Capitulo 12 - Um Pequeno Anjo

Parte da série Um amor nas estrelas

Oiiiii Geeeente. Adriano falando, como vão vcs? Eu queria pedir desculpas pela demora, mas eu infelizmente tinha que me esquecido do conto kkkk, pois é, mas agora lembrei e espero que todos vcs gostem e agradeço os comentários do conto passado. Beijão.

-ooOoo-

Acordei a manhã seguinte e dei de cara com o meu amor dormindo que nem um anjinho, ele parecia tão tranquilo, tão calmo, pena que no meu interior eu não estava assim. Passei minha mão em seus cabelos logos e loiro e dei um beijo na sua testa, fui ao banheiro e fiz minha higiene pessoal, depois vesti uma roupa qualquer e desci para tomar café.

Depois de tomar meu café eu subi correndo para o meu quarto para pegar a minha maquina e minha mochila, escrevi um aviso para o Miguel e sai para conhecer Arezzo, e o primeiro lugar que fui visitar foi a igreja de São Francisco, o lugar era a coisa mais linda do mundo, quando o Eros deu a ideia de virmos para Itália eu não sabia que era tão perfeita assim.

Tirei varias fotos das construções medievais, monumentos e de todo o local.

Quando eu olhei no relógio já era mais de 11:00 da manha e eu nem avisei meus amigos e meu namorado e o meu celular começou a tocar, olhei e vi que era o Miguel então atendi o telefone.

- Oi Miguel?

- Onde você está?

- Estou conhecendo a cidade.

- Você só pode ser louco de sair sozinho, volta agora.

- Miguel eu estou morrendo e não... É esse argumento não foi muito bom.

- Onde vc está?

- San Lorentino's Gate.

- Espera que eu já estou chegando.

- Tudo bem.

Eu disse e desliguei no telefone.

Procurei um lugar para me sentar até que achei uma agradável lanchonete, entrei e pedi um copo de água, vi que tinha uma homem me olhando e a julgar pela minha aparência eu acho que era por pena ou ele devia estar pensando - que cara de cansado -.

- Oi. - Ele disse setando do meu lado.

- Como vai?

- Muito bem, posso? - Ele disse estendendo sua mão pra mim.

- O que? - Eu perguntei sem entender nada.

- Ler a sua mão.

- A minha mão?

- Sim, eu tenho pratica nisso.

Ele estava falando em inglês, tinha olhos lindo - azuis -, cabelos castanho e barba no rosto, lindo de morrer, mas eu tenho namorado, mas não sou cego. Ele estava vestindo uma camisa vermelha Xadrez, um jeans surrado, um coturno de couro marrom e uma bolsa transversal também marrom.

- Então você é cartomante? - Eu perguntei sorrindo.

- Sim, tenho amigos do outro lado que que me dizem o futuro.

- Tudo bem, isso foi assustador.

- Estou brincando, me chamo Louis. - Ele disse estendendo a mão.

- Alex.

- Bonito nome. Então? Posso ler sua mão?

- Não acho uma boa ideia, não sei se quero saber o que vai acontecer no meu futuro.

- As vezes pode ser coisas maravilhosas.

- Tenho certeza que no meu futuro não tem coisas maravilhosas.

- Nunca se sabe.

- Tudo bem.

Eu estendi a minha mão e ele pegou e passou os dedos, ficou olhando e fez uma cara estranha, eu queria saber se eu ia para o céu o para o inferno depois que eu morresse, era uma informação muito importante.

- O que você está vendo?

- É uma coisa... Eu não sei o que dizer.

- Que eu vou morrer em menos de 5 meses? Isso eu já sei, mas eu queria saber se vou para o céu ou o inferno.

- Então você sabe!

- Sim, eu descobri a mais ou menos um mês atrás, eu tenho um tumor no cérebro que é fatal.

- Sinto muito.

- Você viu isso na minha mão?

- Na verdade eu vi escuridão, sofrimento e muita dor.

- Isso significa que eu vou para o inferno. - Eu disse arregalando meus olhos.

- Não, isso pode acontecer na sua vida enquanto estiver vivo. Eu não tenho como saber como vai ser o seu futuro no outro lado. Mas eu posso também ver as coisas boas...

- Como assim?

Ele pegou a minha mão esquerda e ficou olhando e deu um pequeno sorriso.

- E meio toda esse sofrimento eu vejo felicidade, paz, amor.

- Gostei disso. - Eu disse sorrido.

- Eu vejo uma criança.

- Uma criança?

- Sim, vejo que uma criança vai mudar a sua vida.

Eu olhei nos seus olhos azuis e fiquei meio confuso.

Será que minha mãe estava gravida e não me disse, ou sera que a Lola estava gravida do Miguel, ou sera que era aquela morena que meu namorado estava alisando? Meu Deus, meu namorado ia ser pai. Aquele cachorro, safado, cafajeste, como assim ele ia ser pai e não me disse nada.

