S1 x E4 - Quebrando o Contrato

Conto de ThiagoAraújo como (Seguir)

Parte da série Vida de Garotos

- Até quem fim saiu – Paulo comentou – já ia tirá-lo de lá.

- Quanta gentileza! – comentou com sarcasmo – eu dispenso, Paulo.

Maccario riu baixinho, apagando seu cigarro no cinzeiro. Ele ficou encostado à parede perto da janela, observando o corpo molhado de Thiago, juntamente com Willian.

- Hei, Thiago. Posso pedir um favor para você? – Paulo indagou, com um largo sorriso no rosto.

- “Não deve ser boa coisa” – pensou, olhando para a expressão do outro – O que você quer?

- Que você brinque um pouco com o meu amigo – disse, apontando para Willian – afinal, é bom fazer amizade com o pessoal do grupo. Não concorda?

Thiago travou de repente. O que ele responderia? Afinal, esse não era o acordo. Ele olhou para Willian que o observava com atenção.

- “Ele é bonito também... mas eu não quero outro cara em cima de mim” – pensou.

Paulo desencostou-se da parede e foi até Thiago, puxando-o pelo pulso até a cama de Paulo, onde Willian estava sentado. Thiago ficou parado na frente de Willian, olhando-o de cima. Atrás dele estava Paulo, que colocou suas mãos nos seus ombros, empurrando-o para baixo. Thiago foi ajoelhando-se ao poucos, não conseguindo ir contra a força dos braços de Paulo.

As pálpebras de Thiago fecharam-se lentamente, ele já imaginava o que Paulo queria que ele fizesse. Ele abriu os olhos novamente quando sentiu um toque nos seus cabelos, era Willian que o acariciava.

- Se você não quiser, tudo bem – Paulo disse – afinal, temos um acordo e eu ainda quero você.

- Me quer? – indagou, rindo baixinho – “acho melhor eu fazer... não é nada demais e eu vou me dar bem com Willian pelo menos. Ele é bonito também”.

A mão de Thiago puxou o zíper da calça de Willian para baixo lentamente, os dois veteranos sorriram com a atitude de Thiago. A mão de Willian começou a alisar os fios úmidos de Thiago num carinho leve e demorado.

O pênis de Willian foi colocado para fora pela mão de Thiago. Ele inclinou-se para frente e colocou a língua para fora, lambendo a cabeça do membro lentamente e com certa pressão. Aos poucos ele colocou aquele pedaço de carne na sua boca, começando a chupá-lo lentamente, com muita pressão, deixando sua língua escorregar por toda sua extensão com o ritmo contrário que movia sua cabeça.

As mãos de Thiago deslizaram pelas coxas de Willian apertando-as com os dedos, dando alguns beliscões sem usar muita força, apenas para sentir sua carne. A boca de Thiago afastou-se, mas sua mão continuou a masturbá-lo. Ele voltou a inclinar-se para baixo, a fim de capturar aquele membro que estava grande e pulsante nas suas mãos, mas parou quando a mão de Willian puxou sua cabeça para trás.

Os lábios de Thiago foram atacados com fúria, ele abriu mais a boca quando sentiu a língua de Willian adentrar na sua boca, começando a deslizar por cada pedacinho daquela cavidade. Os seus lábios fechavam-se nos lábios de Thiago, chupando-os, deixando-os avermelhados e quando conseguiu o que queria sua mão tratou de empurrar sua cabeça para baixo. Thiago abriu a boca, buscando ar e voltou a colocar aquele pênis na boca, voltando a chupá-lo, mas desta vez mais rápido e forte que antes.

Willian estava com os olhos semi cerrados, ele olhou de canto para Paulo que observava tudo com um olhar febril, ele não tirava os olhos da boca de Thiago e de seus movimentos.

Um gemido rouco saiu da garganta de Willian, ele havia gozado. Sua atenção foi voltada para Thiago, que estava com a cabeça baixa e os olhos fechados. A mão de Willian puxou a cabeça de Thiago para cima, observando que havia uma gota de sêmen escorrendo pelo canto de sua boca. Willian passou a língua pelo rastro de sêmen e voltou a beijar Thiago com volúpia.

Após o beijo ambos afastaram-se. Thiago estava um pouco atordoado, ele levantou-se lentamente e antes que pudesse raciocinar, ele sentiu as mãos de Paulo na sua cintura e num movimento rápido foi jogado na sua própria cama, ficando de barriga para cima. Paulo sentou-se na beirada da cama e voltou sua atenção para Willian.

- E quanto aquele bisturi. O que ele quer com aquilo? – Paulo indagou.

