Capítulo 8 - Mergulho No Escuro

Conto de Sonhador Viajante como (Seguir)

Parte da série As Férias Dos Meus Sonhos (Baseada Numa História Real)

Um vento suave entrava pelas persianas do quarto e balançava as finas cortinas, soprando um aroma marítimo que invadia minhas narinas e me acalmava. Eu fixava meu olhar para a janela, absorvendo todo o brilho do sol que invadia e iluminava o meu estado, que naquele momento se encontrava péssimo... Deitado da na cama e abraçando um travesseiro, eu mais parecia uma criança magoada. A vergonha me fazia querer morrer... Por que eu ainda me deixava abater, por comentários idiotas de pessoas sem caráter? Eu já devia ter passado dessa fase, eu sei. Mas ás vezes acontece coisas com a gente, que é impossível ter idade mental pra reagir de tal maneira. Queria ter protestado, mas me calei. Será que eu deveria ter ficado e enfrentado a situação? Ou simplesmente desrespeitar aquelas pessoas que tinham me recebido tão bem na casa deles? É... Foi melhor mesmo ficar calado. Dar vexame só pioraria minha situação.

Fazia apenas dois minutos que eu tinha entrado no quarto e me jogado na cama, pensando e remoendo os últimos acontecimentos... Quando de repente, ouvi a porta se abrir e alguém entrar... Virei-me e vi Jennifer.

– Oi fujão... – brincou ela.

– Oi miga... – respondi entristecido e virei à cabeça de volta pra janela.

– Alef... Não fica assim... Você não tá nada legal né? – pergunta ela, entrando no quarto e se sentando na cama. Abraçando-me carinhosamente. – Aquela vadia vai se vê comigo! Não se importa com o que ela fala não tá? Aquela mal comida tava com ciúmes do Wallace e descontou em você! Ah mas ela me paga... Ninguém trata os meus amigos desse jeito... Ninguém! – enfatiza Jennifer, protetora e decidida.

– Obrigado, Jê! E desculpa por ter saído daquela maneira na frente de todo mundo... Eu saí completamente correndo... Aí que vergonha! – falo colocando as mãos no rosto.

– Esquece isso... – diz ela, tirando minhas mãos do meu rosto. – Todo mundo te entendeu! Ninguém aqui tem capacidade mental de julgar ninguém não... Você só fez o que qualquer pessoa poderia ter feito. Ela te atacou injustamente, Alef... Cada pessoa reage de uma maneira... Eu te entendo! A Paty é uma cobra que eu sei bem como pisar nela quando quero... E eu te prometo que essa foi a primeira e última vez que ela mexeu contigo, tá legal? – tranquiliza Jennifer.

– Nossa... Você falando assim, me deixa até com medo! Valeu mesmo amiga... – digo, e nos abraçamos.

– Agora... Levanta essa cabeça e vamos voltar pra lá... A sobremesa do meu irmão tá te esperando... E só pra você saber... Ele te defendeu e deu um belo fora na vadia, depois que você saiu... Você precisava ver. Aliás, você não me falou direito como foi à viagem pra cá... Vocês se deram muito bem juntos né? Ele falou de você de uma forma tão íntima, como se te conhecesse há anos... – ressaltou ela, abismada.

– A gente se deu bem... Ele foi legal comigo e foi só! – falei, omitindo os fatos. Era melhor assim... Não gostava de mentir, mas nessa situação não tive escolha. Ou tinha?

– Wallace gostou mesmo de você... Falou tão bem de você que até me admirei! Você devia ter experimentado a sobremesa que ele fez... – lembrou-me ela.

Droga! A sobremesa que ele tinha feito especialmente pra mim... Caramba, eu nem tive a chance de provar! Ele deveria ter ficado desapontado, mas não... Wallace tinha me defendido? E falado de mim de um jeito íntimo? Aí meu pai... Logo agora, que eu tinha decidido superar nosso envolvimento trágico? Suas mudanças repentinas de humor sempre me surpreendiam... Uma hora me queria... Outra me descartava... Aquele homem me deixaria louco.

