Cap. 29:
Parte da série Uma História de Amor
Enquanto ele foi tirando a roupa eu coloquei a banheira para encher, com água bem
quentinha e muita espuma.
- Uia...
- O que foi?
- Quanta espuma...
- Legal, né?
- É...
Peguei ele no colo e coloquei dentro da banheira, peguei alguns brinquedos que
eram meus quando criança e joguei dentro da água pra ele brincar, enquanto isso eu fui até o quarto pegar toalha e roupa:
- Rodrigo, o papai já volta, vou buscar toalha e roupa pra você vestir.
- Tá bom.
Enquanto eu fui até o quarto, o Rodrigo ficou brincando com um aviãozinho de
plástico e um barquinho, do quarto eu conseguia ouvir ele brincar com os brinquedos,
simulando o barulho de avião.
- Prontinho...
- Olha como ele voa, papai?
- Nossa... Ele voa alto, né?
- É... Olha...
- Vamos passar xampu no cabelo?
- Vamo.
Enquanto eu passava xampu em seu cabelo sentado na beirada da banheira ele
continuava a brincar com o barquinho e o avião.
- Fecha os olhos pra não cair espuma do xampu.
- Assim?
- Isso...
- Tá... Já posso abrir?
- Ainda não...
- E agora?
- Pronto.
O telefone tocou, peguei o aparelho do meu quarto que era sem fio e fui falar no
banheiro supervisionando o Rodrigo brincando na banheira:
- Alô?
- Alô, filho?
- Oi pai, tudo bem com o senhor?
- Eu to ótimo e você?
- Eu estou bem também.
- Filho, você fez aquele trabalho pro Cristiano sobre comercial?
- Ah... Fiz sim, ele vai precisar pra quando?
- Parece que pra depois de amanhã.
- Vamos fazer assim, eu te mando por e-mail daqui a pouco, pode ser?
- Tudo bem então, filho!
- E a mãe, como está?
- Ela está bem, te mandou um beijo.
- Mande outro pra ela.
- Tchau filho!
- Tchau pai.
- Olha... Já ia esquecendo...
- O quê?
- O Rodrigo e a Millena telefonaram hoje e disseram que estão adorando seu
presente...
- Hahaha... Quem bom!
- Beijão, Bader.
- Outro, pai.
- Mande um abraço pro Daniel.
- Pode deixar.
Desliguei o telefone e coloquei em cima da pia, peguei a toalha aberta e comecei a
enxugar o Rodrigo:
- Levanta e fica paradinho aqui pra eu te enxugar.
- Assim?
- Isso...
Tirei ele de dentro da banheira e coloquei em cima do tapete, continuei enxugando
suas pernas e o cabelo, pois o corpo já se enxugou com o enrolar da toalha.
- Pronto, agora você já está limpinho.
- Eu tô com frio...
- Levanta os bracinhos pra eu colocar a blusa em você.
- Assim?
- Isso... Agora coloca a perna dentro da calça... Agora a outra...
- Assim?
- Bom menino. Agora você já está de pijama, cheirosinho e pronto pra dormir.
- Tô perfumado, né papai?
- Tá sim... Olha que menino cheiroso... Hummm...
Enquanto penteava seu cabelo em frente ao espelho, escutei a porta da sala se
fechando, era o Daniel que acabava de voltar da locadora com os DVDs:
- Petit?...
- Estou aqui no banheiro...
- Já fui lá e aluguei dois filmes.
- Quais?
- Procurando Nemo e Olhos Famintos 2.
- Vamos ver desenho, Rodrigo?
- Simmmmmmmmmmmm.
- Vão indo pra sala que eu já vou.
- Tudo bem. Vamos apostar uma corrida?
- Eu ganho de você.
- Ganha nada...
Saiu o Daniel e o Rodrigo correndo, apostando corrida pelo corredor do
apartamento, às vezes o Daniel parecia ser mais criança que o Rodrigo.
Peguei o telefone de cima da pia e fui colocar de volta na base do quarto, depois
voltei até o banheiro para esvaziar a banheira. Com os dois brincando na sala, reparei que o Daniel daria um ótimo pai, pelo jeito que ele lidava com uma criança, o carinho com que ele tratava. Enquanto eles brincavam no sofá, eu fui até a cozinha. Coloquei um pacote de pipoca de manteiga no microondas e deixei estourando. Enquanto isso eu abri a geladeira, peguei uma garrafa de guaraná e coloquei refrigerante em três copos, um deles era de plástico com canudinho pro Rodrigo.
- Daniel...
- Fala...
- Vem aqui me ajudar?
- Já vou... Peraê que eu já volto.
- Tá bom.
- Fala.
- Leva esses copos lá pra sala que eu vou levar a pipoca.
