Volume 3 - Vertigem (preview)

Parte da série Família Siren

São inúmeras as brincadeiras de mau gosto que o destino faz conosco. Eu era feliz antes de te conhecer. Eu respirava aliviado e vivia em paz e harmonia. O problema é o dom que tens. Dom de perturbar. Dom de agitar. Dom de me enlouquecer. Dom de trazer a tormenta.

O mais estranho foi que, em meio ao turbilhão de sentimentos que causaste em meu coração, eu encontrei abrigo em seu abraço. Encontrei compreensão em seus olhos. Encontrei amor em seus lábios. Lábios doces, mas que guardam a essência de um dos piores venenos.

És uma hera venenosa. Esplêndido como o sol. Tão fatal quanto um veneno. Perdi minha alma ao tocar meus lábios nos seus. Sua essência se misturou à minha e jamais pude ser eu mesmo. Estavas em mim. Estás em mim. Sua lembrança me assombra. Perco os sentidos ao ver sua imagem. Minha mente se nega a aceitar sua partida.

Por quê? Por que me envenenaste e não me deste a cura? Se hoje estou no chão, foi por sua causa. Não consigo levantar-me mais. És uma droga. És meu veneno. Um doce veneno do qual minha alma necessita para viver. Ainda espero ver a luz de seus olhos novamente, Jeremy.

VERTIGEM

A luz do sol penetrava as cortinas e iluminava minha grande cama. Vazia. Eu estava sentado numa poltrona dentro do quarto, digerindo o que havia acontecido. Meus pais haviam sido mortos. Eles tinham saído para assistir uma peça de teatro e foram abordados por criminosos que os assassinaram.

Quando soube do ocorrido, precisei de algo para me distrair. Saí. Fui beber em uma boate. Tentei anestesiar minha dor. Fiquei com vários homens naquela noite. Mas nada parecia preencher aquele vazio que crescia em meu peito como um buraco negro. Estava sugando minha vida. Estava sugando meus sonhos. Até não restar nada além da culpa. Culpa por não ter corrido atrás do amor da minha vida. Culpa por não ter dado o devido valor aos melhores pais que eu poderia ter. Culpa por nunca tentar acertar.

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