Capítulo 11
Parte da série VOCÊ É SÓ MEU...
- Gustavo Henrique, aceita namorar comigo?
Parei naquele mesmo momento. Fiquei assustado com aquele simples gesto que Gabriel acabara de fazer. Ele segurava minha mão firme, enquanto olhava fundo em meus olhos. Seus olhos estavam marejados, eu não sabia se era de medo eu por estar feliz.
- Namorar?
- Sim. Namorar!
- Mas, você é gay?
Gabriel abaixou a cabeça envergonhado, mas mesmo assim me responde.
- Não sei.
- Não sabe?
- Não sei. Só sei que eu te amo desde o dia em que eu entrei por aquela porta e te vi sentado naquela cadeira. Me apaixonei perdidamente por você Gustavo. Eu não sei se isso faz de mim homossexual, só sei que eu te amo. E vou te amar para sempre!
Senti meu rosto corar naquele momento.
- Sim!
- Sim o que?
- Sim. Eu aceito namorar com você!
Gabriel sorriu, se levantou me abraçou.
- Eu prometo que nunca mais vou te largar!
- Você não sabe como eu sempre sonhei com isso – Murmurei.
- Como assim? Eu pensei que você era hetero!
- Eu pensei o mesmo de você.
- Bom, eu era, eu sou sei lá... Mas desde o dia em que te vi, comecei a questionar a mim mesmo.
- Como assim?
- Naquele momento que passei por aquela porta, e vi aquele carinha bem branquinho, que mais parecia um anjo do que um humano, meu coração começou a bater forte. Eu esqueci de tudo aquilo pelo qual eu já avia passado, eu queria estar cada segundo da minha vida ao seu lado. E foi por isso que eu...
- Que você derrubou a salada de fruta na minha cara? – murmurei com um sorriso no rosto.
- Sim, eu queria chamar a sua atenção. E foi isso que eu fiz esse tempo todo.
- Você precisa rever seus conceitos de estar apaixonado Gabriel. – Revirei os olhos da melhor forma possível, para que não parecesse um ato de deboche.
- Me perdoa Gustavo, pelo murro, a perna quebrada e por todas as vezes que te humilhei.
- Não esquenta Gabriel. Vamos deixar isso no passado.
- Ok.
Ele me soltou e olhou em meus olhos enquanto segurava minha mão esquerda.
- Agora eu vou te mostrar meu verdadeiro eu. Aquele que ficou aprisionado esses anos todos dentro de mim. Com medo de sair mundo a fora.
- E como seria ele?
- Você verá. Nem sempre fui esse idiota.
- Eu não te acho idiota. As vezes até gosto desse seu jeito marrento.
- Você é doidinho de pedra cabeção... – Disse ele bagunçando o meu cabelo.
Sorri para ele enquanto ajeitava meu cabelo.
Gabriel me pega de surpresa e me dar um beijo.
- Para Gabriel – Empurrei ele antes mesmo de sua língua entrar em minha boca.
- Por que?
- Por que não...
- Mas Rick, eu sonho com isso minha vida inteira.
- Eu também, mas...
Abaixei a cabeça, não queria falar o real motivo de não ter deixado ele me beijar.
- Não vai me dizer que... – Gabriel me olhou assustado – Rick você nunca beijou?
Me virei de costas envergonhado.
- Rick não precisa se envergonhar. – Disse ele me abraçando por traz.
- Eu nunca fiz isso. E se eu fizer errado.
- Todo mundo tem sua primeira vez. Mas por que não?
- Por que eu nunca ninguém gostou de mim Gabriel.
- Como assim? – Disse ele me virando.
- Nunca eu namorei com alguém. Nunca beijei. Por que eu sou feio...
- Feio? Rick você está doido? Já se olhou no espelho? – disse ele espantado com minhas palavras.
- Eu...
- Não Rick. Você é lindo, todos nós sabemos disso. Pra mim você é o cara mais bonito que já vi.
- Sei, esse cara é você Gabriel, todos nós sabemos disso.
- Não Rick, é você! Não é só eu que te acha lindo, como eu avia dito, você mais se parece com um anjo de que com um mero mortal.
- Não é pra tanto Gabriel.
- Sim. E não é exagero, você é incomparável.
- Você só está dizendo isso por que gosta de mim!
- Não...
- Vamos esquecer esse papo Gabriel. Vamos para o refeitório, estou com fome.
- Tudo bem, sobe na minha costa.
Obedeci e subi em sua costa. Gabriel me carregou até o refeitório, ele não parava de fazer brincadeiras, fingia que iria me derrubar e tudo mais... Eu gostei de ficar ali abraçando ele, ele é tão perfeito, seu perfume é extremamente cheiro. Pra quem veio para o meio do mato, está muito vaidoso.
Chegamos no refeitório e todos pararam ali para nos ver, todos com um sorriso no rosto, afinal estávamos de volta. Querendo ou não fazemos falta a eles.
- Vamos ali com o Rafa.
Caminhamos em direção a mesa em que o Rafa e o Nicholas um outro amigo de Gabriel (apesar de ser marrento, ele tinha vários “amigos”) estavam.
- Guto, vem pra cá com nós. – Disse Bia levantando o braço.
- Tudo bem.
Desci das costas de Gabriel e me juntei a mesa com eles.
- Você e Gabriel estão íntimos de mais não acha? – Perguntou Lucas meio irritado.
- Ciúmes? – Perguntou Bia sorrindo.
- Não... – Disse ele meio sem jeito.
- Que nada cara, só aprendemos a tratar bem um ao outro. - que mentira, só não queria dizer que eu e ele estávamos namorando.
- É... Mas parece que você dar mais atenção a ele, do que ao seus amigos. – Disse Lucas.
- Não é minha culpa. Não sei se você se lembra, mas foi vocês dois que me ignoraram naquele dia.
- Olha Guto, me desculpa... – tentou Bia pedir perdão, mas foi interrompida por Lucas se levantando com raiva e indo para fora do refeitório.
- O que deu nele? – perguntei confuso.
- Não sei. Ele anda meio esquisito esses dias.
- Ei vocês, vem pra cá com nós. – Disse Rafa nos chamando.
Nos levantamos e sentamos junto com eles.
- Cara, hoje é o último dia no acampamento, o que acham de cantarmos ao redor da fogueira. – Disse Rafa.
- Seria uma ótima ideia! – murmurei.
Continua...