O Principe e Eu

Conto de riick como (Seguir)

Parte da série O Principe e Eu

bom pessoal hoje irei começar a repostar um historia maravilhosa que li na casa dos contos a mais ou menos 2 anos atrás, porem ainda não esta terminada, e o autor não desistiu da historia ainda, o que quero aqui é sim repassar essa magnifica historia de amor para os novatos e ,caso o autor leia sabia que, não estou plagiando tua historia, mas sim passando para novos leitores... bom vamos ao conto

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Um

O Novato

Era meu primeiro dia no colégio Griffin, a escola privada mais importante da Inglaterra. Daqui saiam futuros ministros, embaixadores, diretores de bancos e secretários de estado. Os meninos que chegavam à escola já traziam em seu nome títulos: duque, barão, conde e até príncipe. Todos importantes, a elite britânica. Todos menos eu.

John Smith é como me chamo. Um nome comum para alguém tão sem qualidades notáveis como eu. Minha chegada ao colégio tem mais a ver com sorte e disciplina do que qualquer coisa. Enquanto os alunos mais inteligentes sucumbiam à pressão das provas para uma bolsa integral no Griffin, eu mantive meu desempenho e acabei prevalecendo. O governo me recompensou pagando todas as mensalidades da caríssima escola pelos últimos dois anos de meu ensino médio e foi assim que eu, de repente, me vi em meio à aristocracia inglesa. Nem preciso dizer que meus pais ficaram extasiados com a notícia da minha ida ao colégio. Com meu modesto passado social de pai italiano e mãe brasileira, uma educação de elite estava longe das possibilidades que eles imaginavam podem prover ao seu único filho.

O monitor entrou sem cerimônias na sala onde estavam eu e mais um grupo de novatos. Todos nós estávamos sentados, esperando. Olhei para os outros garotos com suas complexões bem definidas, suas peles brancas e bem cuidadas e seus corpos elegante vestindo seus uniformes ajustados e me olhei no espelho. Pude ver meus olhos castanhos no reflexo e minha pele branca levemente rosada. Percebi que meu cabelo fino e bagunçado combinava com o uniforme grande demais que vestia meu corpo magro. Eu era o verdadeiro patinho feio entre os cisnes.

“John Smith” chamou o monitor e eu me levantei. Esfreguei as palmas de minhas mãos na calça para secar o suor que brotava de meus poros.

“Pode se sentar garoto”, ele respondeu. Era um homem ruivo, de olhos verdes e barba cerrada. Era muito bonito, apesar de que naquela época eu não teria a coragem de admitir a mim mesmo quanto a esse fato. O olhar de desaprovação que o monitor meu deu, porém, enterrou qualquer sentimento que eu pudesse nutrir por ele.

Ele se apresentou como Mark Spencer e continuou a andar pela sala chamando nomes de uma lista até que todos estivessem contabilizados. Por fim ele mandou que nós o seguíssemos.

Saímos através do grandioso pátio do colégio. Era cercado pelos diversos prédios que compunham a construção da escola. Nosso grupinho atraia a atenção de alguns veteranos apesar de que nenhum deles parecia verdadeiramente interessado. A minha frente seguia grande parte do meu grupo, a maioria conversando animadamente já que deviam se conhecer desde pequenos dos encontros promovidos pelo restrito grupo que formava a alta sociedade inglesa. Eu os seguia a certa distância, praticamente invisível, me distraindo com a arquitetura de algum prédio ou com o rosto de algum aluno durante nossa curta caminhada.

O monitor nos dirigiu por uma escadaria que levava até nossos dormitórios. Eram divididos por quartos para duas pessoas. Mark Spencer parou em frente ao de número 106 e me indicou que aquela seria a minha morada pelos próximos dois anos. Encontrei minha mala já colocada em frente à cama direita, forrada com lençóis nas cores vermelho e dourado, do brasão de Griffin: um grifo vermelho lutando com um leão dourado sob uma coroa. Na cama ao lado as malas, onde ficaria meu colega de quarto, não haviam sido trazidas ainda, e eu secretamente desejava que nunca fossem. Eu apreciava a solidão e sentia que ali o melhor seria ficar sozinho a ter que suportar algum dos meninos mimados que normalmente frequentavam a escola.

Enquanto eu desempacotava uma voz ecoou dos alto-falantes espalhados pelo colégio.

“Todos os alunos devem comparecer ao grande salão para a cerimônia de boas vindas”, falou uma mulher com um timbre infantil e amigável.

A voz repetiu a mensagem e logo Mark Spencer surgiu no corredor, arrebanhando o grupo de novatos.

