Cap. 11

Parte da série Teen Life

Teen Life

Oi gente, obrigado pelo incentivo de vcs, valeu mesmo... bem, aqui vai mais um capítulo emocionante (ou não).

Capítulo 11

NARRADO PELO AUTOR

Matheus estava demorando demais. Ele dissera que estava quase chegando em casa. Ana já estava ficando preocupada.

- Ana... – disse Jane – você disse que ele estava saindo da casa de Thiago. Você tem certeza que ele não vai dormir lá?

- não mãe... ele disse que viria pra cá. Ele tem uma coisa importante pra falar pra vocês! Mas já era pra ele estar aqui!

- e isso é muito importante? – disse Marcelo – conte pra gente, Ana, enquanto ele não chega.

- ok... – Ana respirou fundo – tentem se acalmar, sentem no sofá...

- Ana, fala pra gente, pelo amor de Deus! Eu estou ficando preocupada!

- filha, você sabe onde está o seu irmão?!

- não pai, eu não sei! – Ana ficou com vontade de chorar – eu... é melhor a gente esperar ele vir e contar pessoalmen...

A campainha tocou várias vezes seguidas.

- ele já chegou gente... – disse Marcelo – se acalmem.

Mas a última pessoa que eles imaginavam estava na porta de casa.

- Guto?! O que está fazendo aqui? E o que aconteceu com você?! – disse Ana, chocada – vem, entra!

Gustavo estava com um ferimento na cabeça e seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar; as lágrimas não paravam de escorrer pelo seu rosto e a ferida não parava de sangrar.

- Gustavo – disse Marcelo – me explica o que aconteceu com você!

- seu Marcelo, eu tentei impedir, eu fui um fraco... – seus orbes verdes inchavam a cada lágrima – eu não consegui impedir, agora eu não sei onde ele está!!

- ele quem?!

- o Matheus...

- ai meu Deus!! – disse Jane – o que aconteceu com meu filho?!

- Gustavo, diz pra gente o que aconteceu!! – Ana estava chorando.

- tudo bem, eu vou contar...

FLASHBACK – NARRADO POR GUSTAVO

Eu estava dando uma volta no parque com minha bike nova. Eu convenci meus pais de ir sozinho, mesmo sabendo que no domingo aquele parque fica muito deserto. Claro que aquilo era só uma desculpa pra esquecer um pouco o Matheus; eu fiquei sabendo da confusão que houve na aula de educação física, uns colegas me disseram que a Larissa tinha chantageado o Thiago com um vídeo dele beijando o Matheus e ameaçou contar pra todo o colégio se ele não aceitasse namorar com ela.

Eu não fiquei surpreso com essa atitude, eu sei que a Larissa não presta mesmo. Só fiquei triste mesmo quando disseram que o Thiago beijou Matheus na frente do colégio inteiro, e agora ninguém vai separar aqueles dois. Eu realmente não tenho chances com ele, ele não gosta de mim do mesmo jeito que eu gosto dele e isso me dói muito. Então eu resolvi passar o resto do dia trancado no meu quarto, bebendo refrigerante e comendo batatas fritas; nem fui na academia, porque sabia que eles estariam lá e sabia que não iria agüentar ficar sem chorar na frente deles.

Então resolvi pegar minha bicicleta nova e dar uma volta no parque. Saí, fiquei um tempo pedalando, mas o Matheus não saía da minha cabeça; cansei de andar de bicicleta, afinal é impossível esquecer aquele a quem amamos, e no meu caso, não seria diferente. Fui andando e arrastando minha bicicleta pra casa, minhas pernas estavam cansadas de pedalar. Foi aí que eu vi uma movimentação estranha na frente de uma casa. Havia três pessoas e uma delas havia caído no chão. Era um homem, um garoto pra ser mais exato. Quando cheguei mais perto pra ver, meu coração quase salta pela boca: Matheus era o garoto que havia desmaiado. Eu fiquei desesperado e corri até eles pra salvar meu amor. O rapaz que estava lá, que estava segurando Matheus, largou-o no chão e veio em minha direção. Como eu já esperava, ele lançou sua mão na direção do meu rosto pra me dar um soco. Eu desviei na hora, mas ele foi mais rápido e me deu outro soco, que acertou meu estômago. Eu fiquei tonto, o que facilitou pra ele vir por trás de mim e segurar meus braços.