- Beleza... Está sem gelo esse refrigerante no copo de plástico...
- Porque esse é pro Rodrigo.
- Ah, tá.
Colocamos os copos sobre a mesa da sala e sentamos no sofá que era reclinável,
apaguei todas as luzes do apartamento, liguei o home theater e fechei as cortinas, deixando tudo escuro em clima de cinema. Eu fiquei no lado direito, o Daniel do lado esquerdo e o Rodrigo no meio com a tigela de pipoca no colo. Assistíamos Procurando Nemo, parecíamos estar dentro de um cinema, o Rodrigo não tirava o olho da tela admirado com o desenho.
- Quer mais pipoca, papai Daniel?
- Eu quero!
- E você, papai Bader?
- Não Ro, obrigado.
Quando o desenho chegou ao fim o Rodrigo já estava dormindo no sofá, com a
cabeça caída sobre meu ombro.
- Petit...
- Psiu... Fale baixo para não acordar o Rodrigo...
- Foi mal.
- Amor, leve ele para dormir na cama...
O Daniel com todo carinho pegou o Rodrigo no colo e levou até o quarto. O deitou
na cama e cobriu com o edredom, pois a noite estava um pouco fria. Apaguei a luz, liguei o abajur e a luz que vinha do corredor iluminava sua cama. Encostado no batente da porta com os braços cruzados comentei com o Daniel:
- Ele estava bem cansadinho...
- Também, depois de um dia agitado como o de hoje...
- Não só ele se cansou, mas eu também.
- Vamos tomar nosso banho e depois dormir?
- Antes preciso limpar as pipocas espalhadas na sala.
- Amanhã você faz isso.
- Tá bom.
Fechei a porta do quarto e seguimos para o banheiro, já sem camisa o Daniel me
abraçou com aquele peitoral estufado e quentinho, começamos a nos beijar antes mesmo de tirar nossas roupas, sem interromper os beijos ele foi tirando minha bermuda, seguida de fortes pegadas, comecei a tirar a dele também até ficarmos completamente nus, depois entramos no box e tomamos nosso banho juntos como sempre fazíamos. Aquela cara de safado que ele fazia quando olhava pra mim com a respiração ofegante era de matar qualquer um, só de olhar já me dava arrepio.
No outro dia acordei cedo, fui até a cozinha preparar o café enquanto o Daniel e o
Rodrigo dormiam, esquentei leite, coloquei pra assar croissant, fiz suco de laranja, abri um pote de geléia de morango, torradas, arrumei tudo na mesa e esperei os dois acordarem para tomarmos café os três juntos como uma família. Enquanto eles não acordavam, eu fui até a sala recolher as pipocas espalhadas pelo chão que ficaram da noite anterior. Ficaram algumas migalhas espalhadas no canto do sofá, fui até a área de serviço, peguei o aspirador de pó e voltei pra sala, passei aspirador em todos os cantos, não demorou muito e o Rodrigo acordou:
- O que você está fazendo, papai Bader?
- Já acordou, Ro?... Eu tô limpando a sala.
- E o que é isso barulhento?
- Isso é um aspirador de pó.
- Pra que serve?
- Ele suga toda a sujeira que está espalhada pelo chão... Você já está com fome?
- Tô...
- Sente aí na mesa que vou tirar os croissants do forno.
- O que é "croassam"?
- É um pão recheado muito gostoso.
- E você vai me dar um?
- Claro.
- Obaaaaaaaaa.
- O que mais você quer, leite?
- Sim...
- Com chocolate?
- Simmmmmmmmmm.
- Vou buscar pra você.
Enquanto eu fui até a cozinha buscar um leite com chocolate pro Rodrigo o Daniel
acordou, veio até a cozinha só de bermuda, coçando o lado direito daquele peitoral definido e peludo, acabava me deixava louco.
- Bom dia, gato!
- Bom dia petit!
- O que você está fazendo?
- Um achocolatado pro Rodrigo. Tira o croissant do forno pra mim, antes que queime?
- Peraê... Onde eu coloco?
- Põe aqui dentro da cesta...
- Tá quente... Opa...
- Obrigado, amor.
Levei os croissants dentro da cesta e o chocolate com leite pro Rodrigo até a sala,
sentamos os três na mesa para tomarmos nosso café da manhã, o Rodrigo parecia estar
adorando o croissant de presunto e queijo, pra ele era novidade.
- Tá gostando, Ro?
- Tô sim.
- Estou com vontade de comer bolo de chocolate.
- Eu também, papai Bader.
- Você quer comer bolo?
- Eu quero.
- E você, Daniel?
- Eu também quero. Podemos ir à feirinha da República comer, o que acha?
- Boa idéia... Gostou do croissant, Ro?
- Sim...
- Quer um pouco de salada de fruta?
- Não...