Capítulo 9
Parte da série Eu Você e Ele
Leroy:
Eu começo a sentir algo dentro do meu peito doer, pulsar intensamente a ponto de explodir. Meus olhos de tão arregalados até doem com a brisa gelada. Eu o balanço eufórico, assustado, pasmo, quanto Charles tenta me arrancar a forças dele.
- Leroy, por favor. Dê espaço a ele – Charles me puxa, e uma lágrima escorre em meu rosto sorrateiramente. Eu escondo de todos para não verem minha tristeza.
- Ele não está morto – John diz com o ouvido em seu peito, quando eu já tenho o controle de mim mesmo – Só está desmaiado.
- Ótimo, vamos leva-lo ao hospital mais próximo. CHAMEM O ZELADOR DO ACAMPAMENTO! – Charles espanta a todos com seu garganteio.
Logo um senhor velho não muito diferente de Gary aparece em meio ao alvoroço de alunos curioso. Ele ajeita o chapéu de palha na cabeça, levantando e mostrando um terço de seus cabelos grisalhos.
- Onde fica o hospital mais próximo? – Charles diz quase balançando o velho.
- A uns dois quilômetros da rodovia mais próxima – O velho diz.
Então John sai ligeiro com Ricky em seus braços.
Eu tento alcançar seus passos, em uma luta entre o armário que é o professor Charles.
Uma fresta se abre devagar no carro luxuoso e preto-opaco de John. E logo Charles se vê sentado no banco da frente.
- Você pode vir – ele diz fechando a porta e prendendo o sinto de segurança.
- Ok – eu digo em frenesis.
Eu prendo o cinto de segurança, e John deita a cabeça de Ricky no meu colo.
***
O vento bate com simplicidade no meu rosto. Arrastando qualquer vestígio húmido que seja em meus olhos, de tão frio que está.
Eu posso me sentir no inferno agora, se eu não estou, estou próximo disto. Gosto de pensar que sou feliz. Mas eu não sou nem um terço disso.
Me pergunto qual seria a real razão da felicidade.
Mas nem mesmo o mais sábio entre os homens poderia me esclarecer com tamanha facilidade esta pergunta.
Felicidade; “Ó esta está nas mais simples coisas” Como eu poderia defini-las? Se nem mesmo eu as conheço.
Eu perdi minha mãe uma vez, em um acidente de carro. Ao qual eu me culpo pelo resto da minha vida por não estar lá e ir com ela.
Minhas noites seriam tão vazias e monótonas sem Richard do meu lado.
Quem irá aguentar meus surtos frenéticos depois de um pesadelo? Quem irá cutucar meu ouvido antes de dormir todas as vezes.
Bem... ele nem sabe que eu sei que ele faz isso todas as noites. Mas eu sempre escondo um suspiro forte ao lado dele, fingindo estar dormindo, só para receber uma cutucada na minha orelha e esperar ele dormir para dar um beijo de boa noite na sua bochecha.
Embora eu tenha vergonhada de dizer a ele, eu daria tudo para dizer agora que eu realmente o amo.
Com todo meu coração, minhas forças, fervor, alma... tudo que há de bom em mim. Eu o amo com tudo isso e muito mais. E eu juro que não deixarei alguém com qual eu me importo tanto assim partir.
Não cometerei o mesmo erro de antes!
***
“BIP, BIP, BIP”. O barulho que sai do monitor cardíaco só me deixa ainda mais louco.
Meu físico está relaxado. Mas minha mente está louca e fervorosa a ponto de pular em cima dele, e fazer de tudo para que ele acorde novamente. Eu só preciso ver o brilho verde dos seus olhos mais uma vez.
É pedir demais?
- É seu irmão? – eu ouço uma voz clara e calma quebrar o monólogo da sala do hospital.
- Melhor amigo.
- Bem... melhor amigo – ela escorrega as mãos até os bolsos do jaleco branco – você deveria tirar o queixo da cama. Ele precisa de um pouco de espaço.
- Desculpa.
Eu me ajeito na poltrona ao lado de sua cama, me distanciando, mas não o bastante para ser o primeiro a ver seus olhos se abrirem.
- Você sabe o que ele tem? – eu pergunto curiosamente para a jovem moça de cabelos amarelados.
