Cap. 25

Parte da série Teen Life

Teen Life

"Gueiá"* boys, aqui estou eu com mais um capitulo INÉDITO pra vcs, e esse promete fortes emoções. Até que está legalzinho, não sei se irão gostar do final, mas enfim... só avisando que esse é o último capítulo da 2 temporada. Não sei se vou demorar para continuar a terceira, mas prometo que farei vcs derramarem mais lágrimas (será?), pois eu já estou planejando toda a terceira temporada, e assim que estiver tudo certinho eu posto de novo. Entendam, eu preciso de tempo, no máximo duas semanas, para poder organizar tudo. Enquanto isso, vcs podem acompanhar minhas séries lá no meu blog: www.casadoryan.blogspot.com

Tem lá a série TL que eu vou atualizar daqui a pouco, e uma outra série que estou escrevendo e pretendo postá-la hoje também. Querem matar a curiosidade? Vão lá dar uma olhadinha, não custa nada - só o crédito né, mas quem liga? kkkkkkkkkkk vamos lá.

Andrey, muitíssimo obrigado pelo comment, e que história é essa de "o Guto é MEU"?! Nada disso rapariga, se manca que ele já tem dono!! KKKKKKKK brincadeira querido, podemos dividí-lo se quiser, vc fica com ele aos finais de semana e eu fico com ele de segunda a sexta, o que acha? kkkkkkkkkkk OUTRO GRANDE ABRAÇO pra vc e continua nessa animação aí porque o capítulo de hj tem cenas fortes e pode te fazer ficar pra baixo (mentira). Até a próxima!

BielRock, tudo bom? Parece que vc me achou lá no "Grupo de estudo" do nosso querido Andy - eu gosto de Toy Story 3, chorei no final e vc?? - então a gente se fala por lá. Mais um torcendo para o #GuTheus, infelizmente eu irei acabar com suas expectativas, mas fica tranquilo porque o que vem aí é muito melhor. Obrigado por sempre comentar, abraços!

N T N, nossa, to triste por não poder ir na sua casa e comer uns pedacinhos de bolo de maracujá, sentar na varanda da casa, beber chá e falar da vida do outros como se não houvesse amanhã, mas não tem problema porque eu vou ganhar um bolo de maracujá no meu niver (não se preocupe, te mando um pedacinho pelo correio), ou de laranja, ainda não me decidi, os dois são as coisas mais deliciosas do mundo - depois de bolo de Gustavo com calda de caramelo, meu preferido. Não sei se os casais vão participar de uma luta de sobrevivência para pegar um pão e uma nutella, na verdade não vão, mas essa série não faz o estilo de coisas assim, quem sabe eu coloco em outra série. Obrigado por sempre comentar, cara, te adoro S2. Abraços!

Sorry, um leitor novo por aqui, que massa!! Cara, o Matheus estava muito furioso com o Thiago e agiu por impulso quando inventou esse namoro com Gustavo. Entretanto, mais tarde, eu prometo que as coisas irão se ajustar entre todos. Eu to trabalhando na terceira temporada e espero te surpreender com o que preparei. Enfim... bem vindo, e espero que continue acompanhando. Abraços!

Nicksme, como eu disse agora a pouco, adoro um bolo de Gustavo com calda de caramelo, ce não imagina, eu A-DO-ROOOO... - meu lado gay falando mais alto - enfim, é certo que o Matt e o Thiago se amam, mas o Matt está muito fragilizado e magoado com o que Thiago fez, e talvez demore muito pra eles voltarem, talvez até nem voltem. Mas continue acompanhando, fico feliz que vc gostou do Guto e o Matt juntos. Abraços!

escritor da noite, cara eu tenho andado tão ocupado que nem te mandei um e-mail, mas te mandarei em breve, ok? Fico feliz por continuar acompanhando, e eu também adoro a Vampira, mas cá entre nós... eu tenho um TESÃO pelo Iceman, fala sério, ele é muito gostoso... kkkkkk espero que goste desse capítulo, Abraço!