– O que o Wallace falou de mim? – perguntei curioso.

– Disse pra todo mundo que você era a pessoa mais séria e bacana que ele conhecia... E que não importava sua orientação sexual, pois isso só se dizia respeito á você e ninguém tinha nada com isso... E até ressaltou que se ele fosse gay, gostaria de ter uma pessoa como você do lado dele... – disse ela.

Surpreendi-me ainda mais... Quer dizer que ele omitia para toda a família sua bissexualidade... Wallace viva sob a fachada do hétero da família... Eu devia ter imaginado.

– Mentira que ele falou isso? – indaguei.

– É verdade... Pergunta pra a Yumi e pro Otto... Todo mundo ouviu! A Paty ficou tão possessiva que saiu da mesa na mesma hora... Mas não sem antes ser avisada pelo Wallace: “NÓS NUNCA TIVEMOS NADA E NEM NUNCA VAMOS TER... PARA DE QUERER TENTAR SER MINHA NAMORADA”! – exclama Jennifer, imitando a voz de Wallace. – A falsa foi ainda mais humilhada... Nada melhor do que ser dispensada na frente de todos né... Achei foi pouco!

– Eu deveria mesmo ter ficado... – enfatizo, querendo ter visto a cena.

– Vai ter mais pela frente... Aguarde... – promete ela.

– O Wallace é mesmo muito legal né? – elogio.

– Só ás vezes... – esclarece ela.

– Posso te perguntar uma coisa? – começo, com certo receio.

– Já sei até o quê... Se ele pode ser gay? – rebate ela.

– Ou bissexual... – digo.

Nós dois rimos e nos sentamos na cama. Os cabelos roxos assanharam e ela os ajeitou.

– Nunca soube de nada... Mas, uma vez lá em Vegas, quando eu fui passar as férias na casa dele... Eu sentia que muitos dos amigos dele, eram meio íntimos de mais... Mas nunca me pareceu óbvio... Sei lá! Acho que se ele for, esconde muito bem... E as últimas namoradas dele, eram de parar o trânsito, só não entendo porque nunca deram certo... – diz Jennifer.

Eram tantas suposições... Quem de fato era Wallace? Acho que nunca juntaria as peças daquele quebra-cabeça.

– Eu acho que é só simpatia mesmo... Não diz pra ele que eu te perguntei isso tá? – imploro.

– Tá afim dele? – pergunta-me ela.

– O que? Eu?... Não! Claro que não! – atrapalho-me nas palavras.

– Sei... E essa bochecha corada? – percebe Jennifer. – A sua mão tá gelada! – exclama ela pegando minha mão. Eu a solto e ela ri divertindo-se.

– Para com isso, Jennifer! Eu nunca me interessaria pelo Wallace e ele muito menos por mim... Vamo mudar de assunto? – falo desesperado.

Se ela soubesse das minhas aventuras com ele... Me mataria ali mesmo.

– Tudo bem... Não precisa ficar nervoso! E aí? Vamos descer? – pede ela, levantando-se da cama e me oferecendo á mão.

– Tá legal! Vamo sim... – digo e enxugo algumas poucas lágrimas do meu rosto. – Aí esperai, deixa eu me ver no espelho... Devo tá com uma cara horrível!

– Que nada! Você tá lindo! E eu devo admitir que você, fica bem até com as olheiras que está agora... – ressalta ela.

– Aí meu Deus... – falo me olhando no espelho e arranco ainda mais risos da Jennifer.

Eu não estava feio e nem pálido, mas também não estava totalmente bem. Sorrio para o espelho no guarda roupa e tento encontrar forças para encarar as pessoas lá embaixo.

– Pronto? – pergunta-me ela impaciente.

