Capítulo 49

Conto de SyncMaster como (Seguir)

Parte da série Tribulações

Já não chovia tão forte quando terminamos de lavar e guardar a louça.

Vinícius: Você vai querer fazer o jantar? - Ele perguntou em um tom de voz que gritava “Diz que não!”.

Nos entreolhamos, acho que meu rosto já antecipou a minha resposta.

Felipe: Não sei se vai ser legal.

Vinícius: Lógico que não, vamos pedir pizza! - Ele sorriu.

Felipe: Aprovadíssimo! - Dei risada.

Vinícius: Acho que é bom eu ligar agora, né? Eles perguntam a hora que eu quero que entreguem, aí, sei lá, eu falo oito, nove horas?

Felipe: Isso, pode ser. - Falei olhando o relógio na parede, mas não pensei a respeito, apenas concordei.

Vinícius: Quantas? A gente come duas?

Felipe: Você come duas sozinho, comilão. - Dei risada.

Vinícius: Não exagera! - Ele riu. - Bom… considerando que, provavelmente, vamos ficar até tarde acordados, vendo TV, conversando, ou até jogando… - Ele fez uma pausa. - Vou pegar duas, porque sempre dá uma fome no final da noite.

Felipe: Acha que vai pegar duas e ainda sobrar pra mais tarde?

Vinícius: Suspeito que sim. Não comemos tanto assim! - Ele disse de forma engraçada.

Felipe: Então tá bom…

Vinícius: Mas dessa vez você escolhe os sabores.

Fingi uma expressão brava ao olhar para ele, eu odiava escolher os sabores, tinha medo de escolher algo que ele não gostasse. Aceitei escolher, desde que ele não me deixasse pedir algo que ele não gostaria de comer.

Fiquei ao seu lado enquanto ele ligou para fazer o pedido. Achei engraçado a forma como ele repetia quase tudo o que falava, pois a atendente não entendia quase nada na primeira vez.

Vinícius: Meu Deeeus! - Ele disse quando desligou. - Deviam fazer atendimento por mensagem de texto! Assim não tem como não entender!

Dei risada.

Felipe: Tá nervosinho? - Provoquei.

Vinícius: Não, não dá pra ficar nervoso com você por perto. - Ele me olhou.

Seu olhar me arrepiou, senti uma pulsação forte em meu peito, seu olhar, seus lábios e seu corpo tão próximos o tempo todo. Eu não sabia descrever exatamente o que estava sentindo, mas a cada minuto aquele desejo se tornava mais forte.

Felipe: Eu… fico um pouco sem jeito ainda. - Sorri.

Seu sorriso ficou ainda maior e mais atraente.

Vinícius: Desculpa, só quis ser fofo…

Felipe: Você é fofo o tempo todo, besta.

Vinícius: Não sou o único.

Fiquei olhando-o sem graça, eu não fazia ideia do que dizer.

Felipe: Posso perguntar uma coisa?

Vinícius: Claro.

Felipe: Você gostaria de passar um fim de semana na minha casa? Ver o pessoal lá…

Vinícius: Sim, seria muito bom. Você quer?

Felipe: Estou pensando nisso. Mas não agora, mais pra frente…

Vinícius: Quando você quiser, Lipe. É só falar!

O telefone tocou, o Vinícius atendeu! Era a Izaura dizendo que já estava no hotel, também queria saber se estávamos bem, perguntou se almoçamos, perguntou se já tínhamos pensado no jantar, entre muitas outras perguntas para se assegurar que estava tudo bem.

Vinícius: Super protetora! - Ele riu quando desligou o telefone.

Felipe: Ela nunca teve que te deixar sozinho assim?

Vinícius: Não. Ela está acostumada a ficar sempre por perto.

Felipe: Tá explicado.

Ele sorriu, mas não deu continuidade ao assunto.

Vinícius: Quer tomar banho?

Ele me deixou ir primeiro, não aprontei nada durante o banho, mas tive uma certa vontade. Era inexplicável como o Vinícius despertava pensamentos do tipo em mim.

Voltei logo ao quarto, ele estava sentado na sua cama, parecia estar observando a minha cama quando entrei, mas não tive certeza pois pois ele me olhou assim que percebeu minha presença.