- Não sei. Mas eu acho melhor ficarmos de olho nele – disse, ajeitando-se na cama e encostando-se a parede, enquanto olhava para Paulo.

- “Eles estão conversando normalmente depois que eu fiz... são loucos” – Thiago pensou, fechando os olhos em seguida.

Paulo e Willian estavam falando abertamente sobre Gabriel. Thiago apenas ouvia, pensando que Gabriel deveria ser um psicopata. No meio da conversa, Paulo sentou-se meio de lado e começou a passar sua mão pelo tórax de Thiago, descendo e subindo seus dedos por seu corpo, numa leve carícia, mas ele nem sequer olhou para Thiago, continuando a conversar com Willian.

As pálpebras de Thiago voltaram a fechar-se novamente, ele estava com sono e aquele carinho no seu corpo o estava ajudando a ficar amolecido. Thiago estava pronto para dormir, ele abriu sua boca lentamente, virando sua cabeça na direção de Willian, deixando-se levar pelo sono. No entanto, ele abriu os olhos de repente ao ouvir a porta abrir-se num estrondo, para ser fechada do mesmo jeito.

- Você acordou meu companheiro de quarto, Gabriel – Paulo comentou, olhando para a face assustada de Thiago.

- Onde está o meu brinquedo? – Gabriel indagou, olhando para Willian e Paulo.

- Na primeira gaveta da mesa – Paulo disse.

Gabriel caminhou até a mesa, abrindo a gaveta e pegando seu bisturi, olhando para o objeto de metal como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Thiago sentou-se na cama e ficou a observar aquele rapaz que ainda não teve a oportunidade de conversar.

- O que vai fazer com isso? – Willian indagou.

- Arrancar o outro olho daquele idiota – vociferou, exibindo um olhar frio e sem emoção para os demais.

- “Esse cara é louco” – Thiago pensou.

- Você está muito irritado. Precisa extravasar – Willian comentou – por quê não deixa Thiago cuidar de você?

Gabriel desviou a sua atenção do seu querido bisturi e olhou para Thiago que estava sentado atrás de Paulo, usando apenas uma toalha de algodão em volta de sua cintura. Aos poucos os olhos cor de mel de Gabriel voltaram ao seu brilho habitual, deixando aquele ar de psicopata.

- Já o deixou Paulo? – indagou, com um leve sorriso no rosto.

- Não – Paulo respondeu – mas ele pode te chupar se você quiser.

- Eu quero – disse rapidamente. Ele colocou o bisturi em cima da mesa de madeira e caminhou na direção deles, sentando-se ao lado de Willian, voltando a olhar para Thiago.

- “Deuses... eu vou enlouquecer” – Thiago pensou.

- Você quer Thiago? – Paulo indagou – eu não vou te forçar e nem eles.

- Como assim? Eu quero – disse Gabriel, contrariado.

- Ah, não, não! Ele que escolhe – disse Paulo – afinal, ele está comigo.

Gabriel e Thiago ficaram se encarando por um longo tempo. Willian e Paulo suspiraram, pelo jeito Thiago não estava muito à vontade para fazer isso e Gabriel estava ficando impaciente.

- Anda logo – Gabriel disse, elevando seu tom de voz.

- “Droga... que situação” – Thiago pensou, voltando a deitar-se na cama, olhando para o teto.

Paulo voltou a acariciar seu tórax, voltando sua atenção para Gabriel, balançando sua cabeça negativamente. Gabriel apenas estreitou seu olhar, ficando contrariado.

Willian começou a falar alguma coisa para quebrar o silêncio, Paulo começou a conversar junto, continuando a alisar o corpo de Thiago, sentindo vontade que Gabriel e Willian os deixasse sozinhos para ele se aproveitar daquele corpo que tanto lhe seduzia.

Alguns minutos depois Thiago voltou a sentar-se na cama, ele soltou um longo bocejo e ficou olhando para baixo. Ele passou sua mão por seus cabelos, jogando-os para trás, mas seus fios logo voltaram a cair por seu rosto. Ele olhou de canto para Gabriel que ainda lhe lançava um olhar fulminante.

- “Se Paulo me deixasse... esse aí seria o primeiro a vim até mim e não teria dó... será que eu devo também?” – pensou.

- Que horas são? – Thiago indagou.

- Oito horas – Paulo respondeu – pode continuar descansando.

- Ou mudou de idéia? – Gabriel indagou, interrompendo a conversa de ambos.

Paulo riu baixinho, ele inclinou-se para baixou e deu um beijo rápido nos lábios de Thiago. Ele levantou-se em seguida e caminhou até a mesa de madeira, pegando um cigarro e o acendendo.