Fagner, seu LINDO... *-* vamos lá. Eu não entendi o que te levou a pensar que o integrante da banda - que até agora ninguém sabe quem é - é alguém que trará problemas para a banda. Aí eu te pergunto, por que? Desculpa, mas eu ri. É que eu me sinto tão bem ao ler as opiniões diferentes, o ponto de vista de cada leitor, e isso me deixa lisonjeado (essa palavra de novo kkkkkkkk) ao saber que cada um está dando um ponto de vista diferente e tal, claro que vão ser pontos de vistas diferentes, pois cada pessoa pensa de uma forma diferente em relação às tudo. E vejo que vc, diferente de todos os outros leitores, está pensando mais na felicidade do Matheus e dos outros personagens, e não com quem cada um vai ficar. É como vc disse... o Matheus pode acabar se apaixonando por Guto de verdade, e isso pode levar à ascensão de um novo romance, e tanto o Guto como o Matt serão felizes, mas e o Thiago? E o Bruno? Eu sempre dou um rumo na história, coloco situações como estas, para que no futuro os personagens sejam felizes no final. Todos os personagens - exceto Judite, Adriano e Larissa - merecem ser felizes, é nisso que eu penso quando estou escrevendo o enredo da história. Muito obrigado por não desistir de ler essa história que eu escrevo com muita dedicação para todos vcs, e principalmente por pessoas como vc que me incentivam com esses comments enormes - que eu adoro ler. Te adoro tbm gatão, ce tá aqui no meu core S2... nos falamos pelo Whats, estive muito ocupado e nem tive tempo de falar contigo. Um beijão pra vc!!!

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Capítulo 25

NARRADO POR GUSTAVO

Dois meses tinham se passado desde que eu e Matheus começamos um “namoro”. Confesso que isso tem sido muito bom, estar tão intimo do Matt. Mas eu sei que no fundo eu já não estou mais apaixonado por ele. O máximo que consigo sentir por ele agora é carinho, afeto. E eu sei que ele diria a mesma coisa. Ele ainda ama o Thiago. Eu realmente não entendo o por quê dele ter traído o Matt, ele não merecia tal coisa. Além de que o Matt não é de trair, eu sei que ele não é assim. Ele nunca faria isso com o Thiago. Mas o que houve foi o contrário.

Estamos em novembro, no final do ano letivo, quase encerrando o terceiro ano. O diretor do colégio promoveu um festival de talentos, que vai rolar nesse mês de novembro. Mais da metade do colégio se inscreveu para mostrar seus talentos. Nesse tipo de festival tem de tudo: desde shows de comédia até apresentações de estilo “The Voice”. E claro, Matt, Jorge e eu nos inscrevemos para apresentar ao colégio a nossa banda. O único problema era que ainda não tínhamos um baixista. Mas o Matt insistiu que “até lá a gente acha um”. “Não podemos perder essa oportunidade”, ele disse. E ele tem razão. Disseram que o diretor havia chamado um amigo que era empresário, e isso deixou o Matheus eufórico. Eu também estou eufórico. Eu fico imaginando como seria se a gente ganhasse o festival, e se esse amigo do diretor chamasse a gente pra fazer nosso próprio CD.

E hoje estamos muito eufóricos. As apresentações do festival durariam três dias, quinta, sexta e sábado. Nós acabamos ficando nas apresentações do sábado. E adivinhem... hoje é sábado. Nesse momento eu acabo de me levantar da minha cama, e vou para o banheiro. Depois desci e fui tomar café. Minha mãe, como sempre, estava tomando café e meu pai já tinha saído para trabalhar.

- bom dia...

- bom dia. Vem cá, que apresentação é essa que você vai fazer no colégio?

- eu, o Matt e o Jorge vamos apresentar nossa banda.

- banda? Não me diga que você vai cantar...

- não, quem vai cantar é o Matt e o Jorge. Eu sou o baterista.

- hum. E vocês vão cantar que tipo de musica? Não são musicas imorais não, são?

- (suspiro) mãe, independente de ser “imoral” ou não, eu vou cantar. Aliás, o Matt e o Jorge vão.

- rum... não vai fazer besteira lá hein...

- relaxa mãe. – eu dei um beijo na cabeça dela – vou tomar café, daqui a pouco vou na casa do Matt pra gente ensaiar.

- você tem andado muito grudado no Matheus, não é?! Parece...

Eu gelei na hora.

- parecem irmãos... que coisa. Garoto, vai procurar namorar uma garota decente...

Eu suspirei e tomei meu café em silencio. O dia seria cheio.

...

NARRADO POR BRUNO

Eu acordei suado e assustado novamente. Era outro pesadelo. E nesse pesadelo eu tinha perdido o Gustavo. Acho que nem é um sonho mesmo, porque depois da ultima vez que ele veio aqui, eu fiz uma cagada tão grande que estraguei o que poderia ter acontecido com a gente.

