O Principe e Eu (Parte 3: Razão e Sensibilidade)

Conto de riick como (Seguir)

Parte da série O Principe e Eu

Esclarecimentos:

Apenas um eu: o conto não foi acabado e nem o autor ainda desistiu, posso lhe dizer isso com toda a certeza, pois estive em contato com o próprio recentemente, o intuito de estar postando os capítulos é para nada mais nada menos que retornar os fãs da serie e conquistar novo para assim por pressão no próprio autor, porem não esta ciente dessa minha tentativa de por pressão nele (kkkk sou mal).

Arcanjo: o conto não foi abandonado, simplesmente não teve a continua, mas o autor pretende sim continuar.

bora a mais um capitulo:

***********

Três

Razão e Sensibilidade

Na manhã seguinte acordei com o barulho do despertador. Com um toque silenciei o seu incessante ruído e involuntariamente olhei para a cama de Thomas, que para minha surpresa já havia levantado e estava tomando banho. Ele deixara sua cama perfeitamente arrumada, o que me fez pensar novamente sobre a possibilidade de ter um servo escondido em algum lugar do quarto. No momento em que fui me levantar escutei a porta do banheiro se abrindo e, por algum motivo, não tive coragem de sair da cama. Fiz a única coisa que me veio à cabeça: fingi que estava dormindo.

Escutei o som dos passos descalços de Thomas à medida que ele andava do banheiro até nossas camas, onde também ficavam os armários. Pude ouvir os respingos de água tocar o chão, imaginando as gotas descerem do loiro cabelo do príncipe, por seu corpo antes de chegar no... Não, pensei. Com um controle que eu não sabia possuir afastei aqueles pensamentos da minha cabeça, que não só eram “errados”, como eu definiria naquele momento, mas não ajudariam em nada ao meu falso estado de sono.

Ouvi o barulho do armário se abrindo e o raspar dos cabides nas araras e por um momento me permiti semicerrar os olhos. Um grandioso erro. Vi-me de cara com as costas do príncipe; arqueada e musculosa. A cervical dele fazia um perfeito “S” até chegar à toalha. O cabelo molhado e bagunçado de Thomas deixava-o com um ar mais rebelde, incrivelmente apelativo. Ele mantinha o rosto sério enquanto escolhia o uniforme, o que era reconfortante em comparação ao eterno sorriso simpático que ele esboçava quando estava em público. Assim que ele puxou a roupa para fora do armário fechei meus olhos novamente.

Continuei escutando tudo, controlando minha respiração para não sinalizar meu fingimento. Pude ouvi-lo deixando o uniforme em cima da cama e o reconhecível som da uma toalha caindo no chão, o que demandou um controle sobrenatural de meu corpo para que eu não abrisse os olhos naquele momento. Pensei em gatos, livros e bolos, mas mesmo assim pude sentir o sangue subir até minhas bochechas, rezando para que Thomas não me percebesse corar. Por fim quando escutei o som do zíper da calça dele se fechando e pensei que estaria livre para me levantar, senti a mão do príncipe em meu ombro. “Ei... John... você precisa se levantar ou vai perder o café”, ele falou em um sussurro quase sedutor que fez todos os pelos do meu corpo se levantar. Abri os olhos devagar, como se estivesse recém acordando e olhei diretamente para os olhos de Thomas, que tinha seu rosto tão próximo ao meu que eu podia sentir seu hálito quente em meu nariz. Cheirava a cereja e imaginei se ele usava aquelas pastas de dente infantis. Mordi o lábio para reprimir um sorriso.

“Obrigado...”, respondi, me afastando dele devagar e me colocando em pé. “Acho que não ouvi o despertador tocando”, murmurei, me dirigindo ao banheiro sem olhar para Thomas, envergonhado.

“Não há de que... John.”, ele falou com um traço de malícia na voz.

Será que ele tinha percebido que eu estava fingindo? Pensei por um momento, mas fui interrompido pelo som da porta batendo. Thomas tinha ido tomar seu café e eu finalmente pude respirar aliviado. Fui para o banheiro e segui minha rotina habitual de banho quente, uniforme, organizar o material e descer até a cafeteria.

Sentei diretamente na mesa onde estavam Martin, Daniel e Kyle. Os três conversavam animadamente apesar da visível cara de sono de Martin. Quando cheguei Daniel falava alguma coisa sobre o último episódio de uma série chamada The Walking Dead, reclamando de como era tão diferente dos quadrinhos e que ele ainda não havia superado o fato de terem matado uma personagem que se chamava Sophia e que deveria ter um caso de romance com outro personagem chamado Carl, e que isso destruía toda a narrativa. Apesar dos acenos educados que Martin e Kyle devam, eles não pareciam muito interessados no assunto, nenhum de nós compartilhava a obsessão de Daniel por zumbis, mas escutávamos porque é isso que amigos fazem. Daniel tirou algumas folhas de dentro de sua mochila e colocou sobre a mesa. Eram quadrinhos em preto e branco e ele disse serem suas criações iniciais, seu treino para quando fosse estudar desenho e se tornar cartunista nos EUA. Naquele momento resolvi seguir até o Buffet, involuntariamente sondando o salão em busca de Thomas. Encontrei-o sentado em uma mesa com outros meninos muito parecidos com ele, de porte atlético e sorriso largo. Ignorei a cena, não era problema meu o que ele fazia ou com quem andava, e, resoluto, escolhi meu café-da-manhã tradicional. O restante da manhã seguiu com normalidade e quando o sinal tocou dirigimo-nos para nossas aulas.

