Capítulo 2
Parte da série Hot and Cold
2 - SOCIALIZANDO-SE
Folhei as páginas do livro, absorvendo para mim sua imensa sensatez, e nada muito racional. " Como pode alguém se apaixonar com apenas alguns minutos de diálogo? " bem, pra mim isso não faz muito sentido.
Continuo lendo aquele livro sensato livro quando percebo movimento a minha volta. Eram os alunos se retirando de seu repouso e indo a mais um ano de estudos, e dores de cabeças. Me levanto, fecho o livro e caminho em direção as portas da escola. Ao entrar percebo que tudo ali era lindo, arquitetura moderna, plantas verdes e quadros escolares para desviar um pouco a atenção dos alunos da beleza que aquele lugar apresentava. Caminhei até o auditório, ele ficava dentro da escola mesmo, já que ela era gigantesca. Todos já estavam bem acomodados em seus lugares, afinal não tinha como não sentir um grande conforto ao sentar naquelas cadeiras macias e quentinhas.
Avisto um sujeito alto, barbudo e que marcava bastante presença, com aquele ar de autoridade. Só podia ser o diretor.
- Bom dia alunos. É com imenso prazer que lhes dou as boas vindas a nossa maravilhosa e acolhedora, Williams College. - Ham? " Escola Brasileira com um nome americano? "; penso comigo mesmo enquanto dou ouvidos ao diretor.
- Eu me chamo Joseph Williams. Sou o diretor da escola. Como já podem ter notado, a escola foi fundada por meus familiares a alguns anos. E digo-lhes e repito... Bem vindos a Williams College.
Toda aquela baboseira já estava me dando sono. Odeio apresentações, então peguei o livro novamente em minha mochila e continuei a ler. Passou-se mas ou menos uns 15 minutos e o diretor avia dito que os nomes dos " respectivos alunos " como ele gosta de falar; e suas turmas estavam no bilhete entregue aos pais com a senha do seu armário. Ai é que está a coisa, meu pai não avia me entregado algum bilhete se quer.
Peguei meu celular e disquei seu número. No terceiro toque ele atende.
- Oi filhão, pode falar.
- Pai, você está com o bilhete com o bilhete que o diretor entregou a você?
- Que bilhete?
- Um bilhete que...
Ele me interrompe.
- Haaa... Sim, estou. Espera só um segundo.
Esperei uns 20 segundos e ele achou, pediu para que eu anotasse. Então peguei meu caderno e anotei.
- Ok pai.
Desliguei e rasguei o pequeno papel. Caminhei até o corredor onde ficava os armários e avisto o meu. Armário de número 5. Abri ele e pus meus materiais lá dentro. Ao fechar o armário tomo um baita susto.
- Nossa... - Digo arregalando os olhos.
- Ai meu Deus. Me desculpa. - Disse uma garota pondo a mão no peito e fazendo cara de espanto. Seus cabelos ruivos me fazem lembrar os de minha mãe. Assim como o seu tom de pele branco, com algumas sardas em seu rosto, dando ainda mais um dom de anjo a sua face. Seus olhos acinzentados com um leve tom laranja, brilhavam exuberantemente.
- Me desculpa se te assustei - Diz ela novamente se desculpando.
- Não tudo bem. - Digo de uma forma tímida.
- Ok - Diz ela dando um sorriso envergonhado enquanto estendia a mão para mim cumprimentar. - Eu me chamo Ana. E você?
- Mark, Mark Dylan.
- Você não é brasileiro não é? - Diz ela em um tom curioso.
- Não, eu sou de Washington.
- Hum... Um gringo na Williams College. Nossa, é raro de se ver. Na verdade nunca conheci um. - Diz ela fazendo biquinho enquanto olhava para o teto.
- Bom. Então, aqui estou. - Digo fazendo um gesto cortês igual ao povo da idade média. Ops, não é meu pai...
- Nossa que gentil. - Diz ela sorrindo. - Você é de que sala senhor Dylan?
- Sala 05.
Ela jogou seu cabelo liso e cheiroso ( tem cheiro de cereja ) para trás, pôs a mão no peito fazendo aquele típico jeito de garota mimada.
- Nossa... A mesma que a minha. Olha sr. Dylan, vamos ser bons amigos. Vem vou te apresentar aos meus amigos.
Ela me arrastou pelos corredores, subimos as escadas para o 2º andar e entramos na sala.
Todos nos olharam espantados pelo fato de Ana ter aberto a porta como uma doida desenfreada.
- Gente esse aqui é o Mark. - Diz ela segurando meu braço.
- Oi. - Diz o pessoal meio sem jeito.
- E adivinhem só? Ele é gringo! - Diz ela contorcendo os lábios de uma forma nada vulgar.
As meninas ali sentadas olharam umas as outras dando risadinhas.
Uma loira do cabelo cacheado se levantou e veio me cumprimentar. Seus seios pareciam pular para fora do uniforme, pra uma adolescente aquilo estava demasiado grande.
- Oi, eu me chamo Deborah. - Diz ela fazendo cara de safada.
- Sai oferecida, ele não é pro teu bico. - Diz Ana me puxando. Ela me fez sentar junto aos seus colegas. Dois garotos, um aparentemente parecia meio gay, e o outro alto bastante sorridente.
Ana foi me apresentando a eles, Sophie, Lucas ( o meio gay ), Julia, Pablo e por fim Karol. Todos muito bem educados, com firmeza na voz, gestos nobres, e sorrisos estampados em seus rostos.
Ana me contava de como é a sua vida no brasil. Expliquei a ela sobre como é viver em Washington, e como a temperatura é deveras diferente do calor que o Brasil apresenta. Lucas falava sobre como eu era bonito, ficava passando a mão em meus braços e isso me deixou desconfortável, então pedi educadamente para que ele parasse e ele entendeu. Papo vai papo vem, a porta abre alguém entra pela porta. Era um garoto, alto, branco, cabelos castanhos claros, seus olhos eram de uma tonalidade verde claro. Todo bem vestido, e com uma pinta de " o mandante da escola ". Ana se levantou, caminhou até ele, pulou em seu pescoço, e tacou-lhe um beijo de língua prolongado e quete, ali mesmo na frente de todo mundo.
- Eita... - Digo contorcendo as sobrancelhas e olhando espantado para Lucas.
- Você ainda não viu nada.
Faço uma expressão de confuso e meio espantado com aquela atitude que acabara de presenciar. Ana parecia uma garota calma, bem mas beijar não é nada tão grave assim não é mesmo?
- Continua...
É isso ai galerinha, mais um episódio. Espero que gostem. Forte abraço, não se esqueçam de comentar. ;)