Antes do Amanhã Ser (S01E01)
Parte da série Antes do Amanhã Ser
Olá a todos eu sou o Quin e essa é a minha primeira ficção. O personagem principal dessa estória será baseado em mim porque sou egocêntrico haha então aqui vai uma breve descrição de como sou fisicamente: tenho 25 anos, sou branco, 1,72m, olhos castanhos claros, cabelos castanhos claros um pouco avermelhados (mas como uso gel, meu cabelo parece um pouco mais escuro do que é, porém ainda um pouco castanho/avermelhado nas pontas).
Só deixando bem claro que essa estória é inventada e de temática sobrenatural, espero que gostem ^_^ , qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência :-)
Episódio Piloto (Série 01 Episódio 01)
Finalmente minhas férias haviam chegado, era o primeiro dia depois de um longo período cheio de sacrifícios sociais. Agora eu finalmente poderia sair com os meus amigos e passar mais tempo com a minha irmã Lia. Mas antes eu teria que ir ao médico marcado pela manhã, eu estava com dores de cabeça fracas, porém que surgiam todas as noites e no início do dia.
Ao voltar para casa da clínica, eu tirei um cochilo sentado dentro do ônibus e acordei quando um rapaz bateu na minha cabeça por acidente fazendo a dor voltar um pouco mais forte do que antes, mas não fiquei com raiva dele, pois ele era muito bonito. Ele sorriu para mim, pediu desculpas e falou que não estava conseguindo se equilibrar direito por causa da sua mochila pesada, então eu me ofereci para segurar a sua mochila.
Ao ficar com a sua mochila, eu percebi que ele começou a encostar-se ao meu braço e fazer movimentos de vai e vem conforme o ônibus acelerava. Então eu pus minha mão em meu braço de maneira que eu pudesse senti-lo melhor com os meus dedos. Ele começou a ficar excitado e eu a brincar com a sua excitação discretamente.
Escrevi em uma folha de papel o meu número de telefone, mas nunca pude entregá-lo, pois ao virar-me em sua direção senti uma terrível dor que só não me pôs ao chão, pois eu estava sentado. Estranhamente, a dor não veio sozinha - eu tive uma visão perturbadora em minha mente, cheguei inclusive a pensar que eu havia sido teletransportado para outro local naquele momento.
Enquanto a dor dominava a minha cabeça, eu tive uma visão sobre o rapaz que pressionava o seu corpo excitado contra o meu corpo. Eu o vi entrar em um beco sombrio e gritar enquanto era consumido pela escuridão.
Ao sair do transe, a dor sumiu e eu pude ver que eu já não segurava a mochila e que aquele rapaz já descia do ônibus. Levantei com pressa, mas tive que descer uma parada depois. Corri atrás dele e de longe vi que ele iria entrar em um beco igual ao da visão que tive e gritei, mas o barulho dos carros abafava a minha voz.
Resolvi entrar no beco e o vi em pé diante de mim, dei um passo à frente, mas ele gritou caindo de joelhos no chão. O seu corpo ficou coberto por sombras que cresciam em minha direção. Fiquei aterrorizado e corri para longe, ouvi apenas uma risada abafada enquanto eu saía desesperado em busca de outro ônibus que me levasse para longe.
Temor e arrependimento tomavam conta de mim. Como pude deixá-lo para trás? Por que eu havia previsto aquilo? Como eu poderia ter evitado? Quem poderia rir de tanta maldade?
Cheguei em casa sem falar sobre o assunto e encontrei minha irmã Lia com o seu namorado.
- Oi Quin, foi tudo bem no médico? – perguntou minha irmã notando minha clara preocupação.
- Foi, fiz uns exames de rotina, mas ainda tenho que voltar daqui a um mês para ver o resultado. Vai demorar porque eles estão com muitos pacientes para atender.
- E por que você está tão estranho?
- Não é nada não. A mamãe vai demorar a voltar hoje?
- Sim. Ela vai voltar apenas nove horas da noite.
- Hum... oi Caio, eu nem falei contigo. – disse me direcionado ao namorado de minha irmã, que sempre me olhava como se estivesse envergonhado por algum motivo.
- Oi Quin. Vamos sair nesse fim de semana? – perguntou-me gaguejando um pouco.
- Sim, claro, pra variar eu vou ser a vela entre vocês dois não é mesmo?
- Na verdade Quin, eu vou sair com as minhas amigas e não queria deixar o Caio sozinho, vocês dois poderiam passar um tempo juntos e se conhecerem mais. – disse minha irmã como se tramasse algo que eu não conseguia compreender.
