Capítulo 6 - Três Horas No Paraíso

Conto de Sonhador Viajante como (Seguir)

Parte da série As Férias Dos Meus Sonhos (Baseada Numa História Real)

– Wallace... – sussurrei.

Ele não piscou... Seus olhos me comiam, com toda sua intensidade... E eu entrei em colapso.

Meu corpo começou á tremer, violentamente... Numa carga de energia, descontrolada e anormal. “Te controla, Alef! Não vai ter chilique, logo agora”. Pedi mentalmente á mim mesmo. Dá onde tinha saído isso? Parecia até que eu estava recebendo alguma entidade, de tanto que eu me convulsava. Se eu estivesse em local público, as pessoas com certeza iriam gozar com a minha cara. Minha tremedeira repentina parecia agora, uma coreografia de merengue.

Segurei-me fortemente, ainda com as mãos molhadas, na cabeceira da pia e fechei meus olhos. Esforçando-me para não cair... Eu precisava me controlar... Os espasmos vinham dos pés e subiam até meus ombros. Decidi enfrentá-lo. Virei-me bem devagar e abri meus olhos. Wallace estava lá. Então, não era sonho! Maravilhoso como sempre, ele sorriu, de um jeito bem cafajeste. A iluminação do banheiro começou a escurecer, me fazendo pensar que um blecaute, não seria nada bom naquele momento. Minha barriga revirou... Aí meu Deus... Só o que me falta agora é minha barriga doer, pra foder geral.

Parado na porta do quarto, ele me fixava com fogo nos olhos. E isso ficou ainda mais evidente, quando ele fechou á porta lentamente, e nos trancou logo em seguida. Suas mãos grandes tocaram num interruptor, ao lado da porta, que fizeram as luzes do ambiente, automaticamente se tornarem, vermelho sangue. O corpo do deus grego começou á se tingir em tons de pimenta, tornando cada parte dele, ainda mais perigoso. A iluminação mais forte, vinha do centro da banheira, á nossa frente. Wallace se divertia, enquanto eu simplesmente orquestrava meus tambores internos, que definitivamente, estavam em total desarmonia.

– Por que você tá tremendo tanto? – observou ele, rindo lindamente para mim.

Nós estávamos parados á alguns centímetros, um do outro. Ele caminhou bem devagar na minha direção. Meu vulcão entrou em erupção, á cada passo que ele deu.

– Frio... Eu acho... – menti, baixando olhar para o chão, constrangido com sua nudez explícita.

Ele foi chegando bem mais perto... O calor batendo recordes... Já passando dos 100° graus.

– A melhor forma de se aquecer, Alef... – falou ele bem sensual. – É tendo contato, com o calor de outro corpo... Bem juntinho e de preferência, sem roupa. – sussurrou ele, agora bem no meu rosto.

Na mesma hora, ele desatou o nó do meu roupão e o tirou lentamente, deixando-o cair no chão... Senti-me exposto, apenas de cueca na frente dele. Wallace nem hesitou... Abraçou-me com seus grandes braços protetores... Acariciando minhas costas, de modo á me esquentar. Meu rosto colou no seu peitoral, como se fosse um travesseiro, me fazendo inspirar seu cheiro delicioso. Minhas bochechas sentiam seus pelos roçando, enquanto ele repousava o queixo, acima da minha cabeça. O coqueiral me protegia e me cercava, e eu só queria me fechar ainda mais em torno dele. Passei meus braços ao redor da sua cintura e finalmente retribuí seu abraço, apertando-o contra mim com um desejo absurdo.

– Você tá pegando fogo! – surpreendeu-se ele.

Comecei a me acalmar e ele percebeu, pois, parou de me abraçar e olhou pra mim. Quando seus braços me soltaram, eu me sentir órfão. Não conseguia olhar pra ele, mesmo querendo. Sentia que ele me encarava do alto, mas eu não conseguia encará-lo. Apenas, fixava meus olhos no seu peitoral e continuava imóvel, sem saber o que dizer ou fazer. Parecia até que eu tinha sido reiniciado. Até que... Ele tomou iniciativa e pegou meu queixo delicadamente dessa vez, direcionando minha cabeça para cima. Olhei finalmente pra ele... A intensidade dos seus olhos me fez querer beijá-lo, mas me segurei... Nossos olhares se intensificaram e vi ternura e carinho naquele gesto. Eu o queria... Deseja-o... E agora o tinha só pra mim e mesmo assim, continuava receoso, com medo.