Thiago sentou-se na cama, arrumando sua toalha. Ele queria vestir alguma coisa, mas provavelmente iam pedir para que ele se trocasse na frente deles e não saberia o que podia acontecer. Não era bom ficar provocando-os.

Thiago levantou-se lentamente, caminhando até a janela, encostando-se à parede, olhando para os garotos que estavam passeando. De repente, algo chamou a atenção dele, ele viu que era Amín e Haziel que saíam lentamente do prédio.

- “O Haziel que parecia ser tão durão está... todo ferrado. Nossa... o braço dele... está enfaixado. Será que ele esse psicopata quebrou?” – pensou com surpresa – E você quer que eu faça ainda? – Thiago indagou de repente, chamando a atenção de Gabriel, que abriu um largo sorriso.

- Sim – respondeu – agora mesmo se quiser.

- Oh, eu não sabia que ia mudar de idéia – Paulo comentou – já que você está tão animado. Eu também quero – disse em seguida.

- Os dois? – indagou – que situação complicada eu estou ficando – riu baixinho em seguida, sem tirar os olhos de seus colegas que estavam no pátio, vendo que Amín parecia estar bem machucado também.

- Complicada? Ah, não pense assim, Thiago. Divirta-se conosco – disse Willian.

Um sorriso desenhou-se na face de Thiago, ele caminhou na direção de Gabriel e ajoelhou-se na sua frente, o loiro abriu um largo sorriso e abriu mais suas pernas. Suas mãos passaram pela cabeça e Thiago e o puxou na sua direção, atacando seus lábios, mordendo-os em certos momentos.

- Vai com calma, Gabriel – Paulo disse, sentando-se ao seu lado – eu não vou deixar você machucá-lo.

- “Me machucar? Ah... ainda bem que Paulo está aqui” – pensou, sentindo um arrepio correr por sua espinha.

Gabriel ficou um pouco contrariado com a presença de Paulo ao seu lado. Ele largou a boca de Thiago, vendo como ficou avermelhada. As mãos de Gabriel trataram de cuidar de sua calça, puxando-a para baixo, retirando-a por inteira.

- “O que esse louco pensa que eu vou fazer?” – Thiago pensou.

O novato não esperou que Gabriel pedisse, ele segurou seu membro e o levou até a boca, começando a sugá-lo com pressão e velocidade. Ora ele o masturbava com a mão, ora com a boca, ora colocava a língua para fora e deslizava por sua extensão, ora chupava apenas a glande para depois voltar a colocá-lo por inteiro na boca.

A mão de Gabriel fechou-se nos cabelos de Thiago, puxando-o, torcendo-o, adorando ver a expressão de dor que ele fazia no seu rosto. Paulo apenas observava, excitando-se também. A outra mão de Gabriel deslizou pelo pescoço de Thiago, começando a acariciá-lo.

- Não, Gabriel – Paulo disse, puxando sua mão para longe do pescoço de Thiago. Ele conhecia muito bem seu colega para saber o que ele estava pensando em fazer.

- Ah... Paulo – reclamou, exibindo um olhar decepcionado para o karateca.

- Não faça isso ou ele vai parar – disse – e eu não vou deixar você machucá-lo.

Gabriel não respondeu, ele fechou os olhos dando atenção ao seu corpo e a aproximação de seu orgasmo que chegou triunfante, adentrando na boca de Thiago, que engoliu cada gota.

- Muito bom, quero todos os dias – Gabriel disse baixinho, jogando sua cabeça para trás.

Paulo sorriu de canto, olhando para a face de Thiago. Ele estendeu sua mão e tocou no seu rosto, começando a puxá-lo na sua direção. Thiago caminhou com seus joelhos até Paulo, que se inclinou para baixo, beijando seus lábios.

Gabriel levantou-se de repente, pegando sua calça e vestindo-a novamente, olhando para Willian que lhe sorriu divertido, vendo que o seu humor havia melhorado finalmente. Depois deveria agradecer Thiago pelo serviço. No começo Willian achou um erro ter sugerido que Thiago fizesse aquilo, já que ele havia recusado a princípio, acabando por ter deixado Gabriel mais revoltado.

- Gabriel, você exagerou com aquele garoto – Willian comentou.

- Não acho. Não sei porque vocês me seguraram – disse – eu queria quebrar o outro braço daquele idiota. Afinal ele empurrou meu irmão com os dois. Deveria pagar com os dois também.

- Tente se controlar – Willian pediu – apenas dê uma surra nele durante alguns dias, mas nada grave.

- E eu ainda vou bater nele – disse – amanhã eu vou pegá-lo de novo.

