Cap. 19

Parte da série Teen Life

Teen Life

Oi galera, desculpa mesmo a demora, estava com problemas de conexão aqui e consegui pegar um sinalzinho de wi-fi, então estou aqui. Não sei se devia dizer isto, mas estou um pouco depressivo esses dias, então não achem que eu sou um chato. Eu sei que sou, mas enfim... vamos aos feeds.

BielRock, obrigado pelo feed e fico surpreso que vc goste do Guilherme (vc é o primeiro rsrs). Um abraço.

Fagner, obrigado por sempre comentar aqui na minha série, fico muito feliz com seus feeds, e sim, eu sei que sou um gatão, mas vc é mais rsrs. Sobre a cena do Guilherme com o Thiago, isso já aconteceu com um amigo, eu fui só "brincar" com ele, nada demais, e ele ficou todo besta... foi muito engraçado, pena que eu não estou com humor pra rir junto contigo (provavelmente vc deve ta rindo agora). Um abraço pra ti meu gatão.

Gnomos, sério que vc tem cabelo branco?? Uau... impressionante. E não, eu não tenho cabelo verde (ainda). Que bom que está gostando, e não subestime sua habilidade de escrever, vc pode ser um ótimo escritor se quiser... um abraço!

death valley, bem vindo a minha série, e fico feliz de estar conquistando mais leitores. Eu particularmente não tinha pensado nessa possibilidade (Gui & Guto), pq desde o inicio dessa série eu já tinha criado e escolhido os casais na minha cabeça... mas me colocando no seu lugar eu até entendo, o Gui se descobrindo enquanto o Guto está sofrendo com a rejeição do Matt... e aí eles ficam juntos. Mas é isso, pode desabafar mesmo que eu nem ligo hehehe, as opiniões de vcs são muito importantes. Um abraço!

escritor da noite, obrigado mais uma vez por continuar acompanhando, e sim, pode me chamar de malvado por ter te deixado ansioso por mais uma... eu quis dizer mais um capítulo, às vezes minhas frase vem cheias de duplo sentido rsrs... Um abraço!

didico445, obrigado pelo elogio e vc tbm é um doente... hehehe. Esquece, nós dois somos e pronto. E obrigado por continuar acompanhando. Mais uma coisa: quando vc vai continuar o AEA? To morrendo de saudade do Sasha. Um abraço!

N T N, que bom que continua acompanhando. Estou meio sem disposição hoje, mas como eu estava na casa de minha tia eu usei o note dela pra atualizar. E eu andei pensando a respeito, e acho que vou deixar ela quietinha, viva, até pq todo mundo merece uma segunda chance... MENTIRA eu vou matar ela, vc me ajuda a esconder o corpo, meses depois a policia encontra e finalmente os pais dela fazem um velorio onde vão aparecer pelo menos umas duas pessoas (os pais dela) e os que passarem pelo cemiterio na hora que o corpo tiver entrando vão dizer exatamente o que vc disse... cara, valeu pela inspiração hehehehe... Obrigado por comentar e um abraço!

fran, com tanto elogio assim eu derreto (hehehehe), mas infelizmente eu perdi meu e-mail e não sei quando poderei arranjar tempo pra criar outro (eu trabalho o dia inteiro). Relaxe que quando eu puder eu te adiciono ok? Um abraço!

Igor, em primeiro lugar eu não te bloqueei. Segundo, não foi culpa minha, aconteceram muitas coisas que desencadearam vários problemas com os quais eu estou lidando agora. Acredite, eu não queria ter parado de falar contigo. Não, agora eu vou ser bem sincero. Aquela foi a primeira vez que eu estava tendo intimidade com um garoto, e eu realmente gostava de dizer "eu te amo" e tals, eu não te "amava" pra valer, mas eu estava começando a gostar, ta?! Eu passei por uma barra depois daqueles dias e estou nessa até agora, então nem venha colocar a culpa em mim, nem peça meu numero pq eu nem tenho mais celular pra me falar com meus amigos, muito menos com vc... é sério, peço a sua compreensão pq eu realmente não queria que tudo isso acontecesse. Fique bem.

