Capítulo 5 - Depois Da Briga

Conto de Sonhador Viajante como (Seguir)

Parte da série As Férias Dos Meus Sonhos (Baseada Numa História Real)

A primeira coisa que eu visualizei, ao entrar no quarto de motel, foi à cama de casal espaçosa e chamativa. Os lençóis de seda, de cor vermelha e creme, forravam o espaço com um ar majestoso e romanticamente aconchegante. O ambiente era iluminado por pequenos abajures modernos, que clareavam o quarto de uma forma sombria e misteriosa. O ar do lugar era suave e delirante, como se tivessem acendido um incenso com efeito persuasivo e dominador. Tudo muito bem arrumado e propício á um belo encontro romântico, de um casal apaixonado. Só que definitivamente, aquele não seria o meu caso. Nem agora e nem nunca. Não depois de tudo que ele tinha me dito. Eu tinha segurado minhas lágrimas, o caminho inteiro até aqui. Mas não duvidava que elas logo caíssem.

Joguei minha mochila no chão, exausto e com minhas energias totalmente excedidas, enquanto ele fechava á porta. Sentei no chão, ao pé da cama e coloquei as mãos na cabeça. Uma dor de cabeça, chata, parecia querer tomar assolar dolorosamente. Pronto! Era o que me faltava. Abri minha mochila, procurando uma tabelinha, pois sabia que minha mãe sempre colocava algum comprimido, para dores ou coisas assim. Meu nariz ainda doía, mas acho que nenhuma dor física, superava aquela no meu coração. Sentia-me dilacerado, á tal ponto de querer morrer.

Peguei o comprimido e me levantei do chão, um pouco tonto... Wallace, que examinava o lugar, andando pra lá e para cá, me viu com o comprimido na mão e perguntou descaradamente.

– Qual é a do comprimido? Tá se sentindo mal, Alef? – disse ele, encenando preocupação.

Como ele tinha coragem de ainda querer saber, como eu estava, depois de tudo que ele tinha me dito? Aí que ódio desse canalha ignorante. Eu estava com tanto nojo e repulsa daquele cara, que se ele soubesse o que eu queria que acontecesse com ele, nunca mais olharia na minha cara. Respondi sem nem olhar na cara dele.

– Como se você se importasse... Vai se foder, cara! – gritei e me apressei para o banheiro.

Não conseguia encará-lo. Nem queria.

– Ei... Ei... O que você acha que é garoto? – enfureceu-se ele.

Entrei no banheiro e rapidamente me tranquei. Ele batia na porta, xingando e querendo entrar. E foi nessa hora que eu desabei de vez... Minhas lágrimas desceram, numa avalanche sem fim. Liguei o chuveiro, pra não ter que escutar seus desaforos do outro lado da porta e para ele não me ver soluçar. Acabei-me completamente num choro pesado e angustiante. Eu era tão idiota... Chorar por aquele ser desprezível.

Quem ele pensava que era? Sabe quando você acordar pra realidade, e vê o que não se enxergava antes? A mágica e o encantamento, tinham se quebrado. Não existia mais admiração e embelezamento, mas sim, repúdio. Muito por sinal. Eu odiava aquele cara com todas as minhas forças. Só de lembrar, a forma como ele tinha me pegado com aquela mão apertando meu queixo, me dava vontade de vomitar. E eu não tinha feito nada... Fiquei tão surpreso com aquela atitude desnecessária, que nem tinha revidado ou tido vontade. Chorei mais ainda... E isso se estendeu por várias horas... Até que, eu resolvi tomar um banho na enorme banheira e tirar todo aquele excesso de cheiro, que só fazia lembrar-me ainda mais, daquele maldito dia.

...

