Capítulo II - Victor

Conto de Fleur como (Seguir)

Parte da série SEUS OLHOS ME DIZEM QUE...

VICTOR

O despertador toca feito um louco e tento achar o objeto tateando no criado mudo, eu acho e desligo o despertador e volto a dormir. Passam-se uns 30 minutos e minha mãe grita comigo.

- Victor Menezes Rodrigues, acorda agora. Disse a mulher loira gritando e tirando o cobertor em cima de mim.

- Mãe deixa eu dormir mais uns cinco minutos. Disse eu fazendo manha para ver se comove aquele coração gelado que me acorda gritando, para eu sair da minha cama quentinho.

- Olha rapazinho se você chegar atrasado nessa nova escola, eu vou te mandar para um colégio militar e de preferência integral. Disse a mulher raivosamente.

¬¬- Está bem. Eu disse levantando da cama coçando o saco e andando para o banheiro. Demorei uns 20 minutos a me vestir, eu não sou muito ligado para me vestir, eu sempre escolho qualquer camisa que vejo pela frente e meu guarda roupa está cheio de camisa escuras das cores, preta, azul marinho e cinza. Visto a minha camisa favorita preta com o símbolo do anarquismo, minha calça preta e coloco a minha corrente de prata para deixar o visual mais legal e por último pego o meu casaco de couro junto com as minhas luvas que ficam com os dedos para fora. Desço as escadas e vejo a minha mãe me esperando para tomarmos café juntos.

-Vitinho, por favor eu quero o seu bem sempre, então eu te peço não faça nenhuma bobagem nessa escola nova. Disse a minha mãe, juntando as mãos e fazendo uma prece ao santo Victor.

- Mãe eu não faço nada, são os outros que me perturbam. Disse o garoto olhando para a sua mãe.

Eu levantei da mesa dei um beijo na testa da minha mãe, peguei a chave da minha moto e fui em direção a minha nova escola. Eu percebi que a escola era enorme e perguntei para algumas pessoas onde era a coordenação pedagógica, para eu pegar o meu horário e saber onde era a minha sala, eu chego lá, falo banalidades com a secretaria, ela me dá a direção para onde fica a minha turma, o horário bate, e uma garota correndo acabou esbarrando em mim, seus livros caíram no chão e me abaixo para pegar as suas coisas. O engraçado foi ver a expressão na cara da menina de susto ao me ver, ela pegou as suas coisas e saiu correndo. Não vejo o porquê das pessoas terem medo de mim. Sou alto, tenho 1,80 de altura, meu cabelo é liso e sou loiro, arrumei o cabelo no estilo moicano, tenho um piercing no lábio inferior no canto esquerdo da boca, fora os dois que eu tenho nos mamilos e uma tatuagem tribal no braço direito. Sou musculoso, devido ao esporte que prático ser Karaté e nado de vez em quando. Tenho olhos verdes, eu sou bonito pelo menos eu me acho e não ligo para o que os outros pensam de mim.

Eu acho a minha sala e bato na porta, o professor pergunta para mim, com cara quem é esse marginal? Eu entrego a minha carta que a secretaria me deu, explicando quem eu era e o professor fala com a turma.

- Classe esse é o novo colega da turma de vocês, seu nome é Victor e espero que vocês o tratem bem, ele. Disse o professor, a turma toda me deu um OI Victor, exceto um garoto com cabelos cacheados que estava sentado ao lado da janela e olhando para fora. O professor olha para todos os lados e ver uma cadeira vazia a frente do garoto e aponta o lugar para eu me sentar lá. Eu me aproximo e vejo o menino que estava vendo algo lá fora, ele virou o seu rosto e olhar para mim, foi então que eu vi os olhos mais bonitos que já tinha visto, era uma cor clara que misturava castanho e verde e eu me perde naquele momento, o garoto me achou insignificante e virou o rosto novamente para a janela. Eu me sento na cadeira, meio que revoltado pelo descaso do outro, acho que aquela escola esnobe nunca tinha visto um roqueiro, sei lá, mas, eu me sinto um zero à esquerda pela falta de atenção do garoto. Eu olho para frente, tentando me concentrar no blá,blá blá do professor, quando o mesmo chama atenção do garoto.