PS. Ryan B: achei que ele ia dizer que entupiu o vaso e interditou o banheiro por dois meses. Eca :S

Eu levantei e fui até o banheiro. Me olhei no espelho. Eu não me sentia o mesmo. Eu me sentia horrível. Sem o Gustavo na minha vida, eu me sentia... incompleto. Sentia saudade das nossas tardes juntos jogando videogame. Gostava de imaginar ele me dizendo que eu era seu príncipe, que eu sou tão bonito quanto o pôr-do-sol... e me dizendo que meu beijo o deixava cativado em mim. Eu choro imaginando cada uma dessas coisas, e me arrependo de cada palavra que foi dita por mim naquela tarde. Fico me remoendo por dentro por ter sido tão covarde ao ponto de estar nas garras da Judite. E cheguei a uma conclusão. Eu iria contar ao meu pai. Talvez minha mãe tenha partido não para me deixar aqui sozinho, mas para que eu aprendesse a ser corajoso e lutar pelo que eu amo. Eu amo o Gustavo de verdade, e eu vou lutar por ele, nem que eu acabe expulso de casa. Eu tive uma idéia. Hoje seria a apresentação da banda dele, e com certeza ele estaria lá.

Eu preparei meu violão e treinei minha musica preferida. Decidi que iria surpreender ele no palco e cantar para ele. Tipo uma serenata. Pode até ser uma coisa careta para algumas pessoas, mas eu acredito que tudo o que eu tenho que mostrar é que eu o amo e que estou arrependido de ter dito não a ele. Eu sempre tive uma voz boa, e tenho aulas de violão desde os 13 anos; eu estava começando a ficar alegre à medida que a hora passava. Eu queria cantar para ele agora, mas podia esperar um pouco mais. “A pressa é inimiga da perfeição”, pensei. Por isso que o Guto nunca tem pressa, porque ele é perfeito...

- filho? – meu pai entrou no quarto de repente.

- oi pai... – eu quase derrubei o violão no chão, meio assustado – bom dia.

- bom dia! Não vai tomar café?

- ahn... sim, já vou. Ah pai eu vou ao colégio hoje.

- hum? Vai fazer o que lá? Hoje é sábado.

- eu sei, é que vai ter um festival de talentos e um amigo meu disse que queria que eu o visse se apresentar. Pode me levar?

- claro... mas quem é esse amigo? É do colégio?

- sim, ele é.

- hum... que horas?

- começa às 12h e termina às 19h.

- ok, te levo lá.

Ele saiu do quarto e fechou a porta. Eu esbocei um sorriso e do nada comecei a rir. Eu estava tão feliz. Meu coração estava pulando de ansiedade para encontrar o Gustavo. Eu mal podia esperar.

Saí do quarto e fui para a cozinha, onde meu pai e Judite estavam à mesa comendo o café da manhã. Me sentei ao lado do meu pai.

- bom dia querido. – disse Judite com o sorriso cínico de sempre.

- bom dia – respondi normalmente. Era estranho, dessa vez eu estava tão ansioso para ver o Gustavo que nem liguei muito para a Judite. Ela percebeu minha felicidade.

- parece que acordou feliz hoje... – disse ela – não quer nos contar o motivo?...

- não é nada demais. Só acordei feliz. Normal.

Comi meu café da manhã normalmente e depois subi ao meu quarto. Eu queria praticar mais, para não fazer feio na hora.

...

NARRADO POR THIAGO

Dois meses. Eu mal conseguia falar. Ele era tudo para mim, e tudo que nós vivemos ele simplesmente jogou no lixo. Fiquei uma semana e meia sem freqüentar o colégio, mas minha mãe e o Guilherme me convenceram a voltar a ir ao colégio. Eu descobri por algumas pessoas que o Matheus estava namorando o Gustavo. Aquela foi a pior noticia de todas. Tantos caras, por que logo o Gustavo? Aquilo me deixou mais deprimido ainda. Meu cabelo cresceu alguns centímetros a mais, estava ficando grande. Mas eu estava tão depressivo que nem ligava para mais nada. Se eu passasse de ano, ou repetisse, para mim eu nem ligava. Matheus se foi e levou com ele toda a minha alegria de viver.

Eu estava no meu quarto, deitado na cama, em silencio, olhando para o teto. Uma hora ou outra eu tinha uma crise de choro, ou apenas um choro silencioso; de qualquer forma, meu travesseiro estava encharcado com minhas lagrimas. Ouvi alguém bater na porta. Depois vi Guilherme entrando no meu quarto.

- e aí cara, como você ta?... – ele sabia que eu estava mal, mas fazia questão de perguntar.

- o que você acha?!

- hum... que você está virando um zumbi! Cara você ta horrível! – ele riu sozinho e eu fiquei calado. Ultimamente eu não tenho esboçado nem um único sorriso.

Ele parou de rir e deu um suspiro.