- me solta!!!

- Guto, o que você ta fazendo aqui? – a outra pessoa falou e só naquela hora eu percebi que era uma mulher. Também identifiquei na hora a dona daquela voz.

- Larissa?!

- sim, meu bem. Veio me pedir desculpas pelo tapa do outro dia?

- não seja cínica! O que você fez com o Matheus?!

- eu? Só vou ensinar esse capim ambulante que não devia mexer com as coisas dos outros!

- você ta falando do Thiago? Se enxerga Larissa! Ele não te ama! Ele ama o Matheus! – fiquei com dificuldade pra falar a última frase.

- e quem te chamou aqui? Vai procurar algo melhor pra fazer! – ela disse.

- o que você vai fazer com ele?! – eu já estava desesperado.

- nada demais... não se preocupa, eu vou cuidar muito bem do seu amiguinho verde, rsrs...

- pára de rir, sua puta!!!

Ela olhou feio pra mim e me deu um tapa na cara.

- isso é pelo outro dia! E puta é a tua vovozinha!!

- isso!! Me bate!! Eu não tenho medo de apanhar não, sua biscate!!

- ah é?! Adriano dá um trato nele pra mim! Eu vou pra casa cuidar desse aqui... – disse ela enquanto arrastava Matheus para longe de mim.

Eu fiquei com um calafrio. Um medo intenso tomou conta de mim.

- até que você é gostosinho... – ele disse e eu fiquei com mais medo ainda.

- o que... você vai fazer?! – minha voz quase não saiu.

- nada... demais.

Ele me levou para um lugar perto do parque onde não tinha ninguém, ninguém mesmo. Estava deserto e ninguém apareceria pra me salvar.

-vamos acabar logo com isso... antes que alguém nos pegue.

- antes que alguém TE pegue...

- cala a boca, seu putinho! – ele gritou.

Em seguida, ele deu um tapa tão forte que eu caí no chão, gemendo.

- por favor... – eu disse, chorando – me deixa em paz... não faz isso comigo...

- eu mandei calar a boca!

Ele chutou minha barriga e eu fiquei mais tonto ainda do que eu já estava. Depois ele me virou de costas e arrancou minha bermuda; depois ele arrancou minha cueca; eu ouvi ele abrindo o zíper da calça e abrindo uma embalagem. Ele jogou para o lado e eu vi que era de uma camisinha. Aí o pesadelo começou.

...

Depois de me usar e me deixar com o cu sangrando, ele tirou a camisinha e colocou no bolso. Ele me deixou lá no chão, largado, abandonado, como se eu fosse um lixo. Foi assim que eu me senti: um lixo humano.

- isso é pra você aprender a não meter o nariz onde não deve, seu viadinho! – ele disse e depois foi se afastando até desaparecer.

Eu usei o resto das minhas forças e levantei, com as pernas bambas e o corpo tremendo de frio. Vesti minhas roupas que estavam jogadas no chão e fui para o único lugar que me veio à mente naquele momento: a casa de Matheus.

FIM DO FLASHBACK – NARRADO PELO AUTOR

Gustavo não parava de chorar. Ana ficou ao seu lado, consolando-o. Marcelo olhava horrorizado para as feridas no rosto de Gustavo, todas feitas durante o estupro. Jane estava desolada; seu filho estava desaparecido e o amigo dele tinha acabado de ser estuprado.

- mas por que essa garota faria isso com o Matheus, Gustavo? – disse Marcelo.

Gustavo e Ana se olharam. Ana respirou fundo.

