Capítulo 4

Conto de Ruth M. como (Seguir)

Parte da série Até o fim

Acordo ansioso no outro dia, tomo meu banho, como meu cereal, escovo meus dentes e parto rumo à escola. Ao chegar lá percebo que está escuro e a escola ainda está fechada, me sento na calçada e fico a esperar, pouco tempo depois aparece uma senhora mais de idade e se apoia no portão.

-O que está fazendo aqui, meu filho?

-Esperando a escola abrir.

-Mas está muito cedo, caiu da cama?

Dou uma pequena risada.

-Não, apenas um pouco ansioso.

-Aposto que isso tem a ver com alguma garota.

-Na verdade, um garoto. Eu digo sorrindo.

-Garoto sortudo.

Eu dou de ombros e ela ri.

Dona Rosa acabou por ser uma senhora muito simpática e com um senso de humor um tanto macabro. Nos conversamos bastante, ela me contou sobre seus filhos, o tédio do trabalho na escola, e sobre uma tatuagem que ela esta fazendo na panturrilha.

-O diretor já chegou. Diz ela abrindo o portão. –Pode entrar, garoto ansioso.

Me levanto da calçada, limpo minha calça, vou até ela lhe dou um beijo na bochecha e entro.

-Cuidado hein? Não é todo dia que um garoto bonitão me da um beijo, cuidado senão eu apaixono.

Eu caio na risada e ela também.

-Pode deixar.

Entro para a sala incrivelmente vazia e silenciosa, me sento no meu lugar, puxo meu capuz e fico a observar pela janela o dia clareando. Aos poucos os alunos vão chegando e o silêncio se foi dando lugar ao burburinho dos alunos, a sala também vai se enchendo e eu o vejo entrar na sala. Ele parece fantástico em um par de calças skinnys claras e desgastadas, a blusa de uniforme da escola, um par de tênis casuais cinza e seu cabelo ligeiramente bagunçado lhe dando um ar descontraído, ou seja, ele parece fantástico. Ele me vê e abre um pequeno sorriso e se senta na sua carteira. Sua amiga que descobri por mim mesmo que se chama Alice se senta ao seu lado e eles começam a conversar, pouco tempo depois ela olha para mim ( não sei como)com os olhos arregalados, não sou muito bom em leitura labial mais consegui decifrar que ela disse algo como “macacos me mordam”, sorrio para mim mesmo e o sinal toca. Abro minha mochila para o professor dizer que eu não fiz nada e as aulas passam rapidamente.

No intervalo todos saem da sala ficando apenas eu e o Gabriel, puxo uma cadeira e me sento ao seu lado.

-Oi.

Ele sorri.

-Oi.

-Vamos lá fora comigo?

-Por quê?

-Aqui dentro está fazendo muito frio.

-Eu amo frio.

-Poxa, por favor.

-Não, obrigado.

-Gabriel. Eu digo seu nome quase em um choramingo.

Ele ri.

-Artur.

Eu acaricio sua bochecha e minha boca cai para a sua como um imã. Meu Deus, como senti falta dele e desses lábios macios. Beijo seu queixo, sua mandíbula e enterro meu nariz profundamente na curva do seu pescoço e o abraço.

-Vamos lá, por favor. Faz isso por mim.

-Eu não consigo.

Eu seguro seu queixo e o obrigo a me olhar.

-Ei, você confia em mim?

Ele concorda.

-Então vamos lá, você está comigo.

Ele suspira e seus ombros caem.

-Tudo bem.

Eu sorrio e beijo sua boca.

-Lindo.

Ele solta uma pequena risada e nos levantamos, ele coloca suas mãos nos bolsos e começamos a caminhar.

-Que merda é essa?

-O quê? Ele pergunta assustado.

Eu tiro sua mão do bolso e a coloco ao redor da minha cintura, e apoio meu braço por cima do seus ombros.