- Tente se acalmar – Paulo disse, separando-se dos lábios de Thiago.

- Por que vocês sempre dizem isso? – indagou, contrariado, caindo sentado na cama de Thiago.

Paulo e Willian se entreolharam pensando como Gabriel poderia ser tão cego. Será que ele não notava que perdia todo o controle quando estava nervoso? A única pessoa que conseguia pará-lo era Paulo e Willian, mas eles sempre se machucavam quando tentavam fazê-lo se acalmar.

Thiago sentou-se no chão e ficou olhando para os rapazes que estavam começando a aconselhar Gabriel, que se mostrava irredutível. Pelo visto ele não conseguia entender que virava um demônio quando ficava bravo.

- Eu não sou tão irritado assim. Só às vezes – disse.

- Você é normalmente irritado e de vez em quando explode – Willian corrigiu – por acaso não pensa em tomar algum remédio?

- Ah, meus pais arranjaram algumas terapias para mim. Eu já disse isso antes. Mas aqueles remédios me deixavam lento – resmungou – eu estou fazendo karate com o Paulo agora, isso está aliviando a tensão.

- Acho que você melhorou um pouco realmente – Willian comentou.

- “Esse cara ainda faz karate? Que terrível...” – Thiago pensou.

Thiago levantou-se lentamente, chamando a atenção dos três rapazes que pararam de conversar para olhá-lo. Thiago abriu a boca para falar alguma coisa, mas calou-se ao ouvir duas batidas na porta.

- Entre – Paulo disse.

A porta abriu-se lentamente e um rostinho tímido apareceu. Era Anderson que estava ali, olhando para Thiago, o loirinho gelou ao ver quem estava no quarto.

- Oi – disse baixinho.

- Oi, Anderson. O que foi? – indagou, caminhando até a porta.

- Mais um dos irmãos Honoi – Gabriel disse baixinho, levantando-se e caminhando na direção da mesa de madeira, pegando seu bisturi na mão. Nesse instante, Paulo e Willian correram até o loiro, puxando seu braço para trás e Paulo fez o favor de arrancar o bisturi da sua mão.

Thiago arregalou os olhos com aquela atitude, ele deu um passo para frente, aproximando-se mais da porta. Gabriel estava se remexendo, falando um monte de palavrão. Anderson assustou-se quando viu um bisturi no chão e sem notar, ele empurrou a porta para frente, batendo-a na cabeça de Thiago, que gritou e caiu ajoelhado no chão, com as mãos no rosto.

O trio parou de discutir de repente, eles olharam para Thiago que estava no chão gemendo baixinho e depois olharam para Anderson, que arregalou os olhos. O loirinho adentrou no quarto e ajoelhou-se na frente de Thiago, tentando ver seu rosto, pedindo desculpas sem parar.

- Tudo bem, tudo bem – disse Thiago, desviando das mãos curiosas de Anderson – vai embora.

- Perdão, eu não queria fazer isso – disse baixinho.

Paulo respirou bem fundo e soltou Gabriel juntamente com Willian. O loiro veterano bateu a mão na porta a fechando num estrondo. Ele olhou para Thiago e depois para Anderson.

Com passos lentos, Paulo puxou Thiago para cima num único puxão e nesse instante a sua toalha acabou caindo no chão, revelando seu corpo para o deleite de Gabriel e Willian que ficaram paralisados. Paulo abaixou e pegou a toalha, rindo baixinho.

- Além de cego, eu estou pelado. Que ótimo – disse, contrariado, fazendo todos do quarto rirem com o comentário bem humorado, menos Anderson que suava frio.

- Não reclame. Seu corpo é lindo – Willian disse.

Paulo começou a puxá-lo na direção da cama, fazendo Thiago sentar-se. Paulo puxou a mão de Thiago que estava na sua testa, vendo que a região estava bem avermelha e havia até sangue pisado pelo impacto que sofreu contra a madeira.

- Hum... Foi feio, hein! – Paulo comentou, chamando a atenção de Anderson, que se ergueu e correu na direção dos dois.

- Perdão, Thiago – pediu novamente, vendo o estrago que fez.

As mãos do loirinho tocaram no corpo de Thiago, tocando no seu queixo, puxando-o na sua direção para analisar melhor o machucado, sua outra mão escorreu até o ombro do mesmo.

Paulo levantou-se com os braços cruzando olhando para aquela cena na cama, sentindo que sua autoridade estava sendo ameaçada com aquele garotinho. Os outros dois aproximaram-se lentamente, notando que Paulo também estava com um olhar assassino.

