake again
Fiquei fazendo carinho na sua cabeça enquanto as estrelas desapareciam do céu e o sol se levantava, era sim uma cena simplesmente linda que eu nunca esquecerei. Minhas lagrimas já caiam novamente só de pensar que eu o deixaria, mas se Deus quis assim, quem sou eu para descordar?
– Sua missão aqui na terra está acabando meu querido Alex.
Eu disse sussurrando e fechando meus olhos.
***
2 SEMANAS DEPOIS.
Eu estava no gramado da minha casa, olhava para a Lorena e para o Pablo.
Lorena me olhava como se eu estivesse armando uma armadilha mortal para o meu namorido, mas eu apenas queria que ele estivesse bem depois da minha morte, mas os dois não conseguiam entender os meus motivos, mesmo eu já tendo explicado mais de dez vezes.
– Mesmo eu não gostando do Miguel, eu acho que você devia deixa-lo escolher se quer ficar com alguém ou não. Não podemos fazer isso Alex, seria uma loucura. E você? Porque aceitou isso?
– Ele fez chantagem emocional. Sou uma pessoa muito sensível.
– Mas eu não sou. Porra, eu acho desnecessário você arrumar um cara que nem seu namorado conhece para ficar com ele. Se for para o Pablo ficar com o Miguel, deixa que o futuro se encarregue disso... não faça nada que possa machucar vocês três.
– Concordo com a Larissa.
– Lorena.
– Lorena.
– Vocês tem razão, eu estou agindo como um idiota.
– Não está – disse Pablo.
– Está sim.
– É, está mesmo.
Nós dois olhamos para o Pablo e ele perguntou:
– Que foi?
Eu dei risada e fiquei olhando o Enzo brincar com o meu pai de cavalinho. Sim, meu pai estava adorando ter uma criança em casa, eu acho que ele piraria quando descobrisse que o meu anjinho iria morar com o Miguel. Assim como eu.
– E como está a obra? – perguntou Loren mudando de assunto.
– Perfeita. Estamos fazendo te tudo para terminar o mais rápido possível e acho que vamos conseguir terminar antes do mês que vem. Os trabalhadores estão fazendo hora extra e seu pai está contratando muito mais.
– Eu queria ter um pai assim – disse Lorena.
– Meu pai é mesmo o máximo...
Eu disse olhando para ele assim como os meus amigos.
– É o ser mais bondoso que eu já encontrei na minha vida.
– Mudando de assunto, eu encontrei uma pequena instituição que precisa de ajuda. Eu tenho algumas economias guardadas e quero ajudar. Podemos ir lá para dar uma olhada.
– Eu acho uma boa ideia – disse Pablo animado com a ideia.
– Vocês tem razão. Eu vou só trocar de roupe e encontrar vocês aqui rapidinho.
Eu disse correndo para o meu quarto e troquei de roupa. Peguei algum dinheiro que estava dentro do meu criado mudo, acho que tinha o suficiente para ajuda-los no momento. Quando cheguei na sala meus amigos estavam sentados conversando sobre banalidades.
– Vamos? – eu perguntei.
– Sim, mas vamos como?
– No meu carro.
Disse Pablo sorrindo e saindo de casa.
Nós fomos atrás dele e entramos no seu carro.
Eu estava animado para conhecer essa instituição e quem sabe coloca-los na mesma ONG que estávamos construindo. Loren disse que a situação da casa estava muito debilitada e por isso precisavam de ajuda o mais rápido possível.
Quando chegamos ao lugar era uma casa bem velha, não muito grande, mas também não era pequena. Fiquei me perguntando como as crianças conseguiam ver em um local como aquele. Por dentro podia ser melhor, mas mesmo assim.
Lorena abriu o portão e entrou, nós entramos logo em seguida e ficamos esperando alguém aparecer. Tinha vários brinquedos espalhados pelo chão e sofá enorme no lado de fora. Uma mulher de mais ou menos uns 50 anos apareceu e ficou nos olhando.