- Bem, a causa do desmaio não se é clara. Ainda temos de fazer alguns diagnósticos para descobrir o real estado do seu amigo.
- Estado?
- Sim, estado. Me disseram que ele dormiu e não acordou. Não é isso?
- Sim mas...
- Bem, se ele ainda não acordou. Então é algo de se preocupar – ela pressiona os dedos de sua mão sobre o punho dele.
Eu me levanto, apoiando me sobre os braços da poltrona branca.
- Mas, ele vai acordar?
- Sim, não se preocupe. É o que nós todos queremos! – ela diz com o melhor sorriso que pode dar de si. Mesmo eu sabendo que está tão insegura quanto a mim mesmo.
Passou-se dois minutos desde que a enfermeira, que logo descobri que era estagiária se foi. E a luz branca no tento junto ao bip do monitor cardíaco só me deixam ainda mais insano e euforicamente nervoso.
Eu olho Ricky, ele dorme tão profundamente com aquele tubo encaixado no nariz. Que mais me lembra fones de ouvido. Quase eu o arranco por lembrar que ele sempre me ignora propositalmente quando está escutando Eminem no volume mais alto, e eu tento irrita-lo só para ver sua cara fechada.
Gosto de ver ele dormindo, seus dedos compridos, a boca entreaberta a franja loira caída sobre os olhos balançando suavemente com o vento. Mas hoje ela está neutra, o vento que sai dos tubos de ar não serve nem para dar embalo a uma mosca.
Eu quase me rendo a um beijo, mas seria abuso demais da minha parte.
Então alguém entra pela porta.
- Ai, o pai trouxe comida pra você cara – a voz marrenta de Lester combinada aquele olhar nojento dele me causa náuseas.
- Ótimo. Pode trazer pra mim?
- E eu tenho cara de empregado? – ele diz de um jeito debochado enquanto entorta os lábios.
- Caramba Lester, eu lavei sua roupa mês passado.
- Eu não pedi!
- Mas eu lavei!
- De trouxa!
- Cara... argh...
Eu me levanto de punhos fechados. Que mais querem acertar o fusinho de porco de Lester, mas eu o nego por Ricky estar aqui.
Gosto que ele pense que eu sou um fracote, medroso e covarde. Isso só faz ele me tratar da forma mais “macho-alfa” possível.
Mesmo que ele esteja dormindo e não perceba nada o que se passa ao seu redor.
Garanto que ele taparia o nariz ao sentir o cheiro do Gamter. Ele ainda tenta disfarçar com um perfume barato de lavanda – que mais cheira a desinfetante – mas eu ainda sinto o tão famoso cheiro, cujo ao apelido foi dado “carinhosamente” a ele.
***
Meu sorriso se fecha ao abri a sacola de papel que meu pai me dá.
- Hambúrguer? – meus lábios se curvam ao não ver qualquer vestígio de chocolate que seja.
- Não deu tempo de passar na mercearia. Então para de reclamar garoto – meu pai diz.
- Tudo bem Walter, Hambúrguer é uma boa escolha!
Eu quase me preparo para uma mordida, mas a enfermeira aparece na porta da sala.
- Você não pode comer aqui!
- Por que? – eu pergunto confuso ainda no close exato dos meus dentes preparados para dar uma mordida no hambúrguer.
- Por que aqui é um hospital.
- Eu estava até começando a gostar de você!
Ele dar um sorriso tímido.
- Desculpa...
- Tudo bem! Promete cuidar dele enquanto eu estiver fora?
Ela levanta a mão direita, e dá um sorriso carismático.
- Eu prometo senhor!
***
Continua...
***
E o gif do dia vai para.... : Confere: http://media.tumblr.com/33e9bc47b6e5dabc59c47b6db7a4ac9f/tumblr_inline_mg4lgq1hex1qkdght.gif
Como eu amo o Leroy gente ( '-'), confesso que é meu personagem preferido!
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E em relação aos personagens, comentem mais um pouco sobre ele. Gostei do personagem de vocês, até to na maior duvida em qual escolher. Então deixem mais um pouca sobre eles nos comentários. Quem sabe você não é o ganhador! ;)