Assim que me enxuguei, vesti o roupão branco e cheiroso, que estava pendurado num cabide perto de um espelho. Abri a porta e bem devagar, espiei o quarto lá fora. Tudo se encontrava, silencioso e suspeito. Vendo que a área estava limpa, saí e me esgueirei para o cantinho, onde tinha deixado minha mochila... E foi eu abrir o fleche, pra ouvir pelas minhas cotas, uma salva de palmas, alta e sonora. Virei-me e o vi.

Wallace estava com uma taça de champanhe, quase cheia, na mão direita, me saldando com vivas debochados.

– Parabéns! Você conseguiu ser mais insuportável do que antes... Vamos brindar á isso! Já acabou seu showzinho dramático no banheiro? – ironizou ele.

– Não me dirija à palavra... – rebati, ainda de costas. Minha rispidez se abrandou e eu decidi falar tudo que estava engasgado. – Achei que você fosse mais maduro, sabia? É... Pelo visto me enganei... Você nunca amadureceu na vida! Por isso é esse ser mal resolvido e ignorante... Será que é por isso que seus relacionamentos, não deram certo? Nossa! Acabei de crer que sim! Você pode ser bonito por fora, mas de que adianta, se é horrível por dentro? Ninguém nunca vai querer construir nada com você, se continuar a ser do jeito que é... – discursei, destilando veneno na mesma gota que ele.

– Nem com você... Você fala de mim... Como se me conhecesse... Mas você não sabe NADA SOBRE MIM... Se eu vou terminar sozinho... É problema meu, e nem você e nem ninguém tem nada com isso! Você acha que isso que você faz, é atitude de uma pessoa madura? Haha! Vamos lá! Diga-me verdades na cara, que eu te direi exatamente o que você precisa escutar. – disse ele, bebendo um gole de champanhe.

– Eu tenho nojo e ao mesmo tempo pena de você... Você tem prazer em machucar os outros com suas palavras, não é? E é exatamente por isso, que você vai terminar S-O-Z-I-N-H-O! – falei, com todo meu desprezo.

– Cobra! – exclamou ele, dessa vez, ainda mais afetado.

Nesse momento, senti que era a hora de descarregar o que eu tinha reprimido antes. Já chega de engolir sapos desse cafajeste. Não hesitei e fiz o que qualquer pessoa sã e puta da vida, faria se estivesse no meu lugar. Peguei a taça da mão dele e joguei todo o líquido no seu rosto.

– Agora eu acabei! – falei, dando o sorriso mais perverso possível.

O rosto dele escorreu champanhe e ensopou sua blusa. Ele por um momento fechou os olhos e ao abri-los, revelou seu demônio interior. Pegou meu braço com uma força, que eu pensei que fosse quebrar-me inteiro. Eu gritei de dor e me enfureci, revelando meu lado mais sombrio. Eu na mesma hora o surpreendi. Puxei meu braço de suas mãos, empurrando-o para longe. E dei um chute bem no meio das suas pernas. Ele gritou e caiu no chão, vermelho de dor. Bem feito!

– Nunca mais encoste em mim de novo... Você tá me ouvindo? NUNCA MAIS! – gritei.

– Você me paga! Aí... Eu... Vou... Te... Pegar! – disse ele, entre gemidos.

Corri de novo para o banheiro e me refugiei, naquele pequeno espaço. Dessa vez não chorei, pois tinha me vingado. Ainda que por dentro, eu ainda ficasse repensando se não tinha chutado com força de mais. Será que ele poderia desmaiar ou coisa pior? Rezei para que o traste estivesse bem. Aí que ódio de mim. E se ele morresse? Eu seria preso e ficaria numa prisão para sempre. A família dele me massacraria. Aí que inferno!

...

Uma hora depois...

Escutei-o me chamado...

– Alef... Alef... ALEF... Me ajuda! Eu não tô bem... Por favor! – dizia ele, gemendo.

Droga! E se aquilo tivesse mesmo, tomado uma proporção trágica? Eu estava ferrado, então. Abri a porta, ainda hesitante e o encontrei deitado na cama... Olhando para o alto. Caminhei lentamente, chegando perto dele. Ele me olhou de esguelha e falou mansamente.