- Eu não agüento segurar os dois – Willian resmungou – Gabriel e Paulo, não percam a calma – pediu em seguida, tocando no ombro dos dois.

- “Droga, o Anderson está aqui. Paulo não gosta dele e Gabriel é um psicopata. Eu preciso tirá-lo daqui ileso” – pensou.

Thiago pegou a sua toalha que estava na mão de Paulo e voltou a passá-la em volta de seu quadril. Ele ergueu-se com um olho fechado, sentindo que ele ardia levemente. Sua mão fechou-se no pulso magro de Anderson e começou a caminhar na direção da porta, arrastando o garoto.

- Espera aí! – Gabriel o chamou – onde você está indo, Thiago?

- Levando-o para fora – disse secamente, continuando a andar.

- Não, deixe-o aqui e saia do quarto se quiser – Paulo mandou, com um olhar sádico.

No entanto Thiago continuou a andar, ele abriu a porta e jogou Anderson para fora, fechando-a em seguida. Ele encostou sua cabeça na porta e respirou fundo.

- Não se faça de surdo – Paulo disse – eu falei para deixá-lo aqui. Vá buscá-lo.

- Não – disse, virando-se para o trio, com a mão na testa. Ele estava sentindo-se meio tonto com aquele baque que havia tomado. Parecia algo simples, mas foi com muita força e velocidade.

As pálpebras de Thiago fecharam-se com força, ele abaixou sua cabeça e voltou a abrir os olhos, vendo que sua visão estava ficando turva. Paulo aproximou-se lentamente do novato, passando a mão por seu rosto, olhando para seus olhos.

Paulo o puxou lentamente até a cama, ajudando Thiago a se sentar, sentando-se ao seu lado em seguida.

- Esse baque foi forte – Willian comentou.

- E mais um dos irmãos Honoi causando problemas hoje – Gabriel comentou – eu vou pegá-lo depois.

- Me avise, pois eu vou junto – Paulo pediu, passando suas mãos pelo rosto de Thiago, massageando sua face lentamente.

- Ele está te irritando também? – Willian indagou.

- Ah, Thiago mal chegou e ele vive entrando nesse quarto – comentou – e hoje foi à gota d’água.

- Hum... Thiago está fazendo sucesso até com o heterozinho dos Honoi – Willian comentou, rindo baixinho em seguida.

- Eu... quero dormir – Thiago resmungou, querendo deitar-se na cama.

- Não. Não vai deitar depois que bateu a cabeça. Fique acordado – Paulo disse.

- Eu vou dormir – voltou a falar.

- Ele vai querer dormir mesmo. Mas eu sei como deixá-lo acordado, Paulo – Gabriel comentou.

- Não me diga, Gabriel. Como conseguirá essa proeza? – indagou cinicamente, já imaginando a resposta.

O loiro sorriu e caminhou até Thiago, arrancando aquela toalha que estava enrolada na sua cintura. Thiago arregalou os olhos com aquele puxão, ele abriu a boca para pedir sua toalha de volta, mas não disse nada, quando sentiu os lábios de Gabriel envolverem seu pênis, começando a sugá-lo.

- Não vá mordê-lo, Gabriel – Willian pediu.

- Eu não vou fazer nada. Afinal, ele me tratou tão bem – disse, voltando a chupá-lo.

Thiago começou a gemer baixinho, ele começou a cair para trás lentamente, deitando-se na cama, enquanto sentia a língua de Gabriel lhe tratar tão bem. Ele deixou seu braço em cima de sua testa e sua outra mão ficou fechada no lençol, sua boca estava ligeiramente aberta, deixando seus gemidos saírem por sua garganta.

Um gemido mais longo e rouco deixou a garganta de Thiago quando ele sentiu o dedo de Gabriel adentrar no seu corpo. Paulo aproximou-se do loiro e puxou sua mão para trás rapidamente.

- Ele é meu. Eu já não disse? – indagou com irritabilidade.

- Perdão, eu não resisti – Gabriel disse – não faço mais.

Aos poucos o corpo de Thiago começou a ficar cada vez mais aceso. Ele se remexia na cama até que acabou gozando na boca de Gabriel que engoliu todo seu líquido. Gabriel se afastou e ficou observando o novato jogado na cama, com a boca aberta. Seu peito subia e descia aceleradamente por causa da respiração agitada.

- Paulo – Willian o chamou.

- Hum?

- Eu o quero – disse, olhando com desejo para o corpo de Thiago estirado no colchão.

- Eu também – Gabriel disse.

Por um momento Paulo começou a ficar incomodado com aquela situação, ele não entendeu o sentimento que estava no seu peito. Ele queria que todos saíssem do quarto e parassem de olhar daquele jeito para seu colega de quarto. Talvez estivesse sentindo ciúme. E isso nunca havia acontecido, eles sempre dividiam os rapazes que pegavam.

