CAPITULO 3 – URIEL
Parte da série AMENO
Depois do ocorrido com Uriel em sua casa, novamente desmaiei e acordei em meu próprio quarto. Fiquei uns dois dias sem sair de lá, minha cabeça rodava e tudo que eu conseguia pensar era em Michelle cortada em pedaços dentro de uma sacola, e o que me assustava mais era o fato de ter sentido prazer vendo aquela monstruosidade. Uma coisa era fato, eu deveria ficar o mais longe possível daquele garoto e denunciar pra policia a morte da minha colega de classe. Mas eu não queria isso, eu queria mais! Eu gostei do que aconteceu a Michelle, principalmente pelo fato dela me humilhar todos os dias na faculdade somente porque eu era gay e havia ficado pobre. Aquilo pareceu um alivio. Meu coração quase saltou pela boca quando desci as escadas do meu quarto e fui até a sala assistir com minha família, no noticiário da noite anunciava um crime hediondo que ocorrera próximo ao lago afastado da cidade, uma jovem de 18 anos foi encontrada morta dentro de uma sacola por um pescador, o corpo tinha sido picado e os animais terminavam de comer parte dele que foi deixada de fora do saco plástico. Todos ao meu lado ficaram horrorizados e desligaram logo a televisão, eu não senti nada, nem ao menos arrependimento, pelo contrario, começou a me bater uma vontade tremenda de ver o maníaco que tinha feito aquilo.
Para a minha surpresa, quando sai de casa dei de cara com ele sentado em frente olhando fixamente para mim, não sei se senti medo ou felicidade em vê-lo novamente. Fui ao seu encontro e ele me ofereceu um pedaço de cereal que de prontidão aceitei.
- Oi –disse ainda tímido sem conseguir encara-lo nos olhos- Tudo bem com você?
-Oi, tudo sim! Está bem? Sumiu esses dois dias... Fiquei preocupado!
-Eu... Não estava passando bem... Espera! Como soube onde eu morava?
-Eu sei tudo sobre você! Você é meu! Você me pertence!
-Como? – perguntei incrédulo com a segurança que ele transmitia naquelas palavras.
-Eu sou seu prometido! O que vai levar você a realizar todos os seus desejos mais sombrios, afinal não foi isso que você pediu no juramento? –disse Uriel tranquilamente.
-Você é o diabo?
-Não! Eu sou seu amor, sou o que você precisa, sou o que te completa!
-Porquê fez aquilo com Michelle? E porquê a largou no lago para que descobrissem?
-Porque ela te machucou, e quando ela fez isso me machucou também! Eu sou você e não deixarei que ninguém nos faça sofrer! E quero espalhar o medo pela cidade.
-Isso é muito lindo, mas eu quero que pare! Não pode continuar com isso...
-Você me deu a livre escolha de fazer o que eu quiser quando nossos corpos se uniram em um só da ultima vez que nos encontramos. João eu te amo e o nosso destino é a morte... Juntos!
-Uriel isso não está certo! Não podemos fazer isso desse jeito, você nem se quer me conhece!
-Nossa relação não tem nada de normal, e nem teria como ser. Você fez um pacto com o senhor das trevas e eu sou um demônio que amará e o protegerá até que chegue sua hora de sacrificar sua alma.
Depois daquilo não pensei em mais nada, Uriel estava certo. Eu fiz um pacto em troca da minha alma e não adiantava em nada evitar o que eu mesmo tinha pedido, deveria apenas aproveitar tudo oque me fora prometido. Estávamos em um opala vermelho a caminho de um desses motéis de beira de estrada, queria finalmente aproveitar cada momento com meu anjo negro, que era uma espécie de vicio para mim, principalmente pelo fato dele me amar incondicionalmente, mesmo que esteja apenas desempenhando essa função na forma humana. Após nosso ato de amor ser consumado através da união de nossos corpos, misturados com um desejo infinito que nos unia, me deixei levar pela minha nova situação. Eu agora namorava um demônio e estava feliz com isso! Iria atrás de tudo aquilo que nunca me deram: riqueza, poder, fama.
-O que você quer fazer primeiro João?
-Porquê me chama assim?
-Não é o seu nome? – perguntou-me com uma careta muito engraçada.
-É, mas sei lá... Deveríamos ter apelidos carinhosos como qualquer casal!
-Você quem sabe...
-Deixe como está! E o que faremos agora?
-O tornaremos um rei! – seus olhos brilharam ao pronunciar aquela frase.
-Como? – perguntei ainda confuso.
-Venha comigo!
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