As classes que você assiste no Griffin dependem da área que você deseja cursar na universidade (os indecisos geralmente escolhiam duas ou mais áreas para terem um maior conhecimento e não se arrependerem de sua escolha no futuro). Como eu era o único de nosso grupo que desejava entrar para uma faculdade de Direito era o único que estudava a maioria dos assuntos da área de Humanas, portanto, nós três nos separamos após o café-da-manhã e eu segui para a minha primeira aula de história inglesa. Na porta se lia o nome do professor, o Sr. Hartrowne, e a classe já estava apinhada de alunos. No canto direito, próximo a uma das janelas, estava Thomas, e quando ele me viu acenou e apontou para uma carteira ao seu lado onde ele havia deixado seu suéter vermelho. Hesitei por um momento, percebendo os olhares confusos e ciumentos dos outros alunos. Era óbvio que Thomas tinha guardado aquele lugar, mas supus que era pra outra pessoa que não havia chegado à aula e ele, educadamente, me oferecia o assento dado nossa moradia conjunta. Respirei fundo e fui até ele, me sentando.

“Obrigado” me obriguei a dizer, repousando meus livros sobre a carteira.

“De nada”, Thomas respondeu. “Não te vi na cafeteria hoje”, adicionou.

Congelei. Isso significa que ele me procurou? É claro que ele havia me procurado, éramos colegas de quarto e é normal se procurar rostos conhecidos assim como ele fez quando chegou e se se sentou à mesa dos outros meninos atléticos.

“Eu estava lá... sentado.” respondi roboticamente, as palavras lutando para sair de minha garganta.

“Fiquei preocupado que você tivesse se atrasado e não desse tempo de tomar o café.” Thomas falou, com uma genuína preocupação em sua voz que me deixou tocado. Forcei-me a olhar para ele e sorri.

“Deu tempo sim... eu me sentei mais ao fundo com meus... amigos.”, pude ver um flash de surpresa atravessar o rosto do príncipe, que mascarou seus sentimentos com um sorriso.

“Já fez amizades então. Muito bom.”, ele respondeu, sem soar muito sincero.

Por fim o Sr. Hartrowne entrou na sala e todos os alunos fizeram silêncio. A aula correu com normalidade. A matéria no Griffin não estava muito avançada do ponto em que eu havia parado em meu colégio público. A diferença era no aprofundamento do conteúdo. O professor analisava todos os pontos do governo do monarca durante o período que o mesmo governara, falando sobre o pensamento não só da aristocracia mas também do povo, e de como as ideias foram mudado com o tempo sob a influência de filosofias que chegavam de todas as partes do mundo. Tudo aquilo era extremamente fascinante para mim, sendo um apaixonado pela história. Em um momento olhei para o lado e peguei Thomas me observando, com curiosidade. Quando olhei de volta ele voltou sua atenção à lousa do Sr. Hawtrone, fingindo que nada tinha acontecido. Estranhei mas ignorei aquele fato, não achava nada de excêntrico naquilo, ou pelo menos eu não queria admitir a mim mesmo meus sentimentos naquele momento. A aula continuou até que o sinal bateu e o nosso professor anotou no quadro a nossa tarefa para a próxima aula: ler um punhado de páginas sobre o período Elisabetano. Juntei minhas coisas e sai pelo corredor quando Thomas me alcançou.

“Então, história? Você pretende ser historiador?”, ele perguntou enquanto caminhava ao meu lado pelo corredor abarrotado.

“Não, apesar de que estaria mentindo se dissesse que a ideia de cursar História nunca tenha me passado pela cabeça. Eu pretendo cursar Direito, por isso as aulas de Humanas.”

Thomas arqueou as sobrancelhas, admirado, e continuou a me fazer perguntas sobre o porquê de minha escolha e que ele não esperava que eu escolhesse essa carreira, porque, na concepção dele, advogados eram pessoas que gostavam de conflitos e argumentos, coisas que para ele não pareciam ter a ver comigo e que eu, mentalmente, concordava. Expliquei sobre meus pais e suas aspirações e que não pretendia ser advogado de tribunal mas trabalhar em um banco ou em alguma outra instituição, talvez até chegar a tentar um cargo público, o que deixou Thomas bastante entusiasmado.