Wallace avançou bem devagar e foi em direção ao meu queixo, dando uma enorme mordiscada de leve... Suspirei de prazer... Ele não parou por aí e mordiscou todo maxilar... Encontrando minha boca e dando o maior beijão que eu já tinha dado. Não foi suave, mas sim esfomeado, como se ele estivesse esperando há muito tempo por isso. Joguei meus braços no seu pescoço e puxei-o ainda mais para mim. As duas mãos dele colavam na minha bunda e apertava-as, com uma força felina. O enorme volume dele roçava na minha barriga, e eu tentava pressioná-lo cada vez mais naquela região. E assim, bem apressadinho, ele começou a tirar minha cueca.

– Eu quero muito foder contigo, Alef... Tá afim? – convidou-me ele, entre suspiros cansados de desejo.

Se eu tava afim? Aquilo nem deveria ter sido perguntado... Desculpa, mas eu não faria o papel de mocinho indefeso, gente. Não dá né!

– Sou todo seu... – falei, beijando o pescoço dele da forma mais safada possível.

Alef? É você mesmo?... Eu era mesmo uma vadia? Naquele dia eu fui. Não consegui evitar.

– Ah é? Então vêm cá! – disse ele, me pegando de jeito.

Ele me virou de costas pra ele e me abraçou por trás... Mordendo minha orelha, lambendo e chupando meu pescoço... Suas mãos percorriam todo meu corpo, acariciando e apertando com uma sede de sexo infinita. Eu não queria ceder... Mas estava difícil dizer não, àquele gigante que queria tanto a minha carne.

– Wallace... E se for cedo de mais... A gente acabou de se conhecer... – falei entre suspiros e gemidos, enquanto ele me colocava nos braços e chupava meu pescoço.

A barba dele me arranhava e fazia cócegas, deixando-me louco de desejo e tesão. Não consegui resistir nem mais um segundo e pulei em cima dele, envolvendo minhas pernas nos seus quadris. Ele me abraçou, com uma pegada irresistível, me fazendo gemer... Quando tomou minha boca na dele, eu já nem me importava mais, se a gente não se conhecesse... Nosso beijo incinerou qualquer resquício descoberto. Tudo foi tomado por fogo e eu me entreguei completamente. E se eu me arrependesse um dia... Que bom... Era bom se foder assim, de vez em quando.

– Vamo pra banheira... – disse ele, me levando para lá.

Entramos na banheira e ele logo ligou a torneira, que começou a encher com águas cristalinas. Ainda comigo nos seus braços, ele não me soltava um só segundo... E eu aproveitava mesmo. Beijava toda parte do seu corpo, que eu podia... Ele era meu e eu era dele... Se eu fosse mesmo me fazer de difícil, estava condenado á ficar o resto da vida, esperando a pessoa perfeita que nunca chegaria. Wallace era gostoso e gato pra caralho... E aquela, era minha chance de viver algo inesquecível... E tirar o atraso.

A água nos banhava já na cintura... Eu sentado no seu colo... Com ele me beijando apaixonadamente... Tá! Ok! Aquela seria uma transa de duas pessoas, que se desejavam fisicamente e não de duas pessoas apaixonadas... Mas mesmo assim, eu queria acreditar que a gente era um casal.

Wallace derramou um líquido na água e logo tudo começou a espumar. Agora sim, aquele quarto de motel era digno de duas pessoas hospedadas ali.

O clima pegou mesmo, ali na banheira... Entre abraços e longos beijos, a gente avançou o sinal vermelho...

– Você tem camisinha né? – perguntei.

– Com toda certeza! – disse ele, invadindo com tudo, o vazio que antes tinha sido minha vida.

...

Após três horas no paraíso... Acordei de bruços na cama... Com uma claridade vinda da janela, indicando um dia ensolarado e quente, lá fora. Nunca tinha acordado, me sentindo tão bem... Tão inteiro... Feliz... Realizado... Como se nada pudesse mais me atingir.

Mas ao olhar para o outro lado da cama, percebi o óbvio... EU ESTAVA COMPLETAMENTE ACABADO E AINDA POR CIMA, PERCEBI... SOZINHO! Que pena! Eu me imaginava acordando nos braços dele e não assim... Um fino lençol cobria minha bunda... Eu tinha dormido completamente nu.

