Capítulo 2
Parte da série Eu Sou o Louco Mais Louco...
Ali sentado no meu sofá, não consegui acreditar que alguém deixara-me flores e um cartão com uma das mais lindas caligrafias que algum ser humano pode ter. Fiquei imóvel no sofá, até que a campainha me assustou, então fui até a porta e abri e era a pizza que eu estava esperando. Paguei o entregador e larguei a pizza em cima da mesa sem vontade alguma de comê-la. Estava com o estômago enjoado só de receber aquelas flores e o cartão.
Na manhã seguinte levantei cansado, como se não tivesse dormido a noite toda, tomei meu café, tomei banho e desci para o trabalho. Quando cheguei a portaria vi o porteiro e fui falar com ele:
Porteiro: - Bom dia Marcelo! - disse-me ele muito alegre.
Eu: - Bom dia seu Pedro! - Seu Pedro era uma das melhores pessoas que podiam existir, pois ele estava sempre de ótimo humor, sem falar que estava sempre disposto a nos ajudar no que fosse preciso - Por um acaso, o Senhor não viu alguém com um buquê de flores vermelha ontem a noite?
Seu Pedro: - Vi sim, era um rapaz muito bem vestido - e acrescentou - Ele disse que te conhecia e disse que não precisa te ligar, que você já o estava esperando, - Seu Pedro Ficou um pouco confuso - o engraçado da história é que, eu não vi ele voltar. Eu devo ter ido ao banheiro.
Eu: - Muito Obrigado seu Pedro. - Disse obrigado e já fui saindo, tanto por eu estar atrasado para o trabalho, tanto por não querer explicar o que um cara com flores foi fazer no meu apartamento.
Onde trabalho não fica longe de minha casa, então vou a pé mesmo. Hoje cheguei e parece que foi diferente, acho que foi pelo que aconteceu no dia anterior, fui direto para o vestiário colocar meu uniforme da loja, que na verdade, não passava de um terno barato que a loja disponibilizava para cada funcionário. Passei pelo banheiro, chequei a minha aparência e as olheiras em meus olhos eram horríveis, mas não tinha como disfarçar. Assumi meu posto, que ficava no lado da porta de entrada ao lado dos outros funcionários, esperando para atender algum abençoado que entrasse ali.
***
Fazem cinco anos que trabalho para a revendedora da Hyundai, no começo eu apenas limpava o chão e tirava o pó dos carros, mas um dia a loja lotou e todos os quatro vendedores estavam ocupados e uma senhora chegou e me disse:
Senhora: -Meu jovem, estou procurando um carro pro meu filho que faz aniversário amanhã, qual você me indica? - Olhei para a senhora por um tempo e respondi:
Eu: - Desculpe senhora, mas eu só limpo aqui. - A senhora ficou me olhando pensativa e me disse:
Senhora: - Me desculpe! Achei que fosse vendedor já que está aqui no meio da loja, mas me diga qual a tua idade? - Achei meio estranho uma senhora com cabelo branco bem penteado e com roupas bem cortadas me perguntar a idade que tenho, mas respondi:
Eu: - Eu tenho 19, mas por que a pergunta? - Eu continuei a lustrar o carro e ela respondeu:
Senhora: - Você tem quase a mesma idade que meu filho. Acha que pode me mostrar um carro que talvez o meu filho irá gostar? - Parei o que estava fazendo e a encarei com o olhar de desconfiado, mas disse:
Eu: - Sim, posso. Só irei mostrá-la o carro, depois a senhora terá que esperar um dos vendedores para efetuar a compra a senhora o leve. - Pensei um pouco e perguntei:
Eu: - Desculpe a pergunta, mas qual o seu nome? - Disse aquilo com as pernas tremendo de medo, já que eu não era vendedor e também que se ela não gostasse, o meu chefe poderia ficar sabendo e me colocar no olho da rua.
Senhora: Me Chamo Bernarda Freitas, e você como se chama meu jovem? - Ela perguntou meu nome estendendo a mão, então peguei na sua mão e disse:
Eu: - Eu me chamo Marcelo, um prazer em conhece-la. - E ficamos conversando por quase uma hora, e ela decidiu levar um Hyundai Sonata para o filho e no final me agradeceu pela ajuda.
No final do expediente, já perto das seis horas da tarde, tanto o gerente quanto os vendedores vieram falar comigo, o gerente se pronunciou primeiro:
Gerente: - Como você conseguiu? - Eu estava amarrando os meus calçados e levantei a cabeça rapidamente, olhei para todos eles e sem entender nada, perguntei:
Eu: - Fiz o que? - Meu coração começou a bater mais forte.
Gerente: - Você não sabe quem era aquela senhora? - Quando ele falou na senhora, cheguei a sentar no banco, minhas pernas ficaram trêmulas, o medo começou a fluir nas minha veias. - A senhora que você estava conversando essa tarde e que levou o Sonata?
Eu: - Não Conheço, eu estava só lustrando um dos carros e ela apareceu me perguntando se eu podia ajudar ela escolher um carro para o filho dela. Fiquei com vergonha de recusar, então a ajudei, só isso. - Todos ficaram com os olhos arregalados, como se tivessem visto um fantasma, um dos vendedores disse:
Vendedor: - Ela é dona da Victorie's, a maior joalheria do país - Eu não conseguia mais me firmar nas minhas pernas então não fiz menção de sair do vestiário.
Gerente: - Faz mais de meses que ela vem na loja procurar um carro para o filho dela, mas nunca levou nenhum porque não gostava e achava que o filho não iria gostar - ele fez uma pausa e continuou - E antes de perguntar por que o filho dela não veio pessoalmente escolher o carro, já te digo que ele está vindo dos EUA, ele vem morar aqui no Brasil.
Não pude acreditar no estava ouvindo, uma das mulheres mais influentes do Brasil esteve na minha frente e eu não a reconheci. Tudo estava muito confuso. Depois do que eles me falaram fui para o quartinho que eu aluguei na casa de um colega de trabalho. No dia seguinte fui chamado na sala do gerente da loja e ele me ofereceu o cargo de vendedor da loja, não pensei duas vezes antes de aceitar, depois ele me explicou sobre como seria meu pagamento, disse que eu ganharia uma comissão de 35% sobre o valor do carro que fosse vendido. E desde então já consegui comprar um apartamento e um carro da loja, mas não gosto muito de sair de carro, só quando é mesmo necessário.
***
Enquanto esperava um cliente chegar, notei que um Hyundai Sonata estava parado quase que em frente a loja, mas não dei muita importância. Desceu um cara jovem e muito lindo, cabelo lisinho num topetinho, olhos azuis, sem falar na barba por fazer, ele vestia um terno carmim muito bem cortado. Parei de falar com os vendedores e fiquei prestando a atenção no rapaz que vinha em direção da porta da loja.
Rapaz: - Bom Dia! Eu gostaria de saber quem aqui se chama Marcelo - Quando ele disse meu nome, meu coração disparou, deu um passo a frente, mesmo tremendo estendi a mão e disse:
Eu: - Eu Sou o Marcelo, em que posso lhe ser útil? - Falei aquilo com minha mão suando de tanto nervosismo, nem mesmo quando a primeira dama do prefeito esteve na loja senti tanto nervosismo.
Rapaz: - Eu queria muito te agradecer por ajudar minha mãe a escolher o carro e...
Então é isso por hoje, muito obrigado por os comentário desde já.