– Agora tô! – respondo.

Damos os braços, como antigamente quando andávamos pelos corredores da escola, passeando pela e gazeando... Saímos do quarto e assim que abrimos á porta... Esbarramos com o gigante gostoso do Wallace...

– Aí que susto Wallace... – diz Jennifer, mal humorada e surpreendida.

Ele parecia estar escutando atrás da porta, pois quase esbarrou na gente. Ruborizo na mesma hora e minhas estruturas tremem. Ele estava tão lindo... Sorriu pra mim e me encarou fixamente... Senti-me entorpecer... Cara, como ele ainda podia mexer tanto comigo? E eu ainda me perguntava? Claro que eu nunca tinha esquecido ele... Algo na mão dele reluziu na claridade da janela do corredor. A taça de sobremesa.

– Desculpa... Só queria saber como o Alef está e trazer isso... Você tá bem? – pergunta-me ele.

– Estou bem sim... Eu só fiquei com vergonha na hora e meio que me descontrolei... Eu até queria me desculpar com você, por ter deixado sua sobremesa na mesa sem nem provar... Poxa, eu não queria fazer aquilo... Ainda mais sabendo que você tinha feito especialmente pra mim e... – falei, mas fui interrompido.

– Relaxa! Alef! Você não precisa se desculpar. Eu que preciso... Aquela louca só fez aquilo com você pra me atingir... Foi isso! Desculpa de verdade... Nunca mais aquilo vai se repetir. Prometo viu? Agora, só você desse a honra... – disse ele me oferecendo a taça e uma colher.

Pego a taça e nossas mãos se tocam levemente... Um calor sobe e eu disfarço... Só que dessa vez é um calor no peito... No coração, especificamente. O que devia não ser um sinal muito bom. Dei a primeira colherada e senti que ele examinava cada mastigada que eu dava... O sabor incrivelmente delicioso de uma trufa, num sorvete de caramelo, fez-me esquecer de toda a confusão anterior. Como se eu estivesse tomando uma porção de amor, alegria e autoestima. Puta que pariu... A sobremesa era dos deuses... Assim como ele.

– Wallace... Acho que nunca provei nada tão incrível em toda a minha vida... – digo, dando mais uma colherada e mais outra. – É uma pena vim tão pouco...

Wallace e Jennifer riem de mim e eu dou de ombros, também rindo.

– Bom... Eu acho que vou ao banheiro... A gente se encontra na piscina, Alef? Yumi já tá lá nos esperando...

– Claro, eu te encontro lá sim! – falo.

– Beleza! E Wallace... Seu rosto tá bem vermelho... – diz ela, analisando-o. – Deve ser o sol, usa logo um protetor, maninho!

– É... Deve ser... Vou fazer isso agora! – disse ele, arqueando as sobrancelhas, ainda mais nervoso, como se tivesse sido pego no flagra.

Jennifer desce as escadas e eu continuo saboreando aquele creme de chocolate maravilhoso. Entro no meu quarto e ele me segue. Sento na cama e Wallace fecha á porta. Coloca os braços pra trás e começa a andar pelo quarto, como um policial examinando o perímetro.

– Que bom você tá bem... Eu tava me sentindo muito culpado! Não sabia que a Paty fosse fazer escândalo bem na frente de todo mundo... – admite Wallace.

– Vocês tão namorando ou ficando? Ela parece ter um domínio tão absoluto sobre você. – digo.

– Ninguém me domina... – rebate ele. – E não! Paty e eu não temos nada há muito tempo... Aquela garota me persegue desde o ensino médio... Acha que a gente ainda pode ter alguma chance no futuro... E agora comigo de volta, e ainda por cima solteiro... Ela insiste em alimentar esperanças.

– Nossa... Essa daí é mesmo insistente hein... – falo, terminando de comer.