-Eu prefiro assim. Ele ri e balança a cabeça de um lado para o outro fazendo seu cabelo bonito balançarem suavemente.

-O que foi? Não gosta de demonstrações em público?

Ele ri.

-Não é isso, é que eu imaginei que você que não gostasse de demonstrações em público.

-Pois bem, imaginou errado.

Beijo o topo de sua cabeça e caminhamos para fora da sala, assim que chegamos ao lado de fora Alice ( não sei como novamente) arregala seus olhos e põe a mão sobre a sua boca.

-Você saiu da sala. Como?

-Gabriel sorri e se senta em um banco ao lado da ruiva, apoio meus quadris contra a parede e coloco minhas mãos no bolso.

-A sala está sob ameaça terrorista? Não vejo outro motivo para você ter saído da caverna.

Ele ri e aponta para mim.

-Não, foi ele quem me obrigou.

Encolho meus ombros e todos caem na gargalhada.

-Viu Gabriel, não há nada de obscuro do lado de fora, nada de monstros ou extraterrestres aqui fora. A ruiva fala.

-Apenas um punhado de gente estranha.

-Pare de reclamar garoto.

Um cara sentado no chão que posteriormente descobri se chamar Sérgio sorri para mim.

-Curte futebol?

-Na medida do possível.

-Topa uma pelada hoje à tarde?

-Opa.

Ele se vira para o Gabriel.

-Gabriel, depois você mostra ao cara onde fica o campinho?

-Claro.

-Você joga? Eu pergunto para o Gabriel e ele apenas da de ombros, olho para o Sérgio a procura de alguma resposta mais ele desvia o olhar rindo, olho novamente para o Gabriel e ele ri.

-Minha mãe me ensinou a ser humilde.

-Como assim?

-Eu não jogo se não vou ofuscar o resto do pessoal com brilho do meu jogo.

-HaHaHa, não creio.

-É cara, ele joga bem. Sérgio fala, mas não desvio o meu olhar dele.

-Então você vai jogar hoje.

Ele ri.

-Não.

-Vai sim.

-Não.

-Sim.

-Idiota.

-Que maturidade.

Ele revira seus olhos e seu olhar cai para o final do corredor, rapidamente vejo o seu sorriso se esvaziar e ele fica tenso, bagunço seu cabelo ele olha para mim.

-Você parece criança.

-Quero ver você dizer isso hoje a tarde no campinho.

-Eu vou massacrar você.

Eu balanço meus dedos.

-Morrendo de medo.

Ele mostra a língua e sorrio para ele.

-Vamos entrar?

Ele concorda e se levanta, assim que ele atravessa a porta eu entrelaço meus braços ao redor da sua cintura e o prenso na parede, minha boca cai para a dele faminta e as mãos dele estão na minha nuca, nas minhas costas e no meu cabelo, sinto sua língua na minha e meus joelhos fraquejam. O gosto dele é inebriante, me leva a loucura tanto quanto me faz ficar calmo.

O sinal toca e nos afastamos, lhe dou um último beijo e nos acomodamos em nossos lugares, o professor de matemática entra.

Finalmente a estimada hora da saída chega. Gabriel está conversando com as meninas, então saio da sala, dou um tchauzinho para a Dona Rosa e o espero do outro lado da calçada. O vejo se despedir dos seus colegas e seus olhos vagueiam pela multidão, quando seu olhar trava com o meu vejo seu sorriso se abrir e ele atravessa a rua. Coloco meu braços por sobre os seus ombros e ele abraça a minha cintura.

-Vamos?

Ele concorda, lhe dou um beijo e caminhamos para a minha casa, assim que chegamos jogamos nossas mochilas no chão e nos atacamos, sua mão rapidamente se fez presente na minha nuca, e direcionou minha boca para a dele, caminhamos meio que tropeçando e caímos no sofá com ele por cima de mim. Minhas mãos se apertam em torno do seu quadril e ele aprofunda o beijo.

-Que tal almoçarmos primeiro?