- pai, mãe... lembra que o Matheus estava todo deprimido, só ficava triste pelos cantos...

- sim, o que tem isso, filha?!

- ele estava apaixonado... e a Larissa passou a ter inveja dele porque... – ela fez uma pausa.

- por que Ana?!

- porque ele estava apaixonado pelo Thiago.

Todos ficaram em silêncio. Jane olhou para Ana, chocada.

- você está querendo dizer que...

- sim, mãe! – Ana começou a chorar de novo – o Matheus é gay!! Ele é apaixonado pelo Thiago. No último sábado, nós fomos pra festa do Guilherme. O Thiago estava lá e ele e Matheus ficaram um tempão no quarto conversando. No dia seguinte, Matheus estava feliz, tão feliz... porque Thiago também gosta dele! Os dois começaram a namorar, mas a Larissa descobriu e chantageou o Thiago pra ele namorar com ela! Ele terminou com Matheus porque ficou com medo dos garotos violentos do colégio! Larissa disse que Matheus estaria em perigo e Thiago agüentou aquela nojenta só pra proteger o Theu!! Ele sofreu demais, achando que Thiago não amava mais ele; mas quando ele descobriu tudo, ele fez a maior confusão! Todos descobriram que ele era gay e ele ainda gravou uma conversa entre Thiago e Larissa. Depois que ele mostrou a gravação pra todo mundo, todos ficaram contra Larissa, e os dois voltaram a namorar, dessa vez na frente de todo mundo. E a Larissa... jurou que eles iriam pagar pela humilhação que fizeram com ela.

A sala ficou em silêncio outra vez, a não ser pelo soluço baixo de Gustavo.

- venha Gustavo – disse Jane – vou pegar os curativos...

Ela foi para a cozinha e Gustavo a seguiu, ainda com as pernas bambas.

- e-eu... – disse Marcelo – o meu filho, o meu Matheus...

- pai... – disse Ana – não começa, por favor...

- Ana! Seu irmão está em perigo lá fora! Eu não posso ficar parado diante disso!! Eu vou procurá-lo!

- então... v-você não se importa se ele é...

- não filha! Eu já sabia disso! Eu sempre soube! Pai é pai!

- eu... eu vou com você! Eu vou te ajudar na procura! Falamos disso quando encontrarmos o Matheus.

Pai e filha se despediram de Jane e de Gustavo e saíram em busca de Matheus.

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NARRADO POR MATHEUS

Eu acordei em um lugar escuro e empoeirado, minha cabeça não parava de latejar. Eu olhei em volta, mas só o que eu via eram... caixas! E teias de aranha. Onde, exatamente, eu estava? Aos poucos, comecei a me lembrar de como havia parado ali.

Eu estava na rua, voltando pra minha casa. Mas inesperadamente um homem começou a me perseguir. Impulsivamente, eu pedalei mais rápido na minha bike, mas quando olhei para o cara... era o tarado que estava olhando pra mim lá na academia.

Resolvi parar e enfrentá-lo; agora sei que isso foi um grande erro. Ele começou com uma desculpa, uma conversinha mole, mas como eu não caio nessa eu dei um fora nele. Mas o que eu não esperava foi uma mão que tapou minha boca e meu nariz. Me senti tonto, pois o cheiro era forte. Quando caí, percebi na hora o que estava acontecendo; mas já era tarde demais.

Antes de desmaiar, pude ver quem estava por trás de mim: Larissa. E segurava uma garrafa de éter na mão, o que explicou meu desmaio. Depois disso, ouvi gritos vindos de longe, mas não consegui identificar o dono da voz, pois meu cérebro não estava conseguindo raciocinar; minha visão ficou escura e eu apaguei.

Agora eu acordei nesse lugar estranho, com cheiro de mofo, e suando mais do que gordo correndo em esteira de academia (sem ofensas, viu Arthur...). Eu estava amarrado, obviamente; senão eu já teria saído dali. Ouvi uma voz vinda de algum lugar abaixo de mim. Na hora eu fiquei animado, pois poderia ser alguém que pudesse me desamarrar. Podia ser Thiago! Ele podia estar me procurando, louco pra me salvar. Mas... e se não fosse ele? Pior, se fosse alguém como... Larissa?