- Lia eu já conheço o Caio rsrsrs, ele vem aqui em casa quase todos os dias. Mas tudo bem, eu também não quero ficar sozinho nesses dias de férias. Você escolhe para onde nós vamos Caio, mas eu queria algo bem calmo ok.
- Claro! Eu vou pensar em tudo. – Caio respondeu sorrindo e finalmente olhando diretamente aos meus olhos, mas logo virou o rosto para o lado voltando ao jeito esquisitão dele de sempre.
Ficamos os três em casa jogando vídeo game, assistindo filmes e pude perceber que a Lia e o Caio eram muito próximos, mas nem tanto como namorados, pareciam apenas bons amigos. Passamos a tarde toda nisso e quando o Sol já estava se pondo, a minha irmã teve uma ideia.
- Vamos brincar de Verdade ou Desafio?! – disse a Lia naquele tom inconfundível de quem tramava alguma coisa.
- Eu não sei Lia, nós já somos adultos, isso parece bobagem.
- Vamos Quin! Até o Caio está a fim de brincar.
- Ok... – aceitei, pois aceitaria qualquer coisa que me fizesse esquecer aquela manhã terrível.
Rodamos a garrafa e era a minha vez de perguntar ao Caio.
- Caio, Caio, Caio... Verdade ou Desafio?! – fitei em seus olhos e sorri maliciosamente para ele.
- Verdade! Pra você eu sempre vou falar a verdade... – disse Caio olhando-me pela segunda vez em meus olhos, algo que raramente ele tinha feito desde que nos conhecemos.
Quando Caio me olhou pude perceber que ele era atraente. Ele é um rapaz alto, moreno, cabelos pretos curtos, volumosos e lisos. Ele malhava e tinha braços fortes, eu tive que desviar o meu olhar, pois nunca o havia visto tão bonito, na verdade eu acho que nunca o tinha visto de verdade até aquele momento.
- Caio, Caio, Caio... Rapaz tímido. Os tímidos são os piores rsrsrs. Diga até onde você já foi com a minha irmã? Estão usando proteção?! – perguntei descaradamente, pois tenho ciúmes da minha irmã e preocupava-me com ela.
- Quin! Que pergunta é essa?! – gritava a Lia morta de vergonha pela pergunta que eu fiz.
- Caio você disse que nunca mentiria para mim! – fitei o Caio tapando a boca da minha irmã que me beliscava tentando escapar para impedir o Caio de falar qualquer coisa.
- Quin... É... Ainda não tivemos nada, eu respeito muito a sua irmã. – respondeu virando-se até nós e beijando o rosto de Lia que estava bem próximo ao meu.
Rodamos novamente a garrafa e era a vez da minha irmã fazer uma pergunta para mim. Dessa vez ela iria se vingar, mas eu não imaginava que ela estava com tanta raiva ao ponto de perguntar o que perguntou.
- Então querido irmão, minha vez de lhe perguntar algo tão discreto quanto você perguntou ao Caio. Você, amado irmão, já dormiu com outro cara?!
Caio riu comedido e Lia me encarava com um sorriso malicioso no rosto. Ela já sabia a resposta, sabia que eu tinha feito sexo com alguns caras. Nós implicamos um pouco um com o outro, mas sempre contamos tudo, ou quase tudo. Sempre fomos muito unidos, especialmente depois que o nosso pai nos abandonou. Mas dessa vez ela foi longe demais, pois perguntava algo intimo na frente do Caio.
- Anda responde! – minha irmã insistia.
- Você nem perguntou “Verdade ou Desafio”? – aleguei tentando fugir daquela situação.
- O Desafio vai ser você fazer o meu trabalho de metodologia do trabalho científico. Quer mesmo fazer? Anda responde... Está só a gente aqui e o Caio não vai falar nada pra ninguém! Não é Caio? – disse minha irmã olhando para o seu namorado.
- Não eu não digo nada a ninguém, o que acontecer entre a gente, fica aqui mesmo. – falou Caio olhando para qualquer outro lugar da sala, menos para mim.
- Está bem, eu acho que prefiro falar a verdade, e você vai ter que fazer os seus próprios trabalhos Lia. Bem, eu...
Quando eu ia finalmente revelar que já tinha me relacionado com homens senti novamente a mesma dor que eu tinha sentido no ônibus e vi minha própria mãe. Ela estava voltando para casa a noite enquanto uma forte luz se aproximava e de repente ela estava caída no chão, apenas o som da mesma risada abafada ecoava na minha cabeça quando a dor passou e eu pude abrir os meus olhos.