Ele sorri e vamos para o cozinha, esquento nossa comida no micro-ondas e nos sentamos à mesa.

-Você precisa prestar mais atenção as aulas, Artur. Você está muito distraído.

Eu dou de ombros.

-Ei, não é simples assim, você pode perder o ano.

-Talvez.

-Talvez? Você não faz nada.

-Ok, vou prestar atenção nas aulas.

-E que tal abrir o caderno?

Eu sorrio.

-Também.

-Ótimo, e se precisar de alguma ajuda que estiver a meu alcance...

-Claro que eu vou precisar de sua ajuda.

-Estou falando dos estudos.

-É. Eu também.

Ele ri e depois que acabamos de comer ele me ajuda a lavar a louça e vamos para a sala. Ligo a TV em um canal qualquer e o sento no meu colo, meu olhar imediatamente cai para a sua boca bonita e lábios macios, ele morde seu lábio inferior e isso acende uma chama dentro de mim, minha boca cobre a sua e ele enfia suas mãos por debaixo do tecido da minha blusa, ele acaricia meu abdômen e gemo contra a sua boca.

-Você é sensível. Ele diz rindo.

-Você faz isso comigo.

Ele tira minha blusa fora e espalha seus dedos sobre o meu peito, meus olhos se fecham com o seu toque e sinto sua boca se aproximar do meu pescoço, ele o mordisca de leve e traça beijos até a minha boca.

Durante toda a tarde ficamos no sofá, tentamos ver dois filmes, mas em poucos minutos estávamos atracados novamente. É simplesmente impossível manter minhas mãos longe dele. Há pouco tempo atrás ele se aninhou na curva do meu braço e cochilou, como estou sem sono pego o controle da televisão e surfo nos canais. Ouço um celular tocando e o Gabriel resmunga abaixo de mim, ele se levanta, vai até sua mochila e tira seu celular.

-Alô...Ih merda, esqueci...OK, já estamos a caminho. Ele joga o celular de volta no mochila, se senta no sofá e calça seus tênis.

-Ei, esqueceu que combinamos de ir ao campinho com o Sérgio? Se levanta logo e troca de roupa. Ele puxa meu braço e começa a a me empurrar pela escada. -Anda logo.

-Calma, já estou indo.

Subimos para o meu quarto e ele se senta na cama.

-Se troca logo,Artur.

-E você vai ficar me olhando?

Ele ri e começa a se levantar.

-Ei, onde você vai?

-Dar licença à mocinha.

Eu o puxo pela cinturo e mordo seu lábio inferior, quando começo a aprofundar o beijo ele empurra meus ombros para trás.

-Pare de enrolar.

Eu bufo e vou para o meu guarda-roupas, tiro minha roupa ficando apenas de cueca, puxo um par de shorts e visto, tiro minhas chuteiras e sento-me na cama.

-Tem certeza que temos que ir? Não podemos ficar em casa deitados curtindo preguiça?

-Tudo isso é medo? Esperava mais de você,Artur.

coloco minhas meias e sorrio para ele.

-Abaixa seu ego, garoto.

Ele ri, calço minhas chuteiras e vou para o banheiro, escovo meus dentes, jogo uma água no meu rosto e volto para o quarto, jogo uma regata sobre o meu ombro e o puxo da cama.

-Vamos?

Descemos para a sala, ele pega sua mochila, fecho a casa e saímos.

-Temos que passar na minha casa antes, preciso trocar de roupa.

-Ok.

Acabou que a casa dele não era muito longe, entramos no prédio, pegamos o elevador e entramos para o apartamento dele.

O apartamento era lindo, uma decoração azul-turquesa e branco, havia um sofá branco na sala em formato de L com almofadas azul-turquesa, uma televisão na parede, e a direita havia uma mesa de vidro com quatro cadeiras, e a esquerda uma pequena cozinha. O ambiente era fresco, calmo e limpo, algo como ele.

