CAPITULO 27 – O SEGREDO REVELADO

Conto de Puckerman como (Seguir)

Parte da série AMENO

URIEL

Eu já estava começando a me cansar daquela maldita procura. Livraria a alma de João nem que pra isso fosse preciso lutar contra o próprio diabo. Iniciei uma série de torturas nos demônios mais fracos a procura de respostas, mas eles não estavam mais dispostos a me ajudar. Há morte para aqueles que se negam a colaborar com um anjo das trevas, sim, pois eu não era apenas um deles, estava em um dos mais altos escalões da hierarquia. Algo muito importante ligava João ao inferno, já que sua alma era muito preciosa. Minha guerra contra o diabo estava declarada e ele sabia que eu seria uma ameaça, tanto que mandou os seus melhores súditos levarem minha cabeça.

-Olha só quem o papai mandou para me ver!

-Uriel você está causando muitos problemas para o rei das trevas, ele está começando a se aborrecer. Você dizimou uma boa quantidade dos nossos servos!

-Então avise seu mestre que eu irei parar... Batas somente ele me dizer o que tenho que fazer para livrar a alma do humano!

-Você sabe que isso não é possível!

-Qual é Antoniel, nós sabemos que nada é impossível aqui em baixo!

-Ele se vendeu Uriel, o acordo foi feito e cumprido! Além do quê, a alma dele é muito importante, mais que a sua eu diria!

-Vejo então que não teremos um acordo!

-De forma alguma! Renda-se e siga novamente as ordens do mestre que permanecerá vivo!

-Eu não vou voltar a obedecer aquele bicho nojento, e afinal, eu já estou morto mesmo! Foda-se!

Os quatro vieram ao meu encontro depois de pronunciar minha frase, golpeei dois deles com uma lâmina especial. O outro eu facilmente arranquei seu coração, o quarto me deu um pouquinho mais de trabalho. O desgraçado era esperto e ágil, conseguiu me acertar alguns golpes que doeram pra caralho. Quando vi que estava sangrando, uma fúria sobrenatural transbordou de meu corpo e em um movimento preciso arranquei a cabeça do desgraçado.

Antoniel se manteve longe observando tudo, na verdade a ideia dele era levar os quatro apenas para distração. Quando finalmente nos encontramos a sós que resolvemos mostrar o que um anjo e um demônio poderiam fazer.

-Muito bem Uriel, eu sei que você já foi um anjo há muito tempo atrás, mas assim como seu humano namoradinho você se vendeu! Agora está nas trevas!

-Tenho minha alma corrompida e adoro isso! Mas continuo sendo um anjo, e isso prova que sou muito mais forte que você Antoniel. Fuja enquanto ainda há tempo!

-O mestre previu isso, você não deveria subestimá-lo! Achou mesmo que ele me enviaria desprevenido?

Nesse momento Antoniel começou a se transformar em uma criatura assombrosa. Ficou com uns três metros de altura, com um par de chifres gigantes, seu corpo ficou igual ao de um espartano e seu rosto criou uma feição de um touro. A mitologia grega chamaria aquilo de minotauro, os religiosos chamariam de Belzebu e eu apenas chamei ele de divertimento.

Aquela criatura veio pra cima de mim com fúria e fogo nos olhos, me acertou em cheio e começou a esmagar minha cabeça. Levantei minhas mãos e com força consegui me livrar da armadinha que ele havia me posto. Em uma fração de segundos me vi jogado novamente contra a parede, e uma chuva de fogo caiu sobre mim, o desgraçado estava me assando vivo! Uma fúria tomou conta de mim e uma luz branca emanou de meu corpo, asas negras saíram de minhas costas e me vi voando por cima do monstro. Meus olhos estavam negros e como uma espada, eu fui em direção ao seu corpo e o atravessei. Os gritos de dor que agora vinham de Antoniel que caiu e voltou ao normal, estrondavam e ecoavam por todo o lugar. Mas antes que o desgraçado morresse, o fiz abrir o bico.

-Se não quiser morrer decapitado, é melhor me falar o que eu quero saber! Te garanto que até você morrer ainda pode sentir muita dor!

-Você não vai conseguir a alma do seu namoradinho de volta! Ela não tem mais salvação... E não importa o que você fizer, eu não falarei nada!

-Mesmo sem um braço? – arranquei de uma vez só um dos braços do desgraçado, que urrou de dor e começou a implorar pela morte.

-Por favor, me mate logo! Seu desgraçado! Me mata!

-Não, ainda não... Quem sabe se com o uma perna quebrada você não me diga?! – novamente, coloquei a mão em sua perna que estava esticada e a quebrei, a ponto de sair o osso pra fora do corpo.

-EU FALO! EU FALO! MAS DEPOIS DISSO ME MATE...

-Pode começar então!

-O mestre vai ficar mais forte com a alma do humano, ele na verdade é uma estrela de Davi! Se combinada sua força com a do mestre, ele se tornará tão poderoso quanto Deus! E o único jeito dele sair dessa, seria se um anjo puro se oferecesse no lugar...

-Boa morte!

Antoniel falou com muita dificuldade aquelas palavras, o buraco que eu deixei em sua barriga estava matando-o. Aquela declaração me surpreendeu, poderia não ser verdade, mas fazia todo o sentido. E isso não era bom, foram poucos os anjos que desceram á terra a milhares de anos atrás e alguns foram mortos por legiões de demônios comandados pelo Deus das trevas. O que dificultaria ainda mais minha busca. E depois de matar seu braço direito, meu próximo encontro seria com o mestre! Um de nós não retornaria para governar o mundo.

UdoliBoy adoro seus comentários! Sempre ligado na história :) abraços

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