Lia e o Caio estavam me socorrendo, pois eu havia desmaiado no chão por alguns segundos. Eu me levantei desorientado e disse a eles que eu precisava encontrar a nossa mãe, mas eles não me deixaram ir e pediram para que eu me acalmasse antes.
- Lia a mamãe está em perigo! Preciso ir atrás dela!
- Quin, mas o que você está dizendo?! Nada disso faz sentido!
- É verdade Lia! Por favor, me deixa ir! Caio me leva até onde minha mãe trabalha?
- Eu te levo sim! – respondeu Caio já com as chaves do seu carro na mão.
Fomos todos no carro, demoramos um pouco, pois alguém havia furado os pneus do carro de Caio e tivemos que trocá-los antes de irmos até onde estava a minha mãe. Todos nós estávamos preocupados com tudo que estava acontecendo. O Caio continuava calado, mesmo com o prejuízo do carro ele não reclamava de nada. E a Lia estava mais preocupada com o meu desmaio do que com qualquer outra coisa. Eu apenas pensava na nossa mãe e no que havia acontecido pela manhã.
Próximo ao local de trabalho da minha mãe vimos muitos carros de polícia ao redor. Aproximei-me aos poucos e um policial me barrou, contudo eu pude ver que minha mãe estava deitada no chão e não respirava mais. Eu gritei e Lia se aproximou também e, quando viu nossa mãe, gritou junto a mim. Nós chorávamos nos braços de Caio que acolhia o nosso sofrimento.
Na noite seguinte enterramos a nossa mãe e voltamos para casa. Caio dormiu na nossa casa essa noite, mas em um quarto separado da Lia.
Eu não sabia naquele momento, mas minha irmã havia recebido uma visita inesperada enquanto todos nós já dormíamos.
- Lia. – disse uma voz suave.
- Quem está ai?! Quin?! – perguntou minha irmã assustada.
- Lia, sou eu a mamãe.
A imagem de nossa mãe surgiu para a minha irmã que ficou petrificada sem reação para gritar ou fazer qualquer outra coisa.
- Fique tranquila meu amor, não estou aqui para lhe machucar. Estou aqui para lhe proteger.
- Mamãe é mesmo a senhora? – disse Lia chorando e aproximando-se para abraçar a imagem de nossa mãe.
- Não se aproxime meu anjo, pois estou presa entre dois mundos.
- Mamãe eu não entendo. Você está sofrendo?!
- Sim minha querida eu estou em dor porque sei que meus filhos amados estão correndo um grande perigo. Querida vá até o meu quarto sem acordar o seu irmão e pegue um livro antigo com um olho e um triângulo na capa, por favor.
Minha irmã entrou no quarto sem que eu percebesse e encontrou o livro que estava no fundo do guarda roupas.
- O que eu faço com esse livro mãe?
- Leia e aprenda maneiras para proteger a si mesma e ao seu irmão. Não conte nada a ele, pois ele não entenderá. Nem tudo que está no livro parece certo Lia, mas será necessário você aprender e por em prática.
- Que grande perigo é esse que a senhora tanto diz?
- Não posso ficar por muito tempo, já hora de ir. Leia minha querida e aprenda os mistérios que este livro contém. – disse o espírito enquanto desaparecia na escuridão do quarto de Lia.
Eu não sabia do que estava acontecendo com a minha irmã e muito menos do que ela tinha visto ou nada sobre aquele livro. Naquela noite eu tive um sonho que confortou o meu coração – um homem apareceu para mim todo vestido de branco e disse que eu havia sido escolhido para uma missão difícil, porém muito importante.
- Quin não tenha medo. Eu tenho uma mensagem para você. Acalme seu coração, pois você encontrará muitos desafios pela frente. Suas visões não são uma maldição, elas são uma prova e um desafio. Você terá que ajudar às pessoas que aparecem em suas visões antes que o mal aconteça a elas. Você conhecerá um jovem chamado Lucas que lhe ajudará em seu caminho. – disse o homem com o seu rosto envolvido em uma luz que aquecia a minha alma.
- Onde posso encontrar o Lucas? – perguntei ao homem que já subia às nuvens ao alto se distanciando de mim.
- Não se preocupe, pois eu também apareci a ele. Ele te encontrará quando você estiver em perigo. – disse o homem subindo e sumindo do alcance da minha vista.
Acordei suado ainda de madrugada e fui atrás de minha irmã, pois a ouvi chorando.
- Lia vai ficar tudo bem. Vou cuidar de nós dois. – disse enquanto a abraçava.
- Não Quin. Eu que vou cuidar de nós dois. – respondeu Lia segura de si e parando de chorar.
Voltei ao quarto de minha mãe e fui tomado por um sono pesado, o que me fez dormir tranquilamente.