- Bom, eu espero que você não esteja pensando besteira. Eu não estou aqui para acabar com o namoro de ninguém.

- Como sabe que eu tenho um namorado?

- Você tem um anel.

- Verdade.

- Eu também vejo um homem loiro alto e muito bravo.

- Bravo?

- Sim, ele tem cabelos loiros até os ombros, olhos azuis e está vestido todo de preto.

- Meu Deus é meu namorado, você viu tudo isso na minha mão? - Eu perguntei olhando a palma da minha mão.

- Não, ele está aqui e está vindo pra cá.

Disse Louis se levantando e eu olhei pra trás e vi o Miguel me olhando e chegando perto como se quisesse matar o coitado do gato que estava lendo a minha mão (ele tem mãos macias, vou perguntar mais tarde se ele usa hidratante).

- O que está acontecendo aqui? - Ele perguntou com os olhos vermelhos de raiva.

- Estou tendo uma consulta com o cartomante.

- Vamos pra casa. - Miguel estava muito tentando se controlar.

- Não, eu ainda não terminei, ele ainda tem que ler as cartas. Você entende de sonhos?

- Com certeza.

- Alex eu não estou brincando, vamos para o hotel agora.

- Desde quando você manda em mim?

- Desde o dia em que você começou a namorar comigo.

- Que lindo, eu não posso ler a minha mão, mas você pode ficar alisando as vagabundas no aeroporto.

- Não, ela apenas estava pedindo uma informação.

- De como o seu pênis encontra a vagina dela?- Eu estava claramente descontrolado, não sou assim, mas o ciumes as vezes passa dos limites.

- Olha pra mim, você é a pessoa que eu amo.

- Desculpa, mas depois do que eu vi, tenho minhas duvidas, mas saiba de uma coisa EU TE AMO.

- Mas eu também te amo, Alex você é a pessoa mais importante pra mim, é uma pessoa incrível, lindo e de bom coração, me arrependo de ter tocado nela, mas...

- Foi mais forte que você?

Louis apenas observava tudo sem dize nada.

- Não vou ficar discutindo, minha cabeça está começando a doer e minha visão está ficando turva.

- Vem, sente-se aqui do meu lado - Disse Louis e eu me sentei.

Miguel coçou a cabeça e disse:

- Olha, eu sei que errei, sei que não devia ter feito o que fiz, eu te amo muito meu pequeno e quando eu fiz aquilo foi sem pensar, e sou gay, mas ela... Não tem justificativas, apenas saiba que eu nunca te trairia e vou ficar junto a ti até quando você quiser ficar do meu lado.

- O que você acha disso? - Eu perguntei para o Louis que arregalou os olhos.

- Eu? - Perguntou Luis.

- Sim.

- Sou cartomante e não telepata. - Ele disse fazendo cara de obvio.

- Ok, acho melhor esfriarmos as cabeças e depois conversaremos sobre isso.

- Você tem razão. - Disse Miguel pegando no meu braço e eu dei um tapa em sua mão.

- Agora eu tenho que ir Louis, mas saiba que eu fiquei muito feliz em te conhecer.

- Eu que fiquei feliz de conhecer uma pessoa como vc Alex.

- Pronto?

- Cale a boca Miguel. Vamos nos ver outra vez?

- Os astros dizem que sim. - Ele disse sorrindo.

Apertei a sua mão e fomos para o hotel.

Eu estava andando em silencio e não sabia o que falar para o Miguel que também estava calado e não dizia nada. Quando chegamos ao hotel, eu entrei no banheiro e lavei meu rosto, me olhei no espelho e vi que minha aparência estava de cansado e eu estava mesmo cansado e com falta de ar, então resolvi tomar um banho e tirar uma soneca até a tarde. Quando sai do banheiro vi que Miguel estava sentando na cama e me olhando, eu coloquei uma cueca e deitei embaixo dos edredons.

- Podemos conversar? - Ele pergunta me olhando com aquela carinha de cachorro que acabou de cair do caminhão de mudança.

- Podemos sim Miguel, pode falar.

- Eu queria pedir perdão por ter feito vc ver aquilo no aeroporto... - E o interrompi.

- Está tudo bem Miguel, eu te endento, minha aparência...

- Nada justifica eu ter dado trela para a conversa daquela garota. - Ele respirou fundo - a unica coisa que eu sei é que te amo e quero passar o resto da sua vida com você, não sei o porque de eu ter feito aquilo, mas eu acho que foi uma conversa que eu tive como Eros sobre sexualidade, sobre o fato de eu nunca ter sentido atração por mulheres antes e sobre o meu pai que ficaria um pouco revoltado em saber que um dia eu namorei você. Saber que vc tem apenas alguns meses de vida e que depois eu teria que enfrentar o mundo sozinho me dá um aperto no coração, não quero te perder... Acho que...