- O que me diz de nós três, Paulo? Sem machucar ou humilhar. Apenas dar prazer para ele – Willian sugeriu.

- Não – Paulo respondeu, num tom que não deixava dúvidas – agora me deixem sozinho com ele. Pois é minha vez.

- Egoísta – Gabriel comentou, rindo alto – mas como sempre, daqui no máximo três semanas você vai deixar de ficar com ele. Então, a gente se diverte, não é Willian?

- Realmente. Afinal não é muito tempo – disse.

Os dois rapazes despediram-se com um tapa nas costas de Paulo que apenas moveu sua cabeça num aceno de despedida. Quando eles saíram do quarto, Thiago abriu suas pálpebras, olhando diretamente para Paulo, que lhe observava de um jeito estranho.

- O que foi? – Thiago indagou.

- “O que eu senti quando Gabriel estava com ele? Quando ele estava com Willian também. Eu não gostei... eu tentei ignorar e levar tranqüilamente, mas não gostei. Eu queria que essa boca fosse somente minha” – pensava, olhando diretamente para Thiago – “que estranho... será que eu estou gostando dele?”.

Paulo sentou-se na cama, fazendo Thiago sentar-se também, exibindo sua testa avermelhada. A mão de Paulo deslizou pelo rosto de Thiago, vendo como ele recebia bem aquela carícia.

- “Ele está me olhando estranho” – Thiago pensou.

Com o coração acelerado, Thiago inclinou-se e aproximou-se dos lábios de Paulo, passando sua boca por eles, movendo sua cabeça de um lado para o outro, deixando seus lábios ficarem raspando pelos de Paulo, numa doce carícia. As mãos de Paulo seguraram a cabeça de Thiago, parando-a no lugar, afundando sua língua no interior de sua boca, começando a beijá-lo.

Os dois ficaram se beijando por longos minutos. Suas mãos deslizaram pelos seus corpos ao mesmo tempo, apalpando cada pedacinho, conhecendo mais o corpo do outro. Thiago afastou-se por um momento para buscar mais ar.

- Que beijo... está se apaixonando? – Thiago indagou, rindo baixinho.

- Talvez – disse seriamente, chamando a atenção de Thiago – você me deixa... assim.

- Assim como? – indagou, surpreso. Afinal, esse era o segundo dia que estava ficando com Paulo. Como ele podia estar falando essas coisas? – “talvez ele esteja brincando comigo” – pensou em seguida, não acreditando que pudesse ser algo sério.

- Não sei explicar, mas fiquei enciumado quando você ficou dando atenção para Gabriel e Willian – disse, voltando a beijar Thiago, mas desta vez na região das bochechas.

- Você mesmo que sugeriu – disse.

- Eu sei, eu não pensei que ia me sentir assim. Estranho, não? – comentou, rindo baixinho – eu não me importo de te falar isso, você se importa de ouvir isso?

- Por que me importaria? Não é importante.

- Não é importante saber que eu fiquei com ciúmes? – indagou, afastando sua boca de suas bochechas e indo até seus ouvidos.

- Não. Daqui duas semanas vai deixar eu sozinho, não é? Eu ouvi – comentou.

- Ah, não existe um tempo para isso – disse – eu posso protegê-lo sempre.

- E qual interesse você teria nisso? Depois que enjoar de mim, vai querer algo novo. Ou se entrar outro aluno... eu soube que eles trocam as duplas dos quartos a cada dois meses.

Paulo não disse nada, ele passou sua língua pela orelha de Thiago, notando que ele se contorceu com aquilo e os pêlos de seu corpo arrepiaram-se imediatamente.

- “Como imaginei. Ele não tem resposta” – pensou, sentindo suas carícias.

Os dois ficaram se beijando por um longo tempo até que resolveram sair do quarto, ou então se atrasariam para o passeio.

OoO

Era segunda-feira. O dia amanheceu frio e com um vento forte, o despertador começou a tocar avisando que era a hora de levantar. Paulo bateu a mão no aparelho, fazendo-o parar de tocar. Ele sentou-se na cama e olhou para o corpo de Thiago.

- Acorda – disse, jogando seu travesseiro em Thiago.

Os olhos de Thiago abriram-se vagarosamente, ele sentou-se na cama e olhou para Paulo que estava caminhando até o banheiro, deixando a porta aberta. Thiago levantou-se e foi até o banheiro, encontrando Paulo urinando.