Para minha surpresa, Wallace se deita na cama e coloca os braços atrás da cabeça... Basicamente como se estivesse no próprio quarto. Relaxado e lindo como sempre. Coloco a taça na cabeceira da cama e olho para ele. Tão meu... A barba maravilhosa... Os olhos claros... A boca irresistível... O grande corpo estirado e convidativo... E o cheiro que só ele tinha... Seus olhos pousaram em mim e não pareceram querer parar de encarar.

– Ás vezes você me confunde... – admito.

– Como? – pergunta ele.

– Olhando-me desse jeito... Tão profundamente... Eu fico sem graça. – falo, baixando o olhar.

Ele senta na cama e pega minha mão. Tremo e meu coração bate ritmado.

– Eu quero te conhecer... – dispara ele, me deixando sem ar. – Quero te conhecer de verdade... Mas quero começar aos poucos... Devagar! Sem pressa, entende? Se eu começar algo contigo, pode ter certeza, Alef. Vai ser pra valer! E toda vez que eu olho pra você, tenho mais certeza disso... Só que precisa ser no tempo certo... E eu não quero machucar você com falsas promessas... Portanto, eu não quero que você crie tantas expectativas em cima de mim... Apenas deixe rolar... Será que você conseguiria me entender? – declara ele.

Eu fiquei sem chão... Era complicado o aceitar dessa forma... Sabia que era um mergulho no escuro, e mesmo assim queria me arriscar... Meu Deus... Ele queria me conhecer e dessa vez de verdade. E não só pra sexo. O desejo se tornaria algo mais? Quase chorei de emoção. Deveria ter esperanças? Acho que não custaria tentar...

– Eu não vou dizer que confio em você... Mas... Eu posso tentar te entender. Vamo deixar o tempo decidir e se tiver de ser, a gente vai saber! – digo.

Ele me surpreende e pega meu pescoço, me dando o maior beijo. Nossas línguas se encontram e se fundem numa só. Deito-me por cima dele e agarro seus cabelos, puxando-o pra mim. Nosso beijo se intensifica... Ele me engata num abraço feroz e dessa vez fica em cima de mim. O desejo nos consome e ele me chupa o pescoço me fazendo gemer.

– Se a gente não estivesse aqui... Eu não te deixaria sair dessa cama um só minuto... – sussurra ele, mordendo meu ouvido.

Ele fica excitado e eu logo sinto algo forte e duro pressionando minha barriga. E nesse momento, começo a perder o controle. Os beijos no pescoço lambuzam-me e me fazem suar. Agarro ainda mais suas grandes costas e o pressiono em mim, exalando seu cheiro e o querendo dentro de mim. Wallace me prende os quadris e morde meu queixo, me fazendo suspirar e gemer ainda mais. Mordo seus lábios e pego seu pênis, ainda dentro da bermuda... Ele sorri e começa a desabotoar a bermuda... Chegando a tirá-la... No momento em que agarro aquele grande instrumento... Algo bate na porta... Que graças ao Wallace, estava trancada.

– Alef... Oii... Sou eu! Yumi! Alef? Você está aí? – pergunta ela.

O clima se acaba na mesma hora... Wallace se levanta da cama e veste rapidamente a bermuda. Eu fico sem ar... Ainda excitado e ele mais ainda. Como eu sairia daquele quarto naquele estado? E ainda mais com o Wallace, vermelho como um tomate, também excitado... Decidi ficar em silêncio... Ela bateu mais uma vez e após alguns minutos foi embora.

– Se essa porta estivesse aberta... Eu nem sei o que poderia acontecer!

– É por isso que eu sempre me previno... Bom! É melhor eu ir! A casa tá cheia e já deu de confusões por hoje! Eu te vejo por aí... – diz ele, me beijando e saindo com um instrumento bem á mostra num volume imenso na bermuda. – Odeio ser interrompido nesses momentos... A gente vai terminar essa conversa... Ainda hoje! – fala ele e saí do quarto, suado pra caralho...