- Está tudo bem, eu estou do seu lado, não me vejo um dia sem você. - Eu disse passando a mão no seu rosto.

- Não sei o que vou fazer quando chegar o dia... Só de pensar em te ver dentro de um cachão, sem vida, sem poder me olhar nos olhos, sem poder ver seu sorriso. Eu sinto vontade de morrer.

- Eu preciso de você aqui, sei que um dia você vai fazer historia Miguel, nós vamos fazer historia.

- Eu te amo. - Eu disse colocando a cabeça no meu ombro.

- Eu também te amo.

Ele me deu um abraço apertado e ficamos assim por um bom tempo, sentir seu cheiro me fazia sentir vivo outra vez, seu coração batendo me deixava com mais coragem para enfrentar tudo o que estávamos passando.

- Vamos esquecer o passado tudo bem? - Eu disse passando a mão nos seus cabelos loiros.

- Tudo bem, ontem eu conheci um carinha, combinamos de marcar e nos encontrarmos.

- Tudo bem, mas pode ser mais tarde, não estou muito bem, acho que é o cansaço.

- Tudo bem, deita a cabeça aqui no meu peito.

Eu deitei e comecei a ouvir seus batimentos cardíacos.

Ele começou a cantar baixinho para mim, e o sono veio mais rápido.

My Immortal - Evanescence.

'm so tired of being here

Suppressed by all my childish fears

And if you have to leave, I wish that you would just leave

'Cause your presence still lingers here

And it won't leave me alone

These wounds won't seem to heal

This pain is just too real

There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears

When you'd scream I'd fight away all of your fears

And I held your hand through all of these years

But you still have all of me...

***

Quando eu acordei vi que já passava das 18:00, Miguel não estava na cama e o quarto estava todo escuro, então eu me levantei e fui até o banheiro e vi que eu estava com uma cara até que melhor. Entre debaixo do chuveiro e comecei a pensar na vida, meu pai sempre disse que chuveiro é o lugar ideal para se ter boas ideias e como sempre ele tinha razão.

Depois que eu sai coloquei um roupão e decidi falar com ele via Skype.

Não demorou muito e ele já atendeu a chamada de vídeo e ficou todo feliz em me ver.

- Meu bebê.

- Oi pai. - Eu disse sorrindo.

- Como está? Está se alimentando direito? Dormindo no horário? Se agasalhando do frio? Eu espero que nenhum dos dois tenham feito sexo ainda.

- Pai, vamos começar a limitar os assuntos falado por nós tudo bem?

- Tudo bem meu filho.

- Como está indo nosso projeto?

- Uma maravilha, eu pedi para a minha secretária achar alguém que saiba fazer um site e já começamos a fazer a construção dele. Nesse site vamos explicar melhor sobre nosso projeto, sobre o que ele vai fazer e os benefícios que ele vai fazer as crianças e adolescentes que participarem. Terá também uma pagina voltada para doações que serão responsáveis para o bem estar dos participantes, e também ajudara a comprar comidas, remédios, roupas e etc.

- Perfeito. Já conseguiu alguém para ser sócio ou fazer parte?

- Sim, os pais do Miguel irão nos ajudar. Seus tios também faram parte e um amigo meu que tem um filho pequeno que está passando por uma situação semelhante, só que ao contrario de você, o medico disse que no momento ele não corre risco de vida.

- Entendo, mas fico muito feliz que tudo esteja dando certo.

- Sim, a construção do local também já está muito avançada, conseguimos um patrocínio de uma empresa de materiais de construções e estão nos ajudando muito nisso. E antes que eu me esqueça, já tem um nome?

- Sim, não precisei pensar muito. Fundação I Was Here/Eu estava aqui, para crianças e adolescentes com câncer. Foi graças a essa musica que eu tive a inspiração para o projeto.

- Fundação I Was Here, Criada por Alex. Sabe filho, você um dia vai fazer historia e todos vão ver o ser humano incrível que vc foi e está sendo.

- Se não fosse por vc nada disse seria possível, eu que lhe agradeço por fazer esse sonho se tornar realidade.

- Vamos para com isso antes que eu comece a chorar, tenho que ir agora por que eu vou em um jantar de negócios.

- Vai lá senhor empresario. Te amo pai.

- Também te amo meu filho.

Ele disse e eu fechei o notebook.

Vesti uma roupa qualquer e tomei um remédio para dor de cabeça, quando estava terminando de colocar meu tênis Miguel entra no quarto, ele estava segurando algumas sacolas e falando com alguém no telefone, depois que desligou me deu um beijo no rosto e disse:

- Boas noticias, vamos ter um encontro de casais.

