Capítulo XIII - Os errados são os melhores!

Parte da série Unconditionally

GENTE DESCULPEM PELA DEMORA, TENHO ANDADO MUITO OCUPADO, PROMETO QUE TENTAREI SER MAIS RÁPIDO. ABRAÇÃO!!!

-Rodrigo, é melhor ser rápido, eu tenho aula! - estava nervoso, mas não deixei transparecer.

- Não age assim comigo! - ele segurou meu braço.

- Como quer que eu haja, já está me segurando, me forçando... - virei o rosto.

- Você não me deu tempo, eu queria me desculpar, por ontem, sabe? - ele parecia arrependido.

- Está desculpado! Agora tenho que ir! - disse me soltando.

- Sério? Cê ta me ignorando. - ele me puxou forte pelo braço novamente.

- Como foi que aconteceu? - olhei sério em seus olhos.

- Do que você tá falando? - ele revirou os olhos.

-Esse seu sentimento por mim? - minha curiosidade se aguçou.

- Cara, eu não sei! Você, é diferente, tem um corpo legal, uma bunda muito gostosa, eu só queria experimentar, mas é como se fosse ficando mais forte, queria poder ter você só pra mim, entende? - ele sorriu.

- Desculpa, infelizmente não posso corresponder amo outra pessoa. - disse soltando-me novamente.

- Vini, Vini... - ele gargalhava. - Você não me conhece mesmo garoto, eu não desisto fácil, além do mais devia saber que o outro que você gosta, é maluco, um drogado que já esteve internado duas ou três vezes. Nunca se perguntou por que um cara tão esperto reprovou tantas vezes no ensino médio? - ele falava próximo aos meus ouvidos.

- Não estou te entendendo? - virei meu rosto em sua direção e fixei meus olhos nos seus.

- César! Ele já teve duas overdoses, quase matou a ex namorada em um acidente de carro, e já vendeu drogas na escola, ele não te contou? - parecia satisfeito, com a expressão que via em meu rosto.

- É mentira, você é um louco, tarado! - meus olhos se encheram de lágrimas.

- Pergunta pra Julia, provavelmente só não te falou por pena. - ele sorria.

- Idiota! - sussurrei virando as costas e seguindo meu caminho.

Enquanto caminhava quase parando, pelos corredores vazios da escola, pensava em tudo que Rodrigo havia dito, eu jamais teria coragem de perguntar pra Julia, por medo de ouvir a verdade. Minha vontade era sair dali, ir para um lugar bem distante, mas eu o amava, por mais que tudo que o Rodrigo disse fosse verdade. Não aguentei e assim que cheguei ao banheiro desabei, um choro pesado, que parecia levar pedaços de mim no fluxo das lágrimas. Fiquei ali por algum tempo, esperei meu rosto desinchar, e quando soou o alarme para o intervalo, me dirigi ao meu armário para guardar tudo novamente, e depois ir embora para casa, eu não estava com cabeça para as próximas aulas.

- Onde você se meteu? Estava preocupado! - César arregalou os olhos ao me ver.

- Eu estou bem, preciso ir para casa descansar, não estou com cabeça para aula. - sorri tentando disfarçar a tristeza que me consumia.

- Eu te levo! - ele disse enfiando as mãos nos bolsos.

- Melhor não, eu preciso ficar sozinho! - sorri sem jeito.

- Tá legal, o que eu fiz dessa vez? - ele franziu as sobrancelhas de um jeito muito fofo e suspirou.

- Nada, o problema é comigo, eu sou todo errado! - disse com lágrimas nos olhos.

- É por isso que eu te amo, os errados são os melhores! - ele segurou meu queixo.

Nos abraçamos, por algum tempo, sem pronunciar nenhuma palavra, encostei a cabeça em seu peito, e podia ouvir sua respiração, seu coração batendo, era reconfortante.

- Você tá meio pra baixo, o que me diz de irmos na sua casa, você troca de roupa, e depois passamos o resto do dia no Ibira? - ele sorriu entusiasmado.

- Fazer o que lá? - perguntei.

- Namorar, aproveitar o sol, tomar um sorvete! Podemos trocar o sorvete por uma bike também!

- Eu prefiro o sorvete, estou destruído! - ele me fez sorrir novamente.

- Demoro, borá pegar o carro! - disse ele ao passar os braços sobre os meus ombros.

Antes de procurar saber alguma coisa sobre o que disse o Rodrigo, eu queria mesmo ter um tempo com o César, talvez fosse nossa última tarde juntos, não que tivéssemos tido muitas, mas estava disposto a aproveitar essa em especial.

CONTINUA...