A Beira do Esquecimento 04.

Parte da série À Beira do Esquecimento.

Respondendo os comentários:

Garoto bi 69: Ok. Jean é sim um hetero que perdeu a memoria, e agora gosta de outro homem. Isso é estranho? Sim, é estranho sim. Olha eu não julgaria o Jean como sendo uma pessoa burra e indecisa. Afinal ele perdeu a memória e pelo que ele sabe e nós sabemos, ele não é gay. Ou pelo menos não era.kkk. A Ana tadinha,nem apareceu nesse capítulo, mas no próximo ela fará algo inusitado. Vai ser legal. Bom senhor Bi 69 eu tambem adoro você e perfeito aqui só vocês mesmo..😊.. Peço desculpas pela demora, mas como você sabe , meu acesso a este site estava com problemas. Mas enfim agora estou aqui. E espero que não desista de mim. Um abraço.

Ryan Benson: Olha gatão, eu tambem nao entendi porque ele se afastou. (mentira eu entendi sim)..kkkk. O Anderson é um garoto bem confuso, e terá que se afastar do Jean por coisas mais fortes, por proteção. Ele vai se mostrar muito forte com isso, porem o resultado não será o esperado. Ele terá grandes surpresas. O Jean se mostrará uma ótima pessoa para o Anderson. Até assumirá gostar dele.. Mas as coisas nem sempre funcionam do jeito esperado.. E como eu disse o Anderson terá que se afastar dele. A Ana coitada, nem apareceu nesse capítulo, mas eu farei algo onde todos sabemos que, quem ama é capaz de fazer. E a Ana realmente ama, a ponto de fazer algo que não devia. Ela não será uma vilã, será alguém querendo reconquistar a pessoa amada, mas ela fará isso da maneira errada. Ai meu Deus. Eu ri dias do " vc é o cara gay mais legal que eu já conheci."..kkkkkk tambem te adoro e te peço desculpas pela demora. Um abraço.

César Neto: Nossa César. Obrigado, fico até sem graça. Isso vindo de você, pra mim é uma honra. Mas, vamos lá, primeiramente esse Jean se mostrará um homem maduro, no qual mantém suas preocupações direcionadas ao Anderson. Que por outro lado, quer manter uma relação com o Jean, mas como sempre algo mais forte os impede... Opa, gostei desse "Conte comigo" só não gostei desse "aqui", queria contar com você em outros lugares..kkkkk..(Só ignora).. OBS: O Jean é um bocó apaixonado. Porém a inteligência surpreende quando se trata de amor... Um abraço. Agradeço pelo comentário. Uma honra ter você aqui. Beijão.

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- Posso ajudar?- Ele pergunta-.

- Ah sim, meu nome é Jean.-Estendo a mão, porém sou ignorado-. O Anderson está?

- Não. Ele não está. Mas eu acho que posso te ajudar.

- Que bom. Qual o seu nome mesmo?

- Meu nome é George, entre.

Me assustei ao ouvir aquele nome, será que esse homem ja causou algum mal para o Anderson?

- Melhor não. Eu queria falar com o Anderson, mas como ele não está, acho melhor voltar outro dia. -Digo sorrindo-.

Ele me olha com a cara fechada.

George: Então está bem. -Diz ele fechando o portão na minha frente-.

"Nossa, então esse cara é o George. Que coisa de louco. Será que ele é irmão do Anderson?"

Meus pensamentos tomavam conta de mim. Vou para casa, um pouco infeliz, ja que nao obtive nenhum resultado à procura do meu doce garoto.

-Marta, cheguei.

Marta: Oi senhor Jean.

-Vou descansar um pouco, se alguém ligar diz que eu saí...

Ela me interrompe.

Marta: Senhor eu recebi três ligações enquanto esteve ausente.

- Ai meu Deus, que foi? -Digo estressado-..

Marta: Uma foi da Ana, perguntando se está tudo bem. Ela disse que amanhã aparece aqui.

- E as outras?

Marta: Uma do seu pai, ele disse que talvez ligue novamente..

- E a outra?

Marta: Desconheço. Foi um rapaz que ligou aqui e perguntou pelo senhor. Ele não me disse o seu nome.

"Será que foi o Anderson que ligou atrás de mim?"

-Bom Marta, seja quem for, diga que eu não estou em casa por favor.

Marta: Pode deixar senhor.

Subo para o quarto e vou diretamente para o banheiro. Por alguns instantes fiquei me observando no espelho... Meu corpo mantinha cicatrizes do acidente. Tentei forçar o cérebro a se lembrar de algo, mas uma dor insuportável tomava conta de mim. Meus olhos começam a doer, e sinto as lagrimas já escorrendo no meu rosto. Não entendi porque eu estava chorando. A única coisa que sei, é que nao lembrar de minha família, me trazia dores por todo o corpo.

Acabo entrando na banheira. A água quente me trazia uma sensação de conforto, e ao mesmo tempo eu sentia meu coração ser perfurado por saber que pessoas que eu amo, estão ausentes na minha cabeça. Saio do banheiro e me deito, completamente nu. Estava adormecendo quando ouço leves batidas na porta.