Eu fiquei na cama, ainda colapsado pelo momento picante com o Wallace... As palavras e os nossos beijos reverberando na minha mente, enquanto eu as regia com a música (Waiting Game – Banks). Sabia que pelo menos da minha parte, algo mais que o desejo carnal estava evidente... Mas e da parte dele? Ainda seria só desejo? Esperaria pra ver onde aquele jogo me levaria, na próxima rodada...

...

Foi eu descer pra piscina para geral me rodear e pedir desculpas pelo acontecimento fatídico, causado pela Paty... Dona Eliza, mãe do Wallace, me abraçou e prometeu que a Paty me pediria desculpas... Já seu Eduardo, pai do Wallace, enfatizou que era somente uma brincadeira... Otto e Yumi também me deram uma força... Enfim, todo mundo parecia querer se desculpar e fazer eu me sentir em casa de novo... Menos duas pessoas... A Paty e o irmão dela. Saulo, um loiro, sarado e da minha altura, me olhava com desprezo, do outro lado da piscina. E o irmão caçula da Jennifer e do Wallace, Alexandre... Juntava-se á Saulo e me ignorava... Que se danassem os dois! Eu já estava cansado desses olhares de repulsa...

A tarde passou voando... E eu resolvi deitar numa rede, num belo terraço perto do jardim, conversando com a Jennifer e a Yumi... E enquanto as meninas jogavam conversa fora sobre o volume e o tamanho do instrumento do Otto, eu só fazia pensar no Wallace e nas palavras dele. Depois da ficada no quarto, eu não o tinha visto mais. Olhava para todos os lados e nada. Nem ele e nem a Paty.

Estava tão absorto em pensamentos, que nem percebi quando Paty chegou e ficou bem na minha frente me chamando, enquanto a rede balançava comigo e as meninas.

– Ei... Ei garoto? – chama Paty.

– Hã? Oi... – respondo confuso.

Olhei pra ela e ela ainda mantinha a cara de orgulho cinicamente podre.

– Será que a gente poderia conversar? – induz ela.

– Fala logo o que você tem pra falar, garota... Já não basta a humilhação que você o fez passar, ainda quer fazer charminho... Desembucha! – disparou Jennifer, sem papas na língua.

– Não falei com você, insuportável! – retruca Paty.

– Cobra! – grita Jennifer.

– Gente para! – digo me levantando e encarando seriamente a Paty. – O que você quer?

– Me desculpa... Eu passei dos limites... E eu quero deixar bem claro que foi só uma brincadeira... Nada de mais! Afinal, eu nem te conheço... Bom... É isso! Se quiser aceitar minhas desculpas, bom, se não tanto faz... – responde ela, tão enjoada que eu nem queria olhar mais pra cara dessa garota.

– Beleza! Tá desculpado! – falei e me virei de costas pra ela, nem ligando pra presença desagradável da infantil.

Aposto como ela só tinha vindo ali obrigada! Ela saiu á passos largos e as meninas debocharam da sua saída insignificantemente ensaiada.

– Vadia! Detesto ainda mais essa garota! – exclama Jennifer.

– Você odeia todas as garotas não é? – pergunta Yumi, confusa.

– Não você! – disse Jennifer e as duas começaram a se pegar, brincando uma com a outra.

– Tem espaço pra mim? – falei, invadindo a rede que nos balançava.

A tarde foi embora rapidamente... Revelando a última noite de 2015... A noite prometia... Era noite da virada... E todo mundo estava se preparando para a farra da madrugada... Tentei vê o Wallace, mas não o encontrei mais em lugar algum.

...

A noite estrelada e fresquinha era banhada, por uma linda lua brilhante num céu escuro azulado. Era oito e meia da noite... Eu tinha acabado de sair do banho... Estava me enxugando, ainda sem roupa, quando bateram na porta. Achei que fossem as meninas ou o Otto que adorava conversar sobre a Jennifer. Ao abrir á porta... Vi o loiro gato, irmão da Paty. Saulo, todo pronto e vestindo roupas brancas, me encarou seriamente.

