Capítulo 16

Parte da série VOCÊ É SÓ MEU...

Acordei de manhã bem cedo, me levantei tomei um banho, troquei de roupa e Gabriel ainda estava dormindo.

Olhei para ele dormindo, tão lindo. Um detalhe pelo que percebi ele as vezes sorri enquanto dorme, acho que ele realmente sonha alto. Isso explica os motivos de ele falar enquanto dorme. Bem, enquanto eu estava por perto ainda não percebi ele falando.

Desci até a cozinha para tomar um copo d’água e me deparo com Molly em pé lendo o jornal. Pensei que ela gostasse de férias, mas estava errado.

- Oi... Licença, só vim tomar um copo d’água... – digo todo envergonhado. Ela me olhou com um sorriso e fechou o jornal.

- Bom dia. Aliás bom dia mesmo, já que esse sorriso não engana ninguém. – disse ela pegando a xicara em cima da mesa.

- Como assim? – digo com um sorriso tímido.

- Olha garoto, se ele disser que tem que sair um pouco mais cedo hoje, pode ter na certeza que ele não vai te levar a sério. – disse ela rindo.

- Por que?

- Por que geralmente é isso que ele faz. A maioria das garotas que ele leva pra cama... Não passa da primeira noite. – ela tomou um gole de seu café e continuou – Bem, você é homem, veremos no que dá...

- Nossa...

- Não precisa se espantar comigo, sou uma ótima pessoa. – disse ela rindo.

- E sincera...

- Bem, sinceridade é tudo não é mesmo! – disse ela rindo.

- Sim, mas... e se eu dissesse que ele me pediu em namoro?

Ela levantou a sobrancelha e sorriu.

- Então você tirou o dia de sorte.

Nós rimos e Gabriel apareceu na porta da cozinha só de cueca, com a cara inchada de quem acabou de acordar.

- Pensei que você tivesse ido embora. – disse ele dando uma espreguiçada.

- Pra onde eu iria com a perna quebrada sozinho? – digo rindo.

- Bem... você poderia ir a vários locais. Mas fugir de mim seria impossível. – Ele se aproximou e me deu um selinho, ali na frente da Molly.

- É garoto... Você definitivamente tem sorte. – disse Molly rindo.

- Gabriel... – digo afastando ele com vergonha.

- Não precisa ter vergonha da Molly amor, ela é praticamente da família!

- Bem, nem sabemos como sua família vai reagir a isso... – digo sorrindo.

- Pra mim tanto faz, contando que eu fique com você. – ele me deu um selinho e subiu para seu quarto.

Molly me olhou com aquela cara...

- Fala ai. O que você fez? Despacho ou promessa para santo?

- Meu Deus...

Começamos a rir e respondi;

- Não fiz nada. Simplesmente existe uma coisa em que não se pode brincar...

- E qual seria?

- O amor! – digo tomando meu copo d’água e dando uma relaxada.

- Bem, isso é verdade. Sabe garoto... nem te conheço direito mas você tem meu respeito. Eu tinha um filho, mas... – ela olhou para o chão e deu um forte suspiro – Ele morreu.

- Nossa... Eu sinto muito. – digo me aproximando dela e segurando seu ombro.

Seus olhos se encherão de lágrimas e ela sorriu;

- Você me lembra ele. Ele também era, desculpa o modo de falar...

- Não tudo bem... – digo sorrindo.

- Ele também era gay. Ele tinha um namorado, se chamava Thomas, um belo rapaz... Certo dia eles foram para uma festa com seus amigos, e quando estavam de saída. Dois marmanjos altos os abordaram, o levaram para um beco escuro e os espancaram. Deixaram eles ali jogados para morrerem. Diego meu filho... morreu. Somente Thomas conseguiu sobreviver, foi achado no outro dia quase sem vida, o levarão para o hospital e cuidaram dele. Hoje ele está bem de vida, casado com um rapaz lindo. Mas ele sempre vem me visitar todos os meses. Ele é a melhor lembrança que tenho de Diego.

- Nossa... Eu nem sei o que dizer. – digo comovido com o que Molly havia me dito.

- Mas... – ela enxugou as lágrimas nas mangas de sua camisa. – Foi tudo passado, vamos esquecer isso. – disse ela dando um sorriso.

- Ok. Isso ai! Bola pra frente mulher... A vida não é tão duradoura para se prender em mágoas. – digo sorrindo.

- Você está certo! – disse ela sorrindo.

Depois da emocionante e triste história de Molly. Eu resolvi fazer companhia a ela, ela preparou o café da manhã, e acreditem... ela faz os melhores Brownies que eu já provei em toda minha vida!

Ficamos conversando na cozinha conversando quando Gabriel aparece na porta...

- Qual o motivo da risada. – disse ele pondo o café em sua xicara e sorrindo.

- Amor, a Molly estava me falando sobre as vezes que ela tentou jogar futebol americano.

- Você gosta de futebol americano Molly? – perguntou ele sorrindo.

- Definitivamente não... – disse ela enquanto dava uma gargalhada.

Depois de nos descontrairmos estava na hora de ir pra escola. Gabriel ligou o carro e seguimos viagem. No caminho começo a brincar com os óculos escuros dele.

- Olha como eu fico bonito com esses óculos – digo me olhando no retrovisor. Percebo que era de uma marca cara. –

Nossa, hum... deve ter custado caro... – digo olhando com cara de cínico para Gabriel.

- Fala logo que você quer ele pra vocês. – disse ele sorrindo enquanto prestava a atenção no transito.

- Menino esperto... Menino esperto... – digo rindo e pondo dos óculos em mim.

Chegamos a escola e tudo parecia normal. Fora a cara daquele povo chato... Os maconheiros sentados nas árvores sentindo a brisa. Os populares se achando os fodões...

