Capítulo 1 – O nascimento dos escolhidos (Parte 01)

Conto de Samuell Tyler como (Seguir)

Parte da série OS DISCÍPULOS DA NATUREZA

Itália - 1639

A noite estava muita escura, a chuva caia forte, raios iluminavam a estrada, um jovem rapaz encapuzado com vestes azuis corria sem destino por entre as árvores, estava com um olhar assustado, olhava para trás a cada passada que dava e em uma dessas ele tropeçou em uma raiz de árvore e caiu. Surgem da escuridão pessoas também encapuzadas, suas vestes eram totalmente negras. Elas o cercaram.

- Me deixem em paz. - grita o rapaz desesperadamente, ele segurava uma caixa pressionando-a ao seu peito. - Eu não tenho o que vocês querem, saiam de perto de mim seus monstros malditos, me deixem ir.

- Tem, você pode até não saber, mas você tem, e terá que nos entregar, querendo ou não. – soa uma voz feminina de uma das pessoas que o cercavam.

- Eu prefiro morrer a entregar alguma coisa a vocês, mesmo sabendo que eu não tenho nada que vocês queiram, nesta caixa só há alguns pertences meus, nada que seja importante.

- O que queremos com certeza não está na caixa, mas iremos realizar seu desejo de morrer. – falou dessa vez uma voz masculina de outra das pessoas de vestes negras.

Nesse momento, ele avança para o rapaz de capuz azul e enterra a mão entre seus peitos, arrancando seu coração.

- Era somente isso que queríamos. De todo modo, você teria que morrer. – falou o homem agora mostrando seu rosto com uma enorme cicatriz que cortava seu olho esquerdo.

O rapaz olha-o por um breve momento antes de cair desfalecido. Segundos depois, a tempestade cessou dando espaço a um céu estrelado e sem nuvem alguma.

- Temos o ingrediente final para o feitiço, mas infelizmente o cometa já passou, teremos que esperar pelo próximo daqui a 375 anos. Esse e os outros ingredientes devem ser guardados e protegidos, sabemos que quando estiver perto da passagem do cometa, os escolhidos serão reunidos novamente e estarão preparados para a batalha, teremos que estar preparados também. – falou uma mulher retirando seu capuz e revelando sua face pálida, olhos amarelos e cabelos lisos e brancos como a neve descendo até a cintura.

- Como quiser majestade. – reverenciou o homem da cicatriz.

Um feixe de luz roxa os envolveu e depois desapareceu. O grupo de pessoas que ali estavam, haviam desaparecido juntamente com a luz, restando somente o corpo do rapaz.

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Em um refúgio, há alguns quilômetros dali, um homem de cabelos brancos, com idade entre os 70 e 80 anos estava sentado em um trono moldado de rochas. O lugar parecia um templo construído em uma caverna, que tinha em seu topo uma abertura, dando passagem aos fracos raios de sol que iluminavam o trono.

- Mestre Baltazar, o último escolhido está morto, os renegados levaram seu coração, eles têm o último ingrediente que precisavam. – dirige-se um homem careca de meia-idade em vestes de monge ao homem que estava sentado.

- Infelizmente, não podemos fazer mais nada para ajudá-lo, ao não ser lhe dando um funeral digno. Mas, quanto aos renegados, elas não poderão mais realizar o feitiço, o cometa já passou, temos que esperar o nascimento dos escolhidos e prepará-los para a batalha. Vá Simão, guarde os cristais, os escolhidos precisarão deles no futuro. - disse o homem mais velho ao mais novo.

- Sim senhor, eles estarão seguros.

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São Paulo, Brasil – 1998

Em meio a raios e trovões, os moradores da grande São Paulo estavam açoitados em suas casas, nunca tinham presenciado uma tempestade de tamanha magnitude. Em uma das pequenas casas, uma mulher desmaia ao sentir fortes dores, ela estava entrando em trabalho de parto, sua gravidez teve várias complicações, ela achava que não sobreviveria ao parto.

- Sarah? Ai meu Deus... Sandra venha aqui, chama uma ambulância, rápido! – gritou desesperado um homem moreno e alto, tinha cabelos negros e olhos castanhos. Era o marido de Sarah.

- Calma Fernando, o telefone já está chamando... – indagou Sandra, ela era irmã de Sarah. – Alô? É do pronto socorro? Temos uma emergência, minha irmã está grávida e vai dar a luz, ela está desmaiada, teve sérias complicações na gravidez. Por favor, sejam rápidos!

Minutos depois a ambulância chega, os enfermeiros fazem todos os procedimentos necessários e a acomodam na ambulância, Fernando se posiciona ao seu lado, apertando sua mão. Então partem rumo ao hospital. Ao chegar, Sarah é encaminhada ainda inconsciente a sala de cirurgia, seu bebê não terá tempo de esperar por um parto normal. Fernando tenta acompanhá-la, mas é impedido e aconselhado pelas enfermeiras a ficar na sala de espera. Ao se virar para esperar mesmo a contragosto, ele se depara com Sandra e ao lado dela um garotinho com mais ou menos 4 anos de idade, era seu primeiro e até então, único filho com Sarah.

- Ela vai ficar bem Fernando, mantenha a calma, os dois vão ficar.

- Eu não posso perdê-la. – ele desanda a chorar.

- Nós não iremos perdê-la, ela vai sair dessa. Daqui a alguns instantes, estaremos comemorando o nascimento do seu filho. – retrucou Sandra.

- Papai, meu irmão já nasceu? – falou Ulisses puxando a barra da camisa de Fernando, ele era branco e tinha cabelos loiros como a mãe, seus olhos eram castanhos como os do pai.

- Ainda não filho, mas não vai demorar muito. – falou afagando a cabeça de Ulisses.

Na sala de cirurgia Sarah ainda mantinha-se desacordada. Os médicos a anestesiaram e começaram os procedimentos da cirurgia. Seus batimentos cardíacos estavam fracos.

- Doutor, eu acho que ela não está em bom estado para a cirurgia. – falou uma das enfermeiras.

- Se não fizermos a cirurgia agora, o bebê não irá sobreviver, e talvez nem ela sobreviva. – disse o médico olhando sério para ela.

Com isso, eles deram início à cirurgia, lhe aplicaram a anestesia e minutos depois após a realização do corte abdominal em Sarah e a retirada do feto, eles puderam ouvir os primeiros alarmes de choro do bebê. Nesse mesmo momento, Fernando olha o tempo pela janela do hospital e percebe a tempestade cessando rapidamente e as nuvens passando muito aceleradamente pelo céu, segundos depois o céu apresenta estrelas sem a presença de uma única nuvem ao não ser aquelas provocadas pela grande poluição da capital paulista. Ele fica confuso e perplexo, mas deixa isso para lá, sua preocupação maior no momento é Sarah e seu filho.

O médico entrega o bebê a uma das enfermeiras, que o leva para fazer os procedimentos de limpeza. Os restantes que ficaram irão lutar pela sobrevivência de Sarah, seus batimentos estão muito fracos, eles ficam muito apreensivos após o médico relatar uma hemorragia interna. A equipe começa a se movimentar de um lado para o outro, mas é tarde demais, o coração parou de bater. Rapidamente, eles iniciam o processo de reanimação cardiopulmonar, mas Sarah não reage, eles tentam uma, duas, três vezes, o corpo continua inerte, assim o médico com uma expressão triste, informa o momento de óbito a uma das enfermeiras.

Na sala de espera Fernando já está impaciente, quando avista o médico atravessando o corredor ao seu encontro.

- Como está meu filho Doutor, e a Sarah?

- Sei filho está bem, é um lindo garotinho, está saudável, mas terá que ficar alguns dias aqui, ele nasceu prematuramente, permanecerá durante uma semana na incubadora. Quanto a sua esposa, ela não recobrou a consciência até o início da cirurgia, tivemos que anestesiá-la mesmo assim. Não era seguro continuar com a cirurgia, mas se não a tivéssemos feito, o bebê não teria sobrevivido. Sua esposa sofreu uma hemorragia interna, sinto muito, não conseguimos salvá-la. – o médico lhe deu a notícia expressando grande tristeza em seu olhar.

Fernando sentiu o chão afundado abaixo de seus pés, ele estava arrasado, correu desesperado em direção ao quarto que Sarah se encontrava, ao chegar à janela de vidro do quarto, não se conteve em chorar ao ver o corpo de Sarah desfalecido.

- Porque Sarah? Porque fez isso comigo? Não me deixe agora, eu não vou conseguir sobreviver sem você... – ele para de falar e escora sua cabeça no vidro, seu rosto banhado de lágrimas, seus olhos totalmente vermelhos, seus soluços incontroláveis de um choro compulsivo.

Ele se vira e devagar vai escorregando pela parede e sentando no chão, coloca as mãos sobre a cabeça e começa a lembrar dos momentos felizes que passou ao lado de Sarah, a notícia da segunda gravidez, que ela lhe deu em um jantar em que os dois estavam sozinhos. Nesse momento, ele se lembra do bebê...

- Criança maldita, você tirou ela de mim. – ele se levanta rapidamente e segue em direção à incubadora com um ódio crescente perceptível em sua face.

Ao chegar, ele vai ao encontro do filho, ele ia retirar os tubos de respiração, mas o bebê vira sua face ao encontro do pai e o semblante de Fernando se transforma completamente. O menino era a cópia perfeita da mãe, pele branca e olhos que pareciam poços de água cristalina o estavam a fitar, seus cabelos eram negros como os do pai. Fernando não teve mais forças, percebeu o que estava prestes a fazer e sentiu-se envergonhado.

- Seu nome será Markus, sua mãe amava esse nome. – tocou a cabeça do menino e depois disso não teve mais coragem de continuar olhando para o filho, apenas saiu andando devagar sem ter em mente nenhum destino.

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Pessoal, eu já venho trabalhando há algum tempo nessa história, a original é de teor apenas heterossexual, mesmo eu não sendo homossexual, não tenho preconceito. É por isso que estou fazendo algumas edições para o agrado de vocês. Na original o casal protagonista é heterossexual. Aqui trarei, se for do desejo de vocês, uma versão em que o casal protagonista serão dois rapazes e poderei incluir mais alguns casais homossexuais, tanto masculinos, quanto femininos. Incluirei as cenas de sexo, que não fazem parte da original, no momento em que achar que seja apropriado. É uma história de magia, que envolve bruxas, magos, vampiros, lobisomens e muitos outros. Claro, com romance, sexo, ação e muito mistério. Portanto, estarei a disposição para saber se vocês querem que eu continue, se assim for o desejo de vocês, estarei publicando um episódio a cada semana, irá depender da minha disponibilidade de trabalho e faculdade. Mas desde já, agradeço a atenção de quem ler e comentar.

Abraços a todos!

Comentários

Há 2 comentários.

Por Anderson P em 2014-10-15 04:49:29
Gostei, vou acompanhar.
Por fran em 2014-10-15 02:32:50
bom pelo primeiro capitulo parece muito bom. como voce ira fazer algumas edições acabara por dar uma historia diferente a que voce havia programado. mais continue. se quiser me envia o original por email adora ler e como tenho insonia se tornou mais que um passatempo : fcopbjsp@gmail.com, pode ter certeza não deixarei ler a historia.