- cara eu não agüento mais! Thiago você precisa sair desse quarto! Precisa seguir em frente!

- não posso... o Theu é tudo pra mim... – lagrimas começaram a rolar.

- pode sim cara... é só você querer esquecer.

Ele me deu um abraço.

- mas eu não quero esquecer ele Guilherme. Eu o amo... – e novamente eu comecei a chorar.

Ele ficou em silencio me abraçando. Só se ouvia a minha voz de choro e meus soluços no quarto. Depois de muito tempo, Guilherme me convenceu a sair do quarto e comer alguma coisa. Fomos á cozinha e ele preparou dois sanduíches pra gente. Só depois de mordiscar um pedacinho, eu percebi o quanto estava faminto. E comi o sanduíche de uma vez.

- uau... quanta fome.

- desculpa... eu estou faminto.

- relaxa. Eu faço outro pra você.

Depois de encher a barriga, Guilherme me fez vestir uma roupa e nós saímos para cortar o cabelo. Eu estava precisando. Chegando ao cabeleireiro, eu me sentei e pedi à mulher que cortasse bem baixo, mas que deixasse um pouco mais alto na parte de cima; ela cortou meu cabelo e depois cortou o do Guilherme. Ficamos os dois com o cabelo da mesma altura. Ele aproveitou e fez um topete, coisa que ele nunca tinha feito no cabelo antes.

- e aí, como eu fiquei?

- ficou... diferente. Nunca vi você usando topete. Mas ficou legal, acho até que combinou com você.

- sério?

- sim.

- valeu. O seu também ficou legal. Por que não faz um topete também?

- não combina comigo. Gosto do meu cabelo caído na testa.

- mas com a barba ficou legal, ficou até sexy... – ele disse apontando para meu queixo. É, durante esses dois meses eu deixei a barba crescer. Nem me preocupei com isso.

- você não existe... – eu disse com um leve sorriso.

- espera espera... eu vi um sorriso foi isso mesmo?!

- precisa fazer escândalo?... eu só sorri.

- sim, você sorriu, finalmente! Depois de dois meses...

Fomos para a casa do Guilherme tomar banho e de lá fomos dar uma volta no shopping. Ele disse que eu precisava manter minha mente ocupada, pra não ficar pensando em coisas tristes o tempo todo.

Estávamos na praça de alimentação. Então eu olhei para o Guilherme.

- Guilherme, que horas são?!

- 14h. Por quê?

- nossa... – eu me levantei – eu preciso ir ao colégio...

- vai fazer o que lá?! Hoje é sábado!

- vai ter o festival de talentos, esqueceu?!

- sim, e daí? Ah entendi, você quer ver o Matheus. Certo?

- sim. Me leva lá?...

- pra que Thiago?... você ta tão sensível, se encontrar o Matheus você vai ter um ataque!

- não importa. Eu quero esclarecer as coisas. Eu preciso fazer isso!

- (suspiro) não sei não...

- olha, o Jonathan vai estar lá também. Essa é sua chance de se explicar com ele!

- eu não acredito que você me disse isso, Thiago Silva! Depois de tudo que ele fez, você quer que eu simplesmente vá lá e diga: “querido eu te perdôo, não ligo se você tem preconceito contra bissexuais, eu só quero que você seja meu”. Não e não.

- GUILHERME KABRA, EU QUERO IR E VOCÊ VAI ME LEVAR! – saiu mais alto do que eu pensei.

Guilherme se encolheu. Ele sempre faz isso quando eu o chamo com o sobrenome dele.

- ok... – ele suspirou – mas não fica achando que eu vou falar com aquele enrustido! De jeito nenhum. Agora vamos antes que eu desista.

Nós saímos do shopping e fomos na moto do Guilherme em direção ao colégio.

...

NARRADO POR MATHEUS

Eu estava tão ansioso. Eram exatamente 17h quando acabou a apresentação de uma garota do 2ano. Ela era boa, tinha uma voz incrível. Tentei não desanimar, afinal eu tinha chance... será? Gustavo e eu tínhamos treinado bastante até as 12h, paramos para almoçar e depois o Jorge chegou. Continuamos ensaiando até as 13h, horário em que fomos nos arrumar. Cada um foi para sua casa. Eu subi e tomei um banho. Fui para o quarto e vesti uma calça preta, camisa branca gola V, Converse cano longo preto com detalhes vermelhos. Coloquei minha pulseira preta de couro, uma corrente de prata, um anel de prata (nossa gente, quanta coisa) e finalmente um perfume. Saí de casa às 13h30min.