Vinícius: Posso ir?

Felipe: Fique a vontade. - Sorri.

Ele se levantou da cama com um pulo, pegou sua toalha e roupa, que já estavam preparados em um canto da cama, e então fiquei sozinho no quarto.

Quando voltou, ele estava muito cheiroso, com calça e blusa, ainda estava muito frio! Seu cabelo molhado estava fofo, bonito! Mas em seguida ele deixou o quarto, foi levar sua roupa suja à lavanderia.

Vinícius: Com fome? - Ele disse ao retornar.

Felipe: Um pouco.

Eu estava sentado na minha cama, ele se deitou e colocou a cabeça no meu colo.

Vinícius: Fica mexendo no meu cabelo? É tão bom.

Felipe: Não, você vai ficar muito mimado.

Ele riu.

Vinícius: Besta.

Sorri e comecei a mexer no seu cabelo.

Felipe: E você, tá com fome?

Vinícius: Bastante.

Felipe: Logo deve chegar, né?

Vinícius: É.

Nossos olhos se encontraram, minha mão queria descer do cabelo ao corpo dele. Seu olhar denunciava que ele estava sentindo o mesmo. Mas segurei minha mão, segurei qualquer desejo ou excitação. Respirei fundo para que ele não percebesse nada.

Vinícius: Posso perguntar uma coisa?

Felipe: Claro. - Fiquei um pouco nervoso.

Vinícius: E aquele garoto que você conheceu no parque, o tal Túlio? Não viu ele depois que voltou pra lá?

Felipe: Não, nunca mais vi ele.

Vinícius: E como esse Túlio era?

Felipe: Fortinho, pele num tom moreno bem claro, ele era bonito…

Vinícius: Bonito, é?

Pude sentir o ciúme no seu tom de voz.

Felipe: É. Mas você é muito mais bonito, tanto por dentro, como por fora.

Ele sorriu.

Vinícius: Você gosta de caras malhados? Fortões e tal?

Felipe: Vini, eu já disse o tipo de cara que gosto.

Vinícius: Sei, sei, você disse. Mas você disse que também reconhece beleza física!

Respirei fundo, eu teria que pensar em uma resposta.

Felipe: Até certo ponto, eu gosto.

Vinícius: Até que ponto?

Felipe: Tipo… - Pensei por um instante. - Não gosto de ninguém bombadão, entende? Aqueles maníacos, eu acho até feio… um corpo bonito, definido, já é bonito. Mas alguém que não tenha um corpo assim, também é muito lindo.

Vinícius: Sei. - Ele ficou pensativo. Achei que não insistiria no assunto, mas acabou insistindo. - E eu? Está satisfeito comigo?

Fiquei um pouco nervoso, eu não tinha ideia de como ele era por baixo da camisa, eu só via seus braços, que eram bonitos. Me perguntei se eu deveria falar sobre não vê-lo sem camisa, mas tive medo de fazer isso e ele entender como uma provocação para tirá-la.

Felipe: Você? - Perguntei, fazendo ele rir. - Bom… até onde eu posso ver, está bom. - Falei extremamente envergonhado.

Vinícius: Entendi o que quis dizer. - Ele sorriu tímido.

Felipe: Não exagera, tá? Não quero nenhum bombadão.

Ele riu.

Vinícius: Não vou exagerar, vou manter do jeito que estou. O que acha?

Felipe: Tá ótimo… - Sorri.

Acabamos mudando de assunto logo depois, falamos de coisas aleatórias, filmes, desenhos, músicas, ele me falou um pouco sobre como era a convivência dele com a minha tia antes que eu fosse morar lá. E continuamos conversando sobre assuntos parecidos até a pizza chegar, poucos minutos depois do horário combinado.

Vinícius: Até que foram pontuais. Normalmente eles atrasam horas!

Ele saiu para pegar a pizza enquanto eu arrumei a mesa para sentarmos e comermos.

Ele voltou logo com as duas pizzas que pediu, colocou sobre a mesa e foi ao banheiro, mas voltou logo, imagino que tenha apenas lavado as mãos, eu já havia lavado as minhas quando levantamos para pegar as pizzas, então sentamos à mesa assim que ele voltou do banheiro.

