CAPITULO 23 – HÁ QUANTO TEMPO

Conto de Puckerman como (Seguir)

Parte da série AMENO

DAVID

-Senhor David, há uma visita lá em baixo querendo falar com o senhor!

-Não quero ver ninguém Marta!

-Mas senhor, ele disse que é muito importante!

-Quem é?

-Por favor, apenas desça e vá falar com ele!

-Tudo bem Marta, eu irei! E o meu pai? Por onde anda?

-Seu pai está viajando a trabalho, retornará amanhã pela manhã!

-Obrigado!

Desde que cometi a burrada de colocar João como suspeito daqueles assassinatos que minha vida virou um inferno! Meu pai conseguiu ler todo o depoimento e ficou uma fera porque ainda me interessava por rapazes, à mídia descobriu e me perseguia por que além de ser filho do governador, eu era gay e fui testemunha de um crime, ou seja, uma matéria completa pro jornalista que conseguisse me entrevistar. Estava proibido de sair de casa ou de falar com qualquer pessoa, mas de um jeito ou de outro, sempre alguém conseguia falar comigo.

-Olá David! Há quanto tempo...

-Vo-Você? O que você quer?

-Apenas conversar...

JULIANE

Eu estava temporariamente afastada do meu cargo de delegada, tudo porque os peixões estavam sendo descobertos. Meu faro me dizia que aquele João tinha algo haver com todos aqueles assassinatos, mas por enquanto não tinha como provar. O maldito governador me proibiu de continuar aquela investigação e me mandou arquivar o processo. O governo não estava nem ai pra morte daquelas pessoas, acusar um bilionário de um crime desse porte seria prejudicar uma boa parte da população que trabalhava em fábricas pertencentes ao mesmo! Eu sabia disso, que se levasse a diante aquilo tudo, muita coisa ia rolar e uma crise se instauraria no estado, já que o poder politico e privado caminhavam de mãos dadas ali. Era egoísmo de minha parte, mas eu não iria desistir de meus objetivos, que no momento seria de colocar o culpado por todas aquelas mortes atrás das grades!

Há vários dias estava tendo pesadelos com criaturas que me pediam para parar, mas nos sonhos nenhuma realmente me dizia o quê eu deveria parar. Naquela manhã acordei suando frio, uma pequena névoa de fumaça saia de minha boca, o mais estranho é que estava um lindo sol lá fora. Levantei-me e fui ao banheiro, como de costume, só que dessa vez, novamente havia marcas de sangue no espelho com uma mensagem que alertando do perigo que estava por vir. Peguei o papel higiênico e comecei a limpar com muito ódio aquilo, alguém deveria estar tentando me assustar, mas não iria conseguir! Tomei meu banho, me arrumei e iria agora voltar ao meu cargo, mesmo sem o consentimento do governador e retomaria minhas investigações o quanto antes.

-Onde pensa que vai?

-Quem é você? O que faz aqui na minha casa?

-Soube que estava me procurando delegada!

-Você é o...

-Isso mesmo, sou o Uriel! O responsável por todos os assassinatos que a senhora tanto investiga!

-Você está preso! Coloque as mãos na cabeça!

-Eu adoraria delegada, assim como eu gostaria muito de não ter que mata-la! Mas a senhora foi muito teimosa, não prestou atenção em nenhum dos nossos avisos!

-Foi você quem escreveu aquelas bobagens no meu espelho tentando me assustar? Meu jovem você está muito encrencado!

-A verdade é que tudo que fiz foi para proteger João! Ele nunca matou ninguém, sempre teve medo. Quem matou a todos fui eu! Só que agora as coisas se desequilibraram um pouco e eu não posso matar ninguém por enquanto! O cara lá de cima está bem bravo com a bagunça que andamos fazendo...

-O... Oque quer dizer?

-Quero dizer que não poderia te matar! Mas eu tentei avisá-la! Mandei até o espírito do velho que matei no galpão para te alertar... Entrei nos seus sonhos... MAS VOCÊ NÃO ME OUVIU JULIANE! AGORA TERÁ QUE MORRER SUA VAGABUNDA!

-Você não sairá daqui livre! Não se mecha! Eu avisei para não se mexer!

-Atire em mim doutora, ou não tem coragem? Vai fraquejar de novo? Igual quando teve medo de atirar e o bandido matou seu filho! CULPA SUA!

-CALA A BOCA! CALA A SUA MALDITA BOCA!

-ATIRA! SUA PUTA! QUE TIPO DE PESSOA É VOCÊ QUE PREFERE VER O FILHO MORRER A ATIRAR...

-CALA A BOCA...

Naquele momento saí de mim, uma dor incontrolável tomou conta do meu peito e não segurei minha fúria, atirei contra aquele maldito. Só não esperava que ele desaparecesse e a bala se chocasse contra um objeto qualquer que pegou fogo, o mesmo fogo que se espalhou com o gás que tinha sido aberto algum tempo antes e que eu não senti o cheiro por conta da raiva que se instaurou em meu corpo. Só consegui ver minha casa explodindo comigo dentro, e de repente tudo se escureceu.

DAVID

-Olá David! Há quanto tempo...

-Vo-Você? O que você quer?

-Apenas conversar...

-U-Uriel... Mas eu pensei que...

-Pensou que eu esta morto não é?

-Não! Quer dizer...

-Fiquei sabendo que você era apaixonado pelo João!

-Eu fui, há muito tempo atrás, mas não sou mais!

-Sabe David, você é muito lindo! Mas mente muito mal, e eu odeio que mintam para mim!

-Uriel eu juro! Por favor, vá embora!

-João me pertence! Ele sempre me pertenceu e ninguém o tirará de mim!

-Eu não o amo mais, por favor me largue! Espere... o que, o quê está fazendo?

-Não deixarei que sofra por um amor que nunca poderá ter! e sabe aquele seu álbum de fotos do meu João? Eu o queimei! Mas fica tranquilo que sem isso... você não sentirá mais nada por ele!

...

-O senhor já vai?

-Sim, minha senhora! Poderia fazer um imenso favor para mim?

-Claro, o que deseja?

-Entregue esse coração ao governador! Diga a ele que o filho não sofrerá mais por amor!

-Ai meu Jesus Cristo! Isso é... Isso é de David?

-É sim... Mas só descobrirá quando acordar velha imunda! Até logo! HAHAHAHAHA!

Comentários

Há 1 comentários.

Por UdoliBoy em 2015-05-05 00:03:21
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