CAPITULO 2 – QUANDO TUDO COMEÇOU

Conto de Puckerman como (Seguir)

Parte da série AMENO

Meu maior medo sempre foi morrer pobre. Minha família estava falida e eu tinha que me acostumar a viver sem muitos luxos, vivia apenas com o necessário e estava cansado disso! Queria mudar de vida, mas como isso era possível? Trabalhava feito um louco e nem se quer recebia um elogio do meu patrão, muito menos um aumento! Como ficaria rico sendo praticamente um escravo, trabalhando oito horas por dia em troca de um mísero salário e ainda por cima dividia meu tempo livre entre a faculdade e meus estudos. Estava cansado da pressão que recebia dentro de casa em sempre contribuir mais com as despesas, queria voltar a ser rico! Queria ser livre e ter o que eu quisesse novamente: mulheres, homens, festa, fazer parte da alta sociedade e ser o centro das atenções, afinal, quem não queria? Queria ser mais poderoso que meu patrão e poder humilhá-lo da mesma maneira que diversas vezes ele me fez.

E como eu conseguiria isso? Loterias do governo? Todos sabem que aquilo é forjado, ou seja, morreria de tanto jogar e ainda sim permaneceria pobre! Minha única solução foi apelar para o ocultismo, para as trevas, ou seja lá como chamam. Tirei toda uma tarde para pesquisar na internet como se fazia um ritual, pacto ou algo do tipo. Encontrei diversos sites relacionados, mas com um conteúdo um tanto imaginário e sem fundamentos, depois de um tempo desisti. Alguns dias depois lembre-me do baú que me foi dado pelo tio Frank e resolvi ver o que aquele velho maluco escondia nele. Achei diversos livros que falavam de morte, demônios, rituais e essas coisas sobrenaturais que não acreditamos que existam, mas existe! Folheei um livro grande e de um aspecto velho e nele encontrei uma imagem que me chamou muita atenção, nela havia símbolos e animais parecidos com touros, serpentes e ursos, todos com chifres e garras. Nessa imagem havia uma pequena descrição de como deveria se seguir o ritual de invocação do demônio da luxuria e como fazer o pacto para possuir tudo que mais desejasse, e mais a fundo no ultimo paragrafo destacava-se em negrito que o pagamento seria com minha alma.

Nunca fui adepto á religião, por isso nem ao menos me importei, tratei de pegar os objetos necessários para fazer tal ritual. A parte mais difícil foi quando tive que matar um gato para se completar o pacto, peguei um dos dez que haviam na casa da minha vizinha e sem muita delonga o estrangulei e escondido joguei para dentro do meu quarto. Acendi as cinco velas pretas em forma de uma estrela e no centro coloquei o gato, me posicionei bem em frente à imagem e fiz um pequeno corte em meus pulsos deixando meu sangue escorrer pelo corpo morto do animal, em seguida pronunciei as palavras escritas na imagem:

“Ego autem te peto ut ministrent tenebrarum deus occulta mea. Et dabo te in animam meam pro libidine imperium Accipe tibi domino meo oblatio mortem (latim)”.

Depois que pronunciei aquelas palavras esperei que as luzes começassem a piscar, a terra tremer, o ar esfriar... Mas nada aconteceu! Fui desanimado me limpar no banheiro e fazer um curativo em meus pulsos, depois limpei toda a bagunça que fiz em meu quarto e por fim enterrei o gato no quintal de casa. Quando retornei, um homem alto e forte estava sentado em minha cama. Quase morri do coração ao vê-lo.

-Quem é você? O que está fazendo aqui no meu quarto?

-Você me chamou João, e aqui estou!

-Mas... Mas... Aquilo era sério? Você é... É o Deus das trevas?

-Sim, sou eu!

-Então o feitiço estava certo?!

-Claro que não! Isso não passa de uma tolice ridícula que vocês jovens espalham por ai... Vim apenas porque seu coração me chamou! É você que me quer aqui, e nesse momento é você que me deseja!

-Eu não sei se quero isso...

-É claro que você quer! Quer vingança, amor, prazer e dinheiro! Sua alma está gritando para você se entregar e ser quem você gostaria. E eu posso te proporcionar isso João, basta apenas que renegue a Deus e se curve diante de mim como seu soberano maior. Sua alma será minha e você terá tudo o que sempre quis.

-Quanto tempo terei pra poder aproveitar tudo o que vou ter?

-O tempo que julgar necessário! E quando me chamar estarei aqui para te buscar! Venha, toque-me. Sua mente resiste, mas seu corpo me quer, me deseja...

Antes de aquele homem terminar de falar me entreguei, não resisti ao seu chamado. Não pude resistir à forma em que ele me apareceu, era como seu fosse um anjo grego, mas bem das trevas. Ao terminarmos a consumação do pacto ele sumiu, e disse que eu teria tudo o que eu quisesse no momento em que eu encontrasse aquele que me foi predestinado a seguir o mundo dos mortos.

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