Marta: Senhor Jean?

-Diga Marta.

Marta: Ligação para o senhor. O mesmo rapaz que ligou mais cedo.

Rapidamente me visto.

-Transfira a ligação pra mim...

Marta: Ok-Diz ela já saindo do quarto-.

De repente o telefone no meu quarto toca.

-LIGAÇÃO-

-Alô?

Tudo fica mudo.

-Alô?

-Jean? É você? -Uma voz familiar chama meu nome-.

-Anderson?

Anderson: Sim, sou eu.

-Nossa garoto. Você sumiu, não me deu satisfação. Nem se despediu de mim...

Anderson: Te liguei exatamente para pedir desculpa.

-Está desculpado. So me diga garoto. Como você está?

Anderson: Estou melhor. E você? Ja se lembra das coisas?

-Ainda não.-Tentei não demonstrar que estava triste-.

Anderson: Mas fica tranquilo, tudo dará certo.

De repente ouço alguém o chamando... Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Era o George chamando o nome dele.

-Anderson, você está aí?

-FIM DA LIGAÇÃO-

Neste momento minha preocupação aumentou. Eu podia sentir que meu garoto não estava bem.

-Preciso vê-lo agora.

Saio depressa rumo ao estacionamento, e vou em busca do lindo garoto de olhos negros. Paro em frente a casa do tal George. Tento ligar umas três vezes para o Anderson, porem algo maior ou grave o impedia de atender minhas ligações. Já parado em frente o portão da casa, uma sensação ruim toma conta do meu corpo. Em questão de poucos minutos, alguém vem me receber.

George: Você de novo? O que quer?

-O Anderson ja chegou?

George: Não, ele não chegou. -Diz ele ja fechando o portão.

-Calma... Eu preciso falar com ele, de alguma maneira eu sei que ele está aí.

Ele me olha perplexo já com fúria nos olhos.

George: Você é louco cara, dá licença.

- Eu sei que ele está aí.

George: Se você der mais um passo não sairá daqui vivo.

Aquelas palavras me assustaram. Dou alguns passos para trás, e saio enquanto ele me encara pelo portão.

Saber que Anderson estava lá com aquele monstro, me dava uma preocupação enorme, eu seria capaz de enfrentar o mundo para ter aquele garoto comigo. Mas no momento eu não podia fazer nada.

Entro em meu carro e estaciono um pouco mais a frente, resolvo esperar até o portão se abrir novamente. Foi dito e feito,pouco tempo depois da leve discussão, vejo George saindo em uma motocicleta. Logo após vê-lo sair, ligo para o Anderson, e como já esperado, ele atendeu o telefone.

-LIGAÇÃO-

Anderson: Oi Jean.

-Você é louco garoto?

Anderson: O quê ? Como assim?

-Porquê não deixa esse homem sozinho?

Anderson: Jean, eu não estou entendendo nada.

-Então abra o portão que estou aqui em frente.

-FIM DA LIGAÇÃO-

Ouço passos vindo em direção a mim. O portão se abre, e eu vejo aquele lindo garoto mais uma vez, so que para minha decepção ele estava diferente, estava totalmente destruído. Os seus olhos negros, estavam mais negros e com aspecto avermelhado. Em seu rosto havia a marca de um soco, percebi também que ele estava mancando. Ele me vê e esboça um sorriso, porém esse sorriso se desmancha ao ver a situação em que ele mesmo se encontrava. Então só sinto seus braços me apertando forte. Aquele garoto estava me abraçando.

-Oh meu Deus. O que aconteceu com você?

Anderson: Por favor Jean, não me deixe aqui.

-Mas é claro que não vou deixar. Você está completamente destruído, vai para o hospital agora.

Eu o ajudo a caminhar até o carro, que não estava tão longe.

Já no hospital, as enfermeiras rapidamente vem atendê-lo.

Enfermeira: Fique tranquilo senhor Jean, seu amigo não tem nada grave, apenas tomará alguns medicamentos e fará uns exames simples. O senhor pode aguardar aqui se quiser.

-Obrigado, vou ficar por aqui sim.

Enfermeira: Então aqui estão os pertences dele.

Ela me entrega a carteira, o celular e uma blusa de frio.

Não sei por que mas um leve instinto de curiosidade, fez com que eu desse uma olhada no celular daquele garoto.

"Não Jean, isso não é certo."

Coloco as coisas dele num banco ao meu lado, até que vejo cair do bolso de sua blusa de frio uma foto minha.

"Porque ele teria uma foto minha?"

Bom aquilo não mudou muito coisa pra mim. Eu nem me lembrava de nada mesmo. Tento descansar um pouco, mas é quase impossível tal ato em um hospital. Estava de olhos fechados, quando sinto um toque em meu rosto.

Anderson: Acorda moço. -Diz ele sorrindo-.

-Eu estava acordado uai.

Anderson: Sim, estava.

Me levanto ficando de frente para ele.

-O que os médicos falaram?

Anderson: Nossa, você fala como se fosse uma cirurgia de risco. Credo.

