Capítulo 4
Parte da série VOCÊ É SÓ MEU...
- Mas do que você está falando? – Perguntei a ele assustado.
Ele abaixou a cabeça e deu leve um suspiro, seguido de uma mordida nos lábios que deixou louco.
Enfim ele retornou o seu olhar ao meu e me respondeu:
- Eu estou apaixonado por você!
- O que?
Acho que esse cara sofre de sérios problemas mentais!
Ele saiu de cima de mim, e se virou de costas.
- Me desculpa.
Me levantei e fiquei aborrecido com aquela situação.
- Esperai cara, você é bipolar? Uma hora você me humilha na frente da escola inteira, me dá um soco, grita comigo, e agora vem dizer que está apaixonado por mim? Você é louco ou oque?
- Olha... eu. Me desculpa, eu só...
- “Eu só” que nada cara, você é doido, vai se tratar. Eu nem te conheço e você vem dizer que está apaixonado por mim.
- Olha Guto...
- Guto não... Não te dei essa intimidade.
Ele abaixou a cabeça e estava se segurando para não deixar escorrer se quer uma lágrima. Mas foi impossível para ele se conter com aquela situação.
- Gustavo por favor. Eu sei que fui um idiota, te tratei mau, só quero que você me perdoe. Pelo menos isso. – Disse Gabriel em lágrimas, nem parecia mais aquele cara confiante que antes eu avia presenciado.
Respirei fundo e resolvi perdoar ele. Coitado, ele deve ser sozinho para agir daquela forma.
- Tudo bem, eu te perdoo.
Suas lágrimas de tristeza foram se tornando em lindas lágrimas de alegria, seus olhos brilhavam de tanta felicidade. Ele não se conteve e pulou em cima de mim me dando um abraço bem apertado.
- Cara... Vai com calma ai, você é mais forte que eu. Só me... solta.
- Desculpa. É que... obrigado Gustavo – Disse ele me soltando.
- Relaxa...
- Então... Isso quer dizer que você gosta de mim?
- É, mais ou menos. Olha Gabriel, eu nem te conheço direito, você não deve sair por ai, se apaixonando pela primeira pessoa que aparecer na sua frente. Vai com calma, eu que sou um ano mais novo que você sei disso, você deveria saber.
- Mas...
- Olha Gabriel, podemos ser amigos. Eu não sinto nada por você, no máximo, o que esta brotando agora é uma amizade, vamos com calma.
- Tudo bem. – Disse ele abaixando a cabeça.
- Ei cara, relaxa. Você ouviu o que eu disse?
- Sim, que você só quer minha amizade!
- Não foi bem isso. Quer dizer... Não vou mentir, eu me senti atraído por você, mas, eu não te conheço. Não sei como você é direito. Além de bipolar é claro! – Quando eu disse isso ele deu um lindo sorriso que mandou aquela tristeza toda pelos ares.
- Tá vendo. É isso, você precisa sorrir mais!
- Tudo bem bobão. – Disse ele bagunçando meu cabelo.
- Agora que estamos em fase de conhecimento. Uma coisa sobre mim... – Disse eu ajeitando meu cabelo.
- Oque?
- Eu odeio quando bagunçam meu cabelo!
Ele começou a rir com o que eu disse...
- Qual foi a graça?
- Não é nada... – Respondeu ele ainda em risos profundos.
- Fala logo.
- Não. É que... Você...
- O que?
- Você fica lindo assim, sabia? – Disse ele já se contendo.
- Como assim?
- Sei lá, assim. – Disse ele pondo a mãe em meu ombro.
Olhei para ele sério e me dei conta de que precisava chegar em casa.
- Ah minha nossa. – Disse eu pondo as mãos na cabeça.
- O que foi? – Perguntou ele espantado.
- Que horas são? Preciso chegar em casa!
- São 11:55! – Disse ele olhando em seu relógio de pulso. Que por sinal era muito bonito. Esse Gabriel até que tem um bom gosto, ele é todo estiloso. Ele estava com uma jaqueta slim de couro preta por cima de uma camisa azul escura, e uma calça jeans preta, e um sapato preto, parecia um velório, mas vai por mim, aquilo deixava ele lindo. Foi ai que me dei conta de que ele não estava com a farda de aula.
- Esperai... Cadê sua farda de aula?
- Eu fui pra casa depois... de você sabe o que! – Disse ele virando seu rosto para não ter que olhar eu meu olhos de tanta vergonha que ele estava depois da confusão.
- E como sabia o caminho que eu pego para ir para casa?
- Eu fiquei te esperando do lado de fora da escola, e te seguei desde lá...
- Ata – Disse eu não muito contente.
- Mas agora vem, vou te levar em casa. Foi minha culpa por você ter se atrasado. Então, é de minha responsabilidade te levar em segurança para casa.
Nossa, como ele é fofo... Pera ai, não acredito que disse isso, eu tenho certeza que esse garoto só vai me trazer problemas...
- Não. Deixa, eu vou sozinho. Não tem problema.
- Não Gustavo. Eu vou te levar em casa, vem logo. – Disse ele pegando o subindo na moto.
- Não. Não tem problema, pode ir. Eu sei me virar sozinho. – Que nada, só não queria que ele visse onde eu morava.
- Vem logo. – Disse ele girando a chave.
Suspirei fundo... Será que eu aceito essa carona?
Ah... Que se dane. Eu vou!
Subi em sua moto e ele sorriu.
- Eu sabia que você viria.
- Não vai se acostumando não!
Ele deu um leve sorriso e já estava se ajeitando para dar partida na moto.
- Espera.
- O que foi? – Perguntou ele.
- Sem capacetes?
- Sim. Por que? Não confia em mim?
- Eu nem te conheço direito. Vai que tu é doido...
Ele começou a rir e me deu uma leve beliscada no braço.
- Relaxa Gustavo. Não vou deixar nada acontecer com você!
- Eu sei mas, essa é a sua palavra. E a dos outros motoristas?
- Gustavo relaxa. Só confia em mim.
Ele tinha razão. Se vamos ser “amigos”, devemos ao menos confiar um no outro.
- Tudo bem. Vamos logo.
Disse a ele meu endereço, e ele sabia onde ficava.
Ele tirou o apoio da moto e me disse:
- Se segura em mim.
Mas que safado, já quer se aproveitar da situação.
- Há, há... Essa é velha!
- Vai logo. Se segura em mim.
- Tudo bem.
O abracei firme, e ele deu partida e fomos.
Gabriel tomava o maior cuidado, até que ele dirigia bem!
Gabriel estava muito cheiroso, não pude me conter e deitei minha cabeça e suas costas e fiquei usufruindo daquele momento. Poder sentir o cheiro, o seu calor... Será que aquilo estava certo? O que as pessoas vão achar de mim? O que meus pais vão achar de mim?
Gabriel seria aquela pessoa que eu tanto esperei? A que eu tanto sonhei? Nunca tive ninguém. Eu sei que não é certo eu gostar de homens. Mas... eu só queria ser feliz!
Continua...