-Max, eu espero que não esteja interrompendo o seu momento de epifania, você poderia prestar atenção na aula? Disse o professor.

- Desculpe professor, mas eu estava tentando correlacionar a teoria evolucionista com que eu vejo, desculpe, mas eu não consigo acreditar que uma “simples” explosão originou a vida que está ao nosso redor, eu prefiro a teoria criacionista, percebo que a existência de Deus é mais válida na origem da vida do que essa teoria.

- Max, por favor eu considero a sua opinião, mas preste atenção na aula. Falou o professor continuando a sua explicação. Antes da aula acabar, eu sinto que o garoto com olhos bonitos se levanta da sua cadeira e vai para a frente da turma:

-Pessoal, coordenação me avisou que há três opções de viagem para a nossa formatura, a primeira opção é irmos ao Havaí, segunda um tour em Paris e terceiro um cruzeiro ao Caribe, todos os lugares ficaremos por 10 dias, eles vão fazer uma votação nos terceiros anos e a opção mais votada, vai ser o local onde iremos. Então vamos escolher com cuidado, para todos nós, nos divertimos muito, já que esse ano vai ser o último que iremos passar juntos. Disse o garoto moreno com olhos enigmáticos.

Assim que o garoto chamado Max terminou de falar, veio em minha direção, eu não sei bem o motivo, mas nós dois ficamos olhando um para o outro, quando eu vejo que ele cai no corredor, ao lado da minha carteira, todo mundo olha e começa a sorrir do desastre. Quando o garoto continua caído no chão, os outros da turma ficam preocupados, eu me levanto e não sei bem o que fazer, fico de joelhos ao lado dele para ver melhor se ele não se machucou, o restante da turma calaram –se, ao ver que o menino ainda estava no chão, foi quando a garota que eu tinha esbarrado em mim, começa a gritar:

- MAX ACORDA! Disse ela batendo no seu rosto, mas nada aconteceia. Eu toco a sua mão e sinto ela gelada, eu falo para a garota me mostrar onde fica a enfermaria, ela disse para eu segui-la, então eu pego ele no colo e sinto que não pesa quase nada e levo em direção a enfermaria.

Ao chegar lá eu vejo uma sala grande, onde tem quatro macas, dividindo as macas tem algumas cortinas havia aparelhos hospitalares. A garota começa a chorar e abraça a enfermeira, depois ela começa a balançar a pobre moça, quando a enfermeira, já irritada pede para a outra parar, ela sente a pressão do menino desmaiado e vai ver no seu computador as informações médicas dele. A mulher vai em direção a geladeira e pega um frasco, depois uma agulha e seringa, quando ela aproxima o frasco do paciente eu vejo o nome do remédio e leio era insulina. Assim que ela termina de aplicar a injeção, o menino acorda e olha para todos os lados, e mais uma vez nossos olhares se cruzam.

Eu não sei o que estou sentindo, meu coração está acelerado, parece que tem um bloco de gelo no meu estomago a minha boca esta está seca, minhas mãos estão suadas e ao mesmo tempo que é a pior sensação do mundo é a melhor também. Eu tento falar com ele, mas o meu cérebro deu um tilt e pifou, quando o pior acontece, ele me encara e dá um sorriso para mim, acho que nesse momento eu me apaixonei, eu não sei como agir e eu nunca senti isso por ninguém e não estava passando pela minha cabeça me apaixonar por um garoto. Então eu resolvi tomar a decisão mais sábia, sai daquela sala, ou seja, eu fugi, daqueles olhos enigmáticos e sorriso sedutor.

E percebo que sou o maior estupido da face da Terra por ter saído do local, porquê passei o restante do dia me perguntando como Max, o garoto com estilo príncipe encantado estava.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Anderson P em 2014-10-31 01:06:00
Gostei, vou acompanhar.
Por fran em 2014-10-29 22:41:15
simplesmente perfeito. esse garoto me deixou digamos interessado, pirsings, tatuagem, corte moicano e visual rebelde... nada melhor que um pouco de rebeldia na vida. não demore muito estou louco para saber como será a aproximação de ambos. bjão e abços.