Olhei para Gabriel ainda com os óculos...

- Olha ali amor. – digo apontando para um casal que acho que não sabia o que era intimidade.

Gabriel olhou pra mim e começou a rir. Ele olhou para ela e fez uma cara esquisita...

- “Acho que ele está machucando o peito dela” – disse ele.

Olhei para ele e já sabia de onde vinha essa frase.

- Hazel Grace com voz de monstro? – digo.

Começamos a rir e ele pôs a mão no meu ombro...

- Sabe Gustavo Henrique... Eu estou adorando ser seu namorado!

- Sabe Gabriel Russel... Estou adorando mais tanto quanto você!

Entramos na escola, e, vou falar minha gente... Eu estava com uma saudade da escola. Mesmo com alguns alunos no acampamento eu sentia falta. Sei lá...

Entramos na sala de aula e avisto Lucas conversando com Rafael. Ele deu um sorriso tímido, enquanto Rafael se levantou para nós cumprimentar...

- Ai estão os dois caras mais fodas dessa escola. Rick e Gabriel. Que saudade que eu estava de vocês!

- Cara, nós não se vemos faz um dia. – disse Gabriel rindo.

- Não posso mais ter saudade dos meus amigos? – disse ele sorrindo.

- Não... Eu sempre vou estar do seu lado para te encher o saco cara! – disse Gabriel.

- Bem, você já deve ter outras prioridades... – Rafael olhou com aquela cara desconfiada para mim.

- Mesmo assim. Agora vem aqui cabeção... – Gabriel arrastou Rafael pra fora de sala.

Retiro os óculos e olho para Lucas, ele desvia o olhar quando percebe que olho. Me aproximo e me sento ao seu lado.

- E ai cara, como você está?

- Estou ótimo... – disse ele olhando para a mesa enquanto balançava a perna.

- Nervoso?

- Não...

- Então para de balançar a perna. – ponho a mão em sua coxa fazendo ele parar.

Ele me olhou com aquele olhar irritar...

- Será que dá pra você parar?

- Bem... Eu não estou fazendo nada. – digo.

- Está sim! Eu estou apaixonado por você e você fica dando em cima de mim.

- Bem... E isso não deveria ser uma coisa boa – Levanto a sobrancelha fazendo aquele olhar tipo “Você realmente entende de lógica senhor do drama?”. – Eu não estou dando em cima de você Lucas, sou seu melhor amigo, posso tocar em você a hora que eu quiser, sem que pareça que estou dando em cima de você – digo rindo.

- Não abusa Guto... – disse ele nervoso...

- Abusar de que? – olho para o chão e olho novamente pra ele. E do nada ele me saca um beijo.

- Mas que droga está acontecendo aqui? – disse Gabriel abrindo a porta com Rafael.

Ah droga... Lascou-se!

Afasto Lucas de mim e me levanto assustado...

- Não é nada disso que você está pensando. – digo assustado.

- Eu tenho cara de idiota?

- Você também é gay? – disse Rafael boquiaberto.

Lucas olhava assustado para nós...

- Não Gabriel... Olha, não pensa besteira. – digo me aproximando dele.

Ponho minhas mãos em seus ombros e olho em seus olhos. Ele me olhava com um olhar de fúria...

- Não pensa besteira...

- E você quer que eu pense o que? – disse ele me olhando com um olhar de nojo que me deixou meio para baixo.

- Olha nós precisamos conversar...

Arrastei Gabriel até o auditório da escola e nos sentamos lá nos fundos para que ninguém escutasse. Ele sentou e pôs as mãos na cabeça irritado.

- Será que dá pra me falar que droga era aquela? – disse ele me olhando com raiva.

- Olha amor, realmente não foi o que estava pensando. O Lucas me beijou por que... – suspirei com ranceio em falar.

- Fala! – disse Gabriel com raiva.

- Bem... Sabe no anteontem no acampamento quando você disse pra mim conversar com ele?

- Sim, o que tem a ver?

- Éh... Digamos que acabei descobrindo o real motivo de ele estar estranho comigo. E bem... Você acabou de descobrir!

- Então, você está me dizendo que ele é afim de você?

- Éh... Mais ou menos, é bem pior que isso! – olhei para ele com aquela cara... “Você é a pessoa certa pra saber disso”.

- Não vai me dizer que... – ele se levantou irritado e me olhou com um olhar furioso – Ele está apaixonado por você Rick?

- É, digamos que sim... – digo já com medo da cara do Gabriel.

- Haaa eu vou matar ele. – Disse ele dando um chute na cadeira a sua frente. O que aparentemente resultou em dor – Ah desgraça... – ele se sentou enquanto tentava estupidamente aliviar a dor passando a mão por cima (as vezes ele é ingênuo mesmo ‘-‘).

- Ei vai com calma... Já quer ficar com a perna quebrada também. – digo rindo.

- Enquanto você está ai sorrindo. Tem um cara na nossa sala, apaixonado por você!

- E por que isso seria algo ruim – digo rindo. – É sempre bom ser amado.

- Por que isso seria ruim? - disse Gabriel com raiva.

Ele ficou em pé na minha frente. Aproximou seu rosto do meu me olhou nos olhos e falou com a aquela voz medonha dele:

- POR QUE VOCÊ É SÓ MEU!

- Continua...

Aeeee, mais um episódio. Cara, agradeço muito aos leitores da série, agradeço mesmo o carinho de vocês. Admiro muito, seus comentários dando suas opiniões e as vezes querendo mudar a história... Né senhor Klaytton e senhor Thiago Araújo? (estou de olho em vocês dois ‘-‘ kkkkkk).

Forte abraço. ;)