Ele joga sua mochila do sofá,atravessamos a sala e havia um pequeno corredor com duas portas a esquerda, uma a direita, e no final um banheiro, ele entra na primeira porta a esquerda, onde é seu quarto. O quarto dele não é grade nem pequeno, apenas confortável. Há uma cama box de casal, um guarda-roupas embutido à parede, uma cantoneira e uma escrivaninha. Ele fecha as persianas e entra em uma porta onde presumi ser o banheiro, pouco tempo depois ele volta apenas de cueca, abre o guarda-roupas, veste um par de shorts esportivos azul, uma blusa branca, calça suas chuteiras, pega um boné preto simples e o coloca na cabeça virado para trás, seu cabelo dourado roça nos seus olhos e ele parece inacreditavelmente adorável. Me levanto da cama, vou até ele e acaricio sua bochecha, ele fecha os olhos e selo minha boca na dele.

-Estou pensando seriamente em deixar esse maldito jogo de lado e te sequestrar.

-Deixa de ser covarde,Artur.

-Covarde?

-Sim, você está com medo de mim.

-Nunca, mas não se preocupe, não vou fazer da sua derrota algo humilhante.

-Não me subestime,Artur.

-Longe de mim.

Eu bato em sua bunda macia e ele ri, saímos do apartamento e voltamos a caminhar.

O campinho era duas ruas acima da sua, então não demoramos muito, quando chegamos lá os caras já estavam formando os times, e acabou que eu e o Gabriel ficamos em times separados. No meu time havia eu, o Sérgio, o Paulo, e mais dois caras altos e magricelas, já no time do Gabriel havia ele e mais quatro caras raquíticos, estava na cara que íamos ganhar, ia ser uma perda de tempo, a nossa vitória já estava garantida.

Eu estava pensando que ia ser moleza, mas menino, como eu estava errado. Já estávamos perdendo de três a zero, Gabriel veio na minha direção, me driblou com uma facilidade absurda e fez um gol olímpico. Ótimo, quatro a zero. Pedimos um tempo para nos refrescar e descansar e continuamos. Quando voltamos ao campo eu suei a camisa, me esforcei, corri de um lado para o outro e finalmente consegui fazer um gol, enquanto eu comemorava podia ouvir a risada sarcástica do Gabriel do outro lado do campo, mas apenas o ignorei. Dessa vez a posse de bola estava com eles, Gabriel fez alguns movimentos rápidos e ... gol. Para mim o problema era com o goleiro, então eu troquei de lugar com ele. Resumindo, eu tomei dois gols do Gabriel e mais dois de outros dois jogadores.

Depois dessa derrota um pouco humilhante o pessoal já estava indo embora,então me aproximei dele e o sol já estava se pondo e refletia em seus cabelos, o fazendo parecer ainda mais lindo.

-Você sabe que venceu apenas pois eu estou um pouco sem prática.

Ele ri.

-E como.

-Garoto abusado.

Ele empurra meus ombros rindo, eu tropeço no meu próprio pé e caio em cima de uma poça de lama, ele se dobra e começa a gargalhar em alto e bom som, eu puxo seu braço e ele cai no chão também, o abraço e rolo de um lado para o outro nos sujando completamente. Ele se libera do meu abraço e se levanta.

-Cara, você está louco? Me sujou todo.

Me levanto e limpo meus braços.

-Eu também.

Ele tanta limpar sua camisa branca e ri.

-Você é muito sem noção.

-Espero que isso seja algo bom.

Me aproximo dele limpo sua bochecha onde há um pouco de lama e roço seus lábios nos meus, puxo seus quadris junto as meus e o beijo, ele não retribui no começo, mais depois seus braços rodeiam o meu pescoço e ele se entrega. O sol se põe no horizonte e o deixo em casa, volto para a minha casa, tomo um prolongado banho e me jogo na cama, rapidamente o cansaço cai sobre mim e adormeço.