- Que coisa mais besta. - Eu disse arrumando meus cabelos.

- Nada haver, Lembra daqueles amigos que eu te falei? Então eles estão de ferias aqui e marcaram com a gente, e ainda podemos levar o Eros e a Lola.

- Ela vai achar a mesma besteira que eu, mas se isso te fizer feliz tudo bem. - Disse dando um beijo nele.

- Tudo bem, eu vou tomar um banho.

- O que é isso que vc trouxe na sacola?

- Roupas, aproveitei que vc estava dormindo e resolvi fazer compras.

- Toma cuidado, isso vicia.

- Não tanto quanto o seu beijo. - Ele disse me beijando.

- Estou não estou gostando disso Miguel, está me elogiando muito.

- É que hoje vai ter.

- Não vai não. - Eu disse sorrindo e saindo do quarto.

- Onde você vai?

- Preciso tomar um ar.

- Não demora.

- Amor quem vai tomar banho é você, eu apenas vou relaxar aqui fora.

- Tudo bem. - Ele disse e me deu um beijo.

Eu sai do quarto e peguei o elevador, fiquei ouvindo aquela musiquinha irritante que sempre toca e fiquei esperando chegar ao térreo. Quando a porta se abriu eu dei de cara com o Eros que estava tomando uma cerveja.

- Oi safada.

- Desculpa, me chamou do que? - Eu perguntei extremamente ofendido.

- Estou brincando, está tudo bem?

- Uma maravilha, eu só preciso de ar.

- Vou contigo.

- Então vamos.

Eu disse e saímos, sentir o ar da Itália é totalmente diferente do ar de São Paulo no Brasil, aqui não temos aquele poluição que deixa aquele ar carregado, posso respirar e me sentir bem fazendo isso.

- Aqui é perfeito não acha? - Perguntou Eros.

- Eu estava pensando nisso agora mesmo.

- Falou com o Miguel?

- Sim, conversamos e nos acertamos.

- Que bom, não queria ver os dois brigados.

- Pois é. Cadê a Lola?

- Deve estar na frente de um espelho kkk.

- Sei que você adora quando ela se arruma toda.

- Como não adorar?

Eu dei risada e ficamos jogando conversa fora, depois de um tempo Miguel e Lola aparecem e vamos a caminho do restaurante onde iriamos encontrar Thiago e Paulo, amigos que meu namorado conheceu aqui na Itália. Ainda bem que o lugar não era longe, deu para irmos andando e conversando sobre as nossas viagens.

Quando chegamos Vi que Miguel acenou para alguém e dois garotos veio até nós.

- Como vão? - Perguntou Paulo dando um aperto de mão e não e abraçando a Lola.

- Bem, ainda bem que você marcou nesse restaurante. Perto do nosso hotel.

- Pois é. Esse aqui é meu namorado Thiago.

- Prazer. - Ele disse nos cumprimentando com um aperto de mão.

- E você deve ser o Alex. - Perguntou Paulo.

- Exato. - Eu disse sorrindo.

- Vejo que estão bem.

- Pois é, mas todos casais tem suas crises.

- Eu que o diga. - Disse Thiago rindo e nós entramos no restaurante.

Nos sentamos e ficamos conversando sobre nossa ida a Itália e em nenhum momento eles perguntaram o motivo de estarmos viajando tanto e eu adorei já que não iria me sentir confortável falando da minha vida e acabando com a noite. Conversamos sobre o Brasil, nossas cidades e nossos familiares. Depois de um tempo nossa comida chegou e ficamos jogando conversa fora.

Descobri que Thiago estuda em uma escola de arte e mora na Espanha.

Ele era bem divertido e rimos muito durante o jantar, depois de um tempo já tínhamos terminado e pedido a conta, Eros disse estar com sono e eu sabia que ele queria fazer coisas com a Lola, mas nada disse. Siamos do restaurante e trocamos telefones, depois de nos despedirmos cada um foi para um lado.

Lola e Eros na frente e Miguel e eu atrás de mãos dadas, conversávamos e olhávamos as estrelas, o céu estava lindo naquela noite, mas então uma coisa aconteceu, senti um aperto forte no peito e foi como um aviso, eu parei e fiquei olhando para um beco escuro.

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Miguel preocupado - está passando mal?

- Shiii! - Eu disse colocando o dedo na boca em sinal de silencio e entrei no beco.

- Alex volta aqui. - Disse Miguel, mas eu nem dei atenção.

Ouvi um soluço e acho que Miguel também ouviu já que parou e ficou quieto.

Vi uma caixa grande e tirei ela da minha frente e dei de cara com um menino que não devia ter mais que 5 anos de idade, ele estava todo sujo e chorando.

- Si prega di non farmi male.

*

continua.