Como sempre, ele não me deixou pegar sozinho, fez questão de me servir, eu achava fofo, mas, ao mesmo tempo, um pouco exagerado. Apesar disso, nunca falei nada.

Voltou a chover forte enquanto comíamos, mas sem aquela ventania forte que fazia um barulho enorme nas janelas!

O Vinícius me contou sobre as outras vezes em que a Izaura e ele pediram pizza na mesma pizzaria que pedimos aquele dia. Segundo ele, normalmente atrasavam a entrega várias horas, mas era a melhor pizza da cidade! Eu tinha que concordar que a pizza era incrível, mas, até o momento, nunca vi um atraso significativo na entrega deles, parecia que eu estava com sorte.

Ele me contou também que havia uma pizzaria muito boa, mas que não fazia entregas, o foco deles era atendimento no próprio estabelecimento. Concordamos em ir àquela pizzaria um dia, sozinhos ou com os amigos de sempre… ou até mesmo com a Izaura e meus pais, ou sozinhos, quem sabe?

Entre tantas conversas, risadas e momentos de descontração, acabamos comendo as duas pizzas inteiras! Eu provoquei um pouco o Vinícius, que insistiu em dizer que sobraria pizza. Ele pareceu sem graça com o engano.

Vinícius: Quem comeu mais?

Felipe: Ninguém… comemos o mesmo tanto. Porque toda vez que você pegou um pedaço, acabou colocando um pedaço pra mim também…

Vinícius: Você comeu uma pizza inteira? - Ele disse inconformado.

Felipe: Ué!

Ele deu risada, só então percebi que era uma brincadeira apenas para me irritar.

Vinícius: Não vamos ter nada pra comer de madrugada.

Dei risada.

Felipe: Pede outra pizza.

Vinícius: Rum. Um pedido a essa hora? Só vão entregar de madrugada mesmo!

Felipe: Então, pelo menos vai estar quentinha!

Vinícius: Olha, eu não apostaria nisso!

Felipe: Eita...

Ele sorriu, quase rindo.

Vinícius: Vamos só arrumar a mesa, né? A louça nós lavamos amanhã de tarde.

Felipe: Junto com a louça do café da manhã e do almoço.

Vinícius: Exato! - Ele riu.

O Vinícius foi o primeiro a levantar! Ele pegou os pratos, e eu levantei em seguida, tirei os copos da mesa e joguei as caixas de pizza no lixo. Deixamos a mesa organizada, mas a pia bagunçada!

Vinícius: O que quer fazer agora, senhor?

Felipe: O que você mandar.

Ele desviou o olhar por um segundo, não tive a intenção de provocá-lo, aquela resposta saiu sem que eu percebesse seu lado pervertido. Mas o Vinícius entendeu isso, e acabamos abraçados no sofá, vendo TV!

Era gostoso estar tão próximo dele, naquele frio, abraçados. Conversando aos sussurros enquanto a TV mostrava algo em que não estávamos prestando a menor atenção. Levantei para ir ao banheiro depois de um tempo, senti uma grande diferença na temperatura, estava mais agradável entre os braços do Vinícius. Me apressei no banheiro e voltei logo, ele não estava na sala quando voltei, fui até a cozinha o encontrei lá, bebendo um copo de refrigerante.

Felipe: Academia todos os dias, pra chegar o fim de semana e você comer e beber assim? - Fingi estar bravo.

Vinícius: A culpa é sua! - Ele brincou.

Felipe: Por que minha?

Vinícius: Você está me induzindo ao mau hábito.

Dei risada e bati no seu braço. Ficamos por um minuto ali, em pé, silenciosos trocando um olhar intenso. Até que ele largou o copo sobre a pia e me abraçou, beijou minha boca de um jeito que não havia beijado até então. Suas mãos me seguraram pela cintura e meus batimentos aceleraram de repente.

Novamente suas mãos subiram acariciando minhas costas e empurrando a minha blusa para cima, quando chegaram bem perto dos meus ombros, ele tirou minha blusa, eu teria sentido o frio se não fosse todo aquele calor entre nós dois.

Minhas mãos deslizaram da sua cintura para sua bunda, segurei firme e quase enlouqueci sentindo sua bunda nas minhas mãos e seu volume se esfregando no meu, ambos por baixo da calça ainda. Tirei sua blusa sem muito teatro e depois ele enfiou as mãos por dentro da minha calça e apertou minha bunda com as duas mãos. Nossos pés começaram a se mover no mesmo instante.