Acordo no outro dia ansioso (novamente), mas ansiedade tem sido uma sensação constante desde que eu conheci o Gabriel. Eu fico ansioso para encontra-lo, para poder beija-lo, sentir o seu calor contra a palma da minha mão, sentir sua respiração calma contra o meu pescoço, sentir o seu cheiro me invadir, sentir o seu estonteante gosto, fico ansioso para abraça-lo, ansioso para dizer algo idiota e no final faze-lo rir. São coisas simples, mas estando com ele eu aprendi a dar valor a cada uma delas.

Me levanto da cama sorrindo, me troco de roupa e vou correr, passo em frente ao prédio dele pensando se ele ainda está dormindo ou se já acordou, e se ele já acordou, será que está pensando em mim?

Acabo minha corrida, faço meus afazeres, e vou para a escola. Chegando lá sorrio para Dona Rosa e a abraço.

-Olha se não é a flor mais bonita?

Ela ri e eu entro para a escola, me sento no meu lugar e o espero, pouco tempo depois ele chega, coloca sua mochila sobre sua carteira, puxa uma cadeira e se senta ao meu lado, antes mesmo de ele acabar de se sentar eu acaricio o seu pescoço com o meu nariz.

-Oi gatinho, vem sempre por aqui?

Ele sorri e eu puxo seu lábio inferior para a minha boca, o mordo de leve, deslizo minha língua sobre ele e brinco com a sua boca até ele colocar sua mão sobre a minha nuca e me beijar, sem brincadeiras e rodeios, apenas sua boca faminta na minha.

O sinal toca e ele se afasta, os alunos entram para dentro da sala e logo depois o professor de matemática entra. Já no segundo horário o tédio me consome, peço ao professor para ir beber água e começo a vaguear pela escola, passeio pelos corredores, olho o pessoal fazendo educação física, converso com as tias da cantina e resolvo ir ao banheiro,quando já estou lavando as mãos ouço a alguém trancar a porta, olha no direção da saída e vejo Gerson, a matilha e mais alguns. O único pensamento que vem a minha cabeça nesse momento é: estou frito! Continuo impassível e seco minhas mãos, começo a sair do banheiro como se não tivesse notado a presença deles, mas dois brutamontes seguram os meus braços e me prensam na parede.

Gerson aproxima seu rosto do meu e late.

-Seu viado do caralho, você vai me pagar pelo que você me fez.

-Estou vendo que trouxe todo o galinheiro hoje.

-Seu vagabundo.

-Trouxe o galinheiro todo porque? Não iria me aguentar sozinho?

-Olha lá se eu tenho medo de bicha.

-Pois bem, se eu me lembro bem a "bicha" aqui te surrou duas vezes, você e o seu bando, você apenas trouxe o resto do bando pois sabia que se viesse sozinho iria apanhar novamente o no final iria pedir arrego.

E então ele me dá um soco.

-Cala a boca, sua mulherzinha.

Eu tiro um dos meus braços do aperto de morte de um dos brutamontes, pego minha virilha e balanço.

-Ajoelha aqui que eu vou te mostrar a minha mulherzinha, quero ver você aguentar tudo na boca.

Outro soco. Mas ao menos esse valeu a pena.

-O que você vai fazer agora hein? Será que você vai ficar melhor em saber que depois que eu esfolar você por inteiro eu vou atrás do seu namoradinho?

Meu sorriso debochado imediatamente vai embora e dessa vez é ele quem sorri.

-Dois viadinhos do caralho.

-Se você encostar um maldito dedo nele eu te mato. Minha voz é baixa, mas ele reconhece a ameaça pois ele se afasta um pouco.

-E você vai poder fazer o quê? Você vai estar todo sangrando e jogado nesse chão imundo. Então depois da aula eu vou atrás do seu coleguinha, mas dessa vez não vai haver nenhum maldito super-herói viadinho para salva-lo, então ele vou bater tanto nele que no final ele vai implorar para morrer.