A torneira da pia foi aberta, Thiago começou a lavar seu rosto e já pegou começou a escovar os dentes, enquanto olhava sua cara sonolenta no espelho. Ele estava péssimo e sua cabeça doía, ele não devia ter bebido ontem à noite com Paulo.

Eles arrumaram-se e vestiram seus uniformes e saíram do quarto, encontrando vários rapazes caminhando pelos corredores, indo até o refeitório para tomarem seu café da manhã. Paulo andava ao lado de Thiago, ambos não falavam nada, pois tinham um péssimo humor matinal.

Após tomarem o café da manhã, Paulo afastou-se de Thiago, juntando-se ao seu grupo. Thiago caminhou para sala sozinho, vendo Hudi e os demais no alto da sala, conversando. Ele sentou-se ao lado de Amín, ficando na ponta da mesa, onde estavam sentado, Leon e Hudi também. Atrás estava Haziel, quieto num canto, cheio de curativos e com o braço enfaixado.

Era aula de matemática. Um velho senhor de bengalas adentrou na sala e começou a passar a matéria, avisando que a prova seria na mesma semana. Após terminar a aula, todos saíram conversando animadamente. Era aula de educação física, e eles estavam se dirigindo para as quadras. E nesse ritmo a tarde começou a chegar e eles saíram do horário de atividades as seis horas da tarde. Segunda-feira era um dos dias mais cheios.

No corredor do segundo andar, Thiago estava andando com Leon, que falava sobre um filme que ele havia alugado na semana passada. Ambos estavam distraídos, andando pelos corredores, entretanto algo chama a atenção deles.

- Você ouviu? – Thiago indagou, parando de andar.

- Veio do terceiro andar – disse.

Eles se olharam intrigados e começaram a subir as escadas lentamente, chegando até o terceiro andar onde tudo estava escuro e todas as salas estavam com as portas fechadas. Havia encerrado o período de atividades nesse andar.

A atenção dos dois estava voltada para o som que ouviam no final do corredor, eles começaram a caminhar lentamente até que pararam na frente de uma grande porta de madeira.

- O que fazem aqui?

Os dois olham para trás e encontram Gabriel que estava com mais dois garotos que Thiago nunca havia visto antes. Leon arregalou seus olhos e depois olhou para Thiago, dando uma leve cotovelada no novato, que o olhou de canto.

- Eu perguntei o que estão fazendo aqui? – Gabriel tornou a indagar, olhando para Leon.

De repente a porta de madeira abriu-se, revelando uma figura conhecida para Thiago, era Paulo que estava ali com seu inseparável cigarro na boca, olhando para os dois com certa curiosidade.

- O que faz aqui Thiago? Perdeu-se? – indagou.

- Ouvimos algo e subimos. Algum problema? – indagou, olhando para Paulo de modo interrogativo.

Gabriel passou por Leon e Thiago adentrando na sala juntamente com os outros dois rapazes que também eram do quarto ano. Paulo fechou a porta atrás dele e ficou no corredor, olhando para Leon e Thiago.

- Estamos disciplinando três alunos do primeiro ano – disse, dando uma tragada no seu cigarro, fechando os olhos para saborear aquela droga.

- Ah, vamos voltar, Thiago – Leon sugeriu, puxando-o pelo braço.

Paulo desencostou-se da porta e fechou suas mãos nos braços de Leon e Thiago, ele abriu a porta da sala e os jogou lá dentro, entrando por último, fechando a porta atrás dele, trancando-a com uma chave.

Era a sala de ciências, onde eles realizavam experiências, e esse cômodo era maior que todas as outras salas, pois tinha várias mesas redondas espalhadas pelo seu interior, onde eles sentavam-se em grupo e faziam seus trabalhos. No fundo da sala havia três alunos sentados no chão. E sentado nas cadeiras havia vários garotos do quarto ano.

Thiago conseguiu reconhecer apenas Willian, Gabriel e Paulo naquele lugar. O resto do pessoal era totalmente novo para ele. Leon afastou-se de Thiago, caminhando até seu primo, sentando-se em cima da mesa, ao lado de Willian que lhe sorriu e passou sua mão por seu rosto.

- O aluno novo... ele também? – um dos garotos indagou, olhando para Thiago.

- Esse não – Willian disse – ele está com o Paulo.

Uma vaia foi ouvida no fundo da sala, mas todos acabaram rindo e voltando suas atenções para os três garotos do primeiro ano. Paulo puxou Thiago pelo braço, caminhando até a frente, onde estavam os demais.

- Sente onde quiser – Paulo disse.

Thiago deu uns passos para o lado e sentou-se numa cadeira de madeira, ficando ao lado de Leon.