Esboço um sorriso.

Anderson: Ele disse que não foi nada grave, que eu apenas não esforçasse muito a minha perna, me passou uns analgésicos e um colírio para tirar a vermelhidão dos olhos.

-Então vamos logo, porque hoje você não dorme na casa daquele homem.

O vejo ficar com aspecto triste.

-Calma, você vai ficar bem. Vou fazer de tudo para que fique bem. E você vai passar a noite em minha casa.

Anderson: Ah eu não vou não.

-Não tem isso de "não vou não", você vai e pronto. E se teimar ainda leva uns tabefes.

Ele sorri.

Já no carro, ele estava quieto.

-Me diga Anderson,foi ele quem fez isso com você ?

Anderson: Por favor Jean...

O interrompo.

-Por favor não, eu daria a minha vida para proteger você, então me diga, foi ele quem fez isso?

Anderson: Foi sim.

-Ah meu Deus. E porque ele fez isso Anderson?

Anderson: Por você. -Vejo as lágrimas ja escorrerem em seu rosto-.

-Como assim Anderson?

Anderson: Eu sou gay Jean.

Engoli a seco aquilo.

- Tá mas o que isso tem haver com ele te bater, ele tem preconceito é isso?

Anderson: Não é isso. Gay ele também é.

-Tá mas porque ele te bateu?

Anderson: Porque é isso que dá, estar com alguém e amar outra pessoa. Eu estou gostando de você Jean.

Aquelas palavras fizeram com que eu quase causasse outro acidente. Por um lado eu me sentia o cara mais feliz do mundo, porem, tudo aquilo era confuso pra mim. Passei o tempo inteiro quieto, sem falar absolutamente nada.

Ja em casa pedi para Marta separar um quarto para ele. Ela assim o fez. Pedi tambem para ela preparar um lanche.

Eu queria dizer para o Anderson que eu também o amo, mas algo negativo me impedia isso. Como eu poderia me entregar para aquele garoto, sem ao menos saber se é isso mesmo que eu quero. Acabo dormindo, ter aquele garoto novamente, me deu uma alegria enorme, mas no momento eu só precisava dormir.

Me levanto cedo, antes mesmo da Marta acordar. Estava preparando o café, quando ouço a porta se abrir.

-Onde você pensa que vai garoto?

Anderson: Desculpe Jean, mas eu vou para casa.

-Não Anderson, você vai ficar aqui comigo e depois eu te levo para a casa de seus pais, aliás, eu queria te pedir desculpa por invadir seu espaço e tentar te beijar no hospital.

Anderson: Eu não quero te causar incômodo. Ja não basta a vergonha que eu passei ontem dentro do carro. Quando estou perto de ti, sinto vontade de te abraçar, mas eu não posso fazer isso. Você não é o cara certo pra mim.

-Porque diz isso?

Anderson: Por duas coisas, a primeira é que você está noivo, e a segunda é que...

-É que?

Anderson: Que você é hetero e eu jamais teria chance com você.

Senti meu corpo se arrepiar por inteiro.

Anderson: Obrigado por me ajudar Jean.- Diz ele saindo-.

Naquele momento eu fiquei sem saber o que fazer, porém algo dentro de mim me fez reagir de maneira inesperada.

-Anderson, por favor nao vá. Fique aqui comigo. Como pode dizer que eu não sou o cara certo para você?... Eu posso não ser, mas estou disposto a fazer de tudo para ser.

Ele para e me olha nos olhos.

Anderson: Porque eu ficaria Jean. Eu so te trouxe mais trabalho. Já não basta a sua situação. Eu não quero te envolver na minha vida. Não com tantos problemas assim. Me desculpe.

-Anderson para. -Digo segurando seu braço-. Você não pode ir agora.

Anderson: Por que não posso ir agora?

-Porque eu não quero que se afaste de mim.

Anderson: Como assim?

-Eu... Eu vi a foto no bolso da sua blusa. E agora sei que você gosta de mim.

Anderson: Tudo bem Jean, eu não esconderia isso de você mesmo.

-Mas por favor Anderson. Não vá. Fique. Ao menos hoje.

Anderson: Não entendo. Porque se preocupas tanto comigo?

-Por que aquele beijo que eu tentei roubar só significa que estou gostando de você.

Anderson: Me desculpe Jean. Te agradeço por tudo mesmo. Mas eu preciso ir. Mesmo que eu tambem goste de você, mesmo que eu te deseje todos os dias, eu não posso deixar você com meus problemas. Me desculpe.-Diz ele abrindo a porta novamente -.

-Só me responde uma coisa, por favor... Se você gosta de mim e agora sabe que eu tambem te quero. Por que fugiu disso? -Digo encostando meus lábios em sua boca-.

Anderson: Por favor Jean, eu preciso ir.

-Só diga que vai me procurar novamente?

Anderson: Nos veremos de novo. Até mais.

Ele sai e sinto um aperto grande em meu coração.

"Porque eu não consegui reagir quando a oportunidade bateu em minha porta?"

Essa era a única dúvida que restava pra mim.