Capítulo 36

Parte da série A Descoberta

Bom Galera, como prometido, aqui está o outro capítulo, espero que gostem... Essa foi uma fase difícil da minha relação, o ciúme e as dúvidas são capazes de nos destruir facilmente.

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Me senti feliz com as palavras dela, e me acostumaria com esse tratamento, só que as coisas não são simplesmente mil maravilhas.... E sempre tem alguém que quer nos ver mal, mas isso não importava, pra mim o importante era ter Guilherme ao meu lado....

Deito-me um pouco, tentando descansar, ja que a noite eu estava com a ideia de dormir na casa de Guilherme, aproveitei a deixa de minha mãe ter "gostado" dele.... Durmo um pouco, acabo acordando ja em cima da hora, e meu celular estava repleto de mensagens.... Rapidamente respondo as mensagens de Matheus, e me apresso para o banho.... Tomo um dos banhos mais rápidos de minha vida, visto uma roupa bonita, e preparo uma mochila, ja que meu plano era passar a noite na casa do meu namorado... Na mochila tinha uns pertences e algo mais..(se é que me entendem)... Desço rapidamente aviso minha mãe que estou saindo, porém não aviso que não iria dormir em casa.

Saio às pressas em direção a casa de Matheus, pois de lá iriamos de táxi para o cinema, pra chegar mais depressa a casa dele, resolvo passar pelo parque, e para minha surpresa, Aílton estava lá, porém estava sem a farda, eu nunca o tinha visto sem ela, e ele realmente é muito bonito, estava de camiseta vermelha, e uma calça branca sentado em um dos bancos, o cabelo estava com um penteado perfeito, o deixando mais bonito. Eu não consegui não olhar para ele, e por um certo momento senti algo diferente, mas não foi arrependimento, pois eu nunca o olhei com outros olhos, a não ser os olhos da amizade, porem neste dia eu o vi de maneira diferente.... Ele então me vê de longe e acena, esboçando um belo sorriso... Eu me aproximo..

Ailton: Oi garoto... Você esta melhor?

Eu o olho envergonhado..

Eu: Estou sim Ailton, e queria me desculpar pelo que aconteceu, você não teve culpa de nada,e eu fui um estupido por te tratar daquela maneira, sendo que você sempre foi muito legal comigo..

Ele sorri..

Ailton: Não se desculpe lindo, mas me diga, onde você vai todo lindo e arrumado desse jeito??

Eu: Vou sair com uns amigos.

Hesitei em falar pra ele que iria sair com Guilherme e Matheus, que a esta altura ja estavam quase me matando por pensamento, pelo atraso...

Ailton: Amigos é?

Eu: É sim. -Digo sorrindo-.

Ailton: E porque não me chamou, sou seu amigo né....-ele sorri-.

Eu: É sim, desculpe mais uma vez..

Ailton: Bom saber que sou seu amigo, por mais que você saiba que eu não queria só amizade...

As palavras dele são como uma faca cortando meu pescoço..

Eu: Nossa, Aílton eu...

Ele me interrompe.

Ailton: Não precisa dizer nada lindo, eu sei que você gosta do Guilherme, e não se preocupe, não vou interferir na relação de vocês, mas acho que seus amigos devem estar quase loucos com o seu atraso. -ele sorri-.

Eu: Acho que eles podem esperar mais um pouco...

Eu não estava me entendendo, não sabia porque,mas algo me prendia aquele momento...

Ailton: Fagner, me diz uma coisa...

Eu: Pergunte..

Ailton: Se você não estivesse namorando, teria coragem de ficar comigo?

Eu me assusto com a pergunta, e sinto meu celular vibrando...

Eu: Preciso atender, só um minuto por favor Aílton..

Ele sorri... Vejo que a ligação era de Guilherme, e eu rapidamente atendo..

-Ligação-

Eu: Oi..

Guilherme: Onde você está meu bem?

Eu: Estou no parque.

Guilherme: Fazendo o que? -pergunta ele num tom de desconfiança-.

Eu: Estou me desculpando com o Aílton, eu falei que precisava conversar com ele...

Ele me interrompe....

Guilherme: Tudo bem Fagner, até daqui a pouco..

- Fim ligação-..

Eu realmente não entendi a crise dele, afinal eu não tinha feito nada com ninguém...

Ailton: E então?

Eu: Ah não, era o Guilherme me chamando...

Ailton: Eu falava da resposta para minha pergunta. -diz ele sorrindo-.

Eu: Ah ta.. Foi mal.

Ele ri..

Ailton: E então, eu teria chance com você?

Eu: Olha Ailton vou ser bem sincero com você. Primeiro, eu gosto de você, segundo, você é um rapaz muito bonito, e por ultimo e respondendo sua pergunta, sim eu namoraria você tranquilamente.-sinto meu coração gelar ao ouvir essas palavras da minha boca-.

Ele então sorri..

Ailton: Nossa Fagner, foi muito bom ouvir isso, eu sempre gostei de você, desde aquele dia que te vi sozinho no parque..

Eu: E você pensou que eu estava usando drogas né.

Ailton: Pra falar a verdade não, eu só procurei um motivo para me aproximar e falar com você.

Eu: Nossa.

Ailton: Mas é verdade, eu consegui me aproximar de você, e fico feliz com isso, mas tambem fico triste por saber que não posso ter mais nada com você além de amizade... Bom eu pensava assim, até você responder a minha pergunta, isso quer dizer que eu tenho alguma chance...

Eu: Pode-se dizer que sim.

Ailton: Então vai lá meu lindo, ou os seus amigos vão acabar te matando. -diz ele se levantando -.