Ao seu lado, Leon foi puxado para fora da mesa, ele foi acomodado no meio das pernas de Willian que continuava sentado. O ruivo abraçou o corpo de seu primo e afundou sua cabeça na curva de seu pescoço, beijando a região enquanto suas mãos deslizavam sem nenhum pudor por seu corpo.

- “Esse Willian não perdoa nenhum! O que vai acontecer aqui?” – indagou em pensamento – “Ah, droga. Eu sei o que vai acontecer e eu não quero ficar”.

Thiago ergueu-se na cadeira e começou a caminhar para fora da sala, saindo rapidamente e fechando a porta. Ele respirou fundo quando se encontrou sozinho no corredor, ele correu até a escadaria e começou a descer rapidamente. Ele não queria ser forçado a ficar ali.

Quando chegou no jardim daquele prédio, Thiago olhou para cima, vendo a luz acesa no terceiro andar. Ele começou a caminhar para fora dali, mas antes de se afastar ouviu um grito agonizante que deixou todos seus pêlos arrepiados.

Já no dormitório, Thiago retirou seu uniforme e colocou uma calça de pano azul escuro e uma camiseta branca de algodão que tinha os três primeiros botões abertos. Ele sentou-se na mesa de madeira e abriu o livro de matemática, lendo o exercício que ia cair na prova.

As horas foram passando e estava na hora do jantar. Thiago calçou um par de sandálias de couro marrom e saiu do quarto. Ele caminhou sozinho até o refeitório, onde não havia nenhum rosto conhecido para ele se sentar. Thiago pegou uma bandeja, servindo-se na fila. Ele caminhou pelas mesas e sentou em uma vazia, começando a jantar em silêncio.

- Posso me sentar?

Thiago ergueu seu olhar para um garoto que ele nunca havia visto antes.

- Pode – disse.

O rapaz sentou-se de frente para Thiago, arrumando-se da cadeira.

- Meu nome é Hon e você é Thiago Golden do terceiro ano, certo?

- Sim. Prazer – disse, abrindo um sorriso simpático – você está em que ano?

- Quarto ano – respondeu, passando a mão por seus cabelos brancos, jogando-os para trás, deixando-os cair por seus ombros. Ele deu uma piscada para Thiago em seguida, exibindo o brilho de seus olhos, que pareciam duas esmeraldas.

- Hum... um veterano, então! – exclamou.

- Sim. Eu vi você na sala hoje. Por quê saiu? – indagou.

- Porque eu não queria ficar ali – respondeu, um pouco irritado – “então você é um dos idiotas que ficam maltratando os outros” – pensou – “esse colégio só cria gente doente”.

Hon ficou conversando com Thiago que não sentia a mínima vontade de ter a companhia daquele cara irritante ao seu lado. Quando terminou de jantar, pediu licença e levantou-se, colocando sua bandeja em cima da lixeira, afastando-se rapidamente do refeitório, caminhando pelo campo com a cabeça baixa e mãos nos bolsos.

- “Eu nunca andei por aqui” – pensou, olhando a região que ficava atrás dos vestiários – “Esse colégio é enorme”.

O caminhar de Thiago foi bloqueado por um garoto que ele nunca havia visto antes, ele olhou para trás e viu que Hon estava atrás dele com as mãos na cintura e um semblante sério.

- Paulo quebrou o acordo – Hon disse – que pena para você.

- Co... como assim? – indagou sem entender.

- Ele não resistiu e acabou pegando o garoto do primeiro ano – o outro rapaz que estava a sua frente disse. Ele se chamava Marc, ele tinha cabelos curtos e castanhos claros, seus olhos eram negros como os cabelos de Thiago e era mais alto que Hon.

A cabeça de Thiago estava rodando, ele olhou para os lados pensando para onde correria. Ele não queria ser pego por aqueles dois pervertidos num lugar tão isolado. E no instante seguinte, postou-se a correr, com os dois garotos ao seu encalço.

- Hei, pára de correr – Hon gritou.

Thiago estava se afastando dele, sentindo um alívio no peito. No entanto, sua felicidade não durou muito, quando ele encontrou outro garoto na sua frente, com um sorriso divertido no rosto. Thiago desacelerou o passo e foi o que os outros dois precisavam, eles o alcançaram e o seguraram pelo braço.

Continua...

Comentários

Há 3 comentários.

Por Klaytton em 2014-07-08 12:14:32
Crl, o que vem a seguir????
Por jv em 2014-06-01 12:43:45
Meu deus o q vai acontecer
Por Ryan Benson em 2014-05-27 15:14:20
Tenso :/ Continua, estou acompanhando...