Pisquei meus olhos, tentando me acordar, mas a sonolência ainda me corrompia. Analisei o quarto... Tudo deserto. Cadê o Wallace? Levantei-me lentamente e me enrolei no lençol. A porta do banheiro se abriu, trazendo um príncipe, arrumado e muito cheiroso. Que perfume era aquele, senhor? Ele me viu e simplesmente me ignorou... Pegou uma toalha e enxugou suas mãos, numa toalha que ele tinha pegado na mochila. Virou de costas pra mim e guardou seus pertences despreocupadamente. Wallace, eu deduzi, aparentava um grande desprezo por mim.

– Eu já ia mesmo te acordar... Tá na hora! A gente vai sair em dez minutos... Te apronta, aí! – disse ele, sem nem sequer, olhar pra mim.

Estranhei sua distância... Como ele podia ser tão indiferente, depois de tudo que a gente tinha feito? Não acreditava que ele estava mesmo falando sério. Caminhei até ele e peguei sua mão... Ele se esquivou.

– Alef... A gente vai se atrasar... Anda... Vai se vestir, por favor! – rebateu ele, me empurrando para o banheiro e me dando minha mochila.

Meu humor piorou e desceu consideravelmente, na mesma hora. Não esperava essa reação dele. Tão frio... Como se não tivesse acontecido nada. Era isso mesmo? É... Bem feito pra mim... Algumas lágrimas caíam enquanto eu me trocava, pensando na banheira e nos beijos... Depois na cama, com seu corpo escultural pressionando contra o meu. E agora isso... DISTÂNCIA. DESCONHECIMENTO. FRIEZA. Poderia ter sido um sonho? Acho que não, pois eu sentia os efeitos colaterais. Marcas e chupões, no meu ombro e pescoço, denunciavam a verdade daquela fatalidade.

...

Não falávamos nada... O carro corria velozmente pela estrada, enquanto eu olhava pela janela, tentando não lembrar, das últimas horas naquele motel... A viagem seguiu assim por muitos minutos, após nossa saída. Wallace dirigia determinado na estrada, sem nem sequer comentar nada comigo. Quer saber? Eu não vou ficar calado, me corroendo por dentro...

– Wallace? – chamei-o.

– Oi? – respondeu ele, gentil.

– Sobre o que a gente fez... Eu... – comecei e fui logo interrompido.

– Acho melhor, você não comentar isso com ninguém... Você pode fazer isso? – perguntou ele, agora, me vendo no meio da sua névoa cinza.

– Claro, eu não contaria mesmo pra ninguém... – digo, tristemente.

– Aconteceu! É isso... Foi apenas calor do momento... A gente ficou e foi bom... Eu gostei! Mas não vai passar disso, ok?! – disse ele, deixando bem claro sua posição.

Nem tentei discutir... Eu tinha me entregado e sabia das consequências.

Balancei a cabeça e virei o rosto para a janela, que nesse meio tempo, já era minha melhor amiga. Não falei mais nada... Peguei meu celular (Quase descarregado) e coloquei meus fones... Durante todo o resto da viagem, escutei (Dum Dum Girls - Coming Down), me segurando para não desabar.

É... No final, eu sabia que ia me ferrar... E de novo, eu tinha me fodido. Afinal, o que eu esperava que acontecesse? Que ele me pedisse em casamento? Eu tinha mesmo, muito que aprender.

Continua...

Comentários

Há 5 comentários.

Por dfc em 2016-03-15 01:47:34
Coitado do Alef :( parabéns ótimo série :)
Por Hp em 2016-03-07 04:03:22
Ele não podia se entregar assim gente 😢😢
Por Um alguém em 2016-03-06 23:13:42
Isso não se faz, que lixinho de gente kk, vagabundo!! Espero que ele se apaixone loucamente pelo Alef, gostei, muito bom.
Por Anjo perdido em 2016-03-06 17:46:36
Isso soou como se ele realmente só quisesse testar que Alef era gay como havia dito, espero sinceramente que ele tenha se apaixonado e o Alef lhe dê um belo pé na bunda, já que já deu no saco
Por LuhXli em 2016-03-06 16:53:53
Gente, coitadinha! Humilhada! Estou amando teu conto e, obviamente, adorei o capítulo! Quero muito saber o que vai acontecer agora!