– Em que posso ajuda-los?
– Oi – disse Lorena se aproximando. – Viemos conhecer a casa e fazer uma doação.
– Doação? – ela perguntou assustada.
– Sim, algum problema? – perguntou Pablo a olhando.
– É que não somos acostumados a receber muitas doações, venham comigo.
Nós entramos na casa e vimos que a situação era realmente critica. Com infiltrações nas paredes e nos tetos. As paredes estavam descascando.
– Sinto muito pelo bagunça, não estava esperando visitas.
– Tudo bem, onde estão as crianças? – perguntou Loren.
– Foram ao parque do Ibirapuera. Sentem-se.
Nós nos sentamos e ficamos olhando para a mulher.
– Como eu disse a vocês nós não recebemos muitas doações. Somos uma instituição esquecida e como percebeu o pouco de dinheiro que temos serve para a alimentação das crianças assim como remédio. Graças a Deus nós ainda temos o hospital do câncer, como é SUS, eles ajudam bastante já que não temos convenio.
– Sim, eu já ouvi falar desse hospital – eu disse.
– Sim, ajuda muitas pessoas.
A mulher disse que seu nome era Clara e que ela cuidava das crianças já faziam um bom tempo, todos que estavam ali eram órfãos e não tinham onde morar. Disse também que a faixa estaria das crianças eram de 06 meses a 06 anos, a mais velha ia fazer sete em 3 meses. Ela explicou o funcionamento da casa e como as coisas complicadas quando as crianças precisavam de remédios.
– Então é isso...
– Saiba que a senhora tem três pessoas que te ajudam de agora em diante – disse Loren pegando na sua mão.
– Exatamente.
– Sabe, daqui um mês a ONG vai estar pronta, porque nós não levamos as crianças daqui para lá – eu disse sorrindo e Clara me olhou com os olhos arregalados.
– Exatamente, você mesmo disse que lá vai ter bastante espaço e que as crianças terão atendimento rápido e cuidadoso.
– Sim, o que acha Clara?
Ela apenas se levantou e me deu um abraço apertado, senti seus soluços e aquilo me fazia querer chorar também, mas de emoção por estar ajudando aquelas crianças a achar um lugar melhor para viverem. Depois que saímos do lugar Lorena teve que ir para a casa e disse que pegava um ônibus que passava ali perto.
Pablo disse que me levaria para casa.
– Fico feliz que você tenha tirado aquela ideia louca da cabeça.
Eu fiquei olhando para ele.
– Você não tirou a ideia louca da cabeça. Não é mesmo?
– Vejo que já me conhece o bastante, hoje a noite você vai jantar com o Miguel.
– O quê?
– Isso mesmo, eu vou contar para ele e vocês dois vão jantar.
– Você só pode estar ficando louco.
– Me dá um desconto.
Ele não disse nada, apenas pisou no acelerador e fomos para a casa em silencio. Quando chegamos em frente a minha casa ele respirou fundo e disse:
– Tudo bem.
– Por isso que eu te adoro.
Eu disse dando um beijo nele e saindo do carro.
– As 21:00 no restaurante do centro.
– Qual deles? O que mais tem no centro é restaurantes.
– Te mando uma mensagem.
Eu disse correndo para dentro da minha casa.
Peguei o meu celular e escrevi para o Miguel:
"Amir, jantar hoje as 21:00 no centro. Te encontro lá."
" Tudo bem. T e amo."
Eu dei risada e joguei meu celular em cima da cama.
*
Continua.
Oi gente, agradeço por todos os comentários e espero que vocês tenha gostado desse capítulo. Sinto muito por não fazer maior. E vou dizer que estamos próximo do fim. Desde o começo nunca pensei em uma serie muito grande e ainda tenho outros projetos que eu quero começar. Mais uma vez espero que tenham gostado.
Beijão a todos.