Perdemos mais algumas peças de roupa pelo caminho, chegamos apenas de cueca na cama. Não perdi a chance de admirar rapidamente o corpo do Vinícius apenas de roupa íntima. Ele me deitou na cama enquanto me beijava, não levou muito tempo para ficarmos completamente nus…

Meu coração batia forte, meu corpo se arrepiava com o toque dele, a sensação era indescritível, intensa em todos os sentidos! E a cada segundo me surpreendia mais, foram momentos indescritíveis, que não se comparavam à nada que eu tivesse imaginado antes.

Acordei primeiro no sábado de manhã, meu coração já parecia bater mais forte desde o momento em que abri os olhos. Me senti estranho, mas extremamente bem, era como se eu estivesse em outro corpo.

O Vinícius estava deitado atrás de mim, abraçado em conchinha. Seu braço me envolvia de uma forma muito protetora. Tentei não pensar muito na noite anterior, mas era difícil. Me senti até um pouco envergonhado.

Fiquei imóvel, eu não queria acordá-lo, se é que ele já não estava acordado. Senti o calor do seu corpo colado ao meu. Minha cabeça parecia que explodiria com tantos pensamentos.

Alguns minutos depois pensando em tudo aquilo, ele mexeu o braço, passou a mão pelo meu peito, me acariciando, e eu sussurrei tímido: “Bom dia”.

Vinícius: Bom dia, moço lindo. Dormiu bem? - Ele parecia tão tímido quanto eu.

Felipe: Dormi muito bem, e você?

Vinícius: Melhor impossível!

Felipe: Que bom! - Falei extremamente tímido.

Ele aproximou o rosto da minha nuca, beijou meu pescoço e segurou minha mão.

Vinícius: Eu te amo, sabia?

Felipe: Ah, eu suspeitava. - Brinquei. - E você, sabia que te amo?

Vinícius: Claro que eu sei. - Ele disse sorrindo.

Continuamos deitados por alguns minutos, foi ótimo ficar deitado daquele jeito com ele.

Acabamos levantando, ele se sentou na cama e ficou em pé se espreguiçando! Olhei-o por trás, vestia apenas uma cueca boxer preta, me prendi nas curvas do seu bumbum até que ele deixou o quarto. Vesti minha cueca, eu havia passado a madrugada nu embaixo do edredom!

Esperei um pouco antes de ir ao banheiro. Ele já não estava lá quando fui. Me senti um pouco envergonhado por ir até a cozinha apenas de cueca.

Parei na porta e fiquei observando o Vinícius preparando café. Apesar de ainda fazer um certo frio, ele ainda vestia apenas a cueca, deixando seu corpo maravilhoso a mostra. Era um pouco estranho vê-lo com alguma roupa depois daquela noite, depois de saber como ele era completamente nu. Toda essa intimidade, que deu um salto enorme em apenas uma noite, chegou a me assustar por um momento. Minha respiração estava leve, meu corpo parecia relaxado...

Continuei observando-o, me senti como se de repente houvesse uma ligação muito forte entre nós dois, algo ainda mais forte do que um namoro… era difícil descrever! Eu nunca tinha me sentido assim.

Foi então que eu me convenci de que meu lugar era ali com ele, eu não precisava voltar pra casa e, provavelmente, não voltaria mais.

Vinícius: Ooi. - Ele sorriu ao me ver na porta.

Felipe: Ooi.

Logo ele se encostou na pia, de frente para mim. E se apressou em dizer.

Vinícius: Sabe, eu estava com medo de que você fosse mesmo embora. Você não disse mais nada sobre ter mudado de opinião…

Felipe: Vini, isso que está acontecendo entre a gente… é real, né?

Vinícius: Como assim?

Felipe: Você quer que isso dure, ou daqui uns dias você vai cansar de mim e partir pra outra?

Vinícius: Eita, que pergunta é essa? Claro que eu quero que esse relacionamento dure a vida toda! Eu sou doido por você há muito tempo! Não estou te usando!!! Eu quero uma longa e maravilhosa vida ao seu lado. - Ele sorriu, um pouco tímido.