Fui até a casa do Gustavo e ele estava me esperando do lado de fora. Ele estava usando uma calça preta e uma camisa T-shirt preta, tênis brancos e os cabelos loiros estavam desarrumados como sempre (e como sempre estava impecável, que inveja rs) Depois o Jorge chegou e nós fomos para o colégio. Ele estava usando uma calça azul escura, sapatênis cinzas, camisa de manga longa gola V preta com listras brancas. Estávamos prontos para mostrar a todos o nosso talento.

...

Agora eu estou aqui, esperando a nossa vez de nos apresentarmos. Não tínhamos arranjado um baixista, infelizmente. E eu não sabia o que fazer.

- “...e agora, os próximos a subir no palco são... Matheus Rodríguez, Gustavo Couto e Jorge Souza! – disse o cara que estava dirigindo o show hoje (no caso era um professor nosso).

Quando ele disse os nossos nomes, eu me arrepiei. Respirei fundo e olhei para meus amigos.

- chegou a hora.

Subimos no palco. Eu fiquei na frente, Guto foi para a bateria atrás de nós, e Jorge ficou ao meu lado, ajustando o suporte do microfone.

- muito bem... qual o nome da banda de vocês? – perguntou o professor.

- Dark Side – eu respondi.

- boa sorte... – ele disse meio que debochando. Isso me deu raiva.

Ele saiu do palco e todos focaram o olhar em mim. Fiquei meio sem graça, mas tentei não ficar muito nervoso.

- boa noite galera!

- nós somos o Dark Side, e vamos cantar uma musica, que nós mesmos compomos.

- qual musica Matt? – disse Jorge, baixinho.

- aquela que ficamos a noite toda ensaiando ontem.

- certo – ele gritou para o Guto – The Wrong Side (o nome da musica)!

Ele confirmou com a cabeça e esperou. Jorge começou a tocar as primeiras notas. Graças aos céus um colega do Jorge se ofereceu para tocar o baixo pra gente. E então começamos a cantar.

“The Wrong Side”

I can not stand

The problems are crumbling about me

And I am filled with a deep sadness

I can not stand

Being in this infernal prison

Here I do not have voice

Here I do not have rights to be happy ...

You do not let me be happy

You have no idea what I'm feeling now

Wants to push me in the right direction

Saying the other is wrong

You may even be right

But I'm just happy the wrong side ...

You burned my drawings

Meant so much to me, but you did not care

You burned them with fire, designs that never go back ... why?

I cried, I screamed like crazy

But no one hears my voice

I wanted to get out of here ... why not?

You do not let me be happy

You have no idea how I feel right now

Wants to push me to the right hand, saying that the other is wrong

You may even be right

But I'm just happy the wrong side

(Tradução)

Eu não agüento mais

Os problemas estão desmoronando sobre mim

E eu estou tomado por uma tristeza profunda

Eu não agüento mais

Estar nessa prisão infernal

Aqui eu não tenho voz

Aqui eu não tenho direitos de ser feliz...

Você não me deixa ser feliz

Não faz idéia do que eu estou sentindo agora

Quer me empurrar para o lado certo

Dizendo que o outro é errado

Você pode até estar certa

Mas eu só sou feliz no lado errado...

Você queimou meus desenhos

Significavam tanto para mim, mas você nem se importou

Você os queimou no fogo, desenhos que nunca mais vão voltar... por quê?

Eu chorei, eu gritei como um louco

Mas ninguém escuta a minha voz

Eu queria sumir daqui... por quê não?

Você não me deixa ser feliz

Não faz idéia de como eu me sinto agora

Quer me empurrar para o lado certo, dizendo que o outro é errado

Você pode até estar certa

Mas eu só sou feliz no lado errado

...

Assim que encerramos a musica, aplausos vieram de toda a quadra. Eu sorri junto com o Jorge. Todos haviam gostado, como a gente queria. Nós saímos do palco e nos sentamos em meio a platéia, para ver as outras apresentações. Eu sentei numa cadeira, Guto ao meu lado e Jorge do outro. Depois seguiram as outras apresentações. Um cara muito engraçado e talentoso deu uma de comediante e divertiu a todos. Bem, a maioria das apresentações eram de pessoas cantando. Alguns foram ótimos, outros só queriam se mostrar mesmo. Então assim que a ultima apresentação acabou, o professor (o antipático) subiu no palco e chamou os outros professores que eram os jurados – foram eleitos os jurados para decidir qual foi a melhor apresentação e quem iria ganhar o festival de talentos. Cada um dos três jurados escolheu uma apresentação que mais lhe chamou a atenção.

