Capítulo 1
Parte da série Hot and Cold
1 - RAÍZES
Nunca pensei em como seria meu fim. Morrer por uma causa justa, morrer por alguém que ama... Ou simplesmente, sentar o traseiro em uma cadeira de balanço na varanda e ver o tempo passar. É... Acho que isso me define. Ou não.
Me chamo Mark, Mark Dylan. Tenho 16 anos. Não sou muito de fazer amigos, gosto de ficar na minha boa e velha paz duradoura. Na minha opinião, as pessoas só falam com as outras apenas por status. Há mais falsidade no mundo do que a nossa então amada verdade. É uma pena que ainda exista isso em torno de nós. Mas já que está na chuva, é pra se molhar... Sou um cidadão americano, em um país não muito acolhedor aos " nômades ", digo isso por que meus pais vivem viajando de cidade a cidade. Atualmente estou vivendo no Brasil, não sei por quanto tempo já que meus são meio " birutas ". Estou vivendo aqui já faz um ano, na verdade vai fazer um esse mês, Janeiro. O povo brasileiro, digamos que são... razoáveis no quesito acolhimento. Ano passado foi uma luta na escola pelo fato de eu ser branco um pouco branco de mais para o padrão brasileiro e ter um sotaque esquisito. Eu aprendi a falar o português brasileiro com meus pais. Eles gostam muito desse pais, e por isso resolveram morar por aqui por um tempo. E voltando a minha antiga escola, eu sofria muito com os comentários idiotas dos meus " colegas de classe ". Pelo fato de eu trocar, o feminino no masculino nas palavras, mas isso já passou. Em fim.
Eram 6:30 da manhã quando o despertador tocou. Pego meu travesseiro e taco naquele despertador infernal. Eu quero dormir mais um pouco, é pedir de mais?
Levanto com uma cara de maracujá toda murcha, eu não queria levantar. Mas eu tenho que ir para aquela droga de escola nova. Vou ao banheiro e tomo uma ducha de água fria pra vê se acordo de vez. E foi dito e feito. Escovo os dentes e visto minha calça preta que eu avia comprado a três dias, junto com os tênis também pretos comprados recentemente. Dou uma olhada no uniforme e achei meio feio. Fui até a sala e meu pai estava sentado lendo o jornal. Ele é dos velhos mesmo, tem TV, internet e mesmo assim prefere o jornal de papel mesmo. Pelo menos isso mesmo, já que nas outras coisas é apenas trabalho e tecnologia de ponta para seus projetos.
- É sério isso? - Digo estendendo o uniforme. Meu pai abaixou o jornal que cobria sua cara e me olhou com olhar cínico.
- É isso ou escola pública! - Ele levantou o jornal cobrindo sua cara novamente. Meu pai é bonito assim como eu. Rico, casado com uma mulher incrível e tem um filho perfeito como eu. Ele almeja lá seus 35 anos com saúde e boa forma. Corpo definido, cavanhaque, cabelos loiros e olhos azuis. Um típico americano. Dr. Dylan, ou para os mais íntimos, Charlie Dylan. Eu prefiro chamar ele de pai mesmo.
- I'm sorry father. But...
Ele me interrompe.
- Mark já falei que aqui no Brasil só vamos falar em português.
- I know. But ....
- Mark... - Diz ele calmamente abaixando o jornal.
- Tudo bem pai. Mas...
Minha mãe vem se aproximando, enquanto passa a mão em seus lindos cabelos ruivos e ondulados. Minha mãe é linda, 30 anos, com aparência de 23. Corpo magro e pele branca, quase sempre bem arrumada, e perfumada. A não ser quando ela está em casa de TPM, ai a coisa já muda. Mas ela é muito vaidosa. Elena é o seu nome.
- Mãe... Olha isso - digo mostrando o uniforme a ela. É ridículo, Vermelho com duas listras brancas nas laterais.
- Não reclame Mark, acostume-se. - Diz ela dando um beijo na minha testa - E bom dia.
- Tudo bem.
Vesti o uniforme e me sentei a mesa. Pão francês com queijo e presunto de pero, isso sim é o café da manhã perfeito. Acompanhado de um copo de achocolatado bem quentinho então... Fica mais perfeito ainda. Ovos com bacon não é muito minha praia.
O café da manhã estava ótimo. Descemos eu e meu pai para a garagem e entramos em seu carro uma BMW BMW 3-Series. Minha mãe trabalhava em um local diferente, então ela ia no seu carro e não no do meu pai. Seguimos viagem até a minha escola. Chegamos a escola nova e até que ela era bonita, grande espelhada e com bastante árvores a frente distribuindo sobra ao local. Parecia mais uma universidade a uma escola de ensino médio.
- A escola é bem bonita. - Digo abaixando o vidro e olhando para aquela maravilha arquitetônica.
- Eu sabia que você gostaria. - Disse meu pai apertando meu ombro e me sacudindo.
Ele pegou minha mochila no banco de trás e me deu.
- Agora vai lá e me dê orgulho. - Disse ele sorrindo.
- Tudo bem pai. - Digo estendo a mão e nós fizemos nosso cumprimento de pai e filho. Na realidade era só um soco de leve com as duas mãos mesmo.
Desci do carro e caminhei até escola. A brisa batia, o vento gelado e suave batia em meus cabelos, desarrumando-os. Eu tenho um cabelo meio grande, até a nuca e mas ou menos acima do olho. O louro escuro dava um tom suave a meu rosto branco. Meus olhos são azuis herdados de meu pai. Meu físico é magro com alguns músculos definidos por eu ir a academia as vezes com meu velho.
Continuei caminhando pelo silêncio daquele local, a grama bem verdinha, combinada com o vento gelado me faz lembrar das manhãs geladas nos bosques verdes de Washington.
Avia algumas pessoas sentadas nos bancos espalhados no local, jovens sorridentes, rostos bonitos. Apesar de tudo, eu até gosto do povo brasileiro.
Me sentei em um banco vazio próximo ao tronco de uma árvore, e saquei o " A Culpa é das Estrelas " da minha mochila. E comecei a ler esperando o inicio das aulas.
Continua....
Galerinha, espero que gostem. Comente dando suas opiniões, nem que seja pra criticar. Sou um ótimo leitor, mas estou tentando escrever também. Esse episódio saiu curto, mas vou fazer de tudo para fazer episódios gigantes para vocês leitores de primeira assim como eu. Forte abraço.