Meu sangue ferve nas minhas veia s meu coração bombeia freneticamente.

-Seu desgraçado.

Solto meus braços do aperto dos caras e vou para cima dele, o jogo no chão, chuto suas costela com força, o puxo pela camisa, apoio seus costas na parede, enrolo meus dedos ao redor do seu pescoço e o levanto acima do nível do chão, ele começa a ficar vermelho e sinto quatro braços fortes me tirarem de perto dele, tento resistir, mas ele são mais em quantidade e força então eles voltam a me prensar na parede.

-Acho melhor você ficar bem longe dele, pois se você encostar um maldito e sujo dedo seu em sequer um fio de cabelo dele eu não sei o que vai acontecer com você, mas pode ter certeza que não vai ser legal.

Tento ir para cima dele mas dessa vez o aperto dos caras é simplesmente mortal.

-Abram a porta. O diretor ruge do lado de fora do banheiro e tenta abri-la, os caras se entreolham e não fazem nada, pouco tempo depois ouço barulho de chaves e a porta se abre e entra um diretor muito zangado e logo atrás o inspetor.

-O que está acontecendo aqui?

Ele tira suas próprias conclusões, se enfia no meio dos garotos, me tira de lá e ruge.

-Para a minha sala agora, todos vocês.

O inspetor acompanha o resto dos caras até a diretoria, eu me sento em uma das cadeiras em frente a mesa do diretor, Gerson em outra, e resto dos caras ficam em pé.

Resumindo, ele nos deu um sermão enorme, nos falou sobre isso ser um comportamento inaceitável, que vai chamar nossos responsáveis e será obrigado a fazer uma reunião para discutir esse comportamento, e no final ele nos deu uma suspensão de cinco dias, me mandou para a enfermaria e disse para pegar o meu material pois ele iria ligar para a minha irmã, mas disse para o resto do seu pessoal ficar,pois ainda iria conversar com eles.

Assim que saio da sala seus braços me envolvem e seu cheiro invade minhas narinas, ele afunda sua cabeça no peito e me abraçou com força, como se a qualquer momento eu pudesse fugir, o abraço de volta e beijo o topo de sua cabeça.

-Oi.

-Me desculpa, Artur. Isso não é sua culpa, isso não deveria ter acontecido com você. Ele levanta seu rosto do meu peito e me encara por um momento. -Isso está péssimo. Me perdoa, Artur, por favor. Eu não queria que isso acontecesse com você, é tudo minha culpa, isso não deveria acontecer com você, mas sim comigo.

Que Merda ele estava falando?

-Gabriel. Eu seguro seu queixo e travo meu olhar com os seu. -Isso não é culpa sua, isso é culpa daquele bando de neandertais, você não tem nenhuma culpa daqueles caras terem um baixo nível mental, aliás você é que mais sofreu por causa disso. Então por favor, não fale que isso é sua culpa, pois não é. E além do mais eu nunca vou hesitar em tomar uma surra para te defender.

-Mas Artur...

-Gabriel, não. Eu nunca mais quero que você diga isso você está me ouvindo?

Ele concorda e eu o abraço.

-Artur.

Eu me afasto apenas para poder encara-lo, seu olhar trava com o meu, e ele puxa a minha boca para um beijo.

-Então vamos pegar um gelo,gatinho?

Ele ri e caminhamos abraçados para a enfermaria, chegando lá uma mulher muito simpática nos recebe, cuida da minha bochecha e me entrega um saco com gelo e a agradeço, saímos de lá e vamos a caminho da sala, mas antes de entrarmos o Gabriel me para.

-Você vai ficar bem?

Eu concordo e o beijo.

-Depois da aula eu venho te buscar.

-Artur, não ...

-Meu Deus, pare de discordar, ok? Quando a aula acabar eu venho te buscar e vou rebocar essa sua linda bunda para a minha casa.

Ele me da uma pequena risada e coloca seus braços em torno do meu pescoço.