Capítulo 19

NARRADO POR GUSTAVO

Eu nunca sofri tanto como estou sofrendo agora. Matheus está acabando comigo, com minha saúde mental, meu relacionamento com as pessoas... minha vida está um inferno. Depois que eu saí correndo da frente de Matheus, ontem à tarde, fui pra minha cabana e lá chorei a noite inteira. Ninguém veio me perguntar como eu estava, ninguém veio atrás de mim, ninguém naquela droga de acampamento ligou pra mim. Agora, nesse momento, estou dentro da casa, sou um dos últimos que chegou pra tomar café; já eram umas 11h, eu e poucas pessoas que acordaram tarde foram abastecer o estomago.

Eu estava isolado, como sempre, numa mesa vazia... num canto da sala, tomando meu café da manhã. Nem sei ao menos porque fui pra essa droga de acampamento, o que vim fazer aqui?! Estou me autodestruindo aos poucos. Mal conseguia tocar na comida, apesar de estar com a barriga roncando de fome. De repente uma garota senta na minha mesa.

- oi!

Eu a olhei, sem responder nada. Não estava a fim de conversar com ninguém.

- não vai falar nada? Você é tão lindo, devia sorrir mais...

- não to a fim. Vaza daqui e me deixa tomar café em paz.

Ela se assustou um pouco com minha voz grossa. Realmente eu tinha mudado, até minha voz tava diferente. Ela levantou e foi sentar em outra mesa, com seus amigos. Olhei pra eles. Estavam todos felizes, conversando, sorrindo, cada um tinha uma companhia. Cara, a vida é uma filha da puta mesmo, sempre jogando na minha cara que estou sozinho e sofrendo por uma paixão não correspondida. Percebi que a garota que veio falar comigo se sentou ao lado de um rapaz. Eles se beijaram e continuaram a conversar normalmente.

Meus olhos se prenderam à beleza daquele garoto. Ele tinha o cabelo preto e arrepiado, olhos castanhos escuros, pele morena, e pelo físico dele eu acho que ele freqüentava a academia. Senti uma leve tontura de repente, não sei porque. Resolvi sair dali e pegar um ar lá fora. Não, não podia ser. Eu estava louco, só pode. Aquele era o mesmo garoto que apareceu no meu sonho. Fui correndo até um cais (que eu não sabia que existia ali naquele lugar) e sentei lá na frente. Olhando o grande lago e os peixinhos que apareciam na superfície para ver aquele sol quentinho, eu pensava e suspirava.

- queria ser como vocês, meus amiguinhos... – eu disse olhando pros peixinhos inofensivos, que mal me entendiam – sem preocupações, sem dores, só se preocupam e crescer e se reproduzir... e só.

Peguei um peixinho e olhei pra ele, que tentava sem sucesso, escapar das minhas mãos.

- sabe, a vida é uma vadia. Faz você sofrer e sofrer... você nunca pode contar com ela. Se você quer ser feliz, vá você mesmo atrás da felicidade, pois a vida nunca vai dar ela de bandeja pra você... Aii o que eu to fazendo?!

Soltei o pobre peixinho, que nadou para as profundezas do lago, pra bem longe de mim.

- ótimo, estou falando sozinho... só falta minha barba crescer e eu morar numa ilha deserta depois de um naufrágio.

- fazer um bonequinho chamado “Wilson” também faz parte da lista? – disse uma voz atrás de mim. Eu olhei e de repente vi o garoto moreno, era ele que estava falando comigo.

- pode ser.

Ele sorriu pra mim e eu fiquei sem graça. Era o sorriso mais lindo que eu já vi nessas últimas semanas.

- posso sentar aqui com você?

- pode. O lugar não é meu.

- mas se fosse outra pessoa, você não deixava né?

- não sei. Depende da pessoa.

- você é assim mesmo, todo frio com as pessoas?

- sim. Sempre fui assim (olha a mentira).

- ah vamos! Você é muito calado, muito deprê!

- eu já disse, é o meu jeito! – falei um pouco irritado – vai lá voltar pra sua namoradinha vai.

- ok, só queria conversar...

Ele se levantou e eu me arrependi de ter falado daquela maneira com ele.

- ei! – eu disse e ele parou, virando pra mim.

- o que? Não queria ficar sozinho?

- desculpa, eu fui um grosso contigo, você nem fez nada...