– Você me acertou em cheio hein? – disse Wallace, olhando para mim com certa paciência.

– Eu só fiz aquilo, por que você puxou meu braço... Só pra deixar claro! – digo temeroso e indiferente.

– Hum... Você me tira do sério, mas do que qualquer outra pessoa já tirou, sabia? Mas eu não chegaria á tal nível... Como você mesmo fez... Cara, tu acabou comigo! Parece até que tinha mesmo prática com isso... Quantas pessoas você já chutou desse jeito? – perguntou-me ele.

– Nenhuma! Eu nunca fiz isso com ninguém... Só via nos filmes e achei que você merecia naquele momento... – deixei claro.

– Então, você conseguiu fazer um ótimo trabalho! Nem consigo andar direito...

– Caramba, você acha que precisa ir á um hospital? – desesperei-me.

– Acho que não! Mas, gelo aliviaria bastante!

– Nossa cara, eu sinto muito por isso! De verdade! – admiti.

– Me ajuda á levantar, por favor? – pediu ele.

– Claro!

E quando eu já estava na rede dele. O lobo mau me pegou de jeito! Wallace se levantou, todo recuperado e me abraçou, me apertando contra seu corpo.

– Eu te disse que te pegaria... Chegou a sua hora! – falou ele sombriamente.

Eu comecei a me debater em pânico. Então era uma armadilha? Filho da mãe! Comecei a chorar desesperado e fechei os olhos, pensando que ele ia bater em mim ou sei lá o que mais. Tremi pra caralho. E com razão, pois um homem daquela altura, com tamanha força, acabaria comigo e ficaria por isso mesmo. Eu chorava e o sentia me abraçar como uma grande corrente em volta do meu corpo. Será que ele era praticante de artes marciais? Fodeu! Eu ia simplesmente ser colocado pra dormir...

Até que eu parei de espernear e ele me jogou na cama, ficando por cima de mim. O peso dele me esmagava, mas era um peso gostoso. Até reconfortante... Aí meu Deus... Alguém me faria o favor, de me dar uma tapa na cara? Eu de fato mereço, só por comentar isso.

Eu soluçava de medo. O corpo dele era como uma rocha vulcânica, quente e abrasadora. Capaz de fundir-me á ele. Eu queria mais daquilo... Minha solidificação ao seu corpo foi interrompida, no mesmo instante em que seu peso foi ficando mais leve. Não conseguia abrir os olhos, mas senti bem de leve, algo respirando no meu pescoço.

Fiquei em silêncio por alguns segundos e me vi livre daquele corpo. Abri os olhos, e encontrei os olhos dele em cima de mim. Ainda tremia. Ele estava deitado de lado, com o nariz bem perto do meu pescoço. Olhava-me com uma ternura e um pouco de receio.

– Eu só queria te assustar, Alef. Não vou fazer nada contigo... Fica tranquilo tá? Não quero ninguém com medo de mim, como seu fosse um molestador! Não sou tão babaca assim! – disse ele, querendo me tranquilizar.

Ainda soluçando, assenti com a cabeça e virei o rosto para o outro lado. Estava cansado desse drama com o Wallace! Não queria mais brigar. Nem hoje e nem nunca mais. Aquele foi o ápice e já estava de bom tamanho. A gente se conhecia á menos de vinte e quatro horas e já parecia que fazia séculos. De hoje por diante, cada um seguiria seu caminho. Sem brigas e sem ofensas. Era melhor acabar logo com isso, antes que isso me acabasse.

Wallace se levantou da cama e eu percebi, começou a tirar a roupa. E foi aí que começou o perigoso strip tease. Primeiro a camisa... Em seguida a bermuda... A cueca Box, ele não tirou, ainda bem... Subiu novamente aquele calor avassalador no meu pescoço... Eu fingia não olhar mais, para aquele corpo, só que era viciante. O pior que ele me provocava me encarando á todo momento. Aonde ele queria chegar com aquilo?