-Tudo bem.

Eu lhe dou mais um beijo e entramos na sala, digo ao professor minha situação, ele me libera e volto para a diretoria, chegando lá o diretor diz que minha irmã já está a caminho e o inspetor me acompanha até o portão. Enquanto Nanda não chega eu fico proseando com a Dona Rosa, quando ela finalmente estaciona em frente a escola eu me despeço da Dona Rosa e do inspetor e subo no jipe.

-Ei.

Ela arranca o carro e o põe em movimento.

-Ei, o que aconteceu?

-Os mesmos caras tentando dar uma de valentões.

Ela aponta para a minha bochecha e ri.

-Acho que dessa vez eles conseguiram.

-Claro, ele trouxe todo o galinheiro.

-E ele como ficou?

Minha irmã tinha um tipo de mantra:"Não arrume brigas, mas se você se envolver em uma briga e apanhar quando chegar em casa a surra é em dobro". Então é importante ela saber como o outro cara ficou.

-A Nanda, ele está mais ou menos.

-Hum.

Ela para o carro na porta de casa.

-Você vai ficar bem?

-Com certeza.

-Então até mais tarde.

-Tchau.

Eu pulo fora do jipe e entro dentro de casa, tiro meus sapatos e minha blusa fora, faço um pequeno lanche e arrumo a casa. Quando já está quase na hora da saída da escola eu tomo meu banho, visto uma bermuda beje e polo verde, escovo meus dentes, calço meus tênis e saio de casa. Fico o esperando na porta da escola e pouco tempo depois o avisto conversando com a ruiva, caminho até ele e o abraço por trás.

-Oi.

Ele coloca suas mãos sobre as minhas.

-Oi.

-Vamos?

-Claro. Júlia, hum, te ligo mais tarde, pode ser?

-Claro. Ela sorri e vai embora.

O viro para mim e beijo sua boca bonita,coloco meu braço sobre seus ombros e começamos a caminhar.

-Que tal sorvete agora?

-Parece bom.

Eu o levo até uma sorveteria ali perto e compramos sorvete, ele de chocolate e eu de morango, mas o problema é que no caminho para casa ele não parava de roubar o meu sorvete. Assim que chegamos em casa ele jogou sua mochila no chão e eu o prensei na parede com o meu corpo, peguei um pouco do seu sorvete com o dedo e espalhei sobre seus lábios, calmamente eu me abaixei e o beijei. O gosto do chocolate misturado ao seu próprio era um tipo de droga poderosa, imediatamente minha mente fica fora do ar e a única coisa que meu corpo está alerta é sobre ele. Pego mais do sorvete e o espalho pelos seus lábios macios novamente, mas dessa vez eu brinco com ele, mordo seu lábio inferior, deslizo minha língua por ele, o chupo com cuidado e o levo a loucura, ele desliza suas mãos pelo meu cabelo e traz minha boca para a sua com urgência, seus lábios me prendem junto a ele e eu não faço questão de sair. Tropeçamos para o sofá e de repente o sorvete já não era tão interessante.

Durante toda a tarde brincamos, conversamos, trocamos caricias, vemos televisão, cochilamos e trocamos beijos, apenas quando o sol estava se pondo no horizonte que ele foi embora. A noite Nanda ficou resmungado sobre eu ser um marmanjo, e algo sobre ela não gostar de diretores, e me disse se ela for chamada na escola novamente ela vai arrancar as minhas bolas fora. Sempre pacífica minha irmã não?

Voltei para o meu quarto e imediatamente liguei para o Gabriel, ficamos até tarde conversando no telefone e depois de quase duas da manhã eu podia ouvir sua respiração calma e constante do outro lado da linha.

Comentários

Há 1 comentários.

Por BielRock em 2015-01-24 18:00:59
Estou amando , eu acho que o Gerson é apaixonado pelo Gabriel . Será mesmo ? Espero que sim e que ele sofra com isso . Continua , beijos