INTRODUÇÃO – O DEPOIMENTO
Parte da série AMENO
“ Meu nome é João Pedro Bittencourt, tenho 19 anos e iniciarei agora meu depoimento sobre o caso “AMENO”.
No primeiro dia em que o vi, era uma tarde chuvosa de quinta-feira. Ao entrar na sala de aula o percebi sentado bem ao fundo, junto á parede. Seus cabelos pretos e cumpridos tomavam-lhe metade do seu rosto, seus olhos verdes lembravam esmeraldas, sua pele tão pálida que chegava a lhe dar uma expressão de doente, como se não circulasse sangue em seu corpo. Logo de imediato senti uma necessidade de estar perto daquele rapaz, era como se minha vida dependesse a partir daquele momento, ser completamente dele.
Recordo-me de ter sentado ao seu lado durante alguns dias, porém em momento algum nos dirigimos à palavra. Assim como eu, nenhum outro aluno conversava com ele. Me atentei a chamada e pude descobrir que seu nome era Uriel, e descobri também que viera de outra cidade junto com a família. Aquele sentimento de curiosidade já me dominava e houve um dia em que não resisti e o segui durante ao intervalo, para próximo a um jardim que ficava na parte de trás da faculdade, em uma área pouco movimentada. Uriel percebeu que o seguia e não se importou, quando me aproximei do banco em que ele havia sentado, o mesmo pela primeira vez abriu um sorriso e se afastou um pouco para que eu sentasse junto dele. Suas palavras foram simples e diretas: “estava a sua espera”. Depois disso minha visão escureceu e desmaiei.
Quando acordei estava deitado em uma cama, num quarto completamente diferente de tudo o que eu já tinha visto na vida. Era vermelho com um tom escarlate, e suas paredes eram decoradas com fotos e imagens de crucifixos e pessoas decapitadas. Ao levantar um pouco mais meu corpo e ver mais a fundo no quarto, percebi também que havia sangue espalhado por todos os cantos e mãos em conserva. Diante daquele cenário me levantei mais que depressa e procurei por uma saída, onde a mesma se encontrava fechada. Meu desespero só diminuiu quando a porta se abriu e de lá Uriel apareceu com um sorriso que eu jamais poderia descrever. Seus cabelos estavam presos para trás e finalmente pude perceber os traços bem desenhados que ele possuía. No momento em que ele me abraçou e beijou-me, estremeci e quase desmaiei novamente. Sua expressão era de apaixonado, ou de um psicopata? Ainda não tinha entendido como fui parar em seu quarto e o porquê dele ter toda aquela “decoração”.
Uriel me puxou pelo braço e me levou a uma parte da casa que parecia com um sótão, ficava dentro da terra, bem a baixo da superfície. Ao entrar pude perceber que havia uma garota ali e eu a conhecia, era Michelle uma das alunas da faculdade. O fato era que ninguém a suportava, e naquele momento a garota estava amarrada em uma espécie de mesa de vidro. Sua boca estava tampada e lagrimas escorriam de seus olhos, quando Uriel me sentou em um banco e me pediu para observar e não fazer nada, senti medo. Ele retirou de uma mala pequena uma faca não muito grande, junto de uma serra de aço que também não era muito grande e algumas seringas. Tentei fechar meus olhos quando ele começou a cortá-la, primeiro em uma parte do seu pescoço de onde começou a sair uma quantidade generosa de sangue que era aparada por um balde colocado em um ponto preciso. Depois disso ele passou a fazer cortes por toda a extensão do corpo da garota, e em seguida com ajuda de um facão que já estava posicionado decepou a cabeça de Michelle que caiu alguns metros perto de mim. Não consegui desviar o olhar de Uriel, nem mesmo quando a cabeça que veio rolando chegou aos meus pés. Nesse momento aquele garoto começava a serrar cada membro de nossa colega de classe e coloca-los em dois baldes, depois empacotou todos em um saco plástico preto e os congelou no freezer que havia mais ao fundo do sótão. Só após ter terminado de fazer tudo isso, que eu se aproximou de mim com o balde cheio de sangue e me agarrou novamente, sem nenhuma palavra nossas bocas se cruzaram. Naquele momento de desejo e excitação senti o liquido quente e vermelho escorrer por nossas cabeças, ele estava nos banhando com o sangue de Michelle, e seguindo o desejo, transamos ali mesmo.”