- sinceramente, gente, eu gostei de todas as apresentações, tem muita gente talentosa aqui. Mas infelizmente eu só pude escolher uma. E esse é o aluno Ricardo Garcia. – disse um dos jurados, o professor de matemática.

O tal Ricardo subiu no palco irradiando felicidade e ficou no cantinho do palco, conforme as instruções do professor. Depois eu me lembrei que ele era o cara que fez um dos shows de comedia.

- ah gente, só pra quem ainda está por fora, nós estamos chamando os que foram escolhidos pelos professores. Após os três escolhidos estarem aqui em cima, os professores irão decidir entre si qual dos três escolhidos será o vencedor do festival. Agora, a professora Silvia.

- gente, eu gostaria de dizer que todos vocês foram incríveis, parabenizo a todos, porém eu já escolhi e não vou voltar atrás. Jade, venha aqui agora – disse a nossa professora de inglês, eu adoro ela.

Então veio ao palco a garota da voz maravilhosa que cantou antes da gente se apresentar. Ela abraçou a professora, emocionada, e ficou ao lado de Ricardo.

É agora. Minhas mãos estavam suadas, eu estava super nervoso. Era nossa ultima chance. Se o professor de biologia não nos escolhesse, eu teria um ataque. Guto estava igualmente nervoso, e Jorge também. Estávamos esperando isso a tanto tempo. Nós seguramos as mãos um do outro e rezamos para que a gente fosse escolhido. Era um momento de muita tensão. E até agora o professor estava em silencio.

- bem, gente... foi uma decisão muito difícil para mim, fiquei muito mal por ter que escolher uma banda e deixar de escolher a outra. Espero que não me arrependa da minha escolha, mas enfim... vamos lá. Venham ao palco agora mesmo... Matheus, Gustavo e Jorge!

Eu explodi de alegria por dentro. Gustavo me abraçou e Jorge também. Fomos animados para o palco e cumprimentamos o professor.

- a partir de agora eu vou AMAR estudar biologia – eu disse a ele.

- não se preocupe, logo logo você vai se livrar dessa matéria chata. – ele piscou para mim.

Eu fiquei no canto e o professor juntou os outros num canto. Ficaram cerca de um minuto conversando. Enquanto isso eu olhei em volta. O que eu faria se vencesse? Será que as pessoas iriam gostar das minhas musicas? Será que iriam gostar de um cantor homossexual? Eram tantas perguntas que eu ficava tonto. Olhei para o Jorge; ele fazia um coração com as mãos para Ana, que estava na platéia fazendo o mesmo para ele. Ela olhou para mim e mandou um beijo pra mim. Eu sorri e mandei outro pra ela. Olhei para Gustavo. Era para ele estar feliz, mas parecia estar um pouco triste. Eu olhei na mesma direção que ele e entendi; Bruno estava do outro lado da quadra, num canto, tocando violão e cantando ao mesmo tempo que olhava para uma garota (acho que era sua namorada). Coloquei a mão no ombro de Guto.

- não fica assim cara. Você devia estar feliz, nós chegamos até aqui. E temos chances de ganhar. E se o empresário que o diretor chamou quiser investir na nossa carreira? Imagina só...

- eu estou feliz Matt, é sério. Mas... – ele fungou – isso dói tanto dentro de mim.

- tudo isso vai passar. Vamos superar isso juntos, lembra?

- sim – ele me deu um abraço – obrigado Matheus.

Os professores se viraram e estavam prestes a anunciar o vencedor.

- pessoal, depois de discutirmos feio ali, chegamos a um veredicto. E decidimos que o escolhido que terá um empresário para investir em sua carreira é... Jade Carvalho.

Eu suspirei. Um mar de decepção me invadiu por dentro. Jorge viu meu nervosismo e colocou a mão no meu ombro.

- Theu, não fica assim. Por mais que a gente tenha desejado isso mais do que todos aqui... ela mereceu.

- você tem razão. Vamos dar outro jeito. Não é porque ela venceu aqui que não temos chance de encontrar um empresário que invista na nossa banda.

- verdade. Ainda somos uma banda. Não vamos desistir, certo? – disse Guto.

- não mesmo – eu sorri.

Nós três nos abraçamos e depois aplaudimos Jade, que estava sendo cumprimentada pelos professores. E em seguida veio o diretor no palco e mais um cara. Acho que era o tal empresário.

- boa noite gente. Espero que tenham se divertido nesse primeiro festival de talentos. E esse homem ao meu lado é o Fernando Vasconcelos, isso mesmo, o meu amigo empresário. E quero dar os parabéns à Jade Carvalho por ter ganhado a competição.