Ele caminhou até a porta do banheiro e só aí pude olhar bem pra bunda dele e para o volume altamente exposto. E QUE BUNDA! E QUE VOLUME Misericórdia senhor! Fiquei excitado na mesma hora. Nossa relação era de amor e ódio, em tempo integral.

Rolei para o outro lado da cama e pensei no sorvete que eu iria tomar, quando finalmente, chegasse à bendita casa de praia. Depois da briga e do susto, adormeci profundamente como se nada tivesse acontecido. Num sono sem sonhos, graças á Deus.

...

Eu dormi tanto, que nem vi quando ele saiu do banheiro. Acordei, ainda com o roupão, todo encolhidinho, no meu lado da cama. Procurei me situar e tive um grande susto quando vi quem estava bem do meu lado, todo exposto. Wallace estava deitado de costas, dormindo profundamente, totalmente nu. Só via sua bunda, branquinha e lisinha. Tremi. Ele dormia com o rosto virado para onde eu tinha estado dormindo. Cabelo bagunçado e cobrindo seus olhos. Costas grandes com uma bela curvatura na bunda. Ele era mesmo lindo! Eu podia ficar olhando pra ele para o resto da minha vida e mesmo assim não me cansaria.

Levantei-me bem devagarzinho e fui até o banheiro. Já passavam das três da manhã. Eu estava morrendo de fome. Comecei a procurar algo para comer pelo quarto e encontrei uma bandeja cheia de morangos e chantili. Já que não tinha outra coisa, seria aquilo mesmo. Devorei os morangos, lambuzando-me com o creme. Depois fui ao banheiro e lavei minhas mãos... No exato momento, em que eu fechei a torneira e levantei o olhar para o espelho do banheiro... Vi a imagem mais bela de toda minha vida. Era ele. Acordado.

Wallace me encarava, com o braço esquerdo pra cima, apoiado na porta entreaberta do banheiro. De um jeito sexy e tentador. Como se estivesse me observando á muito tempo.

Ele estava completamente nu. Lindo e ainda mais irresistível. Congelei. Suei frio. Agora, eu via tudo... O peitoral cabeludo e avantajado, descendo e acompanhando todos os pelos que levavam ao paraíso. E que paraíso. Ele estava bem pronto! E bota pronto nisso... Ui... Era enorme do jeito de que ele era... Será que eu devia desmaiar?

Continua...

Obrigado mais uma vez aos leitores que sempre comentam e opinam (Um alguém, Edu e anjo perdido)! Calango e Riyuuki espero que continuem acompanhando e obrigado também! Esse conto, por ser pequeno e com poucos personagens, possuí capítulos menores, mas prometo acrescentar um pouco mais em breve! Bjs e abraços pra vocês! Sobre o Wallace... Ainda não gosto tanto dele, mas posso garantir-lhes que o final dele, vai ser o merecido. Sobre o Alef... Tenho medo desse garoto. Sei que vai me decepcionar...

Comentários

Há 4 comentários.

Por LuhXli em 2016-03-05 01:28:59
Kkkkk Diverti-me neste capítulo! Ótimo saber que vc tentará deixar os capítulos maiores! A história, já devo ter dito, é ótima. Sua escrita, então, nem se fala, teu texto tem uma agilidade e um humor suave que o torna bastante leve. Segurei acompanhando!
Por Um alguém em 2016-03-04 23:27:35
Gostei muito, agora que vem o sexo selvagem de reconciliação? Kkk muito bom, já quero o próximo!
Por Hp em 2016-03-04 21:06:01
Estou XÔ ! CONTINUA URGENTE
Por Anjo perdido em 2016-03-04 19:39:23
Cara ru não podua parar nessa parte, vou morrer se ansiedade até a próxima... Isso é crueldade