Achei que eu fosse me atirar em cima dele, enchê-lo de beijos e abraços!

Felipe: Eu também! - Sorri. - Eu estava confuso, desculpa, eu vou ficar aqui. Não quero ir embora!

Ele então se aproximou e me abraçou mais uma vez. Eu sabia que muita gente seria contra abraços como aquele, muita gente não aprovaria e diriam coisas horríveis sobre nós, sobre o Vinícius! Alguns tentariam nos fazer mal. Mas eu me sentia disposto a enfrentar tudo se ele estivesse comigo, eu sabia que aquele homem na minha frente, preparando o café, era muito mais incrível, muito mais homem que muitos outros que o criticariam.

Ajudei o Vinícius a preparar o café. Aquele cheiro dele parecia não sair mais de mim.

Vinícius: Posso perguntar uma coisa?

Felipe: Claro que pode.

Vinícius: Ontem… você… sabe?

Senti meu rosto queimar.

Felipe: Eu o que?

Vinícius: Você sabe… - Ele riu, muito envergonhado.

Felipe: Não, eu não sei. Me fala?

Vinícius: Eu não sei se devia perguntar isso assim… mas… você se sentiu bem? - Ele pareceu ficar muito envergonhado. - Você gostou? - Ele completou com o rosto muito vermelho.

Meu rosto parecia pegar fogo, desviei o olhar por um minuto, sorrindo.

Felipe: Sim. - Falei olhando o chão, muito envergonhado. - E pra você?

Ele ficou sem graça, mas respondeu me olhando nos olhos.

Vinícius: Foi… foi tudo tão… perfeito. - Era difícil dizer quem estava mais vermelho.

Felipe: Foi…

Quando nos sentamos para tomar café e comer, ele voltou a falar.

Vinícius: Por que você não deixa a barba crescer?

Olhei-o um pouco surpreso.

Felipe: Ah… Não sei se ficaria legal…

Vinícius: Claro que ficaria. Acho que você vai ficar bem de barba.

Felipe: Aah… Bom… Posso tentar deixar crescer então… Com uma condição!

Vinícius: Qual?

Felipe: Você vai experimentar deixar também.

Ele riu.

Vinícius: Eu não tenho muita barba… Mas você tem, só não deixa crescer.

Felipe: Ah… Bom, eu deixo então.

Vinícius: Deixa! Vamos ver como fica!

Acenei com a cabeça, e então meus olhos se desprenderam dos olhos dele e escorregaram até seu peito e sua barriga.

Vinícius: O que foi? - Ele disse olhando para baixo, tentando identificar o local que eu estava olhando.

Felipe: Nada… - Desviei o olhar.

Vinícius: Fala… Não é a primeira vez que você me olha assim… - Ele disse tímido.

Senti meu rosto queimar.

Felipe: Dá um pouco de vergonha falar isso…

Vinícius: Aah, por favor! Me fala… não precisa ter vergonha.

Felipe: É que… eu nunca tinha te visto com tão pouca roupa… nem mesmo sem camisa eu vi você… - Falei rindo um pouco.

Vinícius: Aah… - Ele sorriu ainda mais tímido. - Mas o que exatamente você está olhando? - Ele perguntou aparentemente forçando contra a própria timidez.

Felipe: Seu peito e barriga… - Respondi rápido sem olhar em seus olhos.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

Vinícius: Eu não sei como perguntar isso…

Felipe: Só pergunta… - Dei risada.

Vinícius: Você… gosta dessa parte do corpo?

Passei a mão no cabelo sem perceber. Eu estava muito envergonhado com aquela conversa.

Felipe: É…

Ele sorriu.

Vinícius: Entendo…

Felipe: É estranho conversar sobre isso, mesmo sendo com você… - Dei risada.

Vinícius: Eu também tô um pouco envergonhado… - Ele disse coçando a cabeça.

Felipe: Uhum… Eu também…

Vinícius: Quer trocar de assunto?

Felipe: Se você não tem mais nada pra perguntar… por favor.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Elizalva.c.s em 2017-05-23 23:21:59
Cada vez melhor parabéns.😍😍😍😘😘😘
Por edward em 2017-05-23 13:37:26
Magnífico