Ele apertou a mão dela e o tal Fernando pegou o microfone.

- boa noite a todos. Fico muito feliz em investir nessa jovem, ela com certeza tem muito talento e carisma, e tenho certeza que fará muito sucesso. Mas quero avisar a vocês todos, que eu não sou o único empresário neste lugar.

Todos nós nos olhamos confusos.

- Rogério e Hugo, venham aqui por favor.

Do palco saíram dois homens que eu sinceramente não tinha reparado. Eles tinham se infiltrado entre os alunos. Eles chegaram até o palco e eu me lembrei; um deles era Rogério, o homem que tinha me procurado no shopping. Ele deu um sorriso para mim.

- estes são meus outros amigos, empresários bem sucedidos, e a muito tempo estão procurando novos talentos. E eis que estão aqui três... ou melhor, cinco adolescentes talentosos que certamente tem um futuro brilhante pela frente. Com a sua permissão Geraldo (o diretor), eu gostaria de indicar estes dois amigos para investir nestes talentos.

O diretor deu um leve sorriso.

- com certeza!

- então, Hugo e Rogério, escolham seus talentos!

Como eu esperava, Rogério veio até nós.

- que bom ver você novamente. Qual o seu nome mesmo?

- Matheus!

- ah sim! Matheus, qual o nome da sua banda?

- er... – eu fiquei receoso do nome da banda ser um pouco... ridículo.

- Dark Side – disse o Guto.

- hum! É uma banda de rock, certo?

- sim – disse o Jorge.

- gostei do nome, diz mais ou menos como é a banda. Misteriosa, sombria, porém expressiva, direta... acho que é mais ou menos isso.

- sim, é isso mesmo! – eu disse empolgado – como sabia?

- só os que conhecem o outro lado sabem! – ele piscou para mim – Matheus, por que não ligou para mim?

- bem... naquele momento eu não estava tão interessado como estou agora sabe? Agora, neste momento, o que eu mais quero é seguir essa carreira. Mas nem me lembrei de guardar seu numero... hey, eu achei que você fosse dono de uma gravadora.

- mas eu sou. E também sou empresário. Por isso montei o palco no shopping naquele dia, há tantos talentos jovens nessa cidade. Mas mesmo assim você não conseguiu fugir de mim! – nós todos rimos.

Nós saímos do palco, Jade Carvalho com seu novo empresário, Ricardo Garcia com seu novo “parceiro” de trabalho, e a banda Dark Side com um simpático empresário. Depois que saímos do palco, sentamos na arquibancada e Jorge começou a conversar com Rogério. Eu estava começando a conversar com o Gustavo quando ele me interrompeu.

- Matt... olha só ali.

- o que?

- ele ta te chamando.

Eu olhei para trás, não fazia a mínima idéia de quem ele estava falando. Então meu olhar se encontrou com o dele. Thiago estava tão... diferente. Cabelo cortado, rosto coberto pela barba... e o que me doeu por dentro era que ele estava tão bonito, mas eu ainda estava magoado. Tão perto, mas... tão longe. Ele me chamou de longe. Fez um sinal para eu ir até ele. Eu sabia que ele queria conversar. Resolvi ir até lá, ouvir o que ele tinha para falar.

- você vai lá?

- vou. Preciso saber porque ele fez aquilo. Mas não pretendo tomar nenhuma atitude.

- eu entendi. Vai lá, vai ficar tudo bem.

Então eu levantei e caminhei em direção a ele.

...

NARRADO POR GUSTAVO

Matheus se levantou e foi para perto de Thiago. Os dois trocaram algumas palavras e foram para um lugar afastado, longe de tudo e de todos. Jorge estava conversando com Rogério, e então só me restou olhar ao redor. O diretor, os professores, os empresários e os vencedores do show de talentos já tinham ido embora. Estavam ali na quadra o palco ainda montado, uma multidão de alunos gritando e cantando ao som de musicas que eram tocadas no palco. Ana chegou até a mim junto com a galera, o Guilherme, a Mariana, a Paula e a Laisa e todos me deram os parabéns. Depois Ana chamou Jorge para eles irem embora. Jorge pegou o telefone do Rogério, se despediu de mim e foi embora. Rogério foi também. Eu estava pensando em ir embora, já que não tinha mais nada para fazer ali.

E então eu o vi subindo no palco. Bruno parou a musica e todo mundo começou a reclamar. Ele nem ligou e puxou um banco, onde se sentou em seguida; apoiou o violão em seu colo e tocou as primeiras notas. Com o microfone ajustado à sua altura, ele começou a falar.