“Mas e quanto a você, Alteza, por que está cursando história?”, eu sabia que ele havia me pedido para chama-lo pelo nome, mas aquela inquisição repentina tinha me irritado e me senti destilando um pouco de sarcasmo sobre ele.

“Só Thomas está bom.”, ele falou, ignorando meu sarcasmo pela segunda vez. “Bom, diferente de você eu vou de fato cursar História. Bem, História da Arte, mas História mesmo assim. Por que a surpresa?”, Thomas perguntou em seguida dado a minha óbvia expressão de choque.

“Não sei, sempre imagino membros da aristocracia cursando algo que envolva política como Direito, Relações Públicas ou Administração. Suponho que sendo um príncipe não exista pressão para agradar seus pais.”, eu falei e Thomas esboçou uma expressão de dor.

“Você está muito errado John.”, foi tudo que o príncipe respondeu, se afastando de mim em seguida. Me senti terrível mas não fui atrás dele. Caminhei em direção a minha próxima aula e continuei com meu dia. Mas tarde eu falaria com ele e com calma me desculparia.

O restante de meu dia fora incrivelmente improdutivo já que se mostrava impossível eu me concentrar com a expressão de Thomas surgindo em minha cabeça a cada cinco minutos. Foi com alivio que o sinal da última aula bateu e fomos dispensados aos nossos dormitórios. Fui correndo até o quarto 106 mas Thomas ainda não estava lá e imaginei que o príncipe devia ter ido direto ao refeitório para jantar, o que se provou errado. Olhei pelo salão cheio em busca dele mas só encontrei Martin, Daniel e Kyle sentados em uma mesa, comendo pratos cheio de curry com arroz. Resolvi sentar-me com eles, esperando que a comida e a conversa me distraíssem, o que também se provou errado. Eu não conseguia me concentrar em uma só palavra que os três diziam e me desculpei, saindo da mesa e retornando ao meu dormitório. Me joguei na cama e fechei os olhos, beirando o desespero. Quando resolvi sair para procurar Thomas pelo colégio ouvi a porta se abrindo e o príncipe entrou devagar, sem olhar para mim.

Olhei para ele, sem saber o que dizer. Devia me desculpar? Devia fingir que nada aconteceu? Percebi que não havia pensado em nada para falar durante todo o dia e agora me encontrava travado, as palavras engasgadas. Thomas acabou falando primeiro.

“Olha, John, me desculpe por hoje mais cedo. Eu não queria ter sido rude, é só que...”.

“Não...”, interrompi-o, “Eu é que preciso me desculpar. Eu fui insensível com você e com sua decisão. Desculpe, é que eu sou assim. Acho que construí uma barreira em volta de mim e acabo afastando as pessoas para não ter que confiar nelas.”, eu falei, as palavras brotando de meu inconsciente pela primeira vez. Eu nunca tinha me realizado daquela resolução até aquele momento mas agora parecia fazer muito sentido.

Thomas me olhou, por fim, com um meio sorriso, como se dissesse: “Está tudo bem”. Eu ofereci minha mão, mas ao invés disso ele me abraçou. O príncipe era um pouco mais alto do que eu, deixando minha cabeça na altura de seu ombro. Pude sentir enfim seu calor e sem pensar o abracei de volta, sentindo o leve cheiro de suor impregnado em seu suéter. Encostei meu queixo em seu ombro e ficamos abraçados alguns minutos, sem falar nada até que nos soltamos mutualmente. Eu estava corado e Thomas passava o polegar em seu lábio inferior, um gesto que eu viria a aprender que ele repetia sempre que estava nervoso mas que era incrivelmente sexy. Ele limpou a garganta sonoramente e me agradeceu pelas palavras gentis. Eu sorri e perguntei como fora o dia dele e ele respondeu que esteve na biblioteca em todos os seus períodos livres e eu me senti um idiota de não ter pensado em procura-lo por lá.

Por fim, descemos até o refeitório e nos separamos. Thomas foi jantar com seus amigos e eu, surpreendentemente, encontrara os meus colegas sentados em nossa mesa habitual, discutindo alguma coisa avidamente. Jantei e em seguida subi de volta ao meu quarto. Vesti meu pijama e quando já me preparava para dormir Thomas chegou. O sono pesou em meus olhos mas acabei pegando no sono bem no momento em que ele puxava seu uniforme pela cabeça, mostrando seu peitoral desnudo.

Comentários

Há 3 comentários.

Por jv em 2014-02-11 23:23:37
Adorei esta muito bom o conto espero q n pare
Por Arcanjo em 2014-02-11 00:25:08
Olha, espero que não seja abandonado mesmo :)
Por Apenas um eu... em 2014-02-10 20:31:25
Olha espero que sua pressao de certo e o autor poste a continuaçao heheheh! Muitos contos sao interrompidos e eu ate esqueço mais esse. Me pegou de um jeito q nao da pra esquecer mesmo fazendo quase 3 anos que ele foi imterrompido...