O grande salão se localizava no prédio central do conjunto. Tinha o teto alto e as paredes eram construídas com rochas, dando ao lugar um ar catedrático. As lareiras estavam todas acesas, esquentando o salão com um calor sufocante. Os alunos estavam divididos em mesas redondas espalhadas por toda a extensão do local e nós, os recém-chegados, tínhamos um número de mesas reservadas em um canto mais próximo à porta de entrada. Ao final do salão, sobre um estrado, se encontrava o corpo docente do colégio Griffin, todos impecavelmente vestidos em seus uniformes e esboçando sorrisos condescendentes. O diretor, um homem roliço e com nariz de porco, que mais parecia Winston Churchill, se levantou e falou em um microfone.

“Bem vindos novos alunos e bom retorno a todos aqueles que continuam sua educação em nossa gloriosa escola...”.

O discurso do diretor continuou nesse tom por mais um vinte minutos, com as palavras “gloriosa”, “imponente” e “magnânimo” se repetindo algumas porções de vezes. Todos os alunos e até mesmo alguns professores pareciam entediados e eu pude ouvir um veterano cochichar para um colega que não aguentava o falatório da cerimônia todo ano antes do banquete. A menção a comida me encheu de alegria e logo eu também estava desejando que o discurso terminasse de uma vez por todas. Quando parecia que por fim o diretor ia se calar um funcionário chegou discretamente ao lado dele e cochichou algo em seu ouvido que certamente o deixara extasiado, dado o largo sorriso que se plantou em seu rosto.

“É com grande prazer que anuncio a vocês a chegada do mais ilustre aluno que acaba de se transferir de seu colégio na França para a nossa instituição. Como todo bom filho a casa retorna, uma salva de palmas para Sua Alteza Real, o Príncipe Thomas Kensington”.

Uma expressão de surpresa tomou o rosto de vários alunos quando o príncipe entrou pela porta lateral. Uma enxurrada de palmas acompanhou sua caminhada até o estrado onde ele apertou a mão do diretor e distribuiu acenos e sorrisos a todos os professores e alunos. Thomas era tudo que a nação procurava em um príncipe: ele era alto, atlético, com o maxilar forte e masculino. Seus cabelos loiros acinzentados estavam sempre perfeitamente arrumados. Falava três idiomas e era um excelente jogador de críquete e exímio equitador. Se a Disney quisesse criar um príncipe perfeito, bastava copiar o Thomas. A única coisa que podia ser “imperfeita” sobre ele, era o fato de ser o segundo filho, fazendo dele o segundo na linha de sucessão, atrás de seu irmão, Jacob. Portanto, não era surpresa para mim o tamanho contentamento do diretor. Uma adição desse calibre a escola com certeza traria gordos cheques à conta do colégio e muitos mais anos ao cargo do velho “Sr. Churchill”, como eu viria a chama-lo daquele dia em diante.

Após a obrigatória introdução e um breve discurso do príncipe sobre como era bom retornar a Inglaterra e de como os franceses tinham um péssimo senso de humor, Thomas foi colocado em um lugar de honra logo a frente da mesa dos professores, como uma joia que merece ser admirada e vigiada ao mesmo tempo, e o banquete foi servido.

Diversos lacaios de gravata borboleta branca e terno adentraram o salão carregando os mais variados tipos de delícias gourmet em bandejas de prata. Desde ragú de pato ao molho de trufas brancas a um delicioso Crème brûlée de sobremesa. Aquela foi a minha primeira experiência agradável naquele ambiente elitista inglês. Se quando eu voltasse ao meu dormitório e descobrisse estar sozinho no quarto, consideraria a possibilidade de um ano letivo promissor. Todavia não fora de completa surpresa quando eu cheguei em meu dormitório e observei uma quantidade considerável de malas empilhadas sobre a cama do meu futuro colega de quarto. Bufei e irritado peguei meu exemplar de “Orgulho e Preconceito” dentro de minha mala, abrindo em uma página qualquer. Sem perceber cai em um sono sem sonhos.

Acordei no dia seguinte com a luz do sol batendo em meu rosto. Meu livro estava caído ao lado da cama e olhei para meu uniforme amarrotado depois de usa-lo como pijama durante a noite. Meu companheiro estava dormindo, enfiado debaixo das cobertas. No início não me importei muito, mas logo fui tomado por uma imensa curiosidade de saber quem era ele. Na ponta dos pés cheguei até a beirada da cama dele e pensei. Com o dedo o cutuquei, primeiro com hesitação, e depois uma segunda vez, com mais força, fazendo-o se mexer um pouco. Cutuquei-o uma última vez, dessa vez com decisão e por fim ele virou, fazendo o cobertor deslizar para fora de cama. O garoto estava deitado de barriga para cima, com o peitoral desnudo e a boca aberta. Quando vi, só uma palavra me veio aos lábios.

“Merda”.

Ali estava Sua Alteza, o Príncipe Thomas Kensignton.

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