Episódio 12
Parte da série Sistema Mórbido
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Depois de muito tempo abraçados.
Ele se levantou e me ajudou.
Pedi desculpas mas ele disse que era meu amigo, e que amigos São para essas horas.
Ele foi embora de madrugada.
Eu tomei um calmante e fui dormir. mas aquele dia nunca Ia sair de minha memória.
*Dois Meses Depois*
Dezembro chegou e com ele muito trabalho. Depois de muito tempo Dakes estava com um clima mais quente. Não digo quente fervendo, um pouco mais aquecido.
Dakes é um lugar frio, aqui até o verão é frio.
Estava trabalhando na "Horus Magazine" Entrei como diretor e representante do Martin.
Nossa relação ficou muito forte. amigos, parceiros. e agora eu trabalhava pra ele.
A situação da Horus não era das melhores, um escândalo sexual e político com o antigo presidente fez com que a credibilidade da revista fosse para lama.
Com novo presidente e nova direção "relançamos" a revista com uma campanha muito pesada.
Não quero me gabar mas Martin fez uma jogada de mestre: as pessoas tinham uma boa impressão com minha imagem.
Meu nome associado a essa nova fase da revista era excelente para o plano comercial "Limpeza de imagem".
Eu estava trabalhando dobrado. Mas estava muito feliz.
Minha saída da The fame rules não foi das melhores. o presidente tentou negociar mas não houve outra opção.
O que me deixou intrigado foi a frieza de Maggie, ela parecia estar feliz com minha saída, aliviada digamos.
Esses São os "amigos" que eu cultivo.
E Em relação a amizades, Henry se mostrou uma grata surpresa. além de um bom amigo se mostrou um ótimo parceiro no esquema da Revista eu contratei ele como assistente.
Fiz amizade com Kate, irmã de Martin. era uma mulher inteligente, e muito simpática. o afeto foi imediato.
Agora eu tinha um bom trabalho, e amigos fiéis.
Tudo isso em tão pouco tempo.
Mas um vazio enorme estava dentro de mim, um vazio tão grande que acabei ignorando a chegada de uma das poucas datas que eu fico radiante: O Natal.
A chegada dele foi tão sutil, pelo menos pra mim que nem pude viver isso.
Na verdade nem Dakes estava pronta para isso.
Mesmo depois que um sistema de paz misterioso foi "instalado" na cidade. Mesmo assim, ninguém estava pronto para começar tudo de novo.
E esse silêncio me dava medo, alguma coisa vinha desse silêncio dos Justiceiros e dos bandidos. Martin sabe de alguma coisa, mas esse é o único assunto que ele não comenta comigo e isso me atormenta.
*
24 de dezembro, 2015.
A dia da véspera de natal chegou. um pouco de Luz e esperança chegou na cidade e como tradição o frio e a neve estavam ali para deixar mais mágico o clima que me traz tantas lembranças, minha família..
Mas rapidamente apago essas lembranças, não vale a pena.
Mas eu estava feliz. mesmo com vinte e três anos nas costas eu me sentia uma criança.
Mas Não ia ceiar com ninguém. inventei uma história de que ia sair para o passar o natal com uns primos para Martin e ele acreditou.
Eu queria mesmo era passar a noite Bebendo e ouvindo música.
Era exatamente isso que ia fazer.
Chegou a noite e eu estava em casa assistindo uns episódios de Grey's Anatomy.
O Peru já estava assado, um prato na mesa uma garrafa de vinho, uma taça. Uma, uma, uma! Isso me fez chorar. nos últimos anos meus natais foram com Juan, só nós dois e era mágico, incrível!
Mas agora, eu estava só.
As lágrimas começaram a cair e eu comecei a beber para tentar esquecer e dormir. a meta era beber até cair.
Liguei Meu equipamento de música.
Coloquei "Opulence" da Brooke Candy e comecei a dançar feito um louco.
Estava péssimo, mas ficar sentado no chão não ia resolver.
Depois de muito dançar e beber. me sentei na mureta e encostado no vidro da janela da sala, fiquei olhando para fora de casa. não passava uma alma viva na rua.
Meu Celular tocou vi que era Martin e atendi:
Martin: Liguei pra te desejar um feliz natal.
Robert: Você me desejou isso na revista.
Martin: Mas agora é natal oficialmente, e eu queria ser o primeiro a te desejar isso na data oficial.
conseguiu chegar na casa do seu primo?
Robert: Sim, estamos bebendo um pouco, está muito divertido.
Martin: Não vou mais atrapalhar você, Aproveite muito.
*
Peguei uma garrafa de vinho abri a porta e sentei no gramado de casa. bebi muito ao som de alguma música agitada.
Minha playlist estava misturada, então tocava uma música agitada e três de suicídio. E eu não estava com vontade de ir até o computador alterar a playlist.
Começou a tocar Run Away With Me da Carly Rae Jepsen. E que péssimo momento pra tocar essa música.
A letra ia bem no fundo da minha alma e foi como álcool na ferida, pode parecer bobagem mas para um bêbado tudo causa dor.
O refrão chegou e eu não aguentei, não tinha ninguém olhando. cantei e dancei no frio.
Eu só queria ter alguém pra surtar comigo agora.
Estava cantando muito alto até que uma voz cortou minha festa triste:
- Posso parecer maluco. mas tenho a impressão de que a casa do seu primo é idêntica a sua.
*
Aquela voz.. Aquele perfume, isso não é de Deus.
Robert: Martin?
Continua??