Meus pés tremeram quando uma porta se abriu, num rangido. O medo tomou conta do meu corpo. Eu não havia percebido antes, mas atrás de mim havia uma escada. E uma luz vinha de cima, iluminando aquele lugar escuro. Eu vi a sombra da pessoa que estava descendo se alongar mais e mais; eu vi uma mulher, e ela estava segurando algo em uma das mãos. Em seguida, ela acendeu a luz e eu percebi que estava em um porão. E a mulher, para a minha decepção, era a própria Larissa.

- oi capim ambulante – disse ela com a voz mais irritante do mundo – está confortável?

- como posso estar confortável se você me seqüestrou, sua jumenta?!

Ela me deu um tapa.

- já chega!! Eu não agüento mais você!!

- então me solta e eu te deixo em paz. Simples...

- NÃO! Você mexeu comigo, Matheus! Você roubou o meu Thiago!

- você ainda não entendeu Larissa?! Ele não te ama!! Ele NÃO gosta de mulher, não gosta dessa coisa entre suas pernas que você gosta de mostrar pra todo mundo! Ele é GAY, não percebeu?! Ele nunca vai ficar com você!!

Ela me deu outro tapa.

- cala a boca, idiota! Ele também não devia ter me provocado! Agora ele vai saber como eu me senti depois de perder alguém que ele gosta!

Ela pegou um taco de beisebol e se preparou para tacar em mim. Ela havia pegado a câmera - que estava na mão dela quando desceu ao porão – e colocado em cima de uma caixa. Provavelmente estava ligada, não entendi o porquê. Mas eu sabia muito bem o que aconteceria comigo.

- relaxa... – disse ela. Ela estava alucinada. – só vai doer um pouco. O suficiente pro Thiago sentir sua falta pra sempre!

Eu entrei em pânico. Ela olhou nos meus olhos e viu meu desespero, e riu maldosamente.

- você não sabe o que está fazendo! Todos vão descobrir o que você vai fazer comigo, se é que já não sabem! E você vai ser presa! Ninguém vai olhar com os mesmos olhos pra você!

Ela me olhou, hesitante. Parecia estar querendo processar as palavras.

- não faz isso, Larissa – eu continuei – não estraga a sua vida por causa de um amor não correspondido... pensa nos seus pais! O que eles vão pensar quando descobrirem que a filha é uma assassina vingativa?!

- chega!! Eu não quero ouvir mais nada!!

Ela pegou o taco e acertou com força a minha cabeça. Eu fiquei tonto, e sem forças, caí pra trás. Larissa levantou o taco para acertar minha cabeça novamente, mas uma mão a impediu: Thiago.

- amor!! Não me impeça!! Nós vamos ficar juntos pra sempre!

- cala a boca, Larissa! – disse Thiago, alterado – não percebe o que está fazendo?! Você não vai só acabar com o Matheus, mas com sua vida também! Eu NÃO te amo, sua louca!!!

Larissa não o ouviu. Ela deu uma cotovelada em Thiago, e ele gemeu, mas agarrou os braços dela com todas as suas forças.

- ME SOLTA!!!

- eu não vou deixar você machucar meu namorado!!

Ouvi passos na escada. Meu pai apareceu de repente; Ana e duas outras pessoas estavam ao seu lado.

- PAI! MÃE! ME AJUDEM!! – gritou Larissa.

O pai de Larissa segurou-a pela frente, enquanto meu pai a segurava por trás; Thiago estava de joelhos massageando a barriga. Ana correu até a mim com uma faca que tinha trazido da cozinha e cortou as cordas, me libertando finalmente. Ela me abraçou com força, chorando. Eu correspondi, chorando também. Estava feliz por ela estar ali ao meu lado.