- não fiz mesmo. Mas tudo bem... posso ficar aí com você?

- pode.

Ele voltou e sentou ao meu lado.

- você me parece familiar...

- eu?

- sim, acho que já te vi em algum lugar... – disse o garoto.

- por exemplo...?

- você morava na Espanha?

- não... – eu estranhei a pergunta – por que perguntou isso?

- porque eu morava lá. Sou espanhol. Mas meus pais decidiram morar no Brasil e me trouxeram com eles. Uma pena, pois eu amo a Espanha.

- deve ser legal lá. Seus pais também são espanhóis?

- só minha mãe. Meu pai é brasileiro. Ainda bem que eu sei falar as duas línguas, senão eu estava perdido! Todos os meus amigos ficaram na Espanha, mas aqui eu conheci a Thais e ela me apresentou os amigos dela.

- ah... quem é Thais?

- minha namorada.

- ah ta...

- então... qual o seu nome?

- Gustavo. Mas pode me chamar de Guto.

- meu nome é Bruno. Engraçado, todos os “Gustavos” que eu conheço têm esse apelido: Guto.

- normal. É o único apelido pra esse nome.

- bem... o único que inventaram até agora. Poderia ser Gutinho, Gus, sei lá.

- hum... – fiz uma careta e ele riu – prefiro ser o Guto. É um apelido mais legal.

- tem razão. E aí, tem namorada?

- não, sou solteiro.

- que bom, deve pegar muitas garotas.

- na verdade, eu não pego não. Estou passando por uns problemas, prefiro ficar sozinho por enquanto.

- até alguém legal aparecer?

- é, pode ser. Se eu gostar dessa pessoa e ela me tirar da deprê, tudo bem.

Ele riu baixinho. Eu podia estar aparentemente normal, mas no fundo eu estava super feliz por ele estar falando comigo. Ele era simplesmente fofo demais! Estava tudo surpreendentemente perfeito naquele momento. Nós dois sentados à beira do cais, nossos olhos refletindo a luz do sol, a brisa estava agradável, o lago cheio de peixinhos que beliscavam nossos pés submersos na água, Bruno sorrindo pra mim. Tudo estava perfeito. Só que uma garota chegou por trás de Bruno e o abraçou.

- amor, o pessoal ta te chamando...

- ei – eu disse e a garota olhou pra mim – desculpa ter sido grosso contigo. Eu estou naqueles dias, sabe... desculpa.

- ah... tudo bem – ela sorriu pra mim – todo mundo sofre por um amor não correspondido uma vez na vida.

- é... (como ela sabia?!)

- o pessoal ta te chamando. – disse a tal da Thais.

- ah sim, já vou. Quer ir com a gente Gustavo?

- ahn...

- por favor, eu insisto. Ninguém pode ficar isolado da sociedade como você está. Vem comigo, garanto que você vai se sentir melhor!

- ta bem... tomara que você esteja certo.

- confia em mim – ele se levantou e estendeu a mão pra mim.

Ele segurou na mão da Thais e fomos os três para um grupinho que estava em frente a casa. Confesso que estava me sentindo um pouco melhor. Pela primeira vez naqueles dias no acampamento, que alguém prestava atenção em mim, ou pelo menos mostrava se importar comigo.

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NARRADO POR GUILHERME

Não sei o que deu em mim. Eu acho que me empolguei demais, não sei dizer. O fato é que eu beijei um homem! Como eu pude fazer isso?! Quer dizer, não vou mentir dizendo que não gostei. É só que... isso é muito novo pra mim. Eu beijei aquele garoto, o Jonathan, e fugi em seguida. Não sei se foi por vergonha dele ou por medo de que alguém me visse beijando um cara.

Depois de sair correndo, fui até a minha barraca e fiquei lá até anoitecer. Saí pra jantar e depois eu fui atrás do Matheus. Não foi difícil achar, foi só ver um garoto de cabelo verde de longe que eu fui até ele.

- Matheus?

- hum?... – ele se virou e olhou pra mim – Guilherme? O que foi?...

- preciso falar com você.

- sobre?...

- eu queria te pedir desculpas por tudo que eu fiz com você. Eu sei que fui um idiota, não dei valor aos verdadeiros amigos que eu tinha e deixei você e o Thiago sozinhos na hora que mais precisavam de mim. Pode me xingar, pode me bater também, eu mereço...