Eu: Nossa é mesmo, tenho que ir.- digo já me levantando-.

Entao até mais Aílton.

Ele sorri.

Ailton: Não esta esquecendo nada? -pergunta ele me dando um abraço, e mais uma vez me sinto perdido na montanha de músculos-, eu senti muito falta desse abraço Fagner.

Eu: Tambem senti, agora preciso ir.

Me despeço dele, que fica somente me olhando com um sorriso estampado no rosto. Eu estava me sentindo diferente depois da conversa e das declarações que tive com ele, porem isso seria algo só meu... Eu podia estar gostando do Aílton,mas o meu amor por Guilherme é o que me completa e me sinto bem ao lado dele... Chego na casa do Matheus e ele já estava na porta me esperando, enquanto Guilherme estava no táxi..

Matheus: Até que enfim Cinderela...

Eu: Desculpe...

Matheus: Vamos logo, e você paga o taxi. -diz ele puxando meu braço-.

Sento-me ao lado de Guilherme, enquanto Matheus se senta ao lado do motorista..

Eu: Meu bem??

Guilherme: Ham?

Eu: O que foi?

Guilherme: Nada não Fagner, só não estou no clima pra conversa. -ele diz virando o rosto para a janela-.

Eu: Tudo bem. -digo conectando meus fones-.

Seguimos assim, todos calados, eu estava ao lado do meu amor, porem não pude trocar uma palavra com ele, então somente meus fones me ajudavam nisso, no momento eu ouvia "Florence+The Machine- Say my name." Ele se quer me olhava, então eu também o ignorei. Chegamos no Cinema eu pago o taxista como combinado, e Matheus compra nossos ingressos...

Eu: Que filme vamos ver?...

Matheus: Vamos ver Thor dois.

Eu: Ja vi.

Matheus: Então vai ver de novo. -ele sorri-.

Entramos para a sala onde se passaria o filme, e Guilherme não trocava uma palavra comigo. Então fiz questão de sentar ao lado dele. As luzes se apagam e o mal o filme começa, alguns casais ja se agarravam. Eu pretendia fazer as pazes com ele, pois queria passar a noite junto dele.

Eu: Guilherme?

Guilherme: O que foi Fagner? -diz ele meio estressado-.

Eu: Me desculpe, por favor.

Ele se vira olhando nos meus olhos.

Guilherme: Te desculpar por que?? Afinal o culpado sou eu de deixar meu namorado falando com outro homem enquanto eu esperava feito um panaca. -ele falou essas palavras um pouco alto, tanto que algumas pessoas nos olharam-.

Eu: Guilherme, por favor, eu só fui me desculpar por ter sido tão rude com ele.

Guilherme: Tudo bem Fagner, me deixa assistir o filme.

Eu: Guilherme não faz isso. -sinto uma lágrima escorrer-.

Ele não me responde e finge estar concentrado no filme, então eu me levanto e saio da sala, Matheus tenta me convencer a ficar, porém sem sucesso, eu não me sentiria bem estando ao lado da pessoa que amo,e não poder tocá-la... Guilherme nem fez questão para que eu ficasse. Então saio do cinema e avisto o mesmo taxista que nos trouxe, peço para ele me deixar no mesmo trajeto... No taxi ele puxa assunto..

Taxista: Você não parece bem rapaz. Eu posso ajudar em alguma coisa?

Eu: Não é nada, eu só me sinto um pouco enjoado.

Taxista: Quer que eu te deixe em um hospital?

Eu: Não precisa, eu vou ficar bem -digo sorrindo, tentando ser simpático-.

Taxista: Ok, eu tentei ligar para aquele seu amigo, pois um de vocês esqueceu essa mochila aqui.

Eu: Nossa, essa mochila é minha, valeu mesmo.

Ele sorri.

Ele ainda fala da família dele, e que eu não me preocupasse, pois eu ficaria bem, resumindo a viagem não foi um tédio como eu pensara que fosse.

Taxista: É aqui sua parada?

Eu: Nossa é aqui sim, nem tinha percebido que tínhamos chegado, o papo estava bom..

Ele sorri..Eu pago a viagem, e ele me dá seu cartão.

Taxista: Bom esse é o número da agência, quando precisar é só ligar.

Eu: Ok, pode deixar que eu ligo sim.

Ele sorri.

Taxista: Então até mais rapaz, e não se preocupe, tudo vai ficar bem.

Eu: Até mais. Fique com Deus e bom trabalho.

Ele agradece e sai. Como ele tinha me deixado na casa do Matheus, eu resolvo dar umas voltas pelo bairro, mais uma vez conecto meus fones de ouvido, dessa vez ao som de "Icona Pop-All Night", uma das minhas duplas de Dj's preferidas, amo essas mulheres. Eu estava andando normalmente pelo bairro, sem me importar com nada que pudesse acontecer, quando vejo já estava no parque, o único lugar que me fazia bem... Me sento em um dos bancos, e me perco naquele movimento de pessoas, me esqueço totalmente da minha existência, apenas queria observar as pessoas fazendo suas atividades. Algumas caminhavam, outras malhavam, as crianças se sujavam e outras faziam piqueniques.. Me lembrei do dia em que Guilherme me preparou um piquenique, e como ele tinha me apresentado para a Stephanie, aquilo fez meu sorriso brotar novamente, porém eu sabia que a raiva dele não cessaria apenas por lembranças, então passo o restante da tarde sentado, no mesmo banco, sem me importar com a presença de pessoas conhecidas, ou se elas me olhavam, ou se me ignoravam, eu apenas queria estar sozinho..