CAPITULO 8 - KAMARAMPHI

Conto de Puckerman como (Seguir)

Parte da série TAWAPAYÊRA

“No abismo, no centro da terra, morada das feras, transe de Kamaramphi eu enfrentei!”

- Toquem o tambor dos mortos em honra aos grandes guerreiros perdidos no tempo! Ressuscitem as tribos do além no grande chamamento!

Aqueles sepultados nas eras começaram a se levantar à medida que eu começava o ritual. Almas levadas injustamente por conta dos místicos tinham o direito de retornar á vida. Em volta daquele circulo de fogo, acontecia nosso ritual glorioso. Os olhos de todos ficavam brilhantes de emoção com a magnitude do espetáculo. Víamos todas aquelas luzes voando no céu ao redor de nós, buscando a vida novamente.

Os 15 guerreiros estavam de pé novamente e prontos para enfrentar Serpentária, porém eu os despachei, não iria leva-los á ruina novamente. Fiz com que todos ali presente me prometessem que não iriam interferir na batalha, dessa vez eu realmente queria ir só. Se tivesse que morrer, aquela seria a hora, mas somente eu e a grande Boiuna, sem interferências.

Ao raiar do sol saí rasgando as entranhas da mata atrás da maldita até sentir seu cheiro, sabia que ela estava perto. A encontrei nas proximidades da tribo Caiapó, com certeza faria uma refeição antes de ir atacar Tawapayêra. Serpentária estava na sua forma humana, e sem que ela percebesse me agarrei em seu corpo travando a sua fuga, e em seguida com cipó amarrei seu corpo em uma enorme árvore.

-Você acha mesmo que pode me manter presa aqui?! Que inocente de sua parte...

-Não irei mantê-la presa aqui, até porque vou te matar!

-De novo essa história? Isso já está ficando chato! Sabe que isso é impossível...

-Será? Eu recentemente me lembrei de uma coisa!

-Conte-me, estou entediada!

-Isso aqui (disse arrancando o colar que ela possuía) é uma espécie de prisão pra você! Ou seja, basta fazer o ritual certo e nunca mais a grande Boiuna aterrorizará ninguém!

-ME DEVOLVA! AGORA!

-Ficou bravinha por quê? Está com medo?!

-Garoto você não sabe com que tipo de monstro está lidando, eu sou má, muito má e dessa vez não pouparei sua vida!

A deixei rosnando lá e fui para o centro da floresta, no seio da Amazônia iniciar o ritual de aprisionamento. Aquela era minha última esperança, e se não desse certo, eu me renderia. Marquei algumas árvores com símbolos e imagens, fiz um PENTAGRAMA DE TANDARA no chão e comecei o chamado ás tribos do Brasil. Alguns metros na frente Jaci se contorcia a ponto de romper o cipó abençoado, percebi que ela estava começando a tomar forma de cobra e que logo estaria livre e viria em minha direção. Coloquei o colar no centro e iniciei a exaltação.

“Munduruku, yanomâmi, javaé, Dessana, katukina, sateré-mawé, zoé - Ouçam meu apelo tribos do brasil - Kaxinawá, hixkariana, potiguar, Marubo, ticuna, carajá, caiapó! Apurinã, tupiniquim, tupinambá, Baniwa, aruá, avá-canoeiro, Kuikuro, kuripako

Libertem-nos do mal da Grande Boiuna! Aprisiona-te-ei

Parintintin, korubo, trumaí, Tumbalalá, pataxó, pankararu, Zoró, krahô, manaó, Xavante, guarani, wayana, xukuru-kaririMarajó, torá, suiá, suruí-paiter, waurá”

Quando terminei de evocar todas as tribos, virei-me para apontar o colar e aprisionar Serpentária, mas fui surpreendido com a boca da cobra engolindo meu corpo inteiro.

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