- cara, relaxa. O Thiago já me explicou tudo. Agora eu não entendo, por que você fez aquilo tudo? Por que se importar com o que os outros vão pensar de você? Se eu me importasse com o que pensam de mim, talvez hoje eu ainda estivesse dentro do armário. Talvez eu nunca tivesse livrado o Thiago das mãos da Larissa. Talvez eu nunca fosse feliz. Porque eu sei que algumas pessoas não gostam de mim pelo fato de eu ser gay, mas eu não ligo pra isso. A vida é minha, cara. E não vai ser ninguém que vai me impedir de fazer o que eu gosto de fazer.

- tem razão. Eu... Aaaooo!!

Ele fechou a mão e deu um soco no meu braço. Pode parecer um soquinho besta, mas ele fez isso com força, doeu pra caralho.

- isso é por você ter quase me dado uma surra naquele dia no banheiro!

- ok... tudo bem.

Depois ele me puxou e me abraçou.

- e isso é porque você deixou de ser idiota e me pediu desculpas.

- valeu, Matheus... fico feliz que você me perdoou.

- mas se isso acontecer de novo, eu vou te dar outro soco desse, e não vai ser no ombro.

- então vai ser...

- sim. Exatamente naquele lugar que você está pensando.

- ok, não vai acontecer de novo. Eu prometo...

- certo, eu confio em você... – ele me abraçou de novo - quer ir ali na barraca do Jorge, a galera está toda lá.

- quero sim, estava com saudade das nossas reuniões!

- então vambora...

Segui o Matheus até a barraca do Jorge. Assim que eu cheguei, Jorge olhou meio torto pra mim. Ana e Laisa também estavam lá. Thiago estava ao lado de Jorge, com o violão nas mãos.

- o que você quer aqui, Guilherme? – disse Jorge.

- calma Jorge – disse Matheus – o Guilherme tem algo a dizer pra vocês.

Todos olharam pra mim e eu comecei a falar.

- desculpa por ter me afastado de vocês, eu só descobri que vocês são meus amigos de verdade depois que eu os perdi... não fui um amigo verdadeiro com vocês, não estive ao lado de vocês nas horas que vocês precisaram... me perdoem... e-eu senti muito a falta de vocês. Não devia ter me afastado.

- isso foi impressionante... vindo desse galinha. – disse Laisa.

- Laisa! – disse Matheus.

- to brincando Matt... vem aqui Gui, você precisa de um abraço!

Ela se jogou em cima de mim e nós caímos no chão da barraca. Thiago largou o violão e se jogou em cima de nós dois.

- uhuuu!!

- abraço coletivo!! Também querooo!! – disse o Matheus se jogando em cima de todo mundo.

Enfim, depois que os cinco se jogaram em cima de mim e quase me asfixiaram, caímos todos na risada. Ok, eu quase morri asfixiado, mas até que foi divertido.

- kkkkk você ta vermelho, Gui!

- foi a doida da Laisa que me beliscou! Kkkk

- eu? Eu não belisco, nem mordo meu bem! Eu sou tão inofensiva quanto uma pena de passarinho.

- mas existem pessoas que tem alergia a pena de passarinho! – disse Matheus e todos rimos da cara da Laisa.

Aquela noite foi a melhor de todas. Mil vezes melhor que as noites que passei bebendo com aqueles falsos e transando com as garotas das festas. Eu estava de volta com a minha galera, e isso eu não trocaria por nada.

- “mamãe... eu consegui! Obrigado.”

Continua...

Não sei quando voltarei a postar novamente, talvez semana que vem ou daqui a duas semanas, eu realmente não estou a fim de fazer nada nesses dias, e se eu for escrever alguma coisa, ou eu vou descarregar toda a minha depressão na história e deixá-la com a minha cara, ou eu vou escrever coisas sem sentido e deixar o texto uma merda (acho que ambos são a mesma coisa). Enfim, obrigado pelos que estão acompanhando e os que ainda não criaram coragem para criar uma conta e deixar seus feeds aqui (essa é a deixa pra vcs fazerem isto), e me desculpem por ter encerrado essa postagem com um ar melancólico. Um abraço para todos vcs!