Capítulo 13
Parte da série Eu Você e Ele
Quero agradecer aos leitores que me seguirão no Wattpad. E... Há um chamado Ricky_17, tem algo a ver com a série? kkkk
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Pessoal, estes capítulos estão apenas focando na vida do Gabriel e do Max, vocês ficarão um tempo sem ler algo sobre Ricky e Leroy! Mas é claro que há capítulos escritos sobre eles dois.
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Ainda tenho em mente as chuvas de saliva que Max borrifava em mim quando utilizava palavras muitos difíceis de ser pronunciadas. As vezes o Você dele consistia em Vochêê, o que me submetia a borrifadas de saliva na certa. Não posso julgá-lo errado, eu tinha em mente o aparelho ortodôntico que ele usava. Aquela coisa é um grande depósito de saliva. Os espaços entre os bracketes são muitos úteis se você quer armazenar litros-e-litros de saliva.
Essa foi a única lembrança que me veio até agora. Se bem que, ainda me recordo de quando entramos na sala de aula naquela manhã, e Max ponderou com um jeito sabichão sobre os métodos que a professora utilizava para nos ensinar, segundo ele: “Nós sabemos muito bem o que é ba-be-bi-bo-bu-bão. Então acho que é melhor chegar ao ponto em que estudamos sobre o grande cérebro intitulado Sócrates!” – A professora havia ruborizado em frente a todos, pensou até mesmo em retrucar, mas outro garoto ergueu a mão para cima: “O que é Sócrates? É de comer? – O garoto rechonchudo chamado Bob Wood perguntou.
E foi assim que a presença dos pais de Max foi solicitada na escola:
“Queridos Sr. e Sra. Ewan. Nós da Direção Pedagógica da Escola pública William McKinley, temos de lhes noticiar sobre o modo como o seu filho se comporta dentro do ambiente escolar. No dia 10/02/1994, o aluno Maxwell Brian Ewan respondeu para sua orientadora perante os demais colegas dentro da sala de aula.
Esse tipo de comportamento não é aceito em nosso regime escolar. Então temos de policiá-lo pelas suas ações.
Pedimos a presença do Sr. pai ou da Sra. Mãe, ou o responsável legal do aluno – no caso dos pais não poderem comparecer. Para que podemos discutir o futuro do aluno referente a escola.
A não presença de seu responsável, resultará em termos de recorrermos a punições mais severas: Suspensão, ou no caso mais agravado, o aluno será expulso do corpo docente estudantil.
Atenciosamente, Diretora Margarete Hiney.”
A carta que Max levara na mochila foi entregue em mãos a Sra. Ewan, uma mulher louca não muito diferente da minha mãe. Quando ela a abriu, foi como levar uma bofetada na cara. Foi como o líder judeu requisitar a crença a Hitler. Como pedir aos budistas para deixar de lado Buda, e aceitasse Alá como seu Deus. A mulher perdeu os fios da cabeça submetia a tal inevitabilidade. E foi ai que...
- ISSO É REPUGNANTE! – A Sra. Ewan pôs sobre a mesa da Diretora Margarete Hiney, a carta ao qual ela enviara no dia anterior – Isso é repugnante! Meu filho é a criança mais bem comportada que vocês podem instruir.
- Por favor Sra. Ewan, sente-se! – A megera/diretora ponderou apática para ela.
Sra. Ewan aspirou todo o ar da sala da diretora de uma só vez, e sentou na cadeira afrente a sua mesa num cruzar de pernas.
Do lado de fora da sala, Max e eu estávamos espiando pela janela. Ele me puxou para baixo, argumentando o quanto a sua mãe era louca.
- Minha mãe é maluca! – ele pigarreou do meu lado borrifando saliva no meu rosto – Ela não aceita o fato de requisitarem a presença dela na escola. É como se sua mãe te desse um cachorro de estimação, Gabriel.
- Isso é... como é que... como é que diz mesmo? – eu indaguei sozinho.
- Uma calamidade! – Max completou excitado.