A mãe de Larissa subiu e ficamos nós três, eu, Ana e Thiago. Eu o chamei, com a voz rouca, e ele foi engatinhando até mim. Nós nos abraçamos e ele soluçava.

- eu... achei que... fosse te perder...

- você me salvou... eu te amo... meu Thi...

Ele me beijou. Era como se a gente não tivesse se beijado há anos. Estávamos com tanta saudade um do outro, que cada beijo parecia tirar o peso que havia em nossos corações.

- eu também te amo meu Theu...

Naquela hora, olhei para minha frente e meu pai estava ali.

- pai... eu posso explicar...

Mas ele não respondeu. Ele me puxou para perto dele e me abraçou. Pude sentir suas lágrimas quentes escorrendo em minhas costas e seu coração acelerado junto ao meu. Chorei junto com ele, não queria segurar, nem me passou pela cabeça. Eu queria mostrar a ele o quanto eu estava feliz pela sua presença.

- meu Matheus... – ele conseguiu falar – não precisa explicar nada... sua irmã me contou tudo... você não vai deixar de ser meu filho por causa disso...

Eu o abracei com mais força. Ele chamou Thiago e o abraçou também. Disse que ele era um garoto corajoso, e que eu tinha sorte de tê-lo como namorado.

- ...e você sabe que se seus pais não te aceitarem, eu estarei de braços abertos pra você! Pode ficar com a gente o tempo que for preciso.

Nós subimos e saímos da casa de Larissa. No caminho pra casa, Ana me contou sobre Guto; fiquei horrorizado, não imaginava do que aquele tarado era capaz. E obviamente, eu e Ana sabíamos porque ele havia entrado na briga: Guto era louco por mim. Ele havia sido estuprado por minha culpa. Como se Ana tivesse lido meus pensamentos, disse:

- a culpa não foi sua, Matheus. Foi aquele doente que fez isso com o Guto.

Resolvi não pensar mais naquilo. Minha cabeça ainda estava doendo por causa da surra que Larissa havia me dado e eu estava com um hematoma feio na cabeça. Chegamos em casa e minha mãe me abraçou. Perguntei por Guto e ela disse que ele já tinha ido embora, os pais dele tinham vindo buscá-lo.

Thiago me levou até o quarto e me deitou na cama. Meu namorado havia me salvado, e agora estávamos na minha cama, sãos e salvos de Larissa, graças a ele.

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NARRADO POR GUSTAVO

Eu cheguei em casa acabado. Quando contei a história pros pais do Matheus, tive que esconder que eu gostava dele. Meus pais me encheram de perguntas, contei que tinha arrumado briga com fulano e eles reclamaram mais ainda; eu ignorei os dois. Não culpo eles, se eu fosse pai e visse um filho meu com a cara de morto que eu estava ficaria preocupado.

Subi pro meu quarto e tranquei a porta. Eu sentia nojo de mim mesmo. Meu corpo fora usado sem que eu dissesse nada, permitisse nada. Eu sabia que gostava de homens, e sonhava em como seria minha primeira vez; mágica, perfeita, com o cara que eu amava. Eu já tinha transado com garotas, mas eu sabia que não gostava. Só fazia mesmo por pressão da sociedade tradicional.

Mas eu queria que minha primeira vez com um homem fosse especial, do jeito que eu sempre quis... não foi o que aconteceu naquela noite. Tive minha primeira vez com um homem da pior forma possível: sendo estuprado por ele. Chorei feito um condenado o resto da noite.

E a cada lágrima que escorria pelo meu rosto eu me lembrava dos momentos que passei ao lado do Matheus, mesmo como amigo.

FLASHBACK...

“- obrigado, Gustavo...

- não tem de quê... e me chama de Guto!

- desculpa, Guto, rsrs... Você quer passar o resto da tarde comigo?

- se for pra ter esse sorriso lindo de volta no teu rosto, sim eu quero.”

...