– Posso levar um papo contigo? – pergunta ele num tom nada bom.

– Eu acabei de sair do banho e... – respondo e ele invade meu quarto. – Cara, eu ainda vou me vestir! – exclamo.

– Não faz mal... O que eu tenho pra te falar é bem rápido... Espero que você ouça com atenção... – dispara ele, convicto e frio. – Hoje, minha irmã te fez uma brincadeira que acarretou em você querendo fazer um papelzinho de vítima idiota e bem fresco, na frente dos nossos parentes... Como se você não fosse mesmo uma bichinha louca atrás de macho... Ninguém ficou do lado da minha irmã... Todo mundo preferiu defender uma coisa como você, que acabou de chegar e acha que pode sentar na primeira fila... Mas fique sabendo... Do seu bando eu conheço muito bem as peças... E sei como tirá-los da jogada com apenas um sopro... As coisas aqui funcionam diferentes, seu merdinha! Você pode manipular á todos com sua ingenuidade falsa, mas a mim não engana não! Fica esperto... Se você atravessar o caminho da minha irmã de novo, eu te esmago e pode acreditar... Eu te quebro inteiro, seu veadinho do caralho. Tá avisado! Fica longe! – ameaçou-me ele, me empurrando com apenas um dedo.

Saulo saiu do quarto todo machão e bateu á porta com força. Fiquei estático...

Se eu estava no papel de vítima... Quem caralhos estava me colocando nesse status? Os Irmãos Paty e Saulo... Claro ou com certeza? Sim, eram mesmo esses dois demônios que sempre me atacavam despreparado... A porra ficou tão séria que eu fiquei querendo ir embora dali naquele mesmo instante... O filho da mãe ficou á poucos metros de me meter a porrada. E de novo eu fodia... Era bom que aquele réveillon passasse logo... Eu não aguentaria toda aquela pressão que esses dois preconceituosos e perigosos estavam fazendo... Minha ficha caiu ali... Aquele passeio não deveria ter existido... Eu me sentia na toca do lobo constantemente... De um lado era devorado pelo amor do Wallace... E dou outro, poderia acabar sendo sacrificado pelo resto da matilha, que não via a hora de acabar comigo... E não era drama não... Apenas um fato. Uma coisa eu sabia... Um dos lados acabaria comigo mais cedo ou mais tarde.

Continua...

Anjo Perdido,LuhXli, Edu, Um Alguém, Hp! Vocês são demais e que honra ter vocês sempre comentando á cada capítulo! Abração pra vocês e obrigado pelos incentivos!!! Galera que lê e não comenta, eu sei vocês estão aí! Valeu também por acompanhar!! Até a próxima...

Comentários

Há 6 comentários.

Por dfc em 2016-03-15 02:33:29
Perfeitoooooo
Por LuhXli em 2016-03-12 13:59:49
Sei que, não consigo ligar com bipolaridade!
Por Nando martinez em 2016-03-10 17:46:52
Gostei muito ! Será que o saulo e o Wallace brigam por causa dele? Seria legal jkkkkkk mas com certeza ele vai sair machucado de novo
Por Hp em 2016-03-10 02:15:28
Fiquei abandonado esses dias q não postou kkkk mas tudo bem. O conto ta incrível, parabéns !
Por Anjo perdido em 2016-03-10 00:34:39
Ah e a propósito, a história tá interessante. Mas a personalidade do nosso protagonista é muito donzela, ele não se defende sozinho sempre encanado. De vez em quando da vontade de dar uns sopapos nele
Por Anjo perdido em 2016-03-10 00:31:29
Cara essa família trm problemas não vejo a hora de Wallace se declarar pra ele acabar com a cara dessa pirralha