- gente, me desculpem, mas eu preciso fazer isso. Não para o show de talentos, mas para uma pessoa muito especial que está me vendo aqui e agora. Eu quero cantar essa musica pra ela e... espero que ela entenda o que eu sinto agora.

(Lifehouse – You And Me)

What day is it

And in what month?

This clock never seemed so alive

I can't keep up, and I can't back down

I've been losing so much time

'Cause it's you and me and all of the people

With nothing to do, nothing to lose

And it's you and me and all of the people and

I don't know why I can't keep my eyes off of you

All of the things that I want to say

Just aren't coming out right

I'm tripping on words, you've got my head spinning

I don't know where to go from here

'Cause it's you and me and all of the people

With nothing to do, nothing to prove

And it's you and me and all of the people and

I don't why I can't keep my eyes off of you

Something about you now

I can't quite figure out

Everything he does is beautiful

Everything he does is right

'Cause it's you and me and all of the people

With nothing to do, nothing to lose

And it's you and me and all of the people and

I don't know why I can't keep my eyes off of you

You and me and all of the people

With nothing to do, nothing to prove and

It's you and me and all of the people and

I don't why I can't keep my eyes off of you

What day is it

And in what month?

This clock never seemed so alive

Nota do autor: a música original tem o “She” ao invés do “He”. Eu os troquei por ser uma declaração homossexual.

E assim que ele terminou de cantar, eu chorei. Ele olhou diretamente para mim.

- eu queria mostrar para ele na frente de todos vocês que eu to arrependido por ter tratado ele daquela maneira. Eu me arrependo demais por ter feito aquilo. Eu sei que para alguns é errado um homem amar outro homem desse jeito... mas... eu simplesmente o amo demais para dizer não a ele novamente. Gustavo... – ele se levantou e colocou o violão no chão, chorando – me perdoa?...

Eu saí do meu lugar e corri até ele. Ele largou o microfone e veio correndo até a mim. Nós nos abraçamos. Ele me apertava e beijava minha nuca, soluçando de tanto chorar.

- eu... não quero te perder outra vez, Gustavo... fica comigo...

- eu nunca pensei em te deixar, Bruno... eu te amo!

- eu também te amo...

Beijei seus lábios carinhosamente enquanto ele se agarrava à minha cabeça. Nossas respirações estavam aceleradas, seu beijo era doce e cativante; eu me apaixonei por aquele garoto fofo e carinhoso, aquele moreno que era tão lindo quanto o pôr-do-sol. Ele era o meu príncipe, o meu Bruno. Nossos lábios se desencostaram e eu já sentia falta de beijá-lo novamente. Maior parte dos que estavam ali nos aplaudiram; os outros só olharam, desconfortáveis por terem visto uma declaração de amor gay.

- então... você me perdoa?

- sim, meu lindo, eu te perdôo... só com uma condição.

- qual condição?

- aceita largar aquela garota e namorar comigo?

- primeiro, ela nunca foi minha namorada de verdade, é uma amiga que fingia ser minha namorada pra ninguém desconfiar que eu era gay. E segundo... eu aceito ser seu namorado!

- que bom... eu esperei muito tempo por isso...

- só uma coisa, largue o Matheus pra namorar comigo.

- ele também nunca foi meu namorado de verdade, mas isso é uma longa história...

- então o que acha da gente ir pra minha casa agora? Comemorar nossa primeira relação como namorados?

- seria uma honra... vamos!

E nós fomos para a saída do colégio, esperar pelo motorista do Bruno, que iria nos pegar e nos levar para a casa dele. Enquanto a gente esperava, compensamos o tempo perdido dando uns belos amassos um no outro, e experimentando nossos beijos viciantes. Enfim... eu estava feliz de verdade.

Continua...

Sim, antes que vcs perguntem... fui eu quem compus a música - The Wrong Side, Dark Side. Eu, num certo momento da minha vida, me senti preso a algumas coisas e estava depressivo, então esse foi meu refúgio para expressar o que eu sentia. Eu ainda fico depressivo ás vezes, mas nem tanto, entretanto eu continuo a compor músicas, pois eu descobri que gostava muito de fazê-lo e já compus tantas que até peguei o jeito. Espero que tenham gostado desse final de temporada, e daqui a uma ou duas semanas eu estarei de volta com a terceira temporada. Aguardem... beijos e abraços pra vcs, e não esqueçam de comentar!! <3 <3

*"Gueiá" na verdade é "Oi" em grego (γεια). Sim, eu gosto de grego, e daí? ;)

*----------*** KEEP CALM and WAIT FOR TEEN LIFE! ***----------*