Ele havia me ensinado essa palavra no dia anterior enquanto esperávamos pelos nossos pais no Cantinho da Indiferença – O espaço estreito ao lado da escola onde nos conhecemos, Max mesmo foi que nomeou.
- Sim, uma calamidade! – eu disse.
Ele assentiu com a cabeça.
Nós voltamos a espirar pela grande janela envidraçada da sala da megera. Sra. Ewan argumentava algo ao qual parecia mais que murmúrios para nós. Enquanto a megera a fitava friamente com o olhar apático que ela possuía.
Na janela nossos rostos pressionados contra o vidro, e nossas mãos apoiadas do parapeito a espera de algo instigante na discursão.
- A instrutora de seu filho reclamou que ele tivera a audácia de discordar dos métodos que ela utilizava na sala de aula! – A megera disse.
- Com certeza ele estava incomodado com algo.
- Sim, é nesse ponto que eu quero chegar. Se seu filho discorda com os métodos da professora, então ele discorda com os métodos da escola. Sendo assim, não está satisfeito com o ambiente escolar em que leciona.
A Sr. Ewan ajeitou o quadril na cadeira giratória ao qual ele estava sentada. Inclinou-se mais para próximo da megera e indagou o que ela havia lhe dito.
- Senhora Hiney... – ela começou, mas minha atenção foi surrupiada por Maxwell.
- Hiney, o sobrenome da megera é Hiney! – Max cochichou com os lábios colados no vidro, eu pude até imaginar a mancha molhada do hálito húmido dele exposta no interior da sala. Visível até para a megera se ela olhasse de relance. Mas a as carrancadas que Sra. Ewan dava eram mais dignas de seu olhar apático – Gíria de bunda!
Eu ponderei as últimas palavras de Max por míseros segundos. Minha mãe me dissera que bunda era um país – Até mesmo supliquei que ela me levasse para conhecer. Como eu era ingênuo – Mas meu pai teve a compaixão audaciosa de me explicar que bunda era aquilo que possuíamos na parte detrás do corpo. E que era algo muito feio de se dizer. Eu ainda ponderava a palavra na cabeça, olhando a discursão na sala da megera, e foi ai que...
- NÃO PODE FALAR PALAVRÃO! – eu vociferei para ele.
O som estridente da minha voz cambaleou para dentro do vidro. Foi tão audível que pusera ser ouvido a quatro quadras da escola. Sra. Hiney espiou de relance por cima dos ombros da mãe de Max, e mandou um olhar ferino para nós. Nós caímos em sincronia do parapeito quanto o olhar encontrou nós dois. Por sorte algo amorteceu minha queda. E esse algo era Max! O uníssono dos nossos gemidos era tão irrelevante quanto a nossa estupides.
Por fim, minutos depois da conversa, Sra. Ewan saiu da sala, acompanhada pela diretora. Estava ruborizada a ponto de pular no pescoço da megera e descapelar toda a peruca que ela intitulava de cabelo.
Sra. Hiney agachou-se para encarar Max, ela olhou apaticamente para o garoto sem nenhum pingo de indulgência. Max segurava um nó na garganta, submetido a tal provação abominável e asquerosa que era a pinta peluda na maçã do rosto da Sra. Hiney.
- Sua mãe me disse que você é um prodígio! – ela disse, e abriu um sorriso amarelado e medonho.
- Sim... eu... sou! – Max respondeu gaguejando.
- Ótimo, e isso é algo bom. Mas, você não deve discordar com os ensinamentos de sua professora. Isso é feio para uma criança da sua idade.
Max engoliu em seco, o tal do elogio.
- Ok, obrigado. Só queria aprender um pouco mais sobre Sócrates! – ele disse.
- Você ainda é muito novo pra isso! – ela disse, seca, fria, curta, vinte e seis letras, sete palavras, mas apenas um Max para suportar tudo aquilo.
Ele abaixou a cabeça.
Mais tarde ele me relatara de que: “O bafo dela fede a chorume! Chorume, Gabriel, Chorume!” – ele disse borrifando saliva.
Eu não entendi o que era chorume, mas devia ser tão repugnante quanto a pinta peluda dela, especulei.
Continua...
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