“- não deixe a Larissa te botar pra baixo, Matheus! Você é forte, você é corajoso, você pode mostrar pra eles que continua firme e forte, mesmo depois do vacilo do Thiago! Eu acredito em você...

- porque esta dizendo isso, Guto? Por que se importa tanto comigo? Você deve estar com pena, não é?! Não quero que tenha pena de mim, eu não sou um fraco, mas quando a Larissa levou o Thiago, ela levou uma parte de mim!! Eu amo ele caralho!

- eu não tenho pena de você Theu! É que eu não quero te ver sofrendo! Meu coração se parte ao meio quando você chora... Você não sabe o quanto você é importante pra mim...”

...

FIM DO FLASHBACK...

(Jorge & Mateus – Invasões)

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NARRADO POR MATHEUS

Eu saí do banheiro, havia acabado de tomar banho. Chorei um pouco, mas foi bom. Me senti mais leve. Entrei no meu quarto e meu namorado estava deitado mexendo no celular. Assim que eu tirei a toalha, ele largou o celular e ficou me admirando (aiai viu rsrs). Vesti uma calça moleton bem folgadinha e deitei ao seu lado.

- mor... como você sabia onde eu estava? – minha voz estava rouca.

- a Ana me ligou. Ela perguntou por você e eu disse que você não tava comigo. Quando ela me disse o que o Guto havia falado, eu fiquei desesperado. Me senti culpado por não ter estado ao seu lado naquela hora... Eu fui até a sua casa e Guto me disse sobre Larissa e o tal do Adriano, que por coincidência, é o tarado da academia que ficou olhando pra tua bunda!

Eu dei um meio sorriso e ele continuou.

- eu imaginei que você estaria na casa de Larissa, pelo fato dela ser a mandante do seqüestro. Ana achou a mesma coisa e por fim, nós e seu pai seguimos pra lá. Quando chegamos, ela estava conversando com o Adriano, sobre ela acabar de uma vez com você porque os pais dela estavam chegando. Eu tava escondido na janela, ouvindo tudo. Quando os dois saíram da sala, eu entrei pela janela e me escondi atrás do sofá. Vi uma garrafa de éter e uma flanela em cima da mesa de jantar. Peguei os dois rapidamente e coloquei um pouco de éter na flanela; depois coloquei a garrafa no lugar. Na hora que o Adriano apareceu na sala, eu me escondi atrás do sofá; por pouco ele não viu. Eu ouvi ele reclamando alguma coisa sobre largar as coisas fora do lugar e desapareceu na cozinha. Olhei em volta e entendi que ele tinha ido guardar a garrafa de éter. Quando voltou, sentou-se no sofá onde eu estava escondido. “Perfeito”, pensei. Me levantei bem devagar e antes que ele percebesse, eu pressionei minha mão com a flanela contra o rosto dele. Ele se debateu um pouco, mas em questão de segundos, parou. Abri a porta para todos entrarem, e os pais de Larissa estavam lá; o seu pai tinha contado tudo pra eles e fomos todos juntos para o porão. Te resgatamos da Larissa e agora estamos aqui!

- nossa... você foi tão corajoso...

- o que a gente não faz por amor, não é...

Nós nos beijamos novamente. Seu beijo era quente e seus lábios macios me faziam delirar. Com o Thiago eu me sentia seguro. Era com ele que eu queria ficar; mesmo com Guto aos meus pés, eu não podia dar falsas esperanças a ele. Era o Thiago quem eu realmente amava. Era ele quem me amava de verdade.

- meu lindo...

- meu docinho...

(Cristina Perri – A Thousand Years)

I have died every day waiting for you

Darling don't be afraid I have loved you

For a thousand years

I'll love you for a thousand more

And all along I believed I would find you

Time has brought your heart to me

I have loved you for a thousand years

I'll love you for a thousand more

Continua…

Lembrem, comentarios são MUUUUIIITO importantes pra mim, então... até a proxima galera. Ah mais uma coisa: esse é o penutimo capitulo da 1 temporada.