Capítulo 7
Parte da série VOCÊ É SÓ MEU...
Que cara é essa Lucas? - perguntou o Rafa inocentemente.
- Não é nada.
Lucas se levantou com raiva sem ao menos dar satisfações a ninguém.
- Nossa, o que deu nele? – Perguntou Beatriz.
- Ele deve estar cansado. Coitado, ele ficou o dia todo cuidando de mim. Por conta de uma certa pessoa idiota! –
Respondi olhando para Gabriel.
Gabriel me olhou meio envergonhado, e então disse algo no ouvido do Rafael, eles deram um sorriso e abaixaram a cabeça.
- Posso saber qual é a graça? – Perguntou Bia.
- Fica na sua branquela! – Respondeu Gabriel.
- Garoto não sei o que você faz aqui, ninguém aqui gosta de você, você é um idiota. Não está vendo que ninguém te quer aqui?
- Nossa, vou chorar... – Disse Gabriel fazendo aquela cara irritante de sempre.
- Ai que saco garoto, vê se me erra!
Bia se levantou e todos seguimos ela, só ficaram o Gabriel e o Rafa sentados ao redor daquela garrafa de refrigerante.
Bia seguiu para o acampamento das meninas, e eu para o meu. Eu estava manquejando, mas consegui dar alguns passos... mentira não conseguia não!
Cai no chão, e graças a Deus não machuquei meu pé...
- Ei cara... – Disse Rafael me levantando por traz...
- Obrigado, mas, pode deixar, eu sei me cuidar sozinho...
- Estou vendo! – Disse ele sorrindo.
- É sério!
- Vem. Eu vou te ajudar... – Disse ele pondo meu braço em seu ombro.
- Consegue ficar em pé?
- É claro! Não está vendo?
- Eu falei sério Gustavo! – Disse ele sorrindo.
- Tudo bem... Mas ou menos.
- Então vou ter de te levar na sua barraca...
- Espera!
- O que foi? – Perguntou ele.
- Isso é uma armação não é? Sabia! Você deve está armando junto com o Gabriel... Sai fora! – Disse eu me soltando.
- Não, Gustavo!
- Até parece... – Disse eu fazendo cara de cínico.
- É sério... Olha, eu não sou igual ao Gabriel cara, eu vejo o que ele faz com você, e isso é um absurdo, entende?
- Como assim?
- Você não vê? Hoje ele quebrou a sua perna!
- Ei sei, aquele garoto é um idiota!
- Idiota? Idiota é pouco! O Gabriel mudou totalmente cara, conheço ele desde pequeno. Nós crescemos juntos. E desde o dia em que você pôs os pés naquela escola, ele tem se comportado como um animal!
- Nossa... Mas o que você quer dizer com isso? – Perguntei assustado.
- Não sei. Mas, você fez algo para ele?
- Óbvio que não!
- Tudo bem... Vamos esquecer esse papo. Vem vou te levar para sua barraca... A Gustavo só uma coisa...
- Oque?
- Amigos? – Disse ele estendendo a mão a mim.
- Sim. Amigos! – Apertei sua mão.
Rafael sorriu e me levou para a barraca.
Lucas estava dormindo, com meu coberto ainda... Mas, tudo bem. Ele deve estar cansado. Me deitei em seu lado e dormi.
Acordei no outro dia e Lucas já avia despertado, estava um dia lindo lá fora.
- A droga... Quem vai me ajudar a chegar ao banheiro? Bem que a Dr. Liza devia ter uma muleta, sei lá... – Murmurei.
Me sentei, e fiquei olhando se alguém passava... Mas para meu azar, ninguém passava...
- “ Nobody said it was easy “ – Passou alguém atrás da barraca cantarolando…
- Ei espera... – Disse eu olhando a sombra da pessoa, não dava pra saber quem era...
- Ei espera, por favor – gritei novamente.
Vi a pessoa vir em direção a barraca.
- O que foi? – Disse a pessoa se abaixando, e para meu azar... era o Gabriel!
- Não é nada, pode ir – Disse eu envergonhado.
Gabriel se levantou, deu uns cinco passos e voltou.
- Você precisa de ajuda? – Perguntou ele.
- E por que você me ajudaria?
Gabriel abaixou a cabeça meio tenso e respondeu.
- Não sei... Como um pedido de desculpa talvez?
- Por que eu confiaria em você? Alias, não sei se você se lembra... mas você quebrou minha perna! – Respondi em um tom sarcástico.
- Olha Gustavo... Me desculpa, dessa vez eu exagerei!
- Nossa... Só isso? Eu exagerei?
Ele me olhou envergonhado...
- Não quero mais sua ajuda cara, sai fora.
- Mas, por favor. Só me desculpa cara, eu fui um idiota, sabe? Sei lá aonde eu estava com a cabeça para fazer isso!
Será que ele realmente se arrependeu? Vou dar uma chance para ele, vai que é verdade.
- Tudo bem, eu te desculpo... Com uma condição!
- Qual?
- Você vai me ajudar a chegar no bainheiro, estou apertado...
Ele começou a rir e então respondeu ainda com um sorriso no rosto.
- Tudo bem, vem eu te ajudo!
Apoiei meu braço em seu obro e ele me levou ao banheiro.
- Pronto... “Vivinho da silva” – Disse ele tentando me fazer rir.
- Valeu cara...
- Tudo bem.
- Só mais uma coisa...
- Oque? – Perguntou ele.
- Promete que você nunca mais vai ser um idiota?
Ele abaixou a cabeça e respondeu ainda com o olhar fixo no chão.
- Sim, eu prometo!
- Não... Aqui, você vai ter que prometer olhando para mim.
Ele levantou a cabeça envergonhado e disse.
- Sim Gustavo, eu prometo. Prometo que nunca mais vou ser um idiota! – Disse ele.
- Tudo bem... Agora, se me der licença... – Disse eu entrando no banheiro. – Me espera ai fora! – Gritei.
Tomara que ele esteja dizendo a verdade, não quero passar vexame...
Tomei meu banho rápido, não queria deixar o cara ali esperando, seria abuso de mais. Me enxuguei e escovei os dentes... E então me dirigi a porta. Pra minha sorte Gabriel estava lá fora ainda me esperando.
- Por um momento achei que era caô seu! – Disse eu dando um sorriso.
- Ei relaxa, não vou te deixar na mão... Vamos logo.
- Tudo bem.
Gabriel me levou para a barraca e lá troquei de roupa, ele permanecei me esperando...
- Já Gustavo? – Perguntou ele.
- Sim, espera. Deixa só eu procurar uma camisa.
Gabriel abre a barraca e fica me olhando.
- Ei cara qual foi? – Perguntei envergonhado.
- É... nada, vamos logo – Disse ele tirando os olhos de mim.
- Tudo bem. Aqui... Achei!
Pus minha camisa e fomos tomar o café da manhã.
- Ali está o Lucas. Vamos lá com ele? – Perguntei.
- Tem certeza? Não acho uma boa ideia.
- Por que?
- Por que ele me odeia!
- Ei relaxa, Lucas é meu melhor amigo, ele pode te perdoar cara, conheço ele! – disse eu tentando o acalma-lo.
- Tudo bem...
Seguimos em direção a mesa onde Lucas estava.
Bia estava sentada de frente pra nós... Olhou assustada não acreditando muito no que estava vendo. E não era só ela, todos ali pararam pra nos olhar.
- É impressão minha... Ou está todo mundo olhando para nós? – Disse Gabriel baixinho em meu ouvido.
- Não, imagina...
Chegamos a mesa onde Lucas estava. Ele estava de costas, e parecia não perceber minha presença...
- Bom dia Lucas. – Disse eu o cutucando.
Ele parecia nem notar...
- Lucas... – Disse eu cutucando ele novamente.
Ele novamente não me responde
Me sentei ao seu lado e olhei para o seu rosto, ele parecia nem notar minha presença. Ou... ele não queria falar comigo?
- Lucas, ei cara, estou falando com você! – Disse eu segurando em seu ombro.
Lucas olhou para o lado e fingiu não ter me escutado, olhei para Bia e ela me olhou envergonhada abaixando a cabeça.
- Qual foi? Vão fingir que não existo?
Eles permaneceram caldos... Mas, o que eu fiz para eles? Oque eu fiz para o Lucas?
- É... Gustavo, acho melhor nós irmos! – Disse Gabriel atrás de mim.
- Mas...
- Vem Gustavo. – Disse Gabriel segurando minha mão.
- Tudo bem.
Me levantei sem muito entender o que estava acontecendo, por que eles não queriam falar comigo?
- Vem, vamos sentar ali com o Rafa – Disse Gabriel.
Nos aproximamos da mesa e que Rafael estava, e ele já foi logo fazendo perguntas...
- É impressão minha, ou o Gabriel e o Gustavo estão andando juntos?
- Não. Não é impressão sua! E pra sua informação, somos amigos agora! Não é Gustavo? – Disse Gabriel.
- Sim, é uma longa história. Agora... Rafa você sabe o que deu no Lucas? – Perguntei.
- Provavelmente não, nem falo com ele! – Disse ele sorrindo.
- Tudo bem.
- Espera aqui Gustavo, vou pegar nossos lanches. – Disse Gabriel se levantando.
- Ok.
Rafael me olhou com uma cara estranha...
- Já sei! Você quer saber o por que? – Perguntei.
- É...
- Ele me pediu desculpas sobre o ocorrido, eu resolvi desculpar ele. Tudo graças a essa perna aqui – Disse eu fazendo cara de bobo.
- Nossa... Ao menos serviu pra alguma coisa não acha? – Disse ele sorrindo.
- Sim.
Gabriel trouxe nossos lanches e comemos, passou-se as horas. E já eram 12:00, o diretor iria fazer uma trilha, eu é obvio não iria... Oque eu vou fazer dentro do mato com a perna quebrada?
Fiquei sentado perto da barraca do Gabriel, já que na minha eu não queria ficar sozinho...
- Você vai com nós Guto? – Perguntou Gabriel.
- Guto?
- Ah me desculpa... eu... eu...
- Não tudo bem, pode me chamar assim cara.
- Tudo bem... – Disse ele envergonhado.
- E se nós inventarmos um apelido novo para você Gustavo? – Disse Rafael se aproximando.
- Guto já está bom! – Disse eu sorrindo.
- Não... E se eu te chamar de Rick? – Disse Gabriel.
- Gostei – Disse Rafael.
- Rick?
- É, Rick! Seu nome é Gabriel Henrique não é? – Perguntou ele.
- Você sabe meu nome inteiro? – Perguntei.
Pude ver o rosto de Gabriel corar naquele momento.
- Há...
- Eu já entendi! – Disse eu aliviando ele.
- Então. É... Rick está bom? – Perguntou ele.
- Sim, podem me chamar de Rick.
- Tudo